Raízes do Brasil

Raízes do Brasil Sérgio Buarque de Holanda




Resenhas - Raízes do Brasil


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Ricardo 24/05/2022

Rapsódia brasileira
Raízes do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda (??)
Pp. 256, Cia. das Letras (2014)

Talvez o texto mais significativo para a Sociologia brasileira do século XX.

Ao lado de Macunaíma, Casa Grande & Senzala e Retrato do Brasil ? entre outros ?, uma das mais importantes rapsódias analíticas acerca do Brasil. É um estudo perspicaz sobre a realidade em que habitamos; bem como uma definição, partindo das matrizes étnicas que nos formaram, da nossa maneira de nos relacionar com o mundo e com as pessoas. Uma tentativa de definir o que é ser brasileiro, de englobar a sociedade brasileira em uma única tese organizada em sete capítulos. Esses, que culminam no quinto ? e mais conhecido ?, ?O homem cordial?.

A obra reconhece como essencial, primeiramente, o estudo da influência ibérica na nossa cultura. Buarque percebeu um traço cultural endêmico aos portugueses e que foi transmitido a nós, o ?personalismo?. Tal é o culto ao pessoal, em várias medidas. Desde a associação de bens públicos a pessoas privadas, a submissão entre partes não mediada pela lei ? mas pelas relações pessoais ? ou mesmo a frouxidão das instituições formais pela crença de que se pode transgredi-las por interesses particulares que seriam suficientemente superiores à força delas.

Outra herança seria a da natureza da nossa colonização, sem ter, em primeiro plano, intenções de se estabelecer aqui, mas de extrair riqueza rápida e sem esforço; resultando em uma colônia estabelecida de forma desleixada e irracional. Logo, passa-se a analisar a mistura de culturas ? africanos, indígenas e portugueses ? e a consolidação de traços que persistem até hoje.

O autor cunha o termo ?Homem coridal?, a síntese de tudo que foi explorado durante o livro, e finaliza explorando a consequência dessa cultura de ?lhaneza no trato?, da ação com interesse e fundada no sentimento.

Trata-se de uma obra trabalhosa, difícil e que não evita digressões, mas pela riqueza e lucidez é a mais grifada da minha estante.

Sem grandes cerimônias, nota 4.5/5??
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Japa 14/05/2022

No geral, péssimo
Em algumas partes o autor é extremamente perspicaz, com visão aberta e esclarecedora. Mas de maneira geral, o livro é péssimo.

É um livro rápido, curtinho e em formato de ensaio. Mas é ruim demais. Generalizações grosseiras, sem o mínimo de critério ou de argumentação eficiente.

A nova historiografia é muito superior no sentido de argumentar sobre os mesmos assuntos. Não são poucos os autores que pensam sobre a produção escrita do Sérgio Buarque de Hollanda, de maneira a rechaça-la. Inclusive, penso que seria mt mais inteligente apresentarmos na faculdade visões como de Florestan, Hilário Franco Jr, Jessé de Souza, que montam olhares mt mais importantes pra gente entender a cultura brasileira.

Abaixo Sérgio Buarque de Hollanda e seus derivados.

Abaixo o preconceito do brasileiro contra o próprio brasileiro.
Guilherme Amaro 16/05/2022minha estante
Qual livro vc indicaria então? Muito obrigado pelo depoimento.


Math 20/06/2022minha estante
Gostaria de saber também


Japa 21/06/2022minha estante
Dos autores que eu comentei, eu indicaria A Elite do Atraso (Jessé de Souza), e Raízes Medievais do Brasil (Hilário Franco Jr). São bons e apresentam um panorama diferente, com mais seriedade.

O Raízes do Brasil, apesar de clássico, é um livro bem complicado. O próprio Sérgio Buarque de Hollanda assume que é um livro incompleto.


Japa 21/06/2022minha estante
Complicado no sentido de polêmico, errôneo, desgostoso*




Rodrigo.Bittencourt 02/02/2022

Esclarecedor
Livro muito bem construído que aborda temas de grande importância para o entendimento do processo de construção da sociedade brasileira. Necessário entender o Brasil para poder decidir seu rumo.

Os textos em língua estrangeira poderiam ser traduzidos, mas são em pequeno volume e não comprometem o entendimento dos raciocínios.
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Gustavo.Ponte 23/01/2022

Essencial para entender nossa cultura
Gostaria de ter lido muito antes. Seria uma boa indicação para estudantes de Ensino Médio, pois explica nossa História sob um olhar sociológico e cultural. Ajuda a entender como se formou nossa cultura, nossas virtudes, os bons e mal hábitos.
A leitura não chega a ser cansativa, pelo contrário, é agradável. Mas alguns trechos (curtos) em Francês e Latim não cabem nos dias de hoje.
Também não me agradaram os textos de prefácio e posfácio, que são exagerados em extensão e quantidade, além de enfadonhos. Mas basta ignorá-los e se ater à obra principal.
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wolfhyex 13/01/2022

legal ?
Ótimo pra se desenrolar na história de uma das muitas faces do Brasil: a aristocracia eurocentrista brasileira que puxa pra si os holofotes há séculos.

Ainda não tenho intelecto suficiente pra conseguir apreciar esse livro, mas vou tentar ler de novo em breve.
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Conta o livro 10/01/2022

Essêncial porém inacessível
Como todos comentam e como a própria alcunha de clássico deixa claro, Raízes do Brasil é um livro essêncial para se entender nosso país.
Principalmente nos capítulos iniciais, com a análise psicológica dos ibéricos e a comparação entre os tipos de colonização, o livro é muito bom.
Pra mim no final pareceu que o autor se perdeu um pouco e começou a ficar desinteressante. Talvez seja por que meu foco é maior no período colonial.
A maior crítica ao livro é a sua linguagem. Ela é inacessível, cansativa e rebuscada. Até para os acostumados com textos acadêmicos ela é difícil.
O próprio autor no livro critica intelectuais que escrevem difícil e não traduzem trechos de outras linguas, mas faz exatamente a mesma coisa.
Esse é um livro que afasta as pessoas da sua história e do conhecimento por um motivo desnecessário. Não é preciso escrever difícil para se fazer entender ou ser inteligente.
Gustavo.Ponte 23/01/2022minha estante
Perfeita análise! Também achei o final um pouco desconexo e menos interessante. Sem falar nos trechos em Francês e Latim, que poucos vão entender.




Guilherme 23/12/2021

Essencial
É um livro essencial para se entender o Brasil. O que não significa que não tenha suas limitações (é um livro de menos de 250 páginas). Leitura bem fluída, excetuando os trechos em língua estrangeira. Aliás, é uma escolha curiosa a de não traduzir esses trechos, dado como o autor escreve com um tom de crítica esse tipo de comportamento associado à elite local.
Uma crítica que foi feita é de como há um recorte específico das ?três raças?, omitindo as matizes não europeias. Eu concordo, mas também encaro a obra como um recorte, talvez devamos deixar as reverências para as divindades?
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Lívia 10/12/2021

Caro leitor brasileiro, você já se perguntou o motivo da cultura europeia ter tanta influência no nosso país mais do que a nossa própria cultura? Já tentaram imaginar como a nossa herança rural é composta e como ela se originou? Já tentaram entender o motivo da nossa política ser tão suja e corrupta? Do que o nosso povo é formado e como essa formação teve início?

O livro aborda esses e outros temas, fazendo assim uma analogia ao passado, e em como os acontecimentos estimularam e continuam causando efeito nos dias atuais, nos levando a uma compreensão do povo brasileiro

Sérgio Buarque de Holanda se baseia nas teorias do sociólogo Max Weber para escrever seu livro, é uma obra essencial para compreendermos o nosso país, junto as referências dos outros livros "Casa-Grande e Senzala", de Gilberto Freyre e "Formação Contemporânea do Brasil", de Caio Prado Júnior.
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Talvanes.Faustino 12/10/2021

Raízes de um Brasil
Raízes de um Brasil, branco, cristão, conservador e reacionário. Este é uma das obras basilares da historiografía brasileira. Porém, não se pode abandonar uma perspectiva crítica da mesma, não é porque ela é importante, que necessariamente seja um espaço de adoração ou outra coisa parecida.
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Vitoria 25/09/2021

Demorei meses para concluir a leitura, que nem de longe foi fluida. Me perdi em vários momentos, como se a narrativa fosse mudando de rumo e me custasse lembrar onde mesmo o autor pretendia chegar. Fora isso, as tantas citações estrangeiras sem tradução e algumas notas de rodapé importantíssimas para a compreensão do texto principal tornaram o processo ainda mais moroso.

Em relação ao conteúdo, é um retrato sobre as raízes portuguesas do Brasil, a partir das quais Sergio Buarque traça o perfil do que se poderia chamar de "brasileiro médio".
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luisa619 30/08/2021

...
Não sei se coloquei expectativas demais e me decepcionei ou não tive capacidade intelectual pra entender a obra.
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Letícia 03/07/2021

Neste clássico da sociologia brasileira, Sérgio Buarque de Holanda se debruça sobre os elementos centrais da nossa cultura, tendo por base o legado deixado pela colonização portuguesa. Publicado em 1936, Raízes do Brasil se organiza em torno da análise dialética de vários conceitos-chave: personalismo e hierarquia, aventura e trabalho, displicência e planejamento, campo e cidade, público e privado.

O primeiro capítulo dá a tônica de todo o livro. Nele, Buarque de Holanda explica como a frouxidão da estrutura social ibérica e a ênfase no mérito pessoal impulsionaram portugueses e espanhóis às grandes navegações e ao empreendimento colonial. Na ausência de uma ética do trabalho, a exploração da América portuguesa e espanhola foi marcada pela busca de recompensas imediatas, sem grandes sacrifícios ou preocupações com os métodos empregados.

Contudo, apesar do caráter ibérico compartilhado, a coroa espanhola procurou assegurar o controle político, econômico e militar de seus domínios, observado na criação de órgãos locais de poder, de centros urbanos e de universidades ainda no século XVI. Já na colônia portuguesa, a exploração mercantil adiou a interiorização da ocupação e relegou o futuro da Terra Brasilis a Deus-dará.

Constituiu-se aqui uma civilização agrícola, dominada por latifundiários escravocratas. Com o desenvolvimento tardio das cidades, no século XIX, os filhos de fazendeiros educados nas profissões liberais seguiram ocupando as posições de mando da administração pública. Deles herdamos o apreço exagerado pelo “anel de grau” e pela “carta de bacharel”, assim como o desprezo pelo trabalho braçal.

O conceito mais famoso da obra é, porém, o do “homem cordial”. A partir dele, o autor denuncia a cordialidade brasileira como fruto de nossa incapacidade de separar as relações íntimas das esferas oficiais de poder, o que transforma o Estado em uma extensão da vida doméstica. Isso também se reflete em nossa informalidade, aversão ao ritualismo e abuso dos diminutivos.

É, sem dúvida, uma das obras mais importantes para entender o Brasil e o ser brasileiro.

site: https://www.instagram.com/pulsaoliteraria/
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Arthur 29/06/2021

"Recorte"
Antes de dar as minhas impressões sobre a obra, preciso destacar duas coisas: não sou historiador, e qualquer crítica que eu faça (aliás, quem sou eu?) não abala a posição de clássico. Inclusive, para se criticar, ainda que um clássico (ou principalmente os clássicos) é necessário lê-los.
Dito isso, algumas coisas me incomodaram bastante na leitura de "Raízes do Brasil". A primeira é a generalização. Não sei se foi um movimento audacioso do autor em tentar estabelecer "um" perfil de brasileiro, mas me parece impossível fazê-lo, sobretudo em um território de dimensões continentais, extremamente populoso e com grande diversidade regional. Para citar um exemplo, o tão falado conceito do "homem cordial". É possível encontrá-lo em um universo, hoje, superior a 200 milhões de habitantes, mas me parece irreal definir como sendo uma espécie de brasileiro padrão. Aliás, o conceito de homem cordial é usado de forma toda equivocada por aí e, não me parece algo positivo.
Outra coisa, e talvez aqui a mão acabe pesando: "Raízes do Brasil" talvez devesse se chamar "Raiz do Brasil", porque flerta com epistemicídio. Aqui o raciocínio é relativamente simples: a formação étnica-cultural do país advém de, pelo menos, e de forma generalizante, de 3 origens. Mas o livro foca apenas na perspectiva do colonizador português (em comparação com o espanhol e, em alguns momentos, com o inglês). E, para além disso, nas vezes em que trata das matrizes indígenas e africanas, o faz como mero objeto dentro do processo desenvolvido pelos portugueses. Em sua obra, o professor Milton Santos ao falar de sistemas hegemônicos cita que sempre haverá reação do grupo submetido a esse processo, sendo essa reação, inclusive, parte fundamental no espaço geográfico.
Dito tudo isso, é importante também considerar toda a variação temporal. Talvez a obra seja um excelente relato sobre um determinado recorte da população, naquele contexto espaço-tempo.
Enfim, repetindo, é um clássico que, deve sim ser lido, mas com cuidado e atenção, até para evitar o anacronismo.
raquelrocha 30/06/2021minha estante
Achei interessante sua resenha. Essa é a principal obra de Sérgio Buarque de Holanda, o que fez o livro tornar-se um clássico foi justamente o capítulo sobre o homem cordial, ainda não li por completo. Mas adorei ver seu ponto de vista, porque muitos dos historiadores brasileiros gostam desse capítulo e dissecam muito sobre ele. Levarei sua opinião com um novo olhar sobre a obra.


Arthur 30/06/2021minha estante
Oi, Raquel! Penso que quando os historiadores citam o homem cordial, eles partem da ideia do "cordis", que, pelo que entendi, é o que o Sérgio Buarque de Holanda traz no livro. A ideia da pessoa que age "por impulso", digamos. O meu problema com essa ideia é a generalização, mas ele deve ter tido os motivos dele para elaborar essa análise. Quando falo do uso "atrapalhado" do conceito, é o que acontece muito em discussões de Internet, tratando a ideia do homem cordial basicamente como uma pessoa gentil. Depois me diz suas impressões do livro também. Certeza que, como alguém de História, pode melhorar muito meu entendimento da obra. ?




Carlos.Bonin 28/06/2021

Agora entendo porque o livro é famoso
No começo, eu não estava gostando. No início da obra o autor aborda uma questão específica que não me interessava. Contudo, depois de um quarto ou um terço do livro, a coisa começa melhorar e não para mais. No final, eu já não estava querendo que o livro acabasse e já estava considerando Sérgio Buarque de Holanda excelente.
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Cibele.Almeida 27/06/2021

Para estudiosos da área
Esse livro, é bem famoso no curso de História e é de certa forma mais técnico e direcionado para essa área de estudo o que faz com que não tenha uma linguagem acessível para quem está fora da academia. Contudo, o conheço que Sérgio traz nesse livro é imprescindível para entendermos o Brasil e um pouco do nosso povo.
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