Carous 20/08/2020 Resenha de Razão e Sensibilidade
Estou feliz de ter lido esse livro por dois motivos: o mais óbvio que é se aventurar nas deliciosas histórias de Jane Austen e o segundo porque agora posso marcar mais uma leitura da minha meta literária de 2018 concluída. Yay
A edição rosa da Martin Claret traz três obras da escritora. Eu li na seguinte ordem: Orgulho e Preconceito, Persuasão e Razão & Sensibilidade. E meu ranking coincidentemente ficou na mesma ordem.
Eu não queria dar a mesma nota de Persuasão, pois enquanto esse eu me empolguei desde a primeira página e não pensei em abandonar, tive problemas com Razão & Sensibilidade. Para mim só começou a me dar prazer em ler depois da página 100.
Antes disso tudo parecia meio confuso, eu não conseguia detectar com tanta clareza a sensibilidade de Mariane, nem a racionalidade de Elinor, nem as outras características marcantes dos demais personagens. Não captava a ironia da Jane ou dos personagens, o sarcasmo com que um personagem mencionava outro, nem sabia de quem a família Dashwood (Elinor, Mariane, Margaret e a mãe delas) gostava de todo coração e de quem tolerava por parentesco ou amizade (tirando a cunhada porque era óbvio que ela não gostava da família do marido e a recíproca era verdadeira). Acho que a causa foi ter visto (milhares de vezes) a adaptação pro cinema ( de que gostei muito, aliás) em que lá tudo era preto no branco e mastigado pro espectador.
E aí após a metade do livro, eu consegui entender (e guardar) a personalidade de cada personagem, gravar os nomes e as ligações e tudo ficou mais fácil. Inclusive, apesar de preferir o filme, gostei muito mais da Mariane apresentada aqui. A da adaptação era tão chatinha e infantil... enquanto que a do livro, apesar dos seus 16 anos e de ser mais sensível, impulsiva e sentir mais as coisas - como todo/a adolescente - era mais amadurecida. O que significa que as características da personagem só combinam com uma certa fase da vida e uma certa idade, eu acho.
Apesar de me considerar diferentona no aspecto literário, aqui eu segui o bonde de gostar dos personagens de bom caráter e detestar os mesquinhos, cretinos e ardilosos.
Um último comentário: tem gente que reclama da falta de beijo entre Lizzie e Darcy, mas deviam conhecer as outras obras da Jane em que o casal mal interage apesar da química e da construção da relação deixando o leitor com aquele gosto de "EU PRECISO DE MAIS DO QUE ISSO, JANE, TENHA DÓ" no leitor. Adivinha só? Com os casais deste livro não foi diferente.
E embora não tenha amado e favoritado o livro, nossa, Jane Austen é uma diva, merece toda a fama, todo o elogio, toda a glória porque ela escreve tão bem, criou personagens tão marcantes e enredos tão envolventes que é de chorar.
Resenha de Orgulho e Preconceito
Faz jus à toda fama que este clássico tem há anos!
Eu nunca imaginei que fosse concordar tanto com a opinião dos especialistas sobre essa obra, mas eis-me aqui afirmando que Orgulho e Preconceito não é daqueles clássicos que ganham elogios e fama à toa. É simplesmente soberbo!!
Nem sei o que dizer de Jane Austen que nunca conheci, mas considero pacas! Simplesmente que ela elaborou uma história maravilhosa, com personagens icônicos, uma heroína foda e um casal que não tem como não shippar! E o melhor: mostrando que não precisa escrever cenas de sexo constrangedoramente detalhadas para provar que duas pessoas se amam muito.
Bom, vou resumir o que achei dos personagens. Tenho muitos elogios à Elizabeth, Jane, Darcy, Bingley, o casal Gardiner
Resenha de Persuasão
Eu gostei mais de Orgulho e Preconceito do que deste livro, apesar de ter lido e ouvido elogios a ele de pessoas que confio e esperar me deliciar tanto quanto o livro anterior que li.
Mas ainda assim gostei da história, dos personagens - principalmente da Anne - e shippei o casal principal com força SIM. Também sofri com ele. Li o livro relativamente rápido e, honestamente, não conseguia largá-lo.
Achei esse livro mais leve que Orgulho e Preconceito pela praticamente inexistência de personagens empatando a vida dos demais. Enquanto que em Orgulho e Preconceito eu senti que os personagens brincavam com o destino alheio por má fé, preconceito e mesquinhez, em Persuasão parecia não ser por maldade, mas por terem sido criados naquela cultura e apenas obedecerem a ela sem pensar muito no caso. E isso foi um personagem ou outro.
Sem tramoias, sem muita ação... parecia que esse livro seria um marasmo sem fim. Até porque Anne não tinha a mesma personalidade forte de Elizabeth Bennet. Ela é mais sensível, jamais é irônica com ninguém e sofre calada - aliás, sofre demais, tadinha! - Mas o livro passa longe de ser entendiante.
Eu tirei uma estrela apenas porque achei muita escassa as interações entre Anne e o capitão Wentworth. Fiquei com gosto de quero mais e acho que Jane Austen poderia ter sido mais generosa com o leitor e com os personagens principais. Ainda mais depois de tudo o que eles tiveram que passar.
Esta edição da Martin Claret ainda trouxe um desfecho que Austen tinha escrito, mas não gostou muito. Achei legal da parte da editora e respirei aliviada com o bom senso da escritora porque o capítulo final deixaria o leitor ainda mais frustrado.
(ps.: acho que não ficou claro na resenha o quanto eu AMEI a Anne, AMEI seu jeito de lidar com a ansiedade e demais situações - me identifiquei MUITO com ela aí -. Amei que ela era tão querida pela família do cunhado e queria dar um murro na cara do sir Walter e de Elizabeth por menosprezarem tanto a melhor Elliot da família)