spoiler visualizarVitAria540 03/02/2024
Perdida
Sofia tem uma vida mediana, tem um trabalho ruim, só pode contar com a amiga Nina - já que seus pais morreram em acidente quando ela era mais jovem - e nunca conheceu o amor de verdade. Quando ela sem querer acaba derrubando o celular dentro da privada ela vai urgentemente atrás de outro. Na loja ela pede a atendente - como uma viciada em tecnologia que todos nós somos atualmente - um celular completo, com todos os apetrechos possíveis, e a vendedora disse que tinha o celular perfeito para ela. Só que quando Sofia foi ligá-lo, ela foi parar em 1830, perdida ela encontrou ajuda em jovem que passava em um cavalo e aí sua busca pelo o porque aquilo acontecido com ela e como voltar começa.
Uma das coisas que mais me chamou atenção foi como a autora trabalhou bem a questão da época e a estranheza tanto da Sofia como das pessoas daquele tempo em relação aos costumes diferentes. Além de caracterizar muito bem a época - o que mostra que ela fez muita pesquisa - as cenas em que a Sofia entendia o que tinha e o que não tinha foram com certeza as que renderam os melhores momentos. Destaque para quando ela descobriu que não existia banheiro e ela foi conhecer a casinha, me arrancou muitas risadas.
Eu gostei muito da Sofia, é claro que ela tem seus defeitos, mas é isso que torna a pessoa mais real e crível. Mas foi o Ian que ganhou meu coração. Ele é verdadeiro cavalheiro, é intenso, gentil, altruísta, responsável, encantador, apaixonado... e eu acho que vocês já entenderam. Ele me lembrou muito o Jesse da Mediadora -quem leu a série acho que pode entender o porquê - e entrou para minha lista de melhores personagens masculinos. E nossa, que química existe entre ele e a Sofia! Vocês sabem que eu sou louca por casais que me deixam com frio na barriga e esse foi com certeza um desses casos. Pode se dizer que o romance é a parte principal do livro, mas ele merece já que é apaixonante, intenso e que me fizesse torcer com todas as minhas forças para que eles terminassem juntos.
Mas além deles nenhum personagem decepciona, todos são muito bem construídos e tem ações coerentes com a época em que vivem.
Para um primeiro livro a escrita da Carina me surpreendeu, ela sabe fazer uma narração que flui e que expressa muito bem os sentimentos de cada personagem, apesar de ser narrado em primeira pessoa. E preciso dizer mais uma vez que ainda estou chocada com quão bem ela caracterizou o século XIX! E como eu chorei nos capítulos antes do final, não posso ver os personagens que gosto sofrendo, eu choto muuuuito fácil.
Só que fiquem atentos, esse livro não é YA, são personagens adultos e contém cenas de sexo um pouco mais detalhadas que nos livros para jovens, mas nada que chegue perto do erótico.
Mas teve duas coisas que me incomodaram, primeiro a autora se esforçou pra que percebêssemos que ela era uma viciada em tecnologia, mas isso foi a coisa que ela menos deixou transparecer que sentiu falta, o banheiro e o condicionador ganharam de disparada. E em segundo eu achei a atitude da Nina meio estranha, bem, se fosse minha melhor amiga eu não ia ficar tão bem quanto ela ficou e nem quanto a Sofia ficou. Não gostei dessa parte, acho que a autora correu demais com isso.
Resumindo, como é bom ler um bom livro! E Perdida tem tudo de bom, um romance maravilhoso, mistério, personagem incríveis e uma ótima narrativa. Amei demais e ainda mais por ser brasileiro, com certeza vou ler mais coisas da autora. Indico para quem gosta de romances históricos e não se importe de se envolver na história, rir, chorar e se apaixonar pelo Ian.