O Castelo das Águias

O Castelo das Águias Ana Lúcia Merege




Resenhas - O Castelo das Águias


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Brena 01/10/2018

Resenha do Crônicas Fantásticas
Em O Castelo das Águias somos apresentados ao mundo de Athelgard através de Anna de Byrke, protagonista e narradora dessa estória envolvente e cheia de magia.

Anna é uma jovem arqueira vinda de uma terra isolada e distinta, com hábitos e costumes próprios, em busca de conhecimento no Castelo das Águias, uma escola de magia situada em Vindravah. De início, bastante insegura e deslocada; Anna passa a conquistar seu espaço e a determinar seus objetivos. Lá ela conhece elfos e humanos, e também Kieran, o mago responsável pelas aves do castelo. Essas aves podem ser manipuladas e transformadas, e por isso são usadas como combatentes na guerra, o que é motivação para uma discussão política em que as posições de Kieran e dos mestres da cidade de Scyllix se opõem.

Através de uma trama direta, a autora conseguiu contar uma estória com uma construção de mundo excelente, sistema de magia básico e inteligente, e personagens com nuances bem distintas. É incrível como isso pôde ser feito com apenas 196 páginas. E se não bastassem a fantasia criativa, as batalhas de tirar o fôlego e a diversidade de personagens, ainda temos um romance que desenrola de forma natural e singela, de acalentar a alma.

Apesar de não ser um livro com um plot twist arrebatador, conta uma estória que nos encanta e marca a alma. É um livro que recomendo para todas as idades, pois mesmo sem cenas drásticas e pesadas, a autora consegue nos encantar, além de passar reflexões sobre relacionamento, trabalho em equipe, liberdade, meio-ambiente, política, poder.
As estórias de Athelgard continuam nos volumes 2 e 3, A Ilha dos Ossos e A Fonte Âmbar, respectivamente. Esse mundo e seus habitantes são enriquecidos em outras estórias contadas pela Ana Merege; podem ser encontradas disponíveis na Amazon e até mesmo grátis, nos blogs do livro e da autora .

site: https://cronicasfantasticas.com/2018/10/01/o-castelo-das-aguias/
Edu021 14/10/2018minha estante
Também gostei bastante. Conheci a autora numa feira, olhei os livros mas não estava com dinheiro pra comprar. Dois dias depois, entrei no site da editora e comprei a versão digital desse livro - e não me arrependi. Já estou me programando para adquirir os dois faltantes da trilogia. Foi uma grata surpresa.


Brena 16/10/2018minha estante
A Ana é ótima =)! Tb vou pegar os outros dois em dezembro, já estão reservados rsrsrs




W Nascimento 09/12/2012

A personalidade brasileira no mundo medieval
O romance de Ana Lúcia Merege traz um enredo que muito pode se confundir com o badalado Harry Potter, por girar em torno de uma escola de magia onde alunos vivem em regime de internato e os professores usam túnicas das mais diversas cores. Contudo, mais do que uma projeção abrasileirada da história de Rowling, O castelo das águias trás coisas originais, com personagens carregados de traços latinos, um temática que trabalha política e meio ambiente, e linguagem sóbria.
Ao chamar a atenção para estes detalhes, quero dizer que, ao contrário de uma tendência natural que observo na literatura nacional hoje, onde os personagens parecem viver os dilemas, possuir as formas de pensamento, e viver um contexto, que muito se assemelham a nossos vizinhos estadunidenses e europeus, o Castelo das águias abriga personagens bem brasileiros, em seus modos de pensar, agir e sentir.
Em seu enredo, apesar de trazer questões que podem ser vistas como batidas, como a magia em si, ou uma história de amor, este romance também preocupasse em trabalhar dimensões ambientais, com a questão das águias do reino que são usadas para fins perversos, mas também reflexões acerca do próprio papel da linguagem no mundo, como ela nos forma, nos liga e como elas possuem um poder próprio, que se manifesta na forma do discurso, da dramatização e da poesia.
Como último ponto, gosto de chamar a atenção para a narrativa do livro. Ao contrário de mim, que gosto de uma fala mais intensa e dramática, Ana Merege parece preferir o estilo mais sóbrio e centrado. Sua história corre naturalmente, sem grandes exaltações ou até exageros da fala de sua narradora, Anna de Byrke. Talvez isso acabe por retirar de determinadas cenas a intensidade que precise, mas ganha em termos de coesão com a psique de sua personagem principal, narradora da história.
Para concluir, gostaria de destacar que o romance é uma boa alternativa para uma leitura agradável e interessante, que vale a pena ser apreciado. Um mundo bastante original que mescla um enredo simples e reflexão rebuscada.

Willian Nascimento.
Autor dos livros "O Véu" e "De Corpo e Alma"
Esta e outras resenhas você encontra em:
http://pordetrasdoveu.blogspot.com.br/
George Facundo 20/06/2011minha estante
Ummm... Apesar de sua crítica positiva ao livro, não me senti inteiramente convencido. Me parece um pouco "mais do mesmo"... Mas de qualquer forma valew! :-)




Allana 25/04/2011

O Castelo das Águias
“Elfos e homens dizem que os bardos têm sorte.
Sempre pensei que isso incluísse os mestres de sagas, mas agora tudo levava a crer que não. Meus amigos estavam longe, cada qual entregue à sua própria batalha; meu arco se encontrava fora de alcance. Quanto a mim, o que podia ser pior do que estar à mercê do inimigo?”

Uma jovem que deixa sua terra natal para lecionar em uma escola de magia, um mago de passado misterioso, águias fantásticas receptáculos de magia e uma conspiração para roubá-las são os principais elementos do romance O Castelo das Águias, de Ana Lúcia Merege, publicado pela Editora Draco, uma história de fantasia passada na ilha de Athelgard.

Tendo por base religiosa os mitos nórdicos, bem como a expansão de uma religião monoteísta, o livro constrói um cenário em que convivem elfos e humanos, e que a magia permeia de maneira muito peculiar. Descendentes dos Vanir, os elfos chegaram a Athelgard há tempos imemoriais, onde ergueram cidades e, eventualmente, criaram laços com os humanos que já habitavam a região.

Com uma narrativa cativante e envolvente, Anna de Bryke conta sua chegada à cidade de Vrindavahn, onde passa a exercer a função de Mestre de Sagas no Castelo das Águias. Apesar de não ser uma maga, seu conhecimento a respeito das histórias humanas levam Camdell, um dos fundadores da escola, a convidá-la para o cargo. É aqui que a jovem Ana conhece Kieran, um mago misterioso que parece ter uma forte ligação com as águias douradas do Castelo, particularmente receptivas à magia. Por ele, a jovem se percebe apaixonada (assim como boa parte do público feminino, sem dúvida), e em meio a isso, conta como se desenrola uma trama envolvendo interesses políticos e pessoais.

Apresentando perifericamente diversos atores da história, como os professores e os membros do conselho de Vrindavahn, embora ainda de uma maneira que nos permita identificá-los individualmente, temos o desenlaçar de uma trama bem armada, mas que pode não surpreender o leitor mais atento aos sinais dados pela autora.

A concepção do cenário pode agradar aos jogadores de RPG, principalmente no tocante à magia, embora alguns elementos comuns ao gênero não estejam presentes (como assim, não há anões?!). A parca caracterização de alguns personagens também pode incomodar alguns leitores, apesar de não ser nada que atrapalhe o ritmo de leitura. Destaque para a já mencionada narrativa, que guia o leitor de uma forma natural.

O melhor? É saber que, provavelmente, teremos uma trilogia.
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renatashindler 06/04/2011

Fico lisonjeada de ter lido quase que em primeira mão o mais novo livro dessa autora. Como uma apreciadora de longa data dos seus contos me arrisco a dizer que sua escrita é fantástica pois é capaz de prender a atenção de pessoas de todas as idades.
No "Castelo das Aguas" cada um dos personagens apresentados no enredo possui uma história intrigante e isso dá ao livro um ritmo diferente para os acontecimentos.
Parabens de verdade, adorei o prazer de ler sua mais nova "filha" e espero que o lançamento seja um sucesso.(impossível não ser).
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Antonio Luiz 20/04/2011

Dois passos à frente, um passo atrás
A capa de "O Castelo das Águias" sugere um livro para moças à moda antiga – e nesse caso as aparências não enganam, não, como diz a canção do Belchior. Embora a linguagem da narrativa seja ágil e elegante, o livro deixa a desejar para quem espera mais que uma bem-comportada aventura sentimental.

A autora Ana Lúcia Merege, bibliotecária carioca, tem no seu currículo (além de contos dispersos em várias antologias e uma obra crítica sobre contos de fadas) dois pequenos romances de fantasia muito interessantes e originais: O Caçador (autopublicado, 100 págs, 2004, republicado em 2009 pela Editora Franco) e O Jogo do Equilíbrio (Fábrica do Livro, 72 págs., 2005), ambos com tramas e protagonistas masculinos incomuns.

No primeiro livro, o herói é aquele caçador que, encarregado pela Rainha Má de matar Branca de Neve e trazer-lhe o coração, desiste de fazê-lo e manda a moça fugir. No conto tradicional, desaparece após enganar a Rainha entregando-lhe um coração de veado, mas no romance de Merege, ele foge para iniciar sua própria jornada através de vários outros contos – As Roupas Novas do Imperador, João e o Pé de Feijão, Cinderela, Bela Adormecida e outros – e constrói sua personalidade e seus próprios sonhos e opiniões enquanto se defronta com outros personagens e seus problemas e questiona os papéis sociais e sexuais estereotipados aos quais se submetem. Ao final, preparado para ser ele mesmo, guiado por sua consciência e não pelas expectativas dos outros, junta os trapinhos com outra personagem mais famosa, também reinterpretada de maneira não ortodoxa.

O segundo, ainda melhor, é a história de um saltimbanco e pai solteiro que vive numa cidade vagamente renascentista e é um artista da corda bamba tanto no palco quanto na vida, pois recorre a todo tipo de expediente para precariamente ganhar a vida, cuidar do filho e reconquistar a mulher que ama. É um personagem vivo e divertido, que foge dos estereótipos dos protagonistas de histórias de fantasia e se relaciona com o sexo oposto de maneira espontânea e autêntica, sem se prender às expectativas tradicionais.

Infelizmente, este terceiro livro não prossegue na mesma linha. O cenário é uma escola de magia instalada no Castelo das Águias, que evoca a Hogwarts de Harry Potter. Situa-se num mundo de fantasia habitado por humanos e por elfos que lembram menos Tolkien do que o RPG D&D: salvo por longevidade, traços delicados e atitudes esnobes, não se distinguem dos humanos com os quais convivem, se casam e conspiram politicamente. Os deuses são os da mitologia nórdica e os nomes lembram a Europa do Norte.

A protagonista, Anna de Bryke, é uma professora órfã e bem jovem (a rigor, adolescente) chamada por essa escola a ensinar as “sagas” (ou seja, literatura) e desde os primeiros capítulos envolve-se com Kieran, o Mestre das Águias, um mago sério e reservado com o dobro de sua idade, que como ele é um humano com pouco sangue élfico em uma escola dominada por elfos.

E é pouco mais que isso: o essencial da história são as expectativas e inseguranças da mocinha que tenta timidamente atrair seu homem dentro das regras usuais do jogo, com uma conclusão muito previsível. O restante – magia, castelo, águias, intriga, vilões – serve apenas para criar obstáculos ou pretextos para o relacionamento e achata-se num cenário bidimensional e pouco memorável de uma história romântica convencional. Particularmente os personagens secundários que, superficialmente caracterizados, são prontamente esquecíveis e não parecem ter vida própria além de suas intervenções na vida do casal. Uma delas é apresentada no início como alguém que será uma grande amiga da protagonista, mas acaba por não fazer nada relevante. Outra, presente quase desde o início, mas pouco mencionada na narrativa, de repente desempenha um papel relativamente importante no final sem que o leitor tenha tido oportunidade de se interessar por ela.

Frustra quem apreciou os livros anteriores da autora. Ainda mais considerando que a heroína é pagã (e devota de Loki, o que há de mais parecido com Exu na mitologia nórdica) num mundo em que o monoteísmo começa a prevalecer e iniciada na “Casa do Lobo” de uma tribo da floresta, com a tatuagem do totem no braço. Seria de se esperar atitudes mais ousadas e afirmativas, mas ela estaria mais à vontade nas páginas de Joaquim Manuel de Macedo ou José de Alencar. Garota acanhada e vacilante, espera do homem todas as iniciativas, “Cai das nuvens” e se dispõe a desistir à primeira vaga suspeita (injustificada, é claro) de que, talvez, ele estivesse noivando com outra.

Paralelamente, há uma trama política: representantes de cidades aliadas à Vrindavahn do Castelo das Águias, liderados pelo vilão, o mago elfo Hillias, querem permissão para levar consigo, permanentemente, algumas das famosas aves da região, que podem ser transformadas temporariamente em armas de guerra por um encanto conhecido do Mestre das Águias e seus discípulos. Kieran não se incomoda em emprestá-las se houver real necessidade, mas recusa-se a cedê-las dessa forma, pois as águias adoecem e morrem quando se tenta mantê-las permanentemente como guerreiras. Hillias está, porém, convencido de que será capaz de resolver o problema e se esforça por persuadir o conselho da cidade. Isso dá a Anna a oportunidade de brilhar aos olhos de seu amado, ao ser enviada por Camdell, o Mentor da escola, a aplicar seu conhecimento de retórica e literatura aos conselheiros e persuadi-los a recusar o pedido dos aliados.

Mas essa trama tem pouca densidade ética, porque o uso das águias e sua transformação em monstros guerreiros não são realmente colocados em questão – apenas a competência de Hillias para fazer isso de maneira permanente. Por tudo que se argumenta, é preciso concluir que, se o vilão realmente demonstrasse essa capacidade, não haveria o que discutir. E uma vez que Anna só se envolve nessa causa depois de se interessar por Kieran e a esquece quando pensa que ele ficou fora de seu alcance, fica-se com a impressão de que a questão das águias, no fundo, pouco lhe interessa a não ser como uma forma de se aproximar do mago.

Para não se dizer que não há nada na vida de Anna além de Kieran, ela parece ter um interesse genuíno por suas aulas sobre as “sagas” e alguns dos alunos chegam a mostrar um pouco de personalidade. Mas à primeira vez em que uma elfa arrogante a censura por ensinar tolas histórias humanas às crianças élficas, Anna chora e foge, querendo abandonar a escola e voltar para sua terra. Depois, muda de ideia e acata a determinação.

Esclarecidos os quiproquós, o Mestre das Águias a pede em casamento – e ela aceita na hora, mesmo sendo óbvio para ela e para o leitor que os dois mal se conhecem. Antes do primeiro beijo, já começa a discutir a data do casamento – não para já, mas para dali a uns três meses, para que a avó possa comparecer. Já devia soar antiquado para as adolescentes dos anos 1950.

O prólogo faz prever um enfrentamento violento, mas este só vai se concretizar quase no final. Não sem incorrer em outros clichês antiquados, inclusive o da troca de desafios prolixos e altissonantes entre inimigos e o do vilão que, no auge do conflito, explica detalhadamente seus planos às vítimas.

E mais uma vez, a suposta filha dos lobos se mostra uma ovelhinha. Sabe usar um arco, mas ao ter um dos vilões sob sua mira, deixa de atirar por medo de ferir o orgulho masculino do amigo que o enfrenta. Sua chegada ao campo de batalha serve para que desempenhe o papel de donzela a ser salva por Kieran daquilo que um cavalheiro vitoriano chamaria de “destino pior que a morte” – e para acalmar o noivo já a ponto de liquidar o vilão. “Por que usar o arco, se você dispõe de armas tão superiores?”, consola-a o Mestre Camdell, cumprimentando-a por ter deixado aos homens o que lhes compete e desempenhado um papel feminino tradicional. É uma pena, mas este romance soa como um passo para trás em uma trajetória literária promissora.
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Anny Lucard 31/07/2011

Fantástico mundo encantado
O livro O Castelo das Águias da autora Ana Lúcia Merege, uma publicação da Editora Draco, trata-se de uma fantástica história com magos e seres mágicos incríveis. Humanos, elfos, animais mágicos e outros seres fantásticos dividem as páginas desse livro que encanta em vários sentidos. Uma história de aventura e romance na dose perfeita, que consegue agradar tanto ao público feminino, como ao masculino, com personagens interessantes, intrigantes e apaixonantes.

A história tem uma sociedade mágica revelada de forma interessante, onde se fala da magia e de problemas de carater social de uma forma natural que o leitor começa a se identificar com os dramas pessoas dos habitantes do Castelo das Águias e fica difícil não tomar partido desse ou daquele morador, apoiá-los, criticá-los ou mesmo se apaixonar por eles.

Ambientado em um misto de escola e universidade, temos personagens com idades variadas e logo, a história se mostra perfeita para leitores de todas as idades.

A história é narrada do ponto de vista de Anna, uma jovem que chega para ser uma Mestra no Castelo e ensinar Saga aos jovens alunos. Entre os outros Mestres, está Kieran um mago misterioso e charmoso, que chama atenção de Anna logo de primeira. (E a minha também.)

Os dois tem um relação meio conturbada e em certos momentos até divertida, pois Anna é impulsiva em algumas ocasiões, enquanto Kieran faz o tipo mais estrategista. (Além de um pedaço de mau caminho!)

Ana Lúcia Merege revela nesse livro através da personagem Anna um universo mágico, que mistura várias lendas mundiais conhecidas, mas com um toque de realidade, que o torna bem original, com personagens que tem até um jeito de ser bem brasileiro em dados momentos. O que torna a história original e fascinante e mostra que no Brasil, mesmo sem uma tradição em literatura fantástica, como tem a Inglaterra e a Alemanha, temos autores fantásticos de grande criatividade e talento, que possuem referências clássicas e textos interessantes. O Castelo das Águias é um bom exemplo da atual literatura fantástica brasileira, o qual vale a pena ser lido e relido, dada a riqueza de detalhes desse universo mágico de pura fantasia.

O livro tem 192 páginas de pura aventura e eu recomendo para todos que gostem da boa literatura fantástica, com um toque verdadeiramente mágico.
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Alícia 13/07/2011

Boa Leitura!
Achei o livro excelente. De leitura rápida que vai te conquistando aos pouquinhos. Recomendável!
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Liége "Astreya" 17/05/2012

Maravilhosa leitura
Realizei a leitura de O Castelo das Águias em um dia. Acho bastante difícil resenhar algo de que tenha gostado muito, mas vale a pena realizar esse esforço.

A história é contada pela perspectiva de Anna de Bryke, uma jovem humana com um pouco de sangue élfico que é chamada para lecionar na escola de magia localizada no castelo que dá nome ao livro. Anna será uma mestra de sagas (algo como ensinar história e literatura ao mesmo tempo!), e embora se sinta insegura no início por ser jovem e inexperiente, aos poucos ela começa a compreender qual é a função das sagas no desenvolvimento do talento mágico dos alunos. Nesse universo cativante e mágico do castelo, Anna conhece seus colegas de trabalho e é Kieran de Scyllix, um austero professor humano, que mais chama sua atenção. Isso também se dá pela apresentação um tanto brusca de Kieran no primeiro dia de Anna na escola, por meio da qual ela já descobre haver algum problema em relação às águias que vivem próximas ao castelo, das quais Kieran é guardião. As águias são solicitadas pela cidade de Scyllix para serem utilizadas em conflitos bélicos, o que é inadmissível para Anna. E assim a história se desenrola, focando-se no destino das águias e no desenvolvimento de Anna como professora e de seu relacionamento com o conturbado Kieran.

Primeiramente, devo comentar a narrativa de Anna: centrada e agradável! Anna é uma protagonista muito cativante, que expõe suas opiniões com naturalidade e sem petulância. Advinda de uma cultura tribal e pacifista, existem alguns conceitos que ela simplesmente não consegue absorver, e seus modos simples e diretos são reflexo disso. Anna sabe lutar mas vem de uma cultura de paz, e sempre prefere o diálogo ao conflito e à agressão, física ou verbal. Essa concepção ela mantem até o final, o que achei muito bacana. Anna é coerente e sempre tem um motivo para agir como age, passando longe do estereótipo pasteurizado da protagonista que precisa ser bocuda, teimosa, e sair batendo em todo mundo para ser marcante, ou mesmo da garota romântica e frágil que não enxerga defeitos em seu amado. Anna é equilibrada e inteligente.

As explicações envolvendo magia e sua relação com a arte, com a palavra e com o pensamento são absolutamente encantadoras e também acessíveis. Gostei muito de ver a magia explorada dessa forma, já que muitas vezes a magia é tratada na fantasia como algo natural ou já estabelecido, e suas formas e desenvolvimento nem sempre são expostos. As divisões do castelo com suas torres e cores também me encantaram, bem como o conceito de combate mágico e as modalidade ensinadas por cada professor e sua relação com os alunos da escola. Embora algumas participações sejam pequenas, elas são eficientes no sentido de estabelecer o cenário e o "clima" da história, e os personagens sempre parecem ter sua vida própria, tanto que terminei a leitura curiosa para saber mais informações sobre muitos. A boa notícia é que vários deles têm seus backgrounds explorados no blog de o castelo das águias - castelodasaguias.blogspot.com - vale muito a pena conferir!

O enredo sobre as águias e o debate feito em torno delas cativa bastante, assim como o relacionamento de Anna e Kieran. O conflito de valores e personalidades dos dois é muito interessante, e é bonito ver como os dois se complementam e se amam aceitando as diferenças um do outro. Um romance delicado, bonito e nada meloso.

O Castelo das Águias é um livro leve e fluído, e talvez quem prefira mais ação e grandes sobressaltos sinta falta de um pouco mais de adrenalina. Esse não é o meu caso, e confesso aqui que me sinto encantada e orgulhosa ao saber que uma autora brasileira escreveu uma fantasia de tanta qualidade, com pitadas de mitologia nórdica, xamanismo, cultura hippie e misticismo, tudo junto em uma mistura encantadora e bem-estruturada. Eu quero saber mais e mais sobre o mundo de Athelgard, e faço campanha para que O Castelo das Águias seja mais conhecido! Recomendo, e MUITO!

P.S: e a capa é uma das mais linda que já vi!






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melissa 20/12/2012

Um livro sensível: leve, mas de questionamentos profundos
Anna de Bryke, apesar da pouca idade, decidiu aceitar se tornar Mestra das Sagas na famosa Escola de Artes Mágicas de Vrindavahn. Sair do ambiente tranquilo e familiar da floresta de Teixos é um misto de desafio e alegria para Anna que terá de encontrar seu lugar na sede da escola, o Castelo das Águias. Logo, Anna fica fascinada com as aves que dão nome ao lugar e seu fascínio acaba se extendendo ao responsável por elas, o misterioso mago Kieran. Uma história leve, mas com questionamentos bastante profundos, que é simplesmente uma delícia de ler.

Quando Anna chega à Escola de Artes Mágicas, sente a uma certa tensão no ar. Isso porque além da pouca idade, Anna é humana. Em Athelgard os elfos ainda levam suas tradições como as mais "certas" e apesar de conviverem com humanos, têm lá seu prestígio. Anna ainda tem uma metodologia diferente: ela quer inspirar seus alunos, não simplesmente fazê-los decorar longos poemas! Seu jeito um tanto inovador acaba chamando a atenção dos outros Mestres, inclusive do mago Kieran, que tem um jeito um tanto recluso e misterioso.

Kieran é responsável pelas águias, que são mais do que apenas aves bonitas. Por conta de uma fonte com propriedades mágicas, elas são capazes de sofrer uma transformação mágica, que, guiada por um mago, dá origem a águias guerreiras. As águias são emprestadas para o exército a fim de ajudar na proteção das Terras Férteis. Ao saber disso, Anna fica chocada: como tirar a liberdade desses animais e forçá-los à violência? Mas o Conselho quer ir mais além: quer tirar as águias de Vrindavahn. No entanto, isso acarreta problemas para as águias e Kieran fará de tudo para impedir. É aí que uma trama começa...

"O Castelo das Águias" consegue misturar aventura, romance e magia de um jeito bastante envolvente. A atmosfera da Escola de Artes Mágicas é realmente encantadora e o leitor se sente absorvido naquele clima de valorização da arte e da magia. Anna, como protagonista, é uma personagem interessante. Nada daquelas heroínas chatas e dramáticas. Ela é completamente verossímel; uma jovem com dúvidas, algumas certezas e boa vontade. Seu relacionamento com Kieran também foi desenvolvido de uma forma interessante: nada de um amor impossível que enfrenta tudo e todos naquele cliché chato. Pelo contrário, os dois descobrem seus sentimentos de um jeito mais tranquilo e sem toda essa pressão que nos acostumamos a ler. Uma abordagem bastante diferente da que estamos acostumados.

A trama de aventura também é interessante. A intriga das águias levanta alguns questionamentos muito inteligentes: será que realmente podemos fazer tudo o que queremos com a natureza? Podemos realmente usar outro ser apenas para satisfazer nossas vontades? É possível amar alguma coisa e não deixá-la livre?

A leitura do texto da Ana Lúcia Merege é prazerosa e tranquila. A escrita flui e nos envolve. Com certeza um nome de referência na literatura de fantasia nacional. "O Castelo das Águias" é altamente recomendado, tanto para quem curte romance quanto aventura. Muito muito muito bom!

E eu orgulhosamente posso dizer que o livro faz parte do nosso projeto de divulgação de livros, o Novos Livros de Fantasia (www.livrosdefantasia.com.br/os-novos-livros/sobre-o-projeto/) Dêem uma olhada na página e lá vocês encontrarão informações sobre o volume, bem como links e locais de compra.

Pela magia e pela arte! E fica a dica para seguirem a Ana Lúcia Merege. Ela é realmente ótima!



Resenha postada originalmente no www.livrosdefantasia.com.br
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A.Z.Cordenonsi 14/12/2012

Alta Fantasia de verdade
O livro da Ana Merege é um livro de alta fantasia de verdade. Interessante como alguns leitores traçaram paralelos com o Harry Potter, pois não vejo, em absoluto, nenhuma semelhança entre as duas obras, a não ser a existência de uma escola (que é um elemento da literatura juvenil, pasmem, que NÃO foi criado pela Rowling).
A história se passa em uma terra fictícia, algo bastane comum em romances de alta fantasia. O interessante da obra é que existe toda uma história que se passa ao seu redor, que é explicada ao leitor sob o olhar de uma pessoa (a protagonista) que se deslumbra pela primeira vez com uma realidade muito mais complexa (e perigosa) do que ela estava acostumada. Desta forma, o seu descobrir se torna o descobrir do leitor e isso a autora faz com maestria.
Para quem gosta de alta fantasia com elementos medievais, é um prato cheio. Recomendo sem moderação.
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Eduardo Kasse 26/11/2012

Portas para a fantasia
"O Castelo das Águias" é uma obra interessante: ela abre o caminho para quem quer iniciar a leitura de literatura fantástica.

O livro tem como personagem principal Anna de Bryke, a nova Mestre de Sagas do Castelo. A história conta a sua jornada desde a sua tribo, os primeiros dias de ambientação, o contato com outros professores e com o Mestre Camdell e o surgimento de sentimentos por Kieran de Scyllix.

O mundo é algo entre o medieval, o tribal e mesmo lembra a ideia das Cidades-estado gregas.

Há, inclusive, um mapa completo logo nas primeiras páginas.

E os "seres" desse universo também são ricos.

Homens, elfos e águias vivem em um mundo de magia, mas também com muitos aspectos reais como políticas - ou seria politicagem? -, comércio, viagens, diplomacia e lógico, aprendizado no Castelo.

O livro é muito bem escrito e está de acordo com o seu público, os leitores juvenis ou mesmo não tão experimentados.

Não espere a densidade de um Tolkien, esse não é o contexto do "O Castelo das Águias".

É uma história que começa mais vagarosa, mas que vai ganhando corpo no decorrer dos capítulos, dos conflitos e das descobertas.

Gostei que todos os personagens têm personalidades distintas e bem definidas, ou seja, é como deve ser.

Lembra o universo de Harry Potter, mas com o toque personalizado da autora.

Agora é esperar a sequência e a evolução de Anna, Kieran, Lara e dos demais membros do Castelo.
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Literatura 28/03/2013

Nas Terras Fertéis de Athelgard
Eu sempre gosto mais de livros que têm mapas.

Dito isso, vamos nos ater ao que interessa.

Anna de Bryke é uma Mestra de Sagas que acaba de ser admitida para trabalhar no Castelo das Águias: um lugar incrível onde se ensina magia, a arte dos bardos e dos saltimbancos e a controlar águias mágicas. Numa terra originalmente habitada por elfos onde os humanos são os "estranhos" e os mestiços sofrem preconceito.

No Castelo das Águias, Anna conhece, entre muitas pessoas, Kieran, o Guardião das Águias. Um homem visceral que pode ser surpreendentemente dócil, por quem nossa heroína irá, fatalmente, ficar de quatro.

Confusa com seus sentimentos, seu trabalho e com seu papel na história das águias, Anna se vê em parte de uma trama que envolve não só a segurança dos animais, como a paz em toda a região das Terras Férteis.

Okay, pense numa mistura de Nora Roberts com Tolkien. É bem por aí.

Quer ver a resenha completa? Acesse o site:
http://migre.me/dSCV8
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Escuta Essa 17/08/2013

Resenha – O Castelo das Águias, de Ana Lúcia Merege
O Castelo das Águias é a primeira obra que leio da Ana Lúcia Merege. Um romance com uma bela história fantástica, onde encontramos homens, elfos, aprendizes, professores, águias, uma escola de magia e todo um mundo mágico repleto de mistérios, intrigas e interesses políticos.

A história tem seu início com a Anna de Byrke deixando o local onde mora para lecionar em uma escola de magia instalada no Castelo das Águias. No decorrer da história vamos sendo apresentados a vários personagens, principalmente Kieran, um mago mais velho que Anna, envolto em mistério (o que nos deixa curiosos para saber mais sobre ele).
A medida que a história vai tomando forma e vamos acompanhando a trama, notamos que Anna está apaixonada por Kieran e apesar do temperamento de ambos não combinarem muito, eles se unem por uma causa comum e o romance fica em um segundo plano enquanto acompanhamos os eventos, batalhas mágicas e físicas em um cenário que para alguns pode fazer lembrar jogos de RPG ou até mesmo Harry Potter com as suas magias.

O livro possui uma narrativa envolvente que depois de passado os primeiros capítulos de apresentação dos personagens e da história de um modo geral, a leitura flui mais rapidamente e ficamos ansiosas para saber o desfecho da história.
Gostei da leitura e recomendo para os admiradores de literatura fantástica, que com certeza vão gostar muito do mundo mágico criado por Ana Lucia Merege.

“Águia, águia, com suas asas majestosas, Proteja-me do perigo.
Águia, águia, de olhos como flechas,
Oriente meus passos.
Águia, águia, cujo grito rompe as nuvens,
Inspire minhas palavras.
Amanhã.
Doravante.
Sempre.”
(pág. 103)

As águias são criaturas muito importantes na história, praticamente o pivô da confusão.

(...)
Leia mais sobre a resenha de "O Castelo das Águias" em...
http://bit.ly/1bHSSgA

Te espero lá ;) Deixe seu comentário, vou adorar retribuir :)

Renata do blog Escuta Essa

site: http://www.escutaessa.blogspot.com.br/2012/05/resenha-livro-o-castelo-das-aguias-de.html
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PorEssasPáginas 30/09/2013

Resenha O Castelo das Águias - Por Essas Páginas
Dessa vez a Cuca mergulhou em um mundo fantástico chamado Athelgard nesse livro da Ana Lúcia Merege, que saiu pela Editora Draco. Em O Castelo das Águias, primeiro livro de uma série, conhecemos um mundo com humanos, elfos, magia e águias guerreiras. Com uma narrativa leve e uma trama despretensiosa, Ana Lúcia Merege nos conduz por uma história deliciosa e com uma bela mensagem. ‘Bora lá saber se a Cuca recomenda?

O livro começa com um prólogo e a cena rápida de uma batalha e uma situação angustiante que, pelo que se percebe quando o livro realmente começa, é algo que acontecerá somente no final, o que já nos deixa com a pulga atrás da orelha. Depois disso, conhecemos Anna de Bryke, uma moça muito jovem que foi convidada a dar aulas na escola de aprendizes do Castelo das Águias. Anna, que vivia em uma tribo distante, cercada pela avó, amigos, elfos, tradições e costumes de sua terra, muda-se, completamente sozinha, para Vrindavahn, um lugar distante e muito diferente do que ela estava acostumada a viver. Só aí o leitor já percebe que Anna, apesar de ser uma personagem tranquila, é também uma moça corajosa à sua própria maneira.

A história é narrada pelo ponto de vista de Anna e, à medida que o livro avança, percebemos que uma das suas funções como personagem é exatamente essa: narrar a história. Ela se instala no castelo e começa a dar aulas de sagas que, pelo que interpretei, é algo equivalente a literatura (coerente ela ser a narradora, não?). No castelo, os aprendizes têm várias aulas e desenvolvem suas habilidades, inclusive mágicas. Aqui achei bastante criativo que os protagonistas da história são os professores, não os alunos; geralmente nas sagas o herói é alguém jovem, com um mundo a descobrir e muito o que aprender. Aqui, no entanto, temos os mestres como protagonistas, mas apesar disso eles também tem muito a descobrir, aprender e evoluir.

O mundo de Athelgard é ocupado por humanos e elfos, bem como a mistura dos dois. Anna é humana, o que por si só surpreende os habitantes do castelo, já que ali há vários mestres elfos e magos. Nos primeiros capítulos, Anna está tentando se habituar à sua nova vida e, apesar do livro mostrar essa trajetória, senti falta de mais algumas páginas nesse começo, principalmente para mostrar essa nova ambientação de Anna e conhecermos melhor os personagens. Em alguns momentos, achei que ela foi aceita com facilidade pelos outros mestres – não digo os aprendizes, porque o mestre anterior deles era muito chato e Anna traz novas técnicas de ensino que realmente os encantam. Tanto que achei isso que, quando acontece uma cena de conflito entre Anna e outra pessoa, uma divergência de opiniões, foi quando me interessei mais pela história e grudei no livro.

Anna é ainda é bastante jovem, recém-saída da adolescência, e apesar de já demonstrar certa maturidade, algumas das suas atitudes são bastante coerentes com a sua idade e com o seu passado, criada em um local afastado, com outros costumes. Ela não é perfeita: tem suas inseguranças, medos e orgulho, mas também é uma pessoa calma, observadora, criativa e de bom coração. Em outras palavras, ela é real: nada de uma personagem perfeitinha. Também não esperem uma heroína que destrói tudo pelo caminho; Anna é forte e corajosa, sim, mas com outro tipo de audácia, um tipo que às vezes as pessoas não interpretam como coragem. Porém, em várias cenas, ela demonstra ousadia, não pelo uso da força ou de armas, mas utilizando inteligência e palavras. É legal encontrar personagens femininas que pegam em armas e chutam bundas malvadas? É sim. Mas não é só isso que significa uma personagem forte: há vários outros tipos de mulheres, que demonstram sua força e coragem de maneiras diversas. E gostei dessa diferença em Anna.

E por trás disso tudo, como um fio condutor que guiasse magos e artistas, estava o que mais me fascinava: as histórias. Sem elas, tudo o mais seria desprovido de sentido.

O Castelo das Águias é assim chamado por abrigar em seus terrenos águias especiais: devido a uma fonte mágica e usando os encantamentos corretos, elas podem se transformar em águias guerreiras. Porém, há algumas pessoas que desejam utilizar as águias para propósitos errados, como armas de guerra, arriscando sua vida e liberdade. Essa situação conduz e permeia todo o livro, trazendo um pouco de política e conspiração para a trama. Além disso, é também devido a essa trama que conhecemos aqui e ali outros fatos de Athelgard. Aqui, Ana joga a semente de outras coisas que virão nos próximos livros.

No castelo, Anna conhece Kieran de Scyllix, um outro mestre, mago, guardião das águias e alguns anos mais velho que ela. Gradualmente, Anna e Kieran se interessam um pelo outro. No entanto, esse não é um romance arrebatado, com idas, vindas e cheio de turbulentas emoções. Aliás, essa nem parecia ser a intenção da autora. O romance entre Anna e Kieran é tranquilo, simples e bonito, bastante verossímil de acordo com a situação e a época que a história se passa. O relacionamento fugiu também daquela batida situação de “amor impossível” e coisas do tipo. Não há dramas desnecessários. Gostei muito disso porque não estava lendo o livro em busca de um romance, mas sim de uma aventura de fantasia, e foi isso que encontrei. A autora manteve o foco, apesar de claramente ter carinho pelo relacionamento dos dois.

(…) pois nossas falhas e talentos eram complementares… como tinham de ser, se pretendíamos que houvesse harmonia em nossa vida a dois.

No entanto, preciso abrir um parêntesis aqui, quase um desabafo pessoal. Não consigo gostar do Kieran! Como pessoa, não como personagem, que fique claro. Ele é antipático, rabugento, autoritário, teimoso, às vezes grosseiro e até meio machão. Lendo-o, lembrei muito do Snape, de Harry Potter. E eu também não gosto do Snape – mas reconheço que ele é o melhor e mais complexo personagem da Rowling. Um ótimo personagem nem sempre precisa ser querido e amável e Kieran certamente não é. Na verdade, acho que o mais me irrita nele é o pouco caso que ele faz de Doron, um cara incrível, adorável, ótima pessoa e personagem, que é devotado ao amigo Kieran e, no entanto, ele só faz tratá-lo com desprezo. Sinceridade? Eu quero um Doron para mim. E a Anna é uma heroína mesmo por aguentar o Kieran! Pronto, falei!

No entanto, aqui também Anna mostra que tem personalidade. Apesar de estar apaixonada, ela não cede às opiniões de Kieran. Anna tem suas próprias convicções e as defende com energia, mesmo dele. Ela discute e toma suas próprias decisões, ainda que Kieran não concorde e isso leve a mais divergências. Suas escolhas não são tomadas por causa de seu amor. E aí volto no que comentei acima sobre personagens femininas. De nada adianta uma personagem que pega em armas e é durona se chega um cara e ela se derrete, e realmente Anna não é assim. Ela tem sua própria cabeça, ela defende o que acredita e, finalmente, ela tem personalidade. Para mim, isso que faz uma boa personagem.

Além de Kieran, Anna conhece várias pessoas. Há outros personagens no livro e, devido àquela falta de páginas que me referi acima, acho que alguns foram pouco desenvolvidos, apesar de percebemos que eles têm sim suas próprias histórias, apenas não houve tempo para que elas fossem mais aprofundadas. Durante a leitura, percebi que a autora teve um grande cuidado ao criar esse mundo e tem bastante controle sobre seu universo, bem como seus personagens, apesar de nem sempre isso ser mostrado no livro. Acho que a única coisa que eu desejava a mais nesse livro seriam mais páginas, mais tempo para esse desenvolvimento. Ao mesmo tempo que essa narrativa rápida deixa o livro mais leve, de um jeito que você lê e nem percebe o tempo passar, também nos deixa um pouco no escuro sobre alguns personagens, mas acredito que provavelmente eles serão mais desenvolvidos nos próximos livros. Algo legal que descobri foi que, no site da autora e da série, Ana posta contos e fichas dos personagens, contando-nos um pouco mais deles e suas histórias. É uma ótima pedida como complemento do livro.

Apesar O Castelo das Águias ser uma fantasia leve, no final, Ana nos emociona com uma cena bem escrita, brilhante e muito delicada, que traz uma bela mensagem. Acho que foi isso que mais me marcou no livro, essa mensagem que significa basicamente “se você ama alguém, deixe-o livre”, uma citação que vem logo no começo do livro. É isso que a autora mostra com a história narrada pelos olhos sensíveis de Anna e na figura das águias. Foi algo que me fez refletir e muito após a leitura. Já disse várias vezes aqui que, algumas vezes, lemos um livro no momento certo. Quando terminei O Castelo das Águias, sua mensagem me tocou profundamente e, naquele mesmo dia, aconteceu uma situação comigo que me fez lembrar novamente dessa mensagem do livro. Amar é deixar livre, é dar espaço para o ser amado ser livre para ser quem quiser, pensar como quiser, amar quem desejar. É uma imagem bela e verdadeira. Quem não sabe ceder a liberdade infelizmente não sabe amar. Quem não sabe amar, não sabe viver. E isso é triste.

E aí? A Cuca recomenda?

Com certeza! Para quem curte uma fantasia leve e adora ler sem ver o tempo passar, O Castelo das Águias é uma ótima pedida. E se você não gosta de séries, fique tranquilo: apesar do livro ser o primeiro de uma série, ele tem sim um final convincente e que fecha com o que foi proposto na obra, apesar de algumas pontas soltas que foram deixadas para os próximos livros. Além disso, a Ana mantém um blog, como eu já disse acima, no qual posta outros contos do universo de Athelgard e fala sobre seus personagens. Para visitá-lo, cliquem aqui. Em tempo, a autora também tem vários contos publicados separadamente pela Draco, em versão digital, bem baratinhos. Conheça-os clicando aqui. Se vou lê-los? Claro, e certamente vão estar aqui resenhados em breve.

site: http://poressaspaginas.com/a-cuca-recomenda-o-castelo-das-aguias
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Khrys Anjos 29/11/2013

O voo da transformação
Quando Anna chega à Escola de Artes Mágicas de Vrindavahn se depara com preconceito diferente. Ela é hostilizada por uma das outras mestras por ser humana.

Num determinado momento ela pensa em desistir de ser a mestra das sagas por causa desta hostilidade mas o seu lado Lobo fala mais alto.

Ela passa a se relacionar com os outros mestres e conquista amizades especiais. Além de conhecer o amor personificado na pessoa do Mestre das Águias Kieran, que tem o dobro da sua idade.

Como podem ver Anna nasceu para quebrar as barreiras dos preconceitos: se tornou um mestra sendo jovem e humana, não deixou que o fator da idade interferisse no seu relacionamento. Talvez sua força venha da Floresta dos Teixos onde viveu em comunhão com a natureza.

E sua força é posta à prova quando precisa se pronunciar perante o Conselho de Scyllix sobre o futuro das águias.

Quando o mago Hillias vê suas expectativas de escravizar as águias desmoronarem acaba se virando contra a Anna e o Kieran. E neste momento é que a força do amor dos dois se solidifica.

Ao iniciar a leitura fiz como as águias abri minhas asas e fiz um voo panorâmico por toda Athelgard conhecendo pessoas e lugares incríveis.

Anna se mostrou uma guerreira e um exemplo pois seguiu o que o seu coração desejava.

Kieran no início parecia ser um homem rude mas o amor o “amoleceu” e o fortaleceu. Demonstrar os sentimentos não torna a pessoa fraca pelo contrário a torna mais forte.

O diretor Camdell que sempre tenta ver o lado bom das pessoas e das situações.

O aprendiz Lear Encanta-Dragões que precisou superar os momentos de fraqueza e cresceu como pessoa.

Tivemos várias lições a serem aprendidas não apenas pelos aprendizes da Escola de Magia mas pelo leitor pois esta escola ensinou não somente sobre a magia mas principalmente sobre a vida.

Se você se deixar paralisar perante um obstáculo que o Destino colocou no seu caminho não poderá desfrutar da felicidade que o espera ao superá-lo. E não adianta culpar outra pessoa por isso afinal foi escolha sua desistir.

Devemos sim ser como o Camdell. Toda pessoa e toda situação tem o seu lado positivo. Nas pessoas fica mais difícil enxergar pois muitas delas estão a tanto tempo vivendo na escuridão que a Luz passa a ser um ponto bem pequenino no seu interior, mas está lá. E as situações por piores que sejam também tem seu lado bom. São oportunidades que a Vida nos dá para evoluirmos.

Preconceito só faz com que a pessoa perca chances de ser feliz. Ou por não aceitar um amor por uma pessoa mais velha ou por não se achar capaz de realizar determinado trabalho.

Quando assumimos a postura de merecedores conseguimos superar todas as barreiras que nós mesmos nos impomos.

E o maior exemplo vem exatamente das águias: “A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie, chega a viver 70 anos.
Mas, para chegar a esta idade, aos 40 anos ela tem de tomar uma séria e difícil decisão...
Aos 40 anos a águia está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e voar se torna difícil!
A águia então só tem duas alternativas: morrer... ou enfrentar um doloroso processo de renovação que dura, em média, 150 dias.
Consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar.
Então, após, encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo, com muita dor.
Após arrancar o seu próprio bico, a águia espera que nasça um novo bico, com o qual irá arrancar suas velhas unhas, uma a uma, novamente com muita dor.
Quando as novas unhas começam a nascer, a águia então passa a arrancar as velhas penas.
E só após cinco meses ela vai para o famoso voo da renovação.
E para viver plenamente mais 30 anos.”

Tem exemplo mais forte de superação do que este? E é esta lição que nós devemos aprender com estas aves magníficas.

Devemos aprender que muitas vezes temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que possamos continuar a voar um voo de vitórias devemos nos desprender das lembranças, costumes e tradições que nos causam dor e sofrimentos.

Somente nos livrando do peso do passado poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz. Isso significa deixar o passado no seu devido lugar. Aprenda com seus erros. Faça deles seus mestres mas não os torne o seu carrasco.

Acredito que por isso seja tão fascinada pelas águias. Minha segunda tatuagem inclusive é uma águia. Uma Fênix. Outro exemplo de superação. Também sou fascinada pelos lobos desde menina. O encanto da Lua Cheia sempre me atraiu. E aqui nesta estória tive a união dos dois. Anna da Casa dos Lobos com o Mestre das Águias Kieran.

Terminei meu voo por Athelgard já sentindo saudade do vento no rosto que me ajudou a planar por esta terra mágica e especial.


site: http://minhamontanharussadeemocoes.blogspot.com.br/2013/11/resenha-o-castelo-das-aguias-ana-lucia.html
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