spoiler visualizarclara 30/03/2022
reli o livro
a minha primeira experiência com essa leitura foi aos 9 anos de idade, e agora, mais velha, pude revisitar essa história tão emocionante e que expressa a mestria da Lygia de tocar todas as crianças, inclusive as crianças adultas.
O ponto mais incrível da obra é a alternância tênue entre um realismo opressor, que marca a vida que Augusto deixou pra trás (onde o menino precisaria abrir mão da escola, um dos poucos espaços em que tinha contato com o aprendizado, sonhos e imaginação -tão fundamentais na infância- para assumir a responsabilidade de trabalhar e ajudar com as despesas da casa), e a fantasia na jornada que ele realiza com o objetivo de encontrar a casa da madrinha, um lugar que foi apresentado pelo seu irmão (personagem que precisou abrir mão de dos estudos para ajudar em casa, e não queria ver essa história se repetir com Augusto).
Essa casa foi tão idealizada e sonhada durante toda a obra por nós e por Augusto como um lugar capaz de confortá-lo e realizar seus sonhos, que a tarefa da autora em suprir nossa expectativa de conhecer a tal casa da madrinha era grande e difícil. Contudo, mais uma vez, Lygia nos surpreende com um espetáculo de sensibilidade no momento tão emocionante que foi a chegada de Augusto e seus companheiros de viagem na, tão sonhada, casa da madrinha. Inclusive, uma trajetória de busca que me faz lembrar uma outra obra que marcou minha infância: O mágico de Oz.
Uma leitura muito rápida, leve e gostosa, que me trouxe um sentimento de nostalgia e despertou aquela criança que estava bem perdidinha dentro de mim
Valeu, Lygia, vc é massa?