A vida não é útil

A vida não é útil Ailton Krenak




Resenhas - A vida não é útil


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camicami.cami 03/06/2021

Necessário
Uma boa reflexão a cerca de tudo o que está acontecendo no mundo, sobre como estamos tratando a nossa Terra, a nossa mãe natureza, sobre os impactos que estamos causando aqui na nossa passagem.. apenas leiam.
Paulo Ricardo 31/07/2021minha estante
O que fazemos ao mundo, estamos fazendo a nós mesmos: somos parte do mundo. Não existe nós e o mundo, só existe nós no mundo.




Fabio.Nunes 16/05/2024

Provocativo
A vida não é útil - Ailton Krenak
Editora: Cia das letras, 2020

Este livro é um compilado de curtos ensaios do autor, publicado quando vivíamos a pandemia de covid-19.
Ailton faz parte da nação indígena Krenak, habitante das margens do Rio Doce, ou o que quer que tenha sobrado dele após os crimes ambientais das mineradoras.
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?Nós, Krenak, decidimos que estamos dentro do desastre, ninguém precisa vir tirar a gente daqui, vamos atravessar o deserto, temos que atravessar. Ou toda vez que você vê um deserto você sai correndo? Quando aparecer um deserto, o atravesse.?
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Essa foi uma leitura que iniciei sem qualquer expectativa, já que nunca havia lido nada do autor. E quão grata foi minha surpresa!
Vi-me admirado por suas ideias, expostas em curtos textos ? ora provocativas, ora assertivas, ora inspiradoras ? o que transformou esse pequenino livro numa ótima experiência.
Para além dos meus gostos e filosofias pessoais, as questões aqui colocadas nos colocam diante de duas perguntas fundamentais: o que estamos fazendo e para onde vamos?
O autor propõe em vários momentos a ideia de que há apenas uma vida no cosmos e nós fazemos parte dela.
Muito longe de mim dizer que a visão de mundo do autor é apenas bela e poética, pois para ele não é apenas uma abstração ? ele vive dessa maneira. O que eu sinto de verdade é tristeza. Por todos os indivíduos urbanos vivendo no capitalismo tardio, cada vez mais atomizados, mais desassociados da grande rede da vida ao nosso redor, e mais doentes.
Esse livro possui cinco ensaios:

1- Não se come dinheiro

?Pode ser uma ficção afirmar que se a economia não estiver funcionando plenamente nós morremos. Nós poderíamos colocar todos os dirigentes do Banco Central em um cofre gigante e deixá-los vivendo lá, com a economia deles. Ninguém come dinheiro.?

?Temos que parar de nos desenvolver e começar a nos envolver.?

?A vida vai dos oceanos para a terra firme, atravessa de norte a sul, como uma brisa, em todas as direções. A vida é esse atravessamento do organismo vivo do planeta numa dimensão imaterial. Em vez de ficarmos pensando no organismo da Terra respirando, o que é muito difícil, pensemos na vida atravessando montanhas, galerias, rios, florestas. A vida que a gente banalizou, que as pessoas nem sabem o que é e pensam que é só uma palavra. (...) Vida é transcendência, está para além do dicionário não tem uma definição.?

2- Sonhos para adiar o fim do mundo

?É mais ou menos o seguinte: se acreditamos que quem apita nesse organismo maravilhoso que é a Terra são os tais humanos, acabamos incorrendo no grave erro de achar que existe uma qualidade humana especial. Ora, se essa qualidade existisse, nós não estaríamos hoje discutindo a indiferença de algumas pessoas em relação à morte e à destruição da base da vida no planeta. (...)
não há parâmetro de qualidade nenhum na humanidade, que isso não passa de uma construção histórica não confirmada pela realidade.?

3- A máquina de fazer coisas

?(...) experimente sair de dentro desse carro, experimente ter uma relação cósmica com o mundo. Muita gente deve achar que só os pajés, ou pessoas que já alcançaram alguma forma de transcendência, podem ter essa experiência, mas isso que chamam de ciência está aí constatando o tempo todo a relação da Terra com o sistema solar, entre galáxias. Convoquemos a experiência de estarmos harmoniosamente habitando o cosmos: é possível experimentar isso na nossa vida cotidiana sem se render a todo esse terrorismo da modernidade.?

?Somos microcosmos do organismo Terra, só precisamos nos lembrar disso.?

4- O amanhã não está à venda

?Não tivemos capacidade crítica para pensar as consequências de uma crise sanitária nos grandes centros urbanos, e preciso confessar que tenho dó de quem vive nessas metrópoles. Muitas pessoas vivem sozinhas nesses centros, deixamos de ser sociais porque estamos num local com mais de 2 milhões de pessoas.?

5- A vida não é útil.

?Para além da ideia de "eu sou a natureza", a consciência de estar vivo deveria nos atravessar de modo que fôssemos capazes de sentir que o rio, a floresta, o vento as nuvens são nosso espelho na vida. Eu tenho uma alegria muito grande de experimentar essa sensação e fico procurando comunicá-la, mas também respeito o fato de que cada um tem a sua passagem por este mundo.?

?(?) a vida não tem utilidade nenhuma. A vida é tão maravilhosa que a nossa mente tenta dar uma utilidade a ela, mas isso é uma besteira. A vida é fruição, é uma dança, só que é uma dança cósmica, e a gente quer reduzi-la a uma coreografia ridícula e utilitária.?

?Viver a experiência de fruir a vida de verdade deveria ser a maravilha da existência. Alguém vai dizer: "mas tem tanta gente que vive em dificuldade material, que tem que morar em lugares de miséria e violência"... Porém os lugares de miséria violência fomos nós que criamos, não têm existência por si.?

Recomendo a leitura.
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Riri 11/08/2024

É perfeito, um pleno instrumento conscientizador
Marquei tantas frases que vou ter que voltar diversas vezes pra conseguir entender tudo. O livro faz a gente querer ler os outros dele pra achar uma forma de assimilar tudo o que a gente leu. Obrigada pela leitura, Unicamp.
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Michel Pinto Costa 30/04/2024

Somos uma praga, ok. Mas, e aí?
Ailton Krenak tem uma grande preocupação com o planeta e tem em suas obras o chamado para a origem, a ancestralidade.
Ele tem forte crítica a exploração predatória da natureza, e no livro afirma que nós, humanos, "somos a praga do planeta". Essa pode ser uma afirmação pueril, mas com 7 bilhões de pessoas vivendo nessa pedra gigante, qual a solução? É impossível voltar às origens (apesar de ser possível aumentar a produtividade e paralisar a destruição). Deveria existir um controle populacional? Voltarmos todos a morar em aldeias, plantando nosso próprio sustento e vivendo em comunidade como numa grande aldeia Krenak? Ficam essas questões.
Matheuscko 30/04/2024minha estante
Fica o questionamento, é uma análise extremamente pueril que não retrata todos os viéses, dizer que o ser humano é uma praga e que deve-se retroceder ao estado natural das coisas não resolve a situação; propõe-se uma solução que não pode ser testada e sequer podemos afirmar. Também é interessante ver como pensamentos como estes geraram as idéias malthusianas, retirando do ser humano a sua própria liberdade, um exemplo de tirania, é semelhante a madrasta da Branca de Neve: "Matarei pois a Branca de Neve, deste modo serei a mulher mais bonita!", se cria um argumento espantalho para que a tirania se estabeleça.


Michel Pinto Costa 30/04/2024minha estante
Vejo dessa mesma forma. Por trás de palavras bonitas se escondem ideias tirânicas perigosas.
Difícil debater essas ideias autoritárias implícitas, pois qualquer questionamento leva o interlocutor a sacar uma armadilha na linha de 'mas você não é favorável a preservação da natureza?'.




Marianne 06/07/2021

A Terra é um organismo vivo
O livro é necessário, pra gente sentar, ler com atenção, parar um pouco e refletir.
Ailton Krenak aborda como estamos destruindo o planeta, destruindo uns aos outros e a si mesmos, apenas pra saciar o desejo de posse.
Algumas pessoas(a maioria delas) não se deram conta que os recursos naturais não são infinitos e que as outras pessoas e os animais não são escadas e nem objetos para serem usados.
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Henrique653 28/03/2023

Um soco no estômago
Krenak questiona se quem já está acostumado a vida de "comer o planeta" teria capacidade de mudar. Não é só sobre isto este livro, mas é isto que está permeando minha cabeça após a leitura. Como viver com uma pegada menor nesse planeta moribundo?
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lina 25/08/2024

Somos nós a praga que veio devorar o mundo
Enquanto lia o livro senti como se o próprio Ailton Krenak estivesse conversando comigo, na minha frente: contando seus pensamentos e opiniões sobre o mundo diretamente pra mim.

Achei irônico esse ser um dos livros obrigatórios da Fuvest, ele debate muito sobre como a busca incessante por uma ideia inventada de produtividade nos leva ao nosso fim, e, ao mesmo tempo, estive perdendo a vontade de fazer muitas coisas que amo pra de certa forma me punir por não estar sendo ?produtiva o suficiente? nos estudos para o vestibular.

Senti as palavras desse livro como um tapa na cara bem dado. Acho que tá mais que na hora que nós, seres humanos, paremos por um momento em nossos dias corridos e em nossas rotinas incessantes para refletirmos sobre o objetivo de tudo isso. Vale à pena toda essa destruição? Eu já não tenho mais tanta certeza.
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Avyla 15/10/2023

Livro muito bom.
Primeiro livro que eu li desse autor. Adorei a forma crítica como ele escreve.
Nesse livro o autor critica nossa vivência na Terra,e como nós, individualmente, e as grandes comparações estão destruindo o planeta em prol do acúmulo de riqueza e da busca infinita de poder.
Esse livro apresenta 5 capítulos provenientes de entrevistas que o autor deu durante os últimos anos. É importante salientar que as entrevistas aconteceram no período da pandemia, então muito do que ele fala vai de encontro com as repercussões da pandemia na realidade atual e futura.
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Atila.Carlos 17/07/2021

Verdades do subconsciente
Livro que precisa ser lido, relido e "trilido". Muito significativo ter acesso a esse tipo de conteúdo pelo viés de um indígena. Ailton, nessa obra, apresenta com maestria ideias e colocações pertinentes a não só contra o capitalismo neoliberal, como também a situação política nacional vigente. Para os que crêem numa retórica que levam o consumo acima do tudo, esse relato tem a capacidade de abrir a mente deste.
Aqui, o autor nós apresenta algo que vira e mexe vem a tona em minha cabeça, as mazelas do sistema econômico mundial. Mas ele vai além, muito mais além e muito mais profundo.
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Joyce305 06/08/2024

Fantástico
Simplesmente não tenho palavras pra expressar todo o sentimento que eu senti lendo ?A vida não é útil? de Ailton Krenak. A obra traz grandes reflexões sobre o mundo capitalista em que vivemos, nos faz pensar em nossas prioridades e valores em um contexto de crise ambiental e social.
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Josy.Stoque 18/02/2021

Um livro capaz de provocar uma profunda e radical mudança
Ailton Krenak, com seu jeito de viver e ver o mundo, sempre me leva a profundas reflexões, não só sobre a sociedade em que vivo, mas como eu vivo e como gostaria de viver. Nesse livro otimista, mais que os outros dele que li, ele reforça que a mudança está vindo, inevitável, e me enche de esperança de participar desse futuro, que precisamos construir e vivenciar hoje. Me faz valorizar, ainda mais, a vivência em comunidade e os ensinamentos que os povos originários têm a compartilhar conosco.
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thalia164 06/01/2021

A angústia que é abrir os olhos
Ao nos habituarmos com esse sistema de funcionamento, muitas coisas se tornam praticamente ou totalmente automáticas. Seguimos um script de vida, porque ao que parece, não há outra alternativa se não esse modelo. Sem perceber, todos os dias alimentamos o sistema que nos corrói e corrói a terra.

Esse livro me causou angústia, eu realmente me senti triste e aflita, porque estou tão acostumada com essa engrenagem que parece impossível sobreviver fora. A vida não é útil.

"nós estamos, em relação com vida, como um peixinho num imenso oceano, em maravilhosa fruição. Nunca vai ocorrer a um peixinho que o oceano tem que ser útil, o oceano é a vida. Mas nós somos o tempo inteiro cobrados a fazer coisas úteis."
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skymae 22/11/2023

Esse livro me deu uma sacudida, me trazendo de volta ao chão. a visão do ailton sobre a vida, a terra e a relação que temos com ela, foi algo que eu realmente precisava ler nesse momento, principalmente por se tratar de um assunto tão urgente. certeiro e necessário, como sempre.
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Elis Andoli 14/04/2021

Sempre que leio ou escuto Ailton Krenak reforço a importância de escutar quem veio antes, quem estava aqui antes do homem branco chegar varrendo a terra.
Esse e outros textos dele são de suma importância para repensarmos nossa relação com a terra e com tudo que nos cerca nos entendendo como parte do todo.
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Carol 18/08/2023

"Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante. Ao longo da história, os humanos, aliás, esse clube exclusivo da humanidade - que está na declaração universal dos direitos humanos e nos protocolos das instituições -, foram desgastando tudo ao seu redor."

Esse livro fala exatamente do período da pandemia e Krenak expõe, vomita verdades sobre nossa sociedade.
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