A paixão segundo G.H.

A paixão segundo G.H. Clarice Lispector




Resenhas - A Paixão Segundo G.H.


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Dilaine 07/09/2020

Esperei o momento certo
Eu queria ler esse livro desde os 15 anos, mas agora vi que escolhi o momento certo para lê-lo, esse livro foi uma conversa comigo mesma, ao mesmo tempo que a personagem conversava com ela mesma.
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Alan360 07/09/2020

Tentei mas infelizmente não deu liga
Este foi o terceiro livro que li da Clarice. Gostei de A hora da estrela, não gostei de Felicidade Clandestina nem de Paixão segundo GH. Tentei mas infelizmente não deu liga com a autora.
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Thereza 08/09/2020

Para viver é preciso viver
G.H. é o que se lê na valise de couro, é o que a narradora se vê sido. Mas há a G.H. antes de ontem e a G.H. de hoje. Ontem ela descobriu em sua própria casa um cômodo que parecia acima da casa, um lugar seco e demasiado iluminado pelo sol - isso em sua casa tão úmida. E foi nesse cômodo, sob o espanto de reconhecer-se na parede, que ela sentiu desejo de matar. Mas a morte da barata não veio de imediato, mas fez-se lentamente, derramando seu sangue branco sedento por ser experimentado.
O que resta da G.H. da valise de couro, o que resta de humanizado nesta mulher que teve o desejo de matar?
"E eu não quero perder a minha humanidade! ah, perdê-la dói, meu amor, como largar um corpo ainda vivo e que se recusa a morrer como os pedaços cortados de uma lagartixa."
A vida lhe assusta, o já, o viver por viver lhe faz querer fugir. Talvez não para um lugar, mas para um estado, para uma invenção. Ela sabe que antes havia vivido algo inventado, tanto que nem pode dizer que vivia. E, agora, que é puxada à viver sem esperar se viver, é como se antes tivesse três pernas e uma lhe fora arrancada a mandando de volta à realidade de caminhar com duas pernas. Exceto pelo fato de que o "de volta" é ilusório, pois não se sabia como é ter duas pernas, assim como não se sabia como viver.
Aos poucos vamos segurando a mão de G.H., como se mesmo assustados com seu relato, assumíssemos a posição de suporte à alguém que parece que irá sucumbir a qualquer instante. E sucumbir a quê? Não se sabe.
Mas viver, quando se percebe enfim que o está fazendo, é quase inevitável. Pode se escolher voltar àquele estado indefinível de antes, mas como ter forças para voltar? Sem nem saber para o quê... O medo de viver é grande, mas se acostuma a conviver com o medo. Clarice diz que G.H. lhe trouxe uma espécie de felicidade. A mim trouxe algo semelhante, somado à uma imensa satisfação e alívio pela sua escolha. Para viver não é preciso compreender ou esperar, para viver é preciso viver.

site: https://www.youtube.com/watch?v=X645AWFrgB4
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Vanessa591 15/09/2020

Não sei bem o que dizer sobre esse livro, qualquer coisa parece parece simples e redutivo demais pra falar dessa experiência. São muitas reflexões complexas, camadas e mais camadas de vida e morte e liberdade e deus e nada. Cada frase, cada parágrafo me tirava o ar ao me fazer pensar na minha própria existência. O que me impressiona muito é a forma como a Clarice conseguiu colocar em palavras sentimentos e sensações tão singulares e tão inexplicáveis. É uma leitura transformadora.
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Seven 16/09/2020

Quando a desconstrução surge
O sentir é amplamente descrito por Clarice em várias de suas obras, porém, em "A paixão segundo GH", o sentir transcende, e essa transcendência não é escolhida por nós. Ela surge, se aquieta em nosso peito, e explode. É com uma granada de sentimentos que GH nos mostra. Nos pede a mão, tem medo. Também temi ao ler. Li aos poucos como se precisasse da leitura, como se esperasse que a qualquer momento encarasse uma barata em meu armário e o universo que habita em mim fosse explanado diante de meus olhos... Mas eu temo, assim como GH, então me aventurei em suas palavras de amor, paixão e quaisquer dos mais humanos sentimentos.
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Lucas.Batista 18/09/2020

Conflitante.
esse é um livro difícil de resenhar, umas vez que a própria autora não foi capaz de dizer sobre o que ele era.
É uma leitura que prende ao mesmo tempo em que afasta.
Que é fluida ao mesmo tempo em que é intrincada.
Causa fascínio e nojo, na mesma medida. As vezes em um mesmo parágrafo.
Eu recomendo. Mas não sou nem mesmo capaz de dizer o pq de recomendá-lo.
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Rafa.Dulce 03/10/2020

Metáforas
É um livro completamente escrito através de metáforas, em que ela filosofa acerca da natureza humana, da vida e de Deus. É um livro para se ler devagar e com bastante cuidado para saborear o melhor de Clarice Lispector...
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Elion.Gabriel 07/10/2020

Uma profunda reflexão sobre o ?ser?.
?... ? a vida em mim e? ta?o insistente que se me partirem, como a uma lagartixa, os pedac?os continuara?o estremecendo e se mexendo. Sou o sile?ncio gravado numa parede, e a borboleta mais antiga esvoac?a e me defronta: a mesma de sempre. De nascer ate? morrer e? o que me chamo de humano, e nunca propriamente morrerei.?
Como que se fala de um livro desses, minha gente?
Sa?o tantas maneiras de fazer uma ana?lise que fica difi?cil manter apenas um foco. Poderia falar desse livro a partir de sua personagem principal G.H., uma mulher de classe me?dia-alta que vive em uma semiluxuosa cobertura; poderia aborda?-lo a partir da barata, o ser que desencadeou em G.H. as epifanias em fase embriona?ria que nela habitavam; poderia analisa?-lo a partir do ?ao na?o ser, e? que sou?;...
Mas quero falar dele como sendo uma alusa?o ao conhecimento do mundo, ao conhecer do que e? bom. Sim, somente do que e? bom, porque e? a partir do bom que se tem a maior ideia do que e? ser mal. Assim como o ?ser? mal e? o mais pro?ximo que chegamos de sermos bons, pois pelo menos seremos o oposto daquilo que buscamos ou acreditamos ser. A barata. Ah, a barata! O ser que causa repugna?ncia a quase todos, mas que para G.H., a partir do ?olhar? minucioso para o bicho, tornou-se o seu fruto do conhecimento do bem e do mal.
Como diria Clarice, esse livro nada tira de ningue?m. O que nos resta e? aprendermos com ele.
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igsuehtam 09/10/2020

Melhor leitura do ano
Esse foi uma das melhores leituras que já tive.


Vários tapas na cara que faz qualquer acordar pra vida.

Ainda tô com gosto o amargo na boca por causa da barata.
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Claudio.Kinzel 14/10/2020

O nojo me guia e me fecunda
A Paixão Segundo G.H. é uma experiência literária única, na qual várias interpretações são possíveis diante da singela história de uma mulher que se depara com uma barata no quarto da recém demitida empregada. O devaneio de Clarice na sua escrita por vezes sem sentido é proposital, e tem por objeto causar desconforto e estranheza, o mesmo sentimento que nossos antepassados sentiram ao se perceberem no mundo como seres pensantes, separados da natureza e dos animais, e saberem-se seres finitos. Afinal, "a verdade tem que estar exatamente no que não poderei jamais compreender".

O desenho encontrado no quarto (um homem, uma mulher e um cão) remete ao primitivo; é um quarto transcendental que a levou a se deparar frente a frente com o passado da espécie. Lembrei-me da metamorfose de Kafka e não pude deixar de pensar que a barata que ela encontra é, na verdade, Gregor Samsa ali, perdido no quarto. O que aconteceu com aquele homem, que numa noite deixou de ser humano para se tornar um bicho asqueroso, e com isso deixar sua função social de servir pelo trabalho, parece que serviu de inspiração para que Clarice escrevesse uma espécie de continuação: o que eu, mulher que vive futilmente, faria se encontrasse e ainda resolvesse comer um ser nojento imaginado por Kafka há algumas décadas? "O nojo me guia e me fecunda".
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Analu 17/10/2020

Maravilhosa
Faltam palavras para descrever esta obra, uma experiência absolutamente incrível!
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jessyhehe 19/10/2020

Profundo
Esse livro é simplesmente muito profundo. Eu diria até mesmo que essa obra está mais relacionada a filosofia e a prosa poética. Ou seja, se você procura uma leitura fluída, fácil e compreensível não leia rsrsrs.
Mas se vc quer se aventura em uma leitura que é um mar de metáforas e se aprofundar nas filosofias da vida então leia que vc vai gostar. :)
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Gabriel Seixas 21/10/2020

Tudo começou por causa de uma baratinha...será?
Livro: A paixão segundo G.H. | Autora: Clarice Lispector | Ano de publicação: 1964

Primeira vez que leio Clarice e já no começo percebo a sua introspecção, realmente é onde ela se embasa e constrói sua narrativa. Como é possível que apenas um fato que acontece na vida da personagem possa desenrolar tantos pensamentos e reflexões? É como se estivesse lendo um monólogo e não um romance. Esperava uma linearidade de fatos, diálogos e personagens. Um cenário, passagem no tempo, construção e desconstrução de histórias.

E nessa pegada aprendi a forma como Clarice comunica suas histórias: através de perguntas. E me identifiquei bastante. Geralmente quando começo a escrever sobre alguma obra eu me questiono bastante, inclusive durante a resenha. Essa ferramenta fantástica de exploração pelas palavras, sempre consegue ou nos certificar de um fato ou plantar a semente da dúvida. Em A paixão segundo G.H., G.H. se coloca nesse momento da vida, o momento onde bastava algo acontecer para que ela entrasse numa espiral de perguntas. É como se fosse uma autoterapia, autoreflexão, autopercepção.

Com essa profundidade de mergulho interno a história vai seguindo e o fato crítico na primeira vez que li me pegou desprevenido: o encontro com uma barata na quaro da empregada. Ela, que sempre teve a casa (e suas relações) impecável depara-se com esse ser sujo, milenar, cascudo dentro da sua propriedade. Como ela chegou até ali? O que significa esse ser o que fazer com ele? O que ela fará à partir disso? Por alguns momentos achei muita viagem mental, um vai e volta de lembranças e conexões, me perdi em alguns trechos. E acho que aí que esse livro se destaca, é preciso estar presente pra se colocar no lugar de G.H., embarcar com ela nessa jornada iniciada pela barata.

Encerro com uma passagem muito interessante: “Eu, corpo neutro de barata, eu com uma vida que finalmente não me escapa pois enfim a vejo fora de mim – eu sou a barata, sou minha perna, sou meus cabelos, sou o trecho de luz mais branca no reboco da parede – sou cada pedaço infernal de mim – a vida em mim é tão insistente que se me partirem, como a uma lagartixa, os pedaços continuarão estremecendo e se mexendo. Sou o silêncio gravado numa parede, e a borboleta mais antiga esvoaça e me defronta: a mesma de sempre. De nascer até morrer é o que eu me chamo de humana, e nunca propriamente morrerei.”

#resenhaliteraria #leitura #livros #apaixaosegundogh #claricelispector
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Fabi 02/11/2020

Caramba, Clarice!
Este é um livro difícil de resenhar, pois a cada vez que vc o lê, passa por uma experiência diferente. Escolhi a época certa para ler. E tenho certeza que, se eu o reler em outra fase de minha vida, novas ideias surgirão.
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