spoiler visualizarAdriel 07/10/2023
É bom, mas cansativo.
Chega um momento em que tu se pergunta se a leitura merece ser continuada, não por estar ruim, mas você está tão cansado, tão estressado com os eventos e com a narrativa de um personagem ou outro que faz vir à tona o pensamento de deixar o livro de lado por um tempinho. Fiz isso por alguns dias e funcionou, tive forças para voltar e encarar o caos que esse livro estabeleceu.
O que esse livro ganha de terrorismo desenfreado, ele perde com a ferocidade de alguns personagens. No segundo livro, Uma Tocha na Escuridão, notei que a comandante começou a ficar mais apagada, mesmo sendo ressaltado a todo instante a sua força e crueldade implacável, ainda senti falta da megera astuta e torturadora que encontrei no primeiro livro, obviamente o motivo dessa falta não é sentir saudade das atrocidades que ela comete, mas porque ela fica distante nesse livro, embora tenha muita importância para a trama, virando uma coadjuvante que mal pode-se notar. A comandante em Uma Chama Entre as Cinzas, mesmo não tendo o destaque principal, parecia muito mais presente, sua ameaça era mais feroz, o medo que Sabaa Tahir fazia o leitor sentir quando colocava a mãe de Elias em cena era real, agora, em Um Assassino nos Portões, é só uma sombra.
Elias ficou chato, sempre foi, mas agora está um chato de galocha, de mão cheia, insuportável. Incrível como ele foi de um guerreiro frio, treinado para ser sanguinário, herdeiro da mais poderosa Gens do império e filho da mãe mais disfuncional de todos os tempos, para ser esse bundão. Tahir nos deu algum vislumbre do Elias Marcial vez ou outra, mas nunca o suficiente para deixar de ser esse fracote meia bomba. No entanto, ressalvas para as partes finais do livro, onde ele finalmente abandona o coitado que ele havia se tornado para ser forte e cumprir seu dever.
Helene Aquilla, de obstinada, poderosa, guerreira formidável e inteligente sobremaneira, para uma doida, desesperada, burra, enfermeira e cantora. Eu desacreditei quando acompanhei essa mulher assistir Marcos Farrar cortar a garganta de quase todos os membros da família dela e Helene simplesmente aceitar, me recusei ainda mais a acreditar que ela se tornou mais estúpida após esses eventos. Não é de se jogar fora pensar que uma pessoa que passa por tanta desgraça poderia se apegar a qualquer fio de sanidade mental, mas era melhor que ela se tornasse uma peste brutal e assassina impiedosa e tramasse com a comandante a morte do imperador, do que ela se reduzir a essa pamonha e aceitar o Marcos moer a irmã dela de pancada.
Laia e Darrin: ela é meio burrinha mesmo, Darrin não teve o desdobramento que eu gostaria, mas eles são ótimos personagens de qualquer modo. Ela, embora seja muito emocionada, começou a ponderar ser mais objetiva e agir com mais coragem. As emoções dela sempre atrapalham, mas tornam Laia quem ela é e o desenvolvimento dela é muito bonito.
O livro, no geral, é bom. Fica ainda melhor da terceira parte em diante, o enredo vira uma avalanche, as sequências dos acontecimentos raramente dão brecha para uma pausa, não surge desinteresse e quanto mais próximo do final, mais a loucura aumenta.
Sobre o Plot Twist, eu só fui gostar dele no final, quando a mãe da Laia é deixada para trás para enfrentar os karkauns sozinha e dar a chance da filha salvar a Águia de Sangue e a si mesma. Só ali essa reviravolta teve um certo peso para mim. No entanto, sei que essa impressão é única e que a maioria das pessoas sofreram um impacto positivo com esse Plot.
O que aconteceu com Spiro Teluman?