Douglas 20/06/2014
A Casa
Este é o 1º livro que eu leio do André Vianco.
Eu fiquei sabendo do autor há um bom tempo aqui no Skoob e li algumas reportagens dizendo que ele é um autor que vende bastante e aí eu resolvi conferir a escrita dele.
Pesquisei alguns livros, mas não comprei. Motivo: estavam um pouco caros.
Se analisarmos a maioria dos livros no Brasil, eles custam de R$10 e R$30. Alguns livros deste autor custam entre R$50 a R$60 e por eu considerar que é um preço bem acima da realidade foi um entrave para a compra.
Até que eu achei este aqui "A Casa", em uma promoção no "Submarino" por R$9,90.
Fechei a compra.
O Livro conta a história de 4 personagens: Rosana, Ismael, Helio e Leon.
- Rosana traiu o marido, ele saiu de casa e morreu em um acidente. A mulher se culpada pela morte.
- Ismael é um estressado que só pensa em trabalho. O motivo: quando ele era criança teve uma vida pobre e brigou com o pai, que não conseguia dar uma vida melhor a ele. O pai morreu e Ismael se culpa pela última conversa deles ter sido uma briga.
- Helio tinha uma filha que ele detestava. A menina, chamada Mariana, sempre foi uma garotinha fraquinha e era desprezada pelo pai que sempre era o "bonzão" em tudo. Até que a menina se suicida (obs: o livro não explica como ela se suicida). Helio se culpa por isso.
- Leon foi expulsa de casa pelo pai quando ele descobriu que ela era homossexual. A mulher começou a se drogar. Depois da morte dos pais dela, Leon se culpa pela relação deles ter terminado dessa forma.
Essa é a sinopse.
Nos primeiros capítulos, os personagens vão se alternando e contando um pouco da tragédia pessoal deles, até o momento que todos são convidados a ir para uma misteriosa casa para "limpar o coração".
Esta minha versão do livro tem 186 páginas, mas sempre que um capítulo acabava em página ímpar, ele começa em outra página ímpar, ou seja, temos algumas páginas pares em branco, o que diminui o número "real" de páginas lidas.
É uma leitura bem rápida de fazer, já que o tamanho da letra neste livro é bem grande, o que é um ponto a favor do livro, já que muitas editoras atualmente estão colocando as fontes em um tamanho bem pequeno.
A capa é muito bonita, tem uma casa com fundo amarelo e preto, o que dá um ar "apocalíptico" ao livro. Gostei bastante.
Além da letra grande (como citado anteriormente), a folha do livro é legal e não reflete muita luz.
A história é bem criativa, e fez com que eu lembrasse de outro livro, chamado "A Cabana, de William P. Young". Porém "A Casa" foi lançado em 2002, e "A Cabana" em 2008, então não há um plágio ou uma interferência de uma história para outra. Comparando as duas, eu ainda prefiro "A Casa", do André Vianco. Tive mais prazer em ler.
As mensagens centrais dos livros também são legais. Algo como "Aproveite conviver bem com as pessoas que você gosta enquanto elas estão vivas, porque quando elas morrerem, não adianta ficar com remorsos e querer voltar atrás"
Ou também "O amor e o afeto são capazes de fazer milagres".
Mas nem tudo são "flores" neste livro.
O principal erro do autor foi em não descrever os personagens por completo. Temos pouquíssimas descrições dos personagens principais e a maioria das descrições só aparecem no final do livro. Os personagens secundários nem chegam a ser descritos e isso faz com que o leitor faça uma leitura "às cegas" sem saber exatamente quais as características principais dos personagens.
Os lugares, exceto A Casa, também não são bem descritos. O autor se ateve bastante aos acontecimentos e falhou em descrever lugares. Onde moram os personagens? O livro só fala que fulano vive em um apartamento, mas não descreve bem o lugar.
Diante da falta de descrições, é complicado criar empatia pelos personagens (eu pelo menos não consegui criar), porque é complicado você entrar em uma história que você não vê. Ainda mais em uma história tão curta como esta. Eu não consegui me identificar com nenhum desses personagens. Talvez por eu não ter vivido nenhuma dessas situações, mas o fato é que eu não consegui sentir empatia por eles.
Alguns parágrafos são bastante longos neste livro. Há um parágrafo que tem mais de 3 páginas, o que torna a leitura "meio esquisita".
Uma falha grave, é que no livro não há uma sinopse clara. Percebam na sinopse aqui do Skoob que você tem poucos indícios do que você vai encontrar no livro. A sinopse poderia ser mais bem trabalhada.
Alguns trechos poderiam ter sido mais bem escritos. Não gostei de trechos como:
"A porta fechou-se. Escuro. Andou em linha reta. Em direção ao interruptor. Tropeçou em alguma coisa. Um baque surdo. Dor no joelho. Tocou a parede. Respiração entrecortada. Finalmente alcançou o interruptor. A luz acendeu. Uma luz azul. Fraca."
O livro não é todo assim, mas alguns trechos são estranhos, com frase e ponto, frase e ponto, frase e ponto.
Por último, as minhas impressões é que o livro teve algumas pontas soltas, que podem passar sem ser citadas, mas há uma grande contradição na história entre o que foi dito na metade do livro e o que aconteceu no final.
Obviamente eu não vou citar, porque eu entregaria a história, mas quando você terminar o livro, releia o capítulo 17 e o capítulo 24. Eles são contraditórios.
É claro que esta contradição é o ponto alto da mensagem: "O amor e o afeto são capazes de fazer milagres", mas que os capítulos são contraditórios, eles são!
Puxa, até que eu escrevi demais por um livro de 186 páginas.. hehehe..
Para fechar, eu gostei do livro. Têm pontos positivos e negativos, pontos legais e pontos contestáveis, mas foi uma leitura legal.
André Vianco, se você chegar a ler esta resenha, saiba que se você melhorar um pouco o preço dos outros livros, eu compro. Hehehe..
Um abraço e meu respeito a todos.