Nada me faltará

Nada me faltará Lourenço Mutarelli




Resenhas - Nada Me Faltará


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Tito 22/05/2011

Um homem que volta sem ter ido numa história que não vai a lugar nenhum.
yzak 23/12/2011minha estante
Belo resumo!


Ana Ramos 30/05/2016minha estante
O melhor comentário, diz TUDO sobre o livro :)


MarcosZ 31/08/2018minha estante
Eu não teria feito uma resenha tão direta!!! :)


a antirrosa atômica 19/04/2020minha estante
EXATAMENTE. não há climax, prometeu muito, e pareceu um projeto não finalizado. Como quem só queria testar uma técnica.


Luana.Brandao 22/04/2020minha estante
Quis terminar o livro por uma questão de honra... Realmente, parece um livro inacabado. Rascunho, apenas.


Will 26/05/2020minha estante
Muito interessante a trama ser toda em diálogos, isso deixa um ritmo mais dinâmico. Sobre o final achei que fica bem sub entendido o que ele fez.




Alê | @alexandrejjr 14/04/2022

Limite tênue

“A loucura, como você sabe, é que nem a gravidade: precisa apenas de um empurrãozinho”. A frase, imortalizada na interpretação de Heath Ledger como Coringa em “Batman - o cavaleiro das trevas", resume bem a experiência de ler esta novelinha de Lourenço Mutarelli.

De inspiração kafkiana mas com parentesco machadiano, “Nada me faltará” traz à tona o sedutor drama de Paulo, um homem que desaparece com a esposa e a filha e reaparece sozinho após um ano. Mas, alto lá. Ao longo da narrativa, magistralmente realizada apenas através de diálogos, a verdade do desaparecimento é colocada em xeque: seria um devaneio de Paulo ou ele desapareceu realmente? Por que só ele “voltou à realidade”? Onde estão a sua esposa e filha? Várias perguntas e nenhuma resposta. Aliás, não esperem respostas.

Entre as poucas personagens que aparecem durante a história, uma ganha relevo especial e concentra as mais inspiradas páginas da novela: o psicanalista que atende Paulo. É na troca de questionamentos e entendimentos entre Paulo e o psicanalista que nós, leitores, talvez possamos imaginar o que ocorreu. Lourenço Mutarelli, conhecido pelo bem sucedido “O cheiro do ralo”, romance de cunho niilista, continua a explorar aqui a falta de esperança das pessoas umas nas outras e aborda a insensatez da percepção racional total do mundo, dialogando de maneira tímida com a grande novela de Machado de Assis, “O alienista”.

No fim, o que fica é a dúvida (sempre ela!!): seria a loucura o limite tênue da razão?
JurúMontalvao 14/04/2022minha estante
?gosto muito desse tema da loucura e pretendo ler "O alienista" esse ano. vlw pela lembrança da frase e do Coringa de Heath Ledger?


Joao 14/04/2022minha estante
Caraca, inspiração Kafkiana com toques machadianos. Sensacional.
E ótima resenha, Alexandre.


Alê | @alexandrejjr 17/04/2022minha estante
Ju, "O alienista" é uma novela fantástica! Fizeste uma ótima escolha, ainda mais a respeito desse tema que te interessa que é a loucura. Com certeza a novela do Bruxo do Cosme Velho é uma das ficções mais interessantes a respeito do assunto. Espero que gostes;

Tentador, né, Joao?! Agradeço pelo comentário!




su fern@ndes 08/11/2010

Lourenço Mutarelli & eu
Não, eu não falaria pra ninguém que o Mutarelli é um grande autor. Talvez nem mesmo bom. Não indicaria seus livros, nem tentaria colocar seu nome entre os mais-mais da Prosa Contemporânea. Mutarelli é meu! Seus livros são meus! Só isso. O homem que fala de loucura e sanidade olhando no fundo dos meus olhos. Sempre e sempre e sempre.
Diogo Madeira 11/01/2011minha estante
Concordo plenamente contigo que o Mutarelli é um grande autor. Vou ter que corrigi-la: seus livros são NOSSOS. :)

Heheheehe!

Fora isso, gostei da sua resenha (apesar de me parecer um comentário).


TADEU CASTRO 21/09/2013minha estante
Entendo seu sentimento e até aplaudo, mas o meu é meio contrario, mesmo sendo o mesmo. Gostaria de encontrar mais pessoas com quem brigar pela posse de Mutarelli. O Azrael esta certo, os seus livros são nossos!




Erich 15/04/2015

Pra pegar e não largar até terminar a leitura
Sem dúvida, o que mais prende o leitor à obra é o formato do texto somente com diálogos, sem narrador onisciente e ninguém mais que saiba o que aconteceu ou está pra acontecer no enredo que se desenrola nas conversas cotidianas de não mais que 5 ou 6 personagens flutuantes dentre os rápidos capítulos que subdividem o livro de 136 páginas.

Estes diálogos, por sua vez, são simples, de gente comum, num cenário tão banal quanto qualquer outro onde se desenrolam os enredos sombrios de Lourenço Mutarelli. Pra este autor, que está entre meus favoritos, as temáticas sobrenaturais, curiosas ou simplesmente "esquisitas" acontecem é com gente "normal", de carne e 'ovo', tão poderosas quanto a maioria da população brasileira, que vive o cotidiano comum das periferias dos centros urbanos e ao mesmo tempo em espaços claustrofóbicos e dominados por aquilo que é oculto.

As obsessões doentias que são temas de vários livros do autor aqui dão mais espaço pro enredo psicológico - não menos intrigante - e policial, numa busca por (novo) autoconhecimento por parte do protagonista e por reconhecimento deste a partir dos demais personagens.

Como o próprio autor já disse em entrevistas, este é um livro subestimado em sua literatura; não muito comentado por leitores e críticos de sua obra, não muito cobiçada pelos produtores de cinema que adoram o adaptar. Pois ao meu ver, daqui resultaria um belo argumento cinematográfico.
Karlinne 15/04/2015minha estante
Vi um bocado de gente falando desse livro, ó!


Erich 16/04/2015minha estante
Extremamente simples e aficcionante.




Juliana 26/10/2016

Camus brasileiro?
A sensação que tive, ao ler Mutarelli foi a mesma de ler Camus. Algumas pessoas se cansam de atender a convenções sociais, ou simplesmente as ignoram. Não há culpas, remorsos, ou adeus. A vida é vivida racionalmente, e sob essa perspectiva podemos tirar algumas conclusões.Se nós pudéssemos fazer tudo aquilo o que gostaríamos de fazer, como seria viver? Cada um responde a essa pergunta de um jeito, ou cria novas perguntas depois dessa.O fato é : não espere a resposta do autor, ele apenas lançou a isca.
Alê | @alexandrejjr 14/03/2022minha estante
Pô, ser comparado ao Camus não é pouca coisa, Juliana...


gabi.rodrigues. 18/05/2022minha estante
Remete Camus quanto a falta de sentido que o personagem vê a vida, um q de nilismo. O personagem é apático, frio.




Suiany 09/03/2015

No ano passado, quando li e amei "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios" do Marçal Aquino, me foi indicado Lourenço Mutarelli como outra leitura nacional que eu adoraria. Tantos meses depois, minha primeira incursão no mundo de Mutarelli veio a ser este pequeno e intrigante livro.

"Nada me faltará" é composto por diálogos, o que é muito intrigante porque - para início de conversa - não é qualquer tema que pode ser encaixado neste formato de texto. Ele nos conta a história (fragmentada) de Paulo Mutarelli, este homem que fica desaparecido por um ano e volta sem recordações deste período. Para o nosso protagonista é como se o tempo não tivesse passado. Portanto, não consegue compreender o desespero e a preocupação dos familiares e amigos. Muito menos sente falta da mulher e da filha que com ele desapareceram, mas ainda não voltaram.

Ao longo do livro, todas as pequenas descobertas que fazemos se dão ao longo das conversas. Desta forma, somos extremamente instigados a descobrir o que houve durante o período do desaparecimento e também quais são os pensamentos de cada personagem, uma vez que não temos um narrador onisciente, sabemos somente aquilo que é dito.

Posso dizer que adorei o livro, tanto o tema quanto a narrativa realmente nos prendem. Agora, quanto ao final é que está o meu problema, não consigo lidar com finais tão abertos ao ponto de tornarem-se vagos. Ainda mais numa história como esta, em que não há clareza de pensamentos, tudo é dúvida e inconstância, não quero ter de imaginar até o final sozinha.

site: Divinaleitura.wordpress.com
Erich 15/04/2015minha estante
O que me prendeu a atenção foi justamente o livro ser composto só com diálogos, e isso é extremamente atrativo na narrativa sombria e no clima de suspense que o livro é recheado. Só uma correção, o personagem é Paulo Mutarello.




Nara 27/03/2020

Aquele final em aberto me deixou frustrada. Tudo bem, o autor quer q imaginemos o que aconteceu. Mas eu queria mesmo era saber o q aconteceu. Fiquei frustrada, mesmo que normalmente eu não ligo muito para finais. Gosto mesmo é de meios.
José 17/02/2024minha estante
Dei 3 estrelas por isso...Estava lendo furiosamente para saber o final....E aquele balde de água fria...




Eduardo A. A. Almeida 01/02/2011

"NEM TODO INIMIGO DE UM PARANOICO É IMAGINÁRIO"
A gente nunca vai saber, certo? Não dá para saber o que aconteceu, não dá para explicar, é aquele tipo de coisa que não faz sentido. Simplesmente acontece. O cara reaparece depois de passar um ano sumido e não se lembra de nada do que aconteceu. Ele nem percebeu que ficou um ano inteirinho fora de circulação. Desconhece o paradeiro da esposa e da filha, chegou inclusive a cogitar que elas nem existiam, que eram fruto da sua imaginação. Todo mundo achou que eles estavam mortos. Sequestrados, estuprados e enterrados, essas coisas que se acha por aí. Então, o cara reaparece e bota todo mundo para sofrer de novo. Esperança? Não, a esperança já se foi. A gente só quer uma explicação. Só que a gente nunca vai saber, certo? Não dá para saber o que aconteceu.

Essa é a premissa do livro Nada me faltará (Companhia das Letras, 2010), do paulistano Lourenço Mutarelli. Um livro em que nada se explica, muito pelo contrário: a ideia é colocar o leitor para duvidar e se angustiar.

"O que eu quero dizer é que a impressão que eu tenho é que... é como se fossem eles que, sei lá, caso isso tenha realmente acontecido, caso eu tenha ficado mesmo um ano fora do ar... Talvez eles é que de repente tenham avançado no tempo... ou coisa do tipo. Percebe a loucura disso tudo?"

Transcrevendo apenas as falas, Mutarelli obriga o leitor a criar todo o resto e a se tornar coautor da história. Porque os ambientes, as características físicas, as roupas e as expressões faciais das personagens estão ali, eu me lembro deles, apesar de não haver qualquer descrição a respeito. Ou será que tudo está em minha cabeça? É realmente uma coisa muito louca.

Incrível como um diálogo realista é suficiente para o leitor acrescentar todos os outros elementos tradicionais da narrativa. Mais ou menos como um teatro sem movimento, sendo representado no escuro, bem diante de nossos olhos fechados. Basta um locutor para fazer um espetáculo indescritível.

O cara que reapareceu do nada não dá a menor bola para a preocupação dos familiares e amigos. Para ele, foi como chegar em casa depois do trabalho, dormir e acordar na manhã seguinte. Só que, ao invés de uma noite, um ano inteiro se passou, seu apartamento foi devolvido ao locador, suas coisas foram doadas, sua rotina se perdeu. Ele não entende, eles não entendem.

O cara logo começa a ser pressionado, todo mundo precisa compreender, precisa de uma resposta lógica ou minimamente plausível para aquelas questões que não os deixam em paz.

"Ficam cobrando uma atitude exagerada de minha parte, (...) não admitem o fato de que eu esteja bem". Todos preferem achar que as meninas estão mortas, que eu as matei e sumi com os corpos. Isso explica tudo facilmente, é fácil de aceitar. Mas como posso afirmar algo em que não acredito? Eles exigem um culpado, embora eu não acredite nisso. Acredito que, como eu, elas também poderão voltar. De qualquer maneira, não importa. Só quero mesmo é ficar em paz.

É como se nada fizesse falta para ele, nem mesmo a lógica, nem mesmo os dias perdidos. "Nada me faltará", diz o título. Pois, se o fato de não saber coisa alguma lhe angustia, imagine não ter como descobri-las! É insuportável, não dá. Sendo assim, nada faz mais sentido do que encarar a vida com apatia. Nada é mais confortável.

O texto de Mutarelli é tão fluido e instigante que li tudo numa única tarde. Pode ser consequência da experiência do autor – escritor e ilustrador – no ramo dos quadrinhos. Quem assistiu ao filme O cheiro do ralo (2007), adaptação de outro livro seu, deve ter percebido o ritmo alucinante que o caracteriza.

Quanto ao Nada me faltará, eu não conseguia largá-lo. Assim como a mãe e os amigos do tal desaparecido reaparecido, eu também precisava descobrir o que se passou. Só que a gente nunca vai saber, certo? Não dá para saber o que aconteceu, não dá para explicar, é aquele tipo de coisa que não faz sentido. Simplesmente acontece.

Demais.
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Nandara.Secco 04/04/2024

8 - um autor do meu estado
Na oitava categoria do #desafiolivrada2024 eu deveria escolher um autor do meu estado, São Paulo. Para tal empreitada, decidi-me pelo incrível Lourenço Mutarelli, do qual só conhecia o trabalho visual, suas histórias em quadrinhos, mas, ao me deparar com esse pequeno romance, quase um conto, não tive dúvidas.
A história por si só já é bastante intrigante: um homem permanece desaparecido por um ano, até que reaparece como se nada tivesse acontecido, no entanto, sem sua mulher e filha, as quais desapareceram junto com o protagonista. Paulo, o homem, parece não se lembrar de nada e muito do livro mostra o processo de uma tentativa de lembrança nas sessões de terapia, o que é bastante interessante.
No entanto, para além disso, o que mais me chamou a atenção foi a semelhança da escrita de Mutarelli com a do nosso grande Machado, já que, primeiramente, a história não tem uma explicação inicial, jogando-nos "in media res", no meio dos acontecimentos, fazendo com que o próprio leitor tenha que preencher as lacunas ao longo da leitura. Isso contribui com a força interpretativa da história, que vai se costurando com eventos passados e presentes. Em segundo lugar, senti aquela abertura à interpretação que dá uma grande margem para análises e debates, já que nada é tão certo ou confirmado por nenhum personagem.
Ainda, a construção formal, isso é, textual, é ainda mais interessante: o texto é todo escrito em diálogos, sem narrador, ao modo do teatro, contudo, sem as rubricas para nos guiarem, tornando as situações mais introspectivas e até íntimas.
Quanto ao "não dito", percebi em Paulo um símbolo da "sociedade do cansaço", em que o sucesso e a produtividade devem estar em tudo - trabalho, relações familiares, amizades, casamento... - desgastando toda a humanidade possível, e forjando sujeitos apáticos e não empáticos. Afinal, como se reconhecer humano em uma sociedade não humana? Acho que essa é a chave para entender o cerne dessa história...
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Emanuela C. 30/07/2011

Nada Me Faltará
Li em menos de um dia! Caótico como tudo que o Mutarelli faz. Suave e certeiro, uma bala que entra e sai sem sentir. Sensacional!
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Helena Frenzel 20/07/2014

Nada me faltará, Lourenço Mutarelli, Cia das Letras, 136 páginas.

Adorei a capa, a ilustração é do próprio autor. É um bom livro, gostei.

Sem dúvida a história se baseia numa ótima idéia, imprevisível o final mas... para mim... – PARA MIM, que fique bem claro -, ficou faltando alguma coisa sim, umas pitadas de força no desenvolvimento; na linguagem, que eu acho que pode (e em se tratando de literatura: deve ) ser um pouco mais profunda e trabalhada sem perder as marcas do coloquial, característica indiscutível do diálogo, aliás; ou numa mais convincente caracterização dos personagens. Sei lá, senti falta disso.

Bom, sou apenas uma pessoa que gosta de ler e falar sinceramente sobre as impressões de leitura, não sou nem pretendo atuar como crítica literária, em contexto nenhum.

Uma das frases que marquei no livro, pois muito me inspirou, foi esta: “Parece que ninguém pensa mais. Ficam só repetindo o que dizem.”

Pois é, o problema, a meu ver, não é nem pensar, o problema é ter coragem e arcar com as consequências da expressão do pensamento, não?! Eu não me esquivo... (risos!)

Leia e tire suas próprias conclusões.

Avaliação: Bom


site: http://bluemaedelle.blogspot.de/2014/05/nada-me-faltara.html
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Pejota.Moraes 21/12/2015

Nada me faltará
Todo em diálogo! Gostei bastante. Se está acostumado com histórias que dão a letra de tudo não leia. O leitor é condicionado a pensar sobre a sua opinião sobre os fatos.
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