Gui202 20/09/2021
Percebesse uma grande e profunda melancolia no Augusto...
Certamente deverei me lembrar de ler ele daqui a alguns anos... Tem uma maturidade nesse livro muito forte com a qual eu ainda não posso me entrosar, é um livro muito...adulto, no sentido mais melancólico...
Ainda não tenho vivências o suficiente para adentrar a minha alma em suas poesias.
Algusto se mostra completamente desesperançoso e suicida, não no sentido de KKKK EU VOU ME MATAR mas de "Ah ok, é isso, a vida não tem mais sentido e vejo a morte nos meus olhos".
Podemos perceber uma depressão forte e continua nos trechos... Talvez pela morte de seu filho, coisa a qual ele sempre faz referência nos trechos... ou um descaso total com a humanidade, que vem sido tão decepcionante, fala também da morte do pai e tem fixação na sua própria.
Um de meus poemas preferidos abaixo, e o qual mais me conectei:
A ÁRVORE DA SERRA
-- As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
-- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh’alma!...
-- Disse -- e ajoelhou-se, numa rogativa:
“Não mate a árvore, pai, para que eu viva!”
E quando a árvore, olhando a pátria serra,
Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!