Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos

Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos Lima Barreto




Resenhas - Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos


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amanda 15/04/2022

O cemitério dos vivos
Um livro com críticas e observações espertas do autor. Conforme percebi no texto, parece que a história contada foi vivida pelo Lima. Ele, alcoólatra, passou a conviver num hospício, com pessoas inconscientes, mesmo sendo a bebida seu único problema.
Passou dias analisando seus colegas, descrevendo histórias e lembrando de seu filho e da sua mulher.
É uma escrita confusa, que quase me fez desistir em diversas vezes, mas depois de refletir, pude perceber a agonia dele.
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Kakau 29/01/2022

Aqui,temos dois livros em um,além de uma pequena antologia de contos e crônicas que reúne gigantes nomes da literatura brasileira,como Machado de Assis e Olavo Bilac.Impossível não amar.
A ambientação,os fatores diversos e um pouco da biografia do escritor,encontrados no prefácio,me ajudaram muito a desenvolver uma melhor compreensão do conteúdo do livro,graças ao Alfredo Bosi.Não conheci somente duas das obras de Lima Barreto,mas também os desdobramentos político-sociais no Brasil do século XIX,sobretudo no Rio De Janeiro.
No início,estava tendo uma minúscula dificuldade de me adaptar à escrita;nas páginas seguintes,me apaixonei.Ficamos a par dos métodos e tratamentos agressivos e desumanos com os quais os pacientes eram tratados,e Lima confidencia todos os seus anseios,suas aspirações e descrenças em relação ao que ele presencia lá dentro.
Encerrado na condição de alienado,Lima passa a observar,analiticamente,os seus semelhantes que ali se encontram,à margem das convenções sociais.Vemos,de perto,os comportamentos e manias acarretados pela loucura,por meio da vasta narrativa do autor;este aborda o tema analisando os fenótipos e as falácias de seus companheiros de quarto e de demais compartimentos.Constatei que,acima das incapacidades intelectuais e cognitivas,os pacientes de lá são humanos,sujeitos a erros e a desejos,assim como qualquer um de nós.
O Diário do Hospício é considerado um livro francamente autobiográfico-ressalva para alguns poucos desvios que fogem da definição desse gênero-,enquanto que o livro O Cemitério dos Vivos abrange para um tom mais ficcional,mas igualmente notável.Como aconselhou Alfredo Bosi na abertura da obra,cabe ao leitor a tarefa de desembaraçar o nó constituído de testemunho e ficção.Particularmenre,foi uma experiência prazerosa e singular desvendar todo esse nó complexo construído pelo nosso memorialista.O êxito não foi garantido,mas a tentativa valeu a pena.
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Elane48 22/08/2023

INJUSTIÇA
Achei injusto por parte da Companhia das Letras não mencionar na capa quem são os organizadores desse notável livro que traz, de uma só vez, duas obras de Lima Barreto, um histórico prefácio de Alfredo Bosi e crônicas de Machado de Assis, Raul Pompeia, Olavo Bilac e Raymundo Magalhães. Outro defeito gravíssimo: não há referências quanto às fotos. Decepcionante enquanto edição de renomada editora.
E Lima Barreto, queridos, NÃO É PARA QUALQUER UM. Escritor MUITO erudito, sagaz, mordaz e rabugento. Diário do Hospício e O Cemitério dos Vivos são dois livros comoventes.
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Diego 29/07/2020

Muito interessante como Lima Barreto já tecia críticas extremamente relevantes aos manicômios décadas antes da Reforma Psiquiátrica italiana. A ficção e a realidade se confundem em muitos momentos
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gabi 24/07/2020

Surpreendente
Demorei um pouco para começar a ler esse livro, mas quando comecei, não consegui mais parar. Lima Barreto conta sobre sua segunda passagem pelo Hospício e sobre as dificuldades que encontrou. Em Cemitério dos Vivos, faz uma ficção sobre o mesmo hospício.
Há trechos tocantes, dolorosos. Nos apresenta a vida em um hospício no século 20. Vale muito a pena a leitura.
Achei o começo, com o prefácio, um pouco lento. Resolvi pular para o Diário (recomendo) e para o Cemitério e só depois voltar para o prefácio.
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Ricardo.Silvestre 25/09/2023

Não foi uma leitura fácil?
Tenho sentimentos contraditórios em relação a esta obra.

A temática é do meu interesse, por um lado, mas achei que a obra torna-se um pouco repetitiva com tanto relato diferente sobre o mesmo tema, feito não só por Lima Barreto (nos apontamentos dispersos e depois no romance e ainda nos contos incluídos já no final) mas também por outros nomes reconhecidos da literatura brasileira do início do séc. XX.

A escrita de Lima Barreto é inegavelmente rica. Em certas passagens, especialmente no romance ?O Cemitério dos Vivos? a leitura é de tal forma prazerosa que é como se estivéssemos a desgostar o final dos cornetos de chocolate, onde sempre fica acumulada uma quantidade extra de substância. Porém, noutras partes é difícil de perceber a intenção do autor logo na primeira leitura, muito por conta da quantidade de palavras das quais não sabemos o significado e que torna o processo num jogo de vai e vem do qual não sou particularmente fã.

Não deixa, contudo, de ser um relato de extrema importância pois temos aqui alguém que passou efectivamente pela experiência de estar internado num hospício, numa altura em que as coisas eram significativamente diferentes da actualidade, especialmente no que toca às doenças de foro mental.

Parabenizo os organizadores da edição deste livro que é de uma riqueza ímpar, não só pelas inúmeras notas de rodapé, que esclarecem muitas das situações em contexto, mas também pelas fotografias incluídas.

Fico, no final, com uma sensação boa de que voltarei a ler este livro lá mais para a frente.
SimoneSMM 27/09/2023minha estante
Olá, Ricardo! Tudo bem? Recorda que Lima faz referência a um médico negro, diretor do hospital, que o atendeu muito bem? Ele se chamava Juliano Moreira, médico baiano, que revolucionou a psiquiatria, principalmente defendendo que doença mental não se relacionava com a cor da pele.
Lembrei disso agora e quis falar pq acho muito interessante com as personagens históricas cruzam seus caminhos. Dois grandes homens que não sabiam do labor um do outro!


Ricardo.Silvestre 27/09/2023minha estante
Oi @Simone,
claro que lembro, Juliano Moreira. Mal sabiam eles da importância que lhes seria atribuída tantos anos depois, não é mesmo? Obrigado pela partilha! ?




Lucas Poliseli 22/09/2019

Arrastado
Sofri lendo este livro.
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CecAlia135 03/08/2023

?Veio-me, repentinamente, um horror à sociedade e à vida; uma vontade de absoluto aniquilamento, mais do que aquele que a morte traz; um desejo de perecimento total da minha memória na terra; um desespero por ter sonhado e terem me acenado tanta grandeza, e ver agora, de uma hora para outra, sem ter perdido de fato a minha situação, cair tão, tão baixo, que quase me pus a chorar que nem uma criança.?
Lima Barreto quando foi internado no hospício.
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Ramon 24/10/2021

...
"Parece tal espetáculo com os célebres cemitérios de vivos que um diplomata brasileiro, numa narração de viagem, diz ter havido em Cantão, na China. Nas imediações dessa cidade, um lugar apropriado de domínio público era reservado aos indigentes que se sentiam morrer. Dava-se-lhes comida, roupa e o caixão fúnebre em que se deviam enterrar"
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Barbara 03/07/2021

Chatooo
O diário é chato: ele só reclama o tempo todo, ele se sente superior a qualquer um que lá estava e ainda me fez odiar literatura russa só pelas "citações intelectuais" que ele fazia. O romance é inacabado e por isso não posso falar muito, mas não vi propósito na história, talvez fosse melhor contratar alguém para terminar a obra do que publicar desse jeito. Outra reclamação que tenho é que todos os personagens pretos eram simplesmente pretos, não tinham outro traço de personalidade além de serem pretos - entendo que era outra época, mas me irritou do mesmo jeito - e por algum motivo ele insulta os brasileiros duas vezes no livro e elogiava alguns falando que eles tinham "qualidades estrangeiras" (colonizado pra caramba esse cara). Enfim... Foi uma leitura demorada e sem propósito pra mim, além de irritante.
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Morgan 04/01/2023

A angústia dele era extremamente palpável, mostrar os relatos, não diariamente, por não ser um diário, mas cada passagem é de uma lucidez e reflexão.

Senti falta de dizer como ele foi parar ali, o porque dele está ali. Alcoolismo até pouco tempo traz eram tratados em manicómios, por ser considerado como uma loucura, pelo menos esse ultimo não existe mais essas internações, por muitas vezes eram esquecidos.

É um cenário complicado, com cenas ruins, como era viver na realidade do sanatório, também era vivenciado a vergonha que ele tinha em estar ali.

Em muitas partes, ele se pegava pensando o quão instruído e inteligente diferia dos outros, o que não era mentira.

Li várias vezes esse trecho "Não me animo a dizer: venceste, Galileu; mas, ao morrer, quero com um sol belo, de um belo dia de verão", a convivência com o suicídio, adoece cada vez mais.

Achei que tudo terminou muito do nada, mesmo sabendo que a obra era inacabada.

Muitas vezes eu ficava pensando "será que isso aconteceu mesmo", por causa de muitas coisas no rodapé, dizia que ele confundia a história e que nem tinha sido casado, é de não se chocar que muitas ele pensava ser uma de suas histórias.

Triste isso que aconteceu com Lima Barreto, um incrível escritor, que acabou convivendo demais com a loucura e mais triste ainda é que saber que o motivo dele ter sido internado foi a desgraça da sua morte tão precoce.
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Jeane 19/01/2023

Registros e reflexões do autor no tempo em que ficou internado em um hospício. Ele analisa a própria condição que o levou àquele lugar e também os médicos, enfermeiros e os demais confinados. Faz críticas à forma como a ciência lidava com a loucura e aos preconceitos sociais. Não fosse o clube do livro, provavelmente não teria feito escolha por essa leitura, mas feliz de ter lido algo que tem um valor documental.
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fran 08/02/2022

Li por ser uma das leituras obrigatórias da UFSC e dos três, foi o que menos me interessou. Não acho que o livro seja ruim, ele é complexo e com uma grande importância histórica, seu conteúdo é interessante mas a escrita muito detalhista e cheia de refêrencias a outros livros e academicos me deixava perdida muitas vezes.
Talvez eu leia novamente daqui um tempo e flua melhor, mas dessa vez eu me arrastei para terminar.
(Quero deixar claro que estou avaliando O Cemitério dos Vivos e não Diário de Hospício, que em minha opinião por ser um relato pessoal não deva receber uma resenha crítica)
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Thata 12/06/2022

O livro é, praticamente, autobiográfico. Ao retratar sua vida, o autor propõe diversas reflexões, acerca, por exemplo, de :
Alcoolismo;
Desigualdade;
Cobranças sociais;
A importância da privacidade;
A falta de humanização dos médicos;
A ilegalidade da polícia;
Depressão;
A pregação do trabalho intenso.
Uma das frases mais impactantes do livro:
?Por que as posições, os títulos, coisas também que o ensino quase tem por meritório obter, não é causa da loucura??
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