Ana Júlia Coelho
09/11/2022Já faz 7 anos que Holly perdeu Gerry e ela conseguiu seguir em frente. Agora ela trabalha com sua irmã em um brechó e aproveita a vida nas horas vagas. Mas uma entrevista para o podcast de Ciara dá uma volta de 180º na vida de Holly: ao falar sobre a perda de Gerry e as cartas que ele a deixou, Holly chama a atenção de um grupo peculiar; é que seus integrantes estão nas fases finais de suas doenças e se inspiraram no gesto de Gerry para deixar algo para as próprias famílias.
Relutante no início, Holly é conquistada por cada um dos integrantes e decide ajudá-los na elaboração de suas mensagens. E, ao mesmo tempo em que ajuda essas pessoas que veem a morte tão próxima, ela reavalia as cartas deixadas por Gerry.
Sequência desnecessária. A autora escreveu para mostrar que tem a habilidade de relatar a vida de meia dúzia de pessoas morrendo e arrancar lágrimas nesse processo. É um livro muito triste e bem desnecessário, ficar explorando essa coisa de momentos finais e que mensagem deixar pra família. O primeiro livro, apesar de ter toda a questão da morte de Gerry, foca na volta por cima de Holly, em como ela superou, na parte bonita de uma partida. Esse, não; só explora o emocional do leitor de um jeito muito baixo e doloroso, tanto na narrativa da vida dos integrantes do clube quanto trazendo flashbacks da vida de Holly com o marido.
Enquanto em P.S. Eu Te Amo a Holly mostrou uma evolução incrível, nessa ela fica em cima do muro sobre ir pra um novo relacionamento e manter as lembranças de Gerry. É legal essa coisa de ela ajudar os doentes terminais em suas cartas, mas essa fórmula já foi usada no primeiro livro e funcionou, não precisa continuar explorando essa parte da narrativa. Basicamente pegou um produto artesanal e começou a produzir em escala industrial.
E o tanto de gente com câncer... posso considerar que nesse livro tem personagem pra encher uns 10, só com essa doença. Mas não posso negar que a forma com que a autora escreve é muito boa, a história prende e flui muito, tornando-se difícil de largar (mesmo não me agradando). Se você tem algum problema com descrição de morte ou com câncer (tipo eu), passa longe desse livro, esquece que ele existe. O primeiro já era muito bom, não merecia uma sequência desse nível.
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