/QMD/ 05/03/2013
Júlia Bueno é exagerada.
Sinto lhes informar que não pouparei comparações entre esse livro, e a sua continuação, A Senhora do Jogo, que foi inspirado nessa obra e escrito por Tilly Bagshawe. Eu não gostaria de julgar a obra de Tilly, que eu achei realmente muito boa, como vocês poder perceber nesta minha resenha, mas são notáveis as diferenças entre os livros. Não porque são outras histórias (óbvio), mas porque A Senhora do Jogo foi um livro muito ''afobado'' onde acontecimentos absurdos foram narrados para que um final se encaixasse, enquanto que no O Reverso da Medalha tudo fluiu naturalmente.
Sidney Sheldon escolheu com maestria suas palavras e me arrependo de não ter lido A Senhora do Jogo depois de ter lido O Reverso da Medalha. Ele é um grande escritor e apesar de Tilly também ser uma (já que teve a oportunidade de escrever uma continuação de um livro tão marcante como esse), ela não chegou nem perto de alcançar a naturalidade com que Sheldon relata a história.
Ele divide o livro em cinco partes. Cada parte conta a vida de um personagem, mas todas as histórias estão relacionadas a Kate, a personagem principal. O livro é envolto de poder, riqueza, astúcia e sensualidade. Às vezes me pergunto se, na verdade, a personagem principal não seria a empresa Kruger-Brent, já que ela é de tamanha importância na história que (quase) acaba virando um personagem. Ela consumiu e se transformou na vida de Kate, Jamie, Margaret e talvez até Eve. Ela se transformou tanto no sonho quanto no pesadelo dessas pessoas.
Sidney consegue colocar um personagem psicótico e psicopata que tentar matar a mãe, vinganças inesperadas, uma irmã constantemente tentar matar a sua gêmea e uma mulher que destrói vidas e sonhos para conseguir o que quer em harmonia e sintonia (na medida do possível). Eu sei que parece impossível, mas essa é a melhor parte: ele conseguiu.
O próximo livro que lerei dele será Escrito nas Estrelas, que eu já tenho aqui em casa. E se ele tiver a mesma linguagem que ele usou no O Reverso da Medalha, será um livro fantástico. Porque apesar de não ser uma obra prima, O Reverso da Medalha tem uma história extraordinária que lida com muitos acontecimentos de uma maneira coerente. E não fazer isso, infelizmente, foi o maior erro de Tilly.
O Reverso da Medalha me prendeu do início ao fim, com suas histórias (in)acreditáveis e emocionantes, tudo na medida certa, sem exageros nem falta de informações. Recomendado :)
RESENHA COMPLETA: http://www.quermedar.com/2012/09/livro16.html