Tícia 07/11/2012
Sabe que esse é o primeiro livro da Nora Roberts que leio?
Mas olha só: antes que a legião de fãs me alcunhe de persona non grata, preciso informar que tamanho lapso literário está sendo retificado com abundante entusiasmo e obstinado empenho.
Outro dia, por exemplo, comprei meia dúzia de livros desta autora. Eu sei que mediante os 40598765 que ela já publicou, esse cadiquim é um cisquinho à toa. Maaaaaas, você há de convir que esse é um passo considerável pra quem acreditava que J.D. Robb era um cara e a série Mortal falava sobre vampiros.
Está bem, pode zoar.
Eu mereço.
Ah! E não poderia deixar de acrescentar que estou satisfeitíssima porque agora, quando o assunto for Nora Roberts, não preciso mais balançar a cabeça afirmativamente com ar inteligente e fingir que sei do que os outros estão falando.
Sabe como é, agora estou in e não mais out. (Desculpe, essa foi medonha, mas foi mais forte do que eu).
Bem, o fato é que desencantei em grande estilo com a série Mortal. E bota grande estilo nisso porque os livros são ótimos e conseguiram reunir na medida certa suspense policial e romance, dois temas que eu adoro.
Eu sei que provavelmente sou o único ser vivo no mundo que desconhecia esta série, mas ainda assim vou dar algumas informaçõezinhas. Aliás, quem souber mais, pode acrescentar detalhes porque meu conhecimento relativo à Nora ou J. D. Robb é diretamente proporcional ao que sei sobre regras de futebol.
Logo, se eu soltar um disparate, sinta-se à vontade para me esculachar.
Nudez Mortal é o primeiro de uma sequência de 40 e poucos livros (acho que nem preciso dizer que meu cartão de crédito já cortou relações comigo... Será que as livrarias aceitam vale refeição?).
Mas, continuando, trata-se de uma seriezona que, além de detonar com seu saldo bancário, narra a história de uma única protagonista, Eve Dallas.
Ou seja, não é aquele negócio de cada livro tem um personagem principal, e o que foi mocinho em um, aparece como coadjuvante no outro.
Eve é uma investigadora da polícia com faro e inteligência de sobra, além de perspicácia e carisma. Já deu pra perceber que gostei dela? Isso é meio caminho andado porque, caso contrário, eu ia fazer pirraça e nem chegaria perto de Glória Mortal, o segundo na sequência.
Ao lado dela temos Roarke, um multimilionário gostosão que contribuirá principalmente com o lado romântico da história. Aliás, que homem é aquele? Ele me lembrou uma suculenta torta de...
Mas como eu ia dizendo, Roarke além de par romântico, também se envolve com Eve em várias de suas investigações. Por isso, em todo o tempo nos deparamos com seu corpitio de deus grego, nórdico, romano ou o que mais a sua imaginação lúbrica acrescentar.
Mas vamos à Nudez mortal.
Pra início de conversa, a história transcorre no ano de 2058. Com isso, a trama ganha um aspecto futurista, fazendo menção a elementos inexistentes em nossa época como andróides, viagens intergalácticas e carros voadores (me senti em De volta para o futuro).
Achei essa parte muito interessante porque, afinal, quem nunca conjeturou sobre as décadas vindouras?
Nora cogitou e criou um cenário bem legal.
Nudez mortal tem um enredo muito bom. A história já começa com o homicídio de uma prostituta, a rica neta de um conhecido senador com aspirações presidenciais.
Diante deste escândalo, a tenente Eve Dallas é chamada para resolver o pepino e, na medida em que as investigações prosseguem, outras prostitutas também morrem com o mesmo modus operandi, fazendo com que o assassino ganhe contornos de um serial killer.
E no meio dessa farofa, adivinha quem é o principal suspeito? Roarke.
Sim, o bonitão da vez. E é aí que tudo complica porque a atração entre Eve e ele é explosiva e inevitável.
Desta forma, como ficam as coisas já que ela é a policial responsável e Roarke está sob investigação?
Embora meus dedos estejam assanhados para soltar um spolierzinho, vou parar por aqui para não cair em tentação.
A trama, então, se desenvolve, nos dando algumas pistas para logo em seguida refutá-las. Com isso, as pulgas vão se acumulando atrás das nossas orelhas e tudo o que podemos fazer é levantar hipóteses e mais hipóteses. Até que, enfim, tudo desemboca para um final coerente e bem explicado, embora repugnante.
É numa dessas que não posso deixar de concordar com aquela frase quanto mais eu conheço o ser humano mais eu gosto de cachorro.
Quanto ao romance, é tudo muito lindinho porque Roarke é encantador e apaixonante. Legal como é ele quem se entrega mais na relação, ao passo que Eve é a parte resistente do casal. Entretanto, ao conhecermos mais intimamente nossa tenente, compreendemos seus motivos.
Já o aspecto suspense/policial da história, Nora não chegou ao nível engenhoso de Harlan Coben, mas fez muito bem o dever de casa, tanto é que estou indócil para ler os outros da série. Ela conseguiu me manter curiosa até o final, não deixou pontas soltas e o motivo para os crimes foi muito realista e espantoso, ainda que aconteça por aí na nossa sociedade frequentemente.
Bem, depois de tudo isso que eu falei, você poderia indagar:
Devo ler?
Ôxi!
A série toda?
De cabo a rabo.
Jura?
Demais da conta.
Onde arrumo dinheiro pra isso?
Aí, meu amigo, se você obtiver esta resposta, me conta porque eu estou doida pra saber!
Hiper recomendado! ; )