isa eaton 12/09/2023
"Os que não constroem precisam queimar."
Uma obra extremamente cativante, interessante e que provoca reflexão em qualquer um que esteja lendo. Possui pensamentos filosóficos impactantes e personagens que despertam o seu interesse, assim como o seu enredo e cenário.
A distopia que narra o desprezo pela leitura dentro de um regime totalitário, que se tornou um lema anti-intelectual que revelou a opressão no mundo pós a Segunda Guerra Mundial, mostra como a ação de ler deixou de ser vista como um ato inócuo, mas sim instigante para rebeliões do povo.
A construção do personagem principal, Guy, foi simplesmente fantástica. Ler ele partir de um homem igual todos os outros no livro, agindo de acordo com as regras impostas na sociedade, para alguém interessado no conhecimento, ousado e com sede de mudança, foi uma loucura, um verdadeiro exemplo de abertura dos olhos através da saída da ignorância. Ao momento que ele começa a questionar a moralidade de seus atos e seu trabalho, até quando ele se dá conta das pessoas envolvidas com literatura ao seu redor, o bombeiro nos surpreende pelo seus entusiasmo desenvolvido ao decorrer do livro.
A crítica passada pelo livro, sobre a conformidade de um regime, quer dar destaque a importância da literatura e do conhecimento, do pensamento crítico e da capacidade de pensar por si em tempos de opressão. A constante presença de telas e pessoas surreais, robotizadas e dominadas pela ditadura, nos faz refletir a cerca da nossa sociedade atual.
Apesar de já ter visto o contrário a respeito da obra, achei a leitura fluída e extremamente interessante, apesar de um pouco maçante em algumas partes. Uma distopia fantástica que abre nossos olhos para a nossa realidade, e que instiga o pensamento do começo ao fim, que foi incrivelmente poético.
"Onde lançam livros às chamas, acaba-se por queimar também os homens."