O amante

O amante Marguerite Duras




Resenhas - O Amante


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vi lupielo 14/01/2023

WHITE GIRLS PROBLEM and MOMMY ISSUES
A relação dela e do Amante era para ser o ponto principal da história, mas pra mim foi apenas pequenos momentos de alívio durante a narração desse tempo da vida dela, ela escreveu de forma mais sincera foi a relação que ela mantinha com a família, considerando a época em que ela viveu foi muito corajoso da parte dela escrever sobre isso, sobre como a família dela era completamente disfuncional e abusiva, como a mãe dela era omissa e ao mesmo tempo violenta.

A relação dela com aquele homem chinês era errada, não pelos motivos preconceituosos que as famílias deles acreditavam, mas sim por sua pouca idade.

Sobre a escrita, em alguns momentos por ser escrito como um fluxo de pensamento me gerou certo incômodo, porém acredito que esse incômodo tenha sido proposital, apesar disso a compreensão é fácil e a leitura é rápida e agradável.
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Luciana1005 12/01/2023

O amante
O Amante é um romance autobiográfico escrito por Marguerite Duras e publicado no ano de 1984. Duras tinha 70 anos quando ele foi publicado.

Ele apresenta uma narrativa que toca a alma e um dos pontos fortes da história é a forma como Marguerite Duras consegue expressar a complexidade dos relacionamentos familiares. Aqui encontramos relacionamentos tóxicos e profundos. No decorrer do texto o tempo se mistura. Ora estamos no passado, ora estamos no futuro. A leitura exige que o leitor esteja atento para que consiga caminhar pelo tempo dos acontecimentos de maneira nada linear.

O relato do O Amante é profundo, complexo e muito bonito. Terminei esta leitura com uma sensação muito forte de melancolia. Duras fez com que sentisse suas emoções de maneira muito intensa e deixou claro que o processo de reflexão sobre a vida é contínuo. Nunca para.

E no final, não sabemos o que é real e o que é fruto de um processo criativo genial, nesta história. O livro é tão bonito que não saber o quanto traz de verdadeiro em fatos é apenas um pequeno detalhe.
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Marcelo217 11/01/2023

Memórias caóticas
Recebi muitas recomendações desse livro e finalmente consegui ler O Amante, só que saio da leitura com as expectativas não alcançadas.

Não se sabe ao certo o que de fato aconteceu a autora e o que foi ficcionado por ela nesse livro. O que, claro, me deixou curioso, mas, ao mesmo tempo, desapontado com a execução da narrativa.

A história de uma adolescente que vive em uma família assolada por tragédias e dramas familiares na extinta Indochina. Ela arranja um amante para suprir seus desejos e através de relatos espaçados divide com o leitor como a dinâmica de ser uma estudante francesa entediada e opromida em uma colônia europeia.


O livro pra época deve ter sido bastante polêmico por expor com sinceridade a relação extraconjugal de um homem casado no início do século XX. Também a intimidade vivenciada pela adolescente nesses encontros sexuais é um ponto que deve ter sido chocante de se ler. Não há um apelo sexual explícito. Não é degradante, é quase romantizado, pois o foco narrativo é mais voltado para a perspectiva pessoal.


É possível ver um lirismo maduro da personagem mesmo com pouca idade. Relações de interesse familiares e a completa falta de perspectiva como temas trabalhados no decorrer do livro. As desventuras da jovem, sua mãe e seus irmãos geram bastante reflexões mesmo que transmitidas em um ritmo monótono e sem tensão.

Porém nem tudo faz sentido: os relatos são cronologicamente confusos, simples, mas que requerem uma atenção redobrada para não se perder na narrativa. Se o propósito da autora era apenas jogar acontecimentos a esmo sem aprofundá-los de maneira consistente, acabou fazendo do livro uma história narrada com despropósito.

O livro não é desagradável, nem difícil de se ler, mas poderia ser mais bem descritivo. Poderia ter sido amarrado, principalmente em seu desenvolvimento, com um final menos abrupto. Temporalmente, o que deveria ser um periodo longo pareceu ser apenas um curto relato com uma enxurrada de acontecimentos levemente desconexos. Como se a autora só quisesse amontoar um monte de informações para descrever o caos da vida da personagem. Leitura interessante para entender a dinâmica de uma familia francesa em decadência na primeira metade do século XX nesse eixo Europa-Ásia.
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Luíza 11/01/2023minha estante
Cara, esse livro é perfeito. De fato, por conta da diferença de idade entre eles acaba sendo surpreendente no início, mas só de ser autobiográfico me motivou muito a ler (sem contar que ela mentiu a idade). Assista o filme também, é muito bom


lilzinha 11/01/2023minha estante
vou assistir sim! também amei bastante o livro




Victória 08/01/2023

Uma menina com chapéu masculino
Tinha visto uma citação desse livro em uma leitura que fiz para a matéria de Sociologia da Moda. Essa falava sobre como o chapéu utilizado por Marguerite aqui é praticamente um personagem.

Mas confesso que esse elemento é uma das poucas coisas que me chamaram mais atenção.
Gostei também de de ver essa história da ocupação francesa na Ásia pois é algo que não fazia ideia.
É possível ver o quanto a vida da autora foi difícil durante toda a juventude e como a aparição do homem chinês e seu envolvimento com ele foi um importante escape nesse contexto. Tudo aqui é mais angustiante do que romântico, principalmente a relação familiar pelo qual Marguerite passou.

Dito isso, não foi um livro que me engajou. A narrativa entrecortada, com várias frases em pequenos parágrafos, talvez até seja intencional para causar uma quebra de ritmo e instabilidade própria de uma história tão caótica, assim como as alterações de tempo verbal e alternâncias entre primeira e terceira pessoa. Mas acabou ficando cansativo pra mim, que não consegui me conectar com nada aqui.
Um clássico é um clássico, mas ta tudo bem não gostar deles de vez em quando.
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Carol2488 08/01/2023

Literatura francesa
Pode ser um pouco confuso, não é um livro de leitura fácil. Deixa muitas informações subentendidas e acho que só conseguirei algumas respostas em uma segunda leitura. Explora relações familiares e expatriados. A escrita é fluída, direta, o que ajuda na compreensão de um texto tão cheio de simbolismos.
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Indaiara 28/12/2022

Uma garota francesa, seu batom vermelho e chapéu masculino
A menina passou por muita coisa... Seja pelos infortúnios da família, a personalidade de cada um deles, a infância roubada de si, a angústia de viver em um misto de sofrimento e excitação constante. Ela diz que sabe o que quer e o que não quer, mas sinto que isso fala muito mais do quanto ela está machucada, calejada pela vida, mesmo ainda tão nova. O amante que dá o título à obra está ali e é uma boa parte da história, mas não o vejo como centralidade, e sim a relação dela com a mãe, com o viver e ser uma moça naqueles tempos com todas as exigências do perfil que a mulher deveria ter. A narrativa é muito visual, o que torna a leitura mais prazerosa.
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bia 21/12/2022

curto, mas complexo
É um livro que segue o fluxo de memórias, sem cronicidade, com troca de narradores, e tudo isso o torna mais denso. Apesar de ter partes bem marcantes, a leitura em geral não me envolveu tanto assim.
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aliciarznd 13/12/2022

Considerado o livro mais autobiográfico da escritora, dramaturga e cineasta Marguerite Duras
(1914-1996), O amante, escrito em 1984, recebeu o Prêmio Goncourt, o mais importante da literatura francesa e se consagrou como sua obra mais célebre. O romance narra um episódio da adolescência de Duras: sua iniciação sexual, aos quinze anos e meio, com um chinês rico de Saigon.
Se as personagens e fatos são verídicos, a escrita os transfigura e transcende; não sabemos em que medida a história é verdadeira. Os encontros amorosos são, ao mesmo tempo, intensamente prazerosos e infinitamente tristes; a vida da família contrapõe amor e ódio, miséria material e riqueza afetiva. A presença da mãe, sua desgraça financeira e moral, do irmão mais velho, drogado, cruel e venal, e do irmão mais novo, frágil e oprimido, constituem uma existência predominantemente triste, e por vezes trágica, de onde Duras extrai um esplendor artístico que se reflete em sua própria pessoa - personagem enigmática, quase de ficção. Tem sido dito que ler este livro é como folhear um álbum de fotografias - a narrativa se desenrola em torno de uma série de imagens fascinantes. Esse trabalho primoroso com as imagens também pode ser verificado nos mais de vinte filmes dirigidos por Duras e na possibilidade de seus textos se transformarem em filmes, como o fez Jean-Jacques Annaud com O amante em 1991. O livro integra a coleção Mulheres
Modernistas - que já conta com O homem sentado no corredor e A doença da morte, volume que traz duas novelas da autora - e inclui posfácio de Leyla Perrone-Moisés e sugestões de leitura.
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Jamila 12/12/2022

Leitura complexa
O Amante é considerado um livro autobiográfico de Marguerite Duras, apesar disso não ficar claro durante as páginas.
Marguerite já com 70 anos narra a história de uma moça(aparentemente ela mesmo), muito jovem, que se vê envolvida com um homem mais velho. Como se fosse um livro de memórias.
.
Além das lembranças da iniciação sexual Marguerite traz também a história familiar conturbada.
Muitas vezes a escrita parece uma libertação de fantasmas que ficaram escondidos durante a vida.
.
É uma leitura difícil.
.
Trecho ??

"Muito cedo na minha vida ficou tarde demais. Quando eu tinha dezoito anos já era tarde demais. Entre dezoito e vinte e cinco meu rosto tomou uma direção imprevista. Aos dezoito anos envelheci. Não sei se é assim com todos, nunca perguntei. Creio que alguém já me falou dessa investida do tempo que nos acomete às vezes na primeira juventude, nos anos mais festejados da vida. Esse envelhecimento foi brutal..."
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Rute31 08/12/2022

O Amante
?[...] de repente não tinha certeza se não o havia amado com um amor do qual não se apercebera porque ele tinha se perdido na história como a água na areia.?

Nesse romance autobiográfico, a autora narra o envolvimento com um amante chinês, um homem rico, numa narrativa mesclada de dor e gozo, de paixão e desapego, de amor e medo.
O amante a ama, mas não pode nunca pensar em se casar com ela. A história de ambos não pode passar do que é, um caso.

As tardes de amor com o homem chinês se contrapõem às narrativas sobre a infância e a família, sua mãe e seus irmãos, bem como seu tempo no Liceu e no pensionato. Tudo parece uma fotografia, como alguém quando nos conta uma história segurando uma fotografia.

Gostei muito desse livro, é um romance curto, mas muito denso, tem muitas camadas. A autora joga tanto com os tempos verbais quanto com as pessoas na oração (usa eu, depois ela, para se referir à protagonista) e isso deixou a narrativa mais dinâmica, parece mesmo uma conversa.

Foi o primeiro livro que li da Marguerite Duras e gostei bastante.
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mari mecenas 04/12/2022

"Era preciso avisar as pessoas dessas coisas. Informar que a imortalidade é mortal, que pode morrer, que aconteceu e ainda acontece. Que ela não se mostra enquanto tal, nunca, que ela é duplicidade absoluta. Que ela não existe no detalhe mas apenas como princípio. Que algumas pessoas podem acolher essa presença da imortalidade, desde de que não se dêem conta disso. Assim como algumas outras pessoas podem perceber essa presença nos demais, com a mesma condição, desde que não se dêem conta disso. Que a vida é imortal enquanto vive, enquanto se está em vida. Que a imortalidade não é uma questão de mais ou menos tempo, não é uma questão de imortalidade, é uma questão de alguma outra coisa que continua desconhecida. Que é tão falso dizer que ela não tem começo nem fim quanto dizer que ela começa e acaba com a vida do espírito, pois é do espírito que ela participa e da busca do vento. Olhem as areias mortas dos desertos, o corpo morto das crianças: a imortalidade não passa por ali, ela para e contorna."
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Rafa 28/11/2022

O AMANTE, MARGUERITE DURAS
Não foi fácil para mim e, até este momento, tudo se confunde. Mas o livro precisa ser digerido. O seu grito seco permanece em um ressoar contínuo.

O enredo traz algo, na superfície, que aponta para um outro, profundo, escuro: decifra-me. Não é sobre o romance entre uma menina de quinze anos e um homem mais velho, são os mortos.

"Eles estão mortos, agora, a mãe e os dois irmãos. É tarde demais mesmo para as lembranças. Não os amo mais. Nem sei se os amei. Eu os deixei. Não tenho mais na memória o cheiro de sua pele nem em meus olhos a cor dos seus. Não me lembro mais da voz, exceto às vezes a voz da doçura mesclada ao cansaço da noite. O riso, não ouço mais, nem os gritos. Está acabado, não lembro mais".

É da infância na Indochina Francesa (atual Vietnã) que irradia a literatura de Marguerite Duras. É da solidão e de uma vertiginosa dor que vem a potência da sua escrita: "Comecei a escrever num meio que me impelia fortemente ao pudor. Escrever para eles ainda era moral. Escrever, agora, é muitas vezes como se não fosse mais nada. Às vezes sei disto: que a partir do momento em que não é mais todas as coisas confundidas, ir ao sabor da vaidade e do vento, escrever não é nada. Que a partir do momento em que não é, a cada vez, todas as coisas confundidas numa só por essência indefinível, escrever não é nada senão publicidade".

Esse trecho, logo nas primeiras páginas, traz o retrato da narrativa, o ontem e o hoje, misturando-se em pensamentos e relatos, percepções, fotografias bem marcadas no texto, e o tempo, o tempo passando de modo indecifrável, veloz. Em que ponto estamos? Ah, sim, "muito cedo foi tarde demais em minha vida. Aos dezoito anos, já era tarde demais". Há um rosto na narrativa. Um rosto de menina maquiado como mulher adulta, ?prostituta branca?, pintada de desespero, mas bonita, bonita, o que ela acreditasse ser, o que quisessem que ela fosse. Dura, cortante, impassível. Uma menina totalmente conectada com o desespero da mãe. Uma mulher desperta pelo ódio.

Não se atravessa facilmente essa terra amarga. Não se avança sem que se sinta um peso desolador. Mas algo fica ausente, suspenso. Eu, como leitora, não consegui sentir os personagens. São fantasmas.
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