Resenhas - Memória de minhas putas tristes

Josy.Stoque 14/04/2011

Eu recomendo
Autor colombiano premiado pelo Nobel de Literatura em 1982, Gabriel Garcia Márquez narra, nesta história, a fuga insana de um homem do verdadeiro amor. Idoso e cheio de lembranças ainda muito vivas de seu tempo de juventude, ele deseja, ao comemorar seus 90 anos, viver uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. O personagem se depara então com um amor platônico exaltado por uma jovem que nunca chega a ter de fato, e por quem se apaixonou enquanto ela dormia o sono da inocência.
Uma narrativa intrigante, em primeira pessoa como uma memória deve ser, cheia de referências à literaturas histórias. Um texto pesado, de escrita rebuscada, porém viva, como só o amor poderia proporcionar à vida de um homem de quase 100 anos.
Garcia Márquez também é autor do memorável Cem Anos de Solidão.

Elaine 25/05/2011

Simples e verdadeiro
Gabriel Garcia Marquez, escritor e jornalista colombiano, reconhecido mundialmente em especial por uma obra, Cem Anos de Solidão, através da qual ele ganhou o premio Nobel de Literatura. Em Memória de Minhas Putas Tristes, o autor aborda um tema intrigante para todos nós, a temida Velhice.
O que se pode e o que não se pode fazer em certa idade? O que é certo ou errado para um jovem senhor de noventa anos? Será que a idade implicará naquilo que somos em nossas atitudes e perspectivas sobre o mundo? Quem responderá a estas questões é um jornalista ancião que resolve na véspera de seu aniversário de noventa anos viver uma noite de amor com uma virgem. Nosso personagem principal perdeu os pais muito cedo, e tornou-se um grande solitário durante toda sua vida. Por ela passaram centenas de mulheres promíscuas, por sua própria escolha, mas nenhuma delas exalou a pureza de nunca ter sido tocada.
Uma cafetina, amiga de longa data, consegue encontrar uma menina de 14 anos virgem, que precisa de dinheiro para criar os irmãos mais novos e ajudar a família. Esta menina, de quem ele não sabe nem o nome, mas a batizou de Delgadina, desperta uma chama oculta na vida do nobre jornalista, que passa a transbordar esse sentimento em suas crônicas, agora apaixonadas, no jornal de domingo. O ancião tece durante a narrativa como seu velho coração é invadido por um sentimento que até então somente tinha ouvido falar, sem conhecer realmente seu significado: o amor.
O quase centenário se encontra com a jovem em um quarto, onde sempre esta dormindo por efeitos de calmantes dados pela cafetina. Os encontros sempre são da mesma forma, a menina em profundo sono, o que acabou fazendo com que ele se apaixonasse por ela e passasse viver este amor velando seu sono.
Este pequeno romance realmente nos faz refletir o quanto inusitada é a vida e no valor que devemos dar a cada segundo, para que não se leve toda uma vida para descobrir a beleza de viver e ser feliz. Em Memórias de Minhas Putas Tristes, Garcia Marquéz reafirma o prêmio com esta belíssima obra, onde nosso ancião mostra de diversas formas que o verdadeiro valor das boas coisas da vida está na simplicidade.

knaak 31/05/2011

Memória de minhas putas tristes
Escrito em 2004 e publicado no mesmo ano, “Memória de minhas putas tristes” marcou o desjejum de romances de Gabriel Garcia Márquez o mesmo de “Cem anos de solidão”. O livro marcado pela elegância e eloqüência dos escritos de Gabriel que sempre nos presenteia com um vocabulário rico e grandioso.

Em primeira pessoa, Gabriel narra à história de um jornalista que na véspera de completar o seu nonagésimo aniversário tem um grande desejo, dormir com uma adolescente virgem. Diferente das centenas de mulheres que ele já dormiu, uma mulher nunca antes tocada. E vai a busca deste que pode ser o seu último presente.

Um homem sem nome, sem ninguém. Este é o perfil do jornalista “noventão”. Um homem que conheceu as casas de prostituição e as mulheres “objetos” aos 12 anos e que nunca se afastou delas. Arrogante, autosuficiente e dono de si, que colhe em sua velhice aquilo que plantou durante todos os anos, solidão. Sempre se esquivou do amor que era para ele como um coronel.

No mesmo dia de seu desejo de amor, Rosa Cabarcas, um antiga amiga e dona de um bordel, consegue preparar o presente de 14 anos que trabalha para criar os seus irmãos e terminar de criar-se. O nonagésimo também se prepara. Ao chegar, encontra uma adolescente dormindo, que perdeu para o cansaço de um dia agitado em uma fábrica. Ali deitada, ela é somente apreciada, como uma bela adormecida.

Bela adormecida é talvez o conto de amor vivido pelo nosso escritor. Daquela noite em diante a vida daquele homem é mudada e ele se deixa levar pelo amor, o perfeito amor. Sua vida dar o ar da mudança e ele se entrega ao amor de uma adolescente que sempre dorme, se meche e dorme. Seu nome verdadeiro? Eu não sei, mas, sei que sua companhia mudou a vida de uma pessoa.

Um livro interessante, reflexivo e que expõe as faces de um amor “estranho”, mas incrível. Vale a pena ler e como fiz, reler.

knaak
http://umtiquin.blogspot.com

Cris Compagnoni 02/12/2011

Depois de dez anos sem publicar nenhuma obra de fixão, Gabriel García Márquez volta a cena literária com o livro MEMÓRIAS DE MINHAS PUTAS TRISTES, que apresenta, sem pudor algum, as memórias de um velho jornalista que escolhe a luxúria para mostrar ao mundo e a si mesmo que ainda está vivo.
Narrado em primeira pessoa, o personagem, que é extremamente solitário, gaba-se de ter pago por sexo durante toda da sua vida, nunca praticou o ato por amor ou por qualquer outro sentimento que não seja sua satisfação física. Enquanto desfia as lembranças de uma vida sexual vigorosa deixa a mostra sua vida vazia, sem paixões, preenche seu tempo escrevendo crônicas e resenhas maçantes para um jornal provinciano, dando aulas de gramática para alunos tão sem horizontes quanto ele.
É um daqueles homens que perambulam de bordel em bordel, chega a ser amigo de algumas cafetinas, mas um dia toma uma decisão que muda a sua vida depois de viver quase um século sob a mesma filosofia: “No ano que completei noventa anos, quis presentear-me com uma noite de amor louco com uma adolescente virgem”. Ele se apaixona, pela primeira vez, aos noventa anos e por uma adolescente.
Gabriel García Márquez vai direto ao ponto, sem rodeios descreve o nascimento de um sentimento que, segundo seu personagem, não existia; o velho jornalista passa a trocar suas noites dormindo com mulheres descartáveis para velar o sono de alguém que ama.

http://criscompagnoni.blogspot.com/2010/06/memorias-de-minhas-putas-tristes.html

luquinha 15/06/2011

Nunca é tarde para amar na vida!
O livro é sensacional. Muito bom. Confesso a tds que só entendi o contexto da história qdo terminei de ler, foi qdo cheguei a conclusão que nunca é tarde para amar e ser amado nesta vida. O personagem da obra tem 90 e encontra o seu grande amor num cabaré da vida, passa a viver com tamanha intensidade esta aventura que prende o leitor nas páginas e qdo vemos já terminou a escrita. Bem que ele podia continuar em outro livro as mesmas aventuras. O amor não escolhe qdo e como amar, ele simplesmente nos faz amar e se aventurar nos prazeres, alguns são deletérios, outros não. Mas afinal, o que vale é AMAR.
Aprendi que no amor nós não adaptamos as pessoas ao nosso jeito e sim passamos a gostar, viver, entender e compreender elas como elas são, não ficamos colocando impecilhos de se vai ou não dar certo, nós apenas amamos e se tudo der certo, valeu a pena, se não vier dar certo, valeu a pena também, afinal, fazemos e damos o nosso melhor, cada momento vivido são sentimentos que de nós nunca serão subtraídos.

Paula 23/06/2011

Louco de Amor
Graças a ela enfrentei o meu ser natural enquato transcorriam meus noventa anos.

Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, masm pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco.

Virei outro. Tratei de reler os clássicos que me mandaram ler na adolescência, e não aguentei. Mergulhei nas letras românticas que tanto repudiei quando minha mãe quis me forçar a ler e gostar, e através delas tomei consciência de que a força invencívelque impulsionou o mundo não foram os amores felizes e sim os contrariados. Quando meus gostos musicais entraram em crise me descobri atrasado e velho, e abri meu coração às delícias do acaso.

Me pergunto como pude sucumbir nesta vertigem perpétua que eu mesmo provocava e temia. Flutuava entre nuvens erráticas e falava sozinho diante do espelho com a vã ilusão de averiguar quem sou. Era tal meu desvario, que em uma manifestação estudantil com pedras e garrafas tive que buscar forças na fraqueza para não me colocar na frente de todos com um letreiro que consagrasse minha verdade: Estou louco de amor.

Pefico 20/08/2011

Putas felizes
Memória de Mis Putas Tristes

Memória de Mis Putas Tristes é a última obra de Gabriel García Marquez contando a estória de um jovem adolescente de quase noventa anos que se orgulha de ter pagado por cada uma das mulheres com quem transou. Esse simpático senhor mora num casebre caindo aos pedaços e sua única companhia é a faxineira que vem de vez em quando. Apesar de aposentadíssimo, ele continua contribuindo com a coluna de domingo para o jornal local. A proximidade de seus noventa anos traz um desejo irreprimível: uma última transa. Mas essa ultimazinha não pode ser com qualquer uma, ela precisa ser virgem.

Eu gostei muito deste livro, valeu a pena tê-lo lido e recomendo a todos que gostam de uma estória leve, fácil de ler e com um humor leve mas inteligente.

Nadia 30/07/2011

Impressionante!
Este livro foi minha estréia pelo universo de Garcia Marquez,da primeira a última página foram tres horas, nem acreditei!
Como é possível o simples ser tão complexo, achei de uma fluidez impressionante, sem contar nos temas complexos, abordados de forma tão instigante.
Recomendadíssimo!

Marina 19/07/2011

Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza.

Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio.

Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco.

(Memórias de Minhas Putas Tristes - Gabriel - Pg. 74)

Elton Hoffmann 12/08/2011

Não são as putas que são tristes: o velho que é.
Na minha opinião: melancólico e pessimista.
Depois que li Cem Anos de Solidão, fiquei todo empolgado para ler mais algum trabalho de Garcia Márquez, mas agora que não quero mais.
A genialidade dele foi para aquele livro.
Acho que superestimei o autor.

Rui Alencar 31/08/2011


A requintada linguagem do autor fica simplificada quando trata de temas como o amor... Uma boa e RÁPIDA leitura; Eis alguns recortes:

...virgens sobrando neste mundo só os do seu signo, dos nascidos em agosto. (pag. 8)

A inspiração não avisa...(pag. 8)

...confio na luz do muito que li pela vida afora. (pag 11)

Ouvi dizer que o primeiro sintoma da velhice é quando a gente começa a se parecer com o próprio pai.

...os ciúmes sabem mais que a verdade. (pag. 105)

Acorde a menina, fode ela até pelas orelhas com essa pica de burro com que o diabo premiou você pela sua covardia e mesquinhez. (pag. 111)

MVGiga 05/09/2011

Amor Aposentado?!?
Escrito como se fosse um diário, acompanhamos os dias finais, talvez o último ano de um homem com 90 anos, que percebe que esta cada vez mais frágil, tanto fisicamente quanto psicologicamente, perante a vida. Desde jovem, ele passou a vida freqüentando bordeis, onde teve contato com diversas mulheres que em troca de dinheiro lhe dava um falso amor. No diário, ele escreve essas experiências de vida, quando de repente, o velho se apaixona por uma rapariga de 14 anos do bordel. Um pouco tarde digamos, mas nunca é tarde para amar (eu acho...).

Este é o segundo romance de Gabriel Garcia Marquez que leio, cujo tema é o sentimento mais lindo e também o mais sofrido, o amor. Muito bonito a maneira que o autor narra a historia de um ancião que se apaixona por uma garota com idade para ser sua bisneta. Os leigos podem até pensar que se trata de pedofilia. Bem... O amor explorado no romance não se encaixa neste tipo de criminalidade tão doentia e perversa que atormenta a juventude. O amor que o velho sente por esta jovem transcende a experiência carnal, resta apenas o sentimento de proteção, de carinho, de respeito.

Nathália 10/11/2011

O primeiro livro do grande Gabriel Gacía Márquez que li, motivação mais que suficiente para ler os demais (mal posso esperar para ler Cem Anos de Solidão, Do Amor e Outros Demônios...). Livro muito bem escrito, uma história que, por incrível que pareça, trata de um amor inocente e fora dos padrões: uma adolescente e um ancião que acaba de completar 90 anos. Em toda sua vida, ele sempre fez questão de pagar a todas as mulheres com quem se envolveu para deixar claro, para elas e para si mesmo principalmente, que não havia sentimento. Porém, no dia dos seus 90 anos, decide presentear-se com uma virgem, pela qual acaba se apaixonando. A partir daí, ele reflete sobre a vida que tinha levado até então e dá um novo rumo, um novo sentido aos anos que lhe restam.

Rodrigo 04/01/2012

Memórias de Minhas Putas Tristes
Uma escrita rebuscada, aparentemente autobiográfica, que retrata aventuras sexuais e amorosas. Um tanto quanto obsceno e malicioso, contudo nos cativa até o desfecho do fim de sua vida. Sem grandes pontos, apenas um marasmo narrativo.

Lílian 08/06/2012

Certamente não é a melhor história do Gabo, mas é uma boa história. É uma mistura do romance, com o prosaico, com o humor, com o sexo... Gabriel Garcia Marques é sempre uma boa leitura.