O amante

O amante Marguerite Duras




Resenhas - O Amante


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aliciarznd 13/12/2022

Considerado o livro mais autobiográfico da escritora, dramaturga e cineasta Marguerite Duras
(1914-1996), O amante, escrito em 1984, recebeu o Prêmio Goncourt, o mais importante da literatura francesa e se consagrou como sua obra mais célebre. O romance narra um episódio da adolescência de Duras: sua iniciação sexual, aos quinze anos e meio, com um chinês rico de Saigon.
Se as personagens e fatos são verídicos, a escrita os transfigura e transcende; não sabemos em que medida a história é verdadeira. Os encontros amorosos são, ao mesmo tempo, intensamente prazerosos e infinitamente tristes; a vida da família contrapõe amor e ódio, miséria material e riqueza afetiva. A presença da mãe, sua desgraça financeira e moral, do irmão mais velho, drogado, cruel e venal, e do irmão mais novo, frágil e oprimido, constituem uma existência predominantemente triste, e por vezes trágica, de onde Duras extrai um esplendor artístico que se reflete em sua própria pessoa - personagem enigmática, quase de ficção. Tem sido dito que ler este livro é como folhear um álbum de fotografias - a narrativa se desenrola em torno de uma série de imagens fascinantes. Esse trabalho primoroso com as imagens também pode ser verificado nos mais de vinte filmes dirigidos por Duras e na possibilidade de seus textos se transformarem em filmes, como o fez Jean-Jacques Annaud com O amante em 1991. O livro integra a coleção Mulheres
Modernistas - que já conta com O homem sentado no corredor e A doença da morte, volume que traz duas novelas da autora - e inclui posfácio de Leyla Perrone-Moisés e sugestões de leitura.
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Jamila 12/12/2022

Leitura complexa
O Amante é considerado um livro autobiográfico de Marguerite Duras, apesar disso não ficar claro durante as páginas.
Marguerite já com 70 anos narra a história de uma moça(aparentemente ela mesmo), muito jovem, que se vê envolvida com um homem mais velho. Como se fosse um livro de memórias.
.
Além das lembranças da iniciação sexual Marguerite traz também a história familiar conturbada.
Muitas vezes a escrita parece uma libertação de fantasmas que ficaram escondidos durante a vida.
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É uma leitura difícil.
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Trecho ??

"Muito cedo na minha vida ficou tarde demais. Quando eu tinha dezoito anos já era tarde demais. Entre dezoito e vinte e cinco meu rosto tomou uma direção imprevista. Aos dezoito anos envelheci. Não sei se é assim com todos, nunca perguntei. Creio que alguém já me falou dessa investida do tempo que nos acomete às vezes na primeira juventude, nos anos mais festejados da vida. Esse envelhecimento foi brutal..."
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Rute31 08/12/2022

O Amante
?[...] de repente não tinha certeza se não o havia amado com um amor do qual não se apercebera porque ele tinha se perdido na história como a água na areia.?

Nesse romance autobiográfico, a autora narra o envolvimento com um amante chinês, um homem rico, numa narrativa mesclada de dor e gozo, de paixão e desapego, de amor e medo.
O amante a ama, mas não pode nunca pensar em se casar com ela. A história de ambos não pode passar do que é, um caso.

As tardes de amor com o homem chinês se contrapõem às narrativas sobre a infância e a família, sua mãe e seus irmãos, bem como seu tempo no Liceu e no pensionato. Tudo parece uma fotografia, como alguém quando nos conta uma história segurando uma fotografia.

Gostei muito desse livro, é um romance curto, mas muito denso, tem muitas camadas. A autora joga tanto com os tempos verbais quanto com as pessoas na oração (usa eu, depois ela, para se referir à protagonista) e isso deixou a narrativa mais dinâmica, parece mesmo uma conversa.

Foi o primeiro livro que li da Marguerite Duras e gostei bastante.
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mari mecenas 04/12/2022

"Era preciso avisar as pessoas dessas coisas. Informar que a imortalidade é mortal, que pode morrer, que aconteceu e ainda acontece. Que ela não se mostra enquanto tal, nunca, que ela é duplicidade absoluta. Que ela não existe no detalhe mas apenas como princípio. Que algumas pessoas podem acolher essa presença da imortalidade, desde de que não se dêem conta disso. Assim como algumas outras pessoas podem perceber essa presença nos demais, com a mesma condição, desde que não se dêem conta disso. Que a vida é imortal enquanto vive, enquanto se está em vida. Que a imortalidade não é uma questão de mais ou menos tempo, não é uma questão de imortalidade, é uma questão de alguma outra coisa que continua desconhecida. Que é tão falso dizer que ela não tem começo nem fim quanto dizer que ela começa e acaba com a vida do espírito, pois é do espírito que ela participa e da busca do vento. Olhem as areias mortas dos desertos, o corpo morto das crianças: a imortalidade não passa por ali, ela para e contorna."
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Rafa 28/11/2022

O AMANTE, MARGUERITE DURAS
Não foi fácil para mim e, até este momento, tudo se confunde. Mas o livro precisa ser digerido. O seu grito seco permanece em um ressoar contínuo.

O enredo traz algo, na superfície, que aponta para um outro, profundo, escuro: decifra-me. Não é sobre o romance entre uma menina de quinze anos e um homem mais velho, são os mortos.

"Eles estão mortos, agora, a mãe e os dois irmãos. É tarde demais mesmo para as lembranças. Não os amo mais. Nem sei se os amei. Eu os deixei. Não tenho mais na memória o cheiro de sua pele nem em meus olhos a cor dos seus. Não me lembro mais da voz, exceto às vezes a voz da doçura mesclada ao cansaço da noite. O riso, não ouço mais, nem os gritos. Está acabado, não lembro mais".

É da infância na Indochina Francesa (atual Vietnã) que irradia a literatura de Marguerite Duras. É da solidão e de uma vertiginosa dor que vem a potência da sua escrita: "Comecei a escrever num meio que me impelia fortemente ao pudor. Escrever para eles ainda era moral. Escrever, agora, é muitas vezes como se não fosse mais nada. Às vezes sei disto: que a partir do momento em que não é mais todas as coisas confundidas, ir ao sabor da vaidade e do vento, escrever não é nada. Que a partir do momento em que não é, a cada vez, todas as coisas confundidas numa só por essência indefinível, escrever não é nada senão publicidade".

Esse trecho, logo nas primeiras páginas, traz o retrato da narrativa, o ontem e o hoje, misturando-se em pensamentos e relatos, percepções, fotografias bem marcadas no texto, e o tempo, o tempo passando de modo indecifrável, veloz. Em que ponto estamos? Ah, sim, "muito cedo foi tarde demais em minha vida. Aos dezoito anos, já era tarde demais". Há um rosto na narrativa. Um rosto de menina maquiado como mulher adulta, ?prostituta branca?, pintada de desespero, mas bonita, bonita, o que ela acreditasse ser, o que quisessem que ela fosse. Dura, cortante, impassível. Uma menina totalmente conectada com o desespero da mãe. Uma mulher desperta pelo ódio.

Não se atravessa facilmente essa terra amarga. Não se avança sem que se sinta um peso desolador. Mas algo fica ausente, suspenso. Eu, como leitora, não consegui sentir os personagens. São fantasmas.
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Lu Labella 02/11/2022

Uma história além de amor, sobre relacionamento interpessoal com familiares um tanto quanto tóxicos
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Juju 08/10/2022

Prosa poética
Desde a primeira página esse livro me fisgou de uma forma muito única, eu lia relendo (o que não é um hábito). Ela tem uma forma de pensar e de escrever que é tão forte. É difícil falar desse livro porque a história é boa, mas o que realmente se destaca pra mim é a forma dela pensar e escrever. Acho que é desses casos que se ela narrar absolutamente qualquer coisa vai ser incrível.
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Luciana555 01/10/2022

O Amante
O Amante é um romance autobiográfico escrito por Marguerite Duras e publicado no ano de 1984. A autora tinha 70 anos quando publicou esta história.

Acreditei, influenciada pelo nome do livro, que o ponto forte da história seria o envolvimento amoroso entre Duras e um rico comerciante chinês. Acabei me surpreendendo com as inúmeras camadas desta história que vai muito além do romance. O livro mostra o quanto os relacionamentos familiares podem ser tóxicos, profundos e complexos. A maneira com que a autora narra a sua história é única. Na história o tempo se mistura. Ora estamos no passado, ora estamos no futuro. A leitura exige que o leitor esteja atento para que consiga caminhar pelo tempo da história de maneira nada linear.

O relato do O Amante é profundo, complexo e muito bonito. Terminei esta leitura com uma sensação muito forte de melancolia. Duras fez com que sentisse suas emoções de maneira muito intensa. E deixou claro que o processo de reflexão sobre a vida é contínuo. Nunca para.

E no final, não sabemos o que é real e o que é fruto de um processo criativo genial, nesta história. O livro é tão bonito que não saber o quanto traz de verdadeiro em fatos é apenas um pequeno detalhe.
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Luiz 12/09/2022

Muita enrolação.
Acho que a escritora (ou o tradutor) fez uma sopa de palavras aleatórias e acabou que deixou o livro com uma pegada mais entediante, pois não chegava na conclusão do raciocínio da autora em várias passagens o que faz com que o leitor queira terminar o livro o mais rápido possível para poder ler um melhor. Dizem que o livro tem este tipo de edição pela riqueza de detalhes que só um bom leitor conseguiria encontrar, porém eu particularmente não encontrei nenhuma. Enfim...para quem quiser se aventurar no livro eu desejo uma boa leitura.
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Martony.Demes 09/09/2022

O livro de cunho autobiográfico conta a história de infância da autora. O amor muito precoce, a falta do amor da mãe, os problemas do irmão e o carinho do outro irmão mais novo.

O cenário era a colônia francesa, no vietinã, nos apresenta aspectos de pobreza, instabilidade da família que obrigam que a narradora ultrapasse etapas da vida.

São histórias bem forte e marcante! A escritora tem uma maneira peculiar de escrita! E interessante.

Vale a pena conhecer essa obra!
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Sabrina.Uliana 18/08/2022

Misto de emoções.
O livro é bom, tem várias frases bem marcantes, daqueles de você ler duas, três vezes, marcar, postar, enfim.
O livro, porém, não é tão envolvente assim. Apesar de ser curto e de eu ter lido ele de uma vez só, não é um livro que te faz querer ler mais e mais. Acho que um pouco disso se dá pela forma de narrativa meio desencontrada e sem muito raciocínio lógico.
Enfim. Não sei se recomendo a leitura.
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juuuwidy 14/08/2022

"Vou escrever livros. É o que vejo para além do instante, no grande deserto que se afigura como a extensão de minha vida."
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Breno Vince 05/08/2022

Um livro que deixa sensações diferentes no curso da leitura
Embora tenha algumas frases marcantes, a grande verdade é que não é um livro realmente marcante. O livro possui dois momentos distintos.
O primeiro momento é do início até próximo à parte final. Essa parte merece duas estrelas a meu ver. O ritmo é lento e a história, para mim, não foi envolvente assim como os personagens. A forma de escrita também não me agradou, chegando até a incomodar alguns desencontros e recursos utilizados. Os personagens também não parecem tão críveis por falta de desenvolvimento.
O segundo momento é o final. Essa parte merece três estrelas, quase quatro. Embora o ritmo permaneça lento e a escrita ainda não seja a mais agradável, ao aceitar os personagens, o final passa a ser razoavelmente agradável e a dor deles mais crível.
Esse livro provavelmente não será o melhor livro que lerá na vida, talvez até fique entre aqueles que não lembrará, mas, sem dúvidas, é uma leitura breve (pelo número de páginas) que deixa uma boa sensação ao fim ao concluir a história de forma satisfatória.
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