Charleees 27/03/2023
Eu poderia ter lido as 141 páginas deste livro em uma tarde, ou uma madrugada qualquer, mas não é 'qualquer' tempo que se pode dar a um livro assim.
Foram sete dias em companhia de suas crônicas, lendo-as e relendo-as quantas vezes fossem necessárias, não por serem herméticas, mas pelo simples fato de eu precisar relê-las, e lendo-as pude assim conhecer Clarice mais de perto, coisa que não senti lendo suas biografias, pois como ela mesmo disse na crônica adeus, vou-me embora! "ao escrever crônicas aos sábados 'Sinto-me tão perto de quem me lê"' e eu senti isso, tão próximo que não dar para acreditar em sua ausência...
Marquei praticamente o livro todo, isso porque há frases, trechos, crônicas inteiras que me traduziram, que me fez transcender por alguns instantes...
"É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente das coisas, das quais sendo inconsciente, eu antes não sabia que sabia".
"É como se o pacto com Deus fosse este: ver e esquecer, para não ser fulminado pelo saber".
"Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera".
São coisas tão lindas, tão geniosas que eu poderia ficar relendo-as para sempre...
* Resenha de Junho de 2015