oliveiraaami 17/04/2020
Este livro é narrado em 3º pessoa e foi publicado em 1978. A autora mistura o tom melancólico, critico e sonhador, mistura fantasia com realidade e respeita seu publico alvo infantil e infanto-juvenil. Mesmo tendo seu público alvo ela deixa clara suas criticas como, por exemplo, em relação ao sistema escolar tradicional. Lygia Bojunga Nunes dá continuidade ao legado de Monteiro Lobato, porém suas obras são mais discretas e líricas.
Outro tema forte, que parece tocar profundamente um público em fase de transição, é a idéia das perdas. Esse aspecto torna o livro melancólico, até doloroso. Praticamente todas as personagens experimentam esse problema, sofrem, mas mantêm acesa uma chama de procura por um bem desaparecido. Parece ser essa, no fundo, a condição humana: a de eterna e insatisfeita busca.
A casa da madrinha é uma obra que não imbeciliza o seu leitor, tornando-o passivo, já que força sua intensa participação na interpretação e na busca de elementos que se reflitam em sua própria existência, tudo numa linguagem coloquial, autêntica, ágil e vazada de aspectos psicológicos. Todos esses itens, além da narrativa não-linear.