Sofia 31/03/2024
No vilarejo de Macondo, tudo é possível. Ao longo de um século, as fantásticas histórias da família Buendía são narradas pelo realismo mágico de Gabriel García Marquez.
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Não sou crítica literária, não sou especialista do assunto e leio por puro lazer pessoal. Logo me justifico por não ter gostado de um livro cujo autor recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Não desmereço o livro, jamais. Reconheço que deve simbolizar muito a realidade do país, Colômbia - até porque, mesmo não conhecendo a cultura local, percebi muita aproximação de retratos com o Brasil e a América Latina do século passado como um todo, desde o peso religioso nas crenças tradicionais, os pensamentos políticos e a representação das cidades pequenas de interior. Há também a sua forma de escrever como se tudo fosse banal, cotidiano, apenas vários relatos de histórias surpreendentes ricas em misticismo e crendices - algo que o próprio escritor ouviu quando criança de sua avó.
Unidas pela solidão das várias gerações, suas vidas são cíclicas. Enquanto as mulheres da família estruturam todo o enredo, os José Arcádios e Aurelianos são quase pré-determinados.
Apenas não me apeguei à história. Questão de gosto pessoal mesmo. O fato de vários personagens terem nomes similares me confundiu. Muitas vezes, não acompanhei quem havia morrido, quem era pai de quem, e tive que voltar bastante à árvore genealógica no início do livro. Por ser longo, a leitura foi se prolongando ainda mais, ficando cansativa.