reyfchnaider 04/09/2023
Não é bem uma resenha, é um resumo.
A obra intitulada “A casa da madrinha” foi escrita por Lygia Bojunga e publicada no ano de 1978, sendo consolidada por receber diversos prêmios e se fazer atual até os dias de hoje. A história deste livro é contada a partir da vivência de uma criança. Alexandre mora com sua família em uma periferia do Rio de Janeiro, sua casa é localizada no alto de um morro, de onde é possível observar o mar de Copacabana. Ao longo da obra é possível observar o laço de afeto e companheirismo entre Alexandre e seu irmão, Augusto foi responsável pelo cuidado de Alexandre ao longo dos anos, foi ele quem insistiu e trabalhou arduamente, para que Alexandre pudesse estar na escola, sem que fosse obrigado a trabalhar desde tão cedo, como aconteceu com seus irmãos mais velhos. Foi por meio da insistência de Augusto que Alexandre acessou a escola, e pode começar a sonhar com outras perspectivas de vida. Nesta escola ele pode conhecer a tão maravilhosa professora da maleta, a professora era jovem, a maleta era velha, mas elas não se separavam. A professora gostava de ver os alunos felizes, mal entrava na aula e já ia contando coisas engraçadas, depois abria a maleta e escolhia o pacote do dia. Só pela cor do pacote as crianças já sabiam o que é que iria acontecer, já que cada cor representava uma matéria, um novo método de construir atividades que desenvolvam os conhecimentos dos alunos da classe em questão. Acontece que parte da escola não concordava muito com esta didática, eles não acreditavam na eficiência deste material, um burburinho se espalhou, e de um dia para o outro a professora não pode mais levar consigo para a escola a maleta.
A situação financeira da família de Alexandre continuava apartada, por isso, ele usava o fim de semana para vender amendoim na praia, batia papo com todo o mundo, gostavam dele, vendia bem. As férias chegaram e Alexandre começou a vender durante a semana, depois só chovia. Já estava chegando outra vez o tempo de aula quando seu irmão Augusto se apaixonou e quis casar. Mas, para casar precisaria economizar dinheiro e comprar móveis, fogão, e todos os utensílios de sua nova casa. Foi aí que decidiram que Alexandre sairia da escola, falaram que seria por pouco tempo, até Augusto se casar, Alexandre teria que trabalhar para ajudar a família, complementando a renda. Assim, saiu da escola, foi vender sorvete ao em vez de amendoim. Era mais pesado de carregar, mas pagava mais. De noite ficava pensando nos colegas, na professora, será que ela tinha achado a maleta? acabava perdendo o sono, e Augusto inventava histórias para que ele pudesse se distrair e dormir. Uma noite, Augusto contou uma história que deixou seu irmão muito interessado, a história sobre a casa da madrinha. Ela mora no interior, bem dentro do Brasil, em uma casa toda branca, que tem quatro janelas. Abrindo uma das janelas é possível ver o mar, e abrindo a do outro lado é possível ver o mato, a casa fica bem no alto de um morro pequeno, bem redondo, no fim de uma estrada, todo tapado de flor. A casa da madrinha tinha uma porta azul, um azul escuro, com uma flor amarela no meio, onde a madrinha de Alexandre guardou uma das duas cópias da chave.
O livro então continua o enredo contando as aventuras vividas por Alexandre, quando o mesmo decide ir sozinho para a casa da sua madrinha, os amigos que ele faz no caminho, o Pavão que já tinha sido muito maltratado e explorado e decide ir com ele em busca da casa da madrinha, lugar de descanso e realizações, e Vera, criança curiosa que descobre em Alexandre e no Pavão dois amigos de aventura, com uma imaginação inigualável, Alexandre mostra para Vera um mundo cheio de outras possibilidades, os dois encaram o medo de frente, chegam na casa da madrinha com ajuda do Ah, cavalo amarelo com a calda laranja. Na casa da madrinha todos eles, Alexandre, Vera e o Pavão, encontram a solução de suas ausências, comida farta, uma boa moradia, afeto e as pessoas que eles tanto amavam. Esta obra é atemporal quando ainda nos dias de hoje nos remete a situações cotidianas, que nos faz refletir diretamente sobre os avanços ou a ausência deles, para grupos sociais que foram esquecidos ao longo dos anos, e tem suas realidades perpetuadas, repetidas dia após dia, geração por geração. Desta forma, Lygia Bojunga crítica a realidade vivida por centenas de milhares de brasileiros, que tem a vida como a de Alexandre.