Ju 08/09/2012A RespostaEu adorei a capa do livro. Não que eu tenha achado a capa mais linda do mundo. Nem gosto de amarelo. Mas amarelo e roxo realmente combinam, e eu adoro roxo. Adorei a expressão das personagens, tem tudo a ver com elas. Só não gostei de os uniformes de Minny e Aibileen não serem brancos, pois o livro os cita mais de uma vez e destaca que são dessa cor. Agora, o que me fez gostar da capa desde que segurei o livro pela primeira vez, foi a sensação que ela me dá. Ela parece macia. Minha mão desliza por ela.
A Resposta é um livro corajoso que trata da época em que os negros não tinham quase nenhum direito. Não podiam sequer frequentar os mesmos locais que os brancos, muito menos morar neles. Só era permitida a entrada de empregadas domésticas "de cor" (como o livro trata das negras) em alguns lugares - como, por exemplo, os melhores supermercados - usando seu uniforme. E, nas casas em que trabalhavam, não podiam sequer usar o mesmo banheiro da família para a qual prestavam seus serviços, nem os mesmos talheres para suas refeições (na verdade, as futuras empregadas domésticas eram ensinadas por suas mães a até mesmo guardar seus talheres em um armário separado e, quanto ao banheiro, era construído um, normalmente fora da casa, que elas pudessem usar). Ou seja, eram vistas apenas como um incômodo necessário pela maior parte das pessoas.
Skeeter é uma moça branca que acabou de sair da faculdade - com um diploma, ao contrário de suas amigas que abandonaram seus cursos para se casar. Candidata-se a uma vaga em uma grande editora de Nova York, para a qual não possui nenhuma qualificação, e sua ambição chama a atenção da editora Elaine Stein, que lhe escreve uma carta na qual aconselha: "Escreva sobre aquilo que a incomoda, sobretudo se isso não incomoda a mais ninguém".
Skeeter presencia fatos que considera abomináveis entre patroas e empregadas e, uma noite, acaba por perceber que esse é o tema que mais mexe com ela. O jeito que as domésticas negras são tratadas, mesmo após anos de convivência com uma família branca. Ela tenta resistir à idéia, pois tem consciência de que vai ultrapassar um limite imposto pela sociedade em que vive de forma arriscada e imperdoável. Mas não consegue deixar o tema ir embora e, mais do que isso, sabe que precisa tratar dele.
Ela inicia então uma jornada para convencer algumas mulheres a colaborar com ela na escrita do livro, só que não é uma jornada nada fácil para uma branca, que causa desconfiança por onde passa. Mas Skeeter consegue a ajuda de Aibileen, a empregada de uma de suas melhores amigas e, com essa aliada, tem mais esperança de conseguir concretizar seu desejo.
Apesar do livro possuir 574 páginas, a leitura flui muito bem. Ele tem a narração dos capítulos alternada entre Skeeter, Aibileen e Minny (a melhor amiga de Aibillen), o que dá mais dinamicidade a ele. Como as personagens se conhecem, aparecem nos capítulos umas das outras, mas só é mostrada a visão de uma pessoa de cada vez.
O livro mostra que sempre podemos olhar pra dentro de nossos corações e perceber, com sinceridade, a pessoa que nós somos . Mostra também que podemos, a qualquer tempo, recomeçar, e nos transformarmos na pessoa que queremos ser. Espero que leiam, pois é um livro que nos faz refletir sobre nossas atitudes com todas as pessoas que estão ao nosso redor. A história é emocionante.