Robson 07/07/2020
É, dessa vez o King não me pegou
Muitos livros de Stephen King estão entre os meus preferidos, Misery, It, Christine, O Cemitério, Mago e Vidro, O Iluminado, As Quatro Estações, enfim acho King um escritor fora da curva, capaz de criar personagens que eu consigo acreditar que possam existir de verdade, apesar da aura sobrenatural que os envolve, os diálogos são como pessoas de verdade conversam sem artificialidade, tirando o suspense que sempre me prende, leio os livros muito rápido para saber como aquela situação vai se resolver.
Depois de rasgar toda essa seda pro King, preciso dizer que ele também tem defeitos e derrapa feio vez ou outra, e Zona Morta pra mim é uma dessas derrapadas. Os personagens são sim carismáticos como de praxe nas obras do King, a premissa é muito boa, tem uma ou outra passagem de muita inspiração, mas na maior parte do tempo é chato, arrastado, não parece ter um foco narrativo definido.
Johnny Smith acorda de um coma de 4 anos e meio com o poder de ver o futuro das pessoas ao tocar na mão delas, esse poder é usado pra resolver crimes, evitar tragédias, etc. algo muito interessante, mas tudo isso é feito de forma episódica, que salvo mais perto do fim do livro não parece ter um propósito maior, algo que me prendesse na narrativa, o vilão tinha muito potencial, mas é mostrado fazendo maldades a conta gotas e nunca mostra realmente a que veio.
King já conseguiu me convencer que um carro ciumento com instinto assassino pode ser verossímil, mas com uma trama muito mais interessante como uma cara que vê o futuro ao tocar na mão das pessoas não me prendeu. É, até os reis falham.