Perto Do Coração Selvagem

Perto Do Coração Selvagem Clarice Lispector




Resenhas - Perto Do Coração Selvagem


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Carol 04/01/2024

É um livro lindo. O modo como ela
Escreve faz eu me lembrar de como enxergo a vida, me vinham lembranças da infância que eu nem sabia que tinha ainda. Mas, às vezes, eu achava pesado de ler, porque é muito sentimento em poucas palavras, muito peso de mundo.
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Lila28 03/01/2024

Clarice Lispector é maravilhosa em tudo que escreve.
Perto do Coração Selvagem é maravilhoso, recomendo a todos.
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lAvia 02/01/2024

Perto do coração selvagem (de clarice)
Que clarice era (ou é) uma autora única, não é segredo pra ninguém. o primeiro romance da minha conterrânea é um exemplo claro disso: clarice tem um domínio da prosa e da arte da palavra que qualquer outro pode apenas sonhar em ter. ela faz da palavra interlocutor, ouvinte, mensagem e código. ironia, paradoxo, metáfora e tudo que é figura de linguagem. mas se tratando de função, clarice é emotiva o tempo inteiro. "perto do coração selvagem" nada mais é do que um monólogo interno, ocasionalmente interrompido por diálogos, de uma mulher que é grande demais pra caber em si mesma. é o que torna o livro tão bom quanto é, e se dei apenas 3,5 estrelas, é porque sinto que a recifense ainda não tinha contemplado todo seu talento como romancista. preciso ler mais clarice.
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barouh 31/12/2023

A escrita de Lispector e a maneira como os pensamentos e sensações são transcorridas é sobrenatural, é tão intrínseco ao ponto de ser incompreensível, em que a compreensão será uma benção para poucos.

Fiquei vidrada em diversas partes ao decorrer do livro e disporei algumas.

?É que tudo o que eu tenho não se pode dar: Nem tomar: Eu mesma posso morrer de sede diante de mim. A solidão está misturada à minha essência.?

?Você tem razão, Joana! tudo o que nos vem é matéria bruta, mas nada existe que escape à transfiguração.

? Não lembra que um dia que você me disse: ?a dor de hoje será amanhã tua alegria, nada existe que escape a transfiguração.?

Simplesmente descomunal como coisas que não conseguimos perpassar em palavras por serem tão complexas são colocadas da maneira mais inesquecível e marcante por Joana quanto ao discernimento sobre o seu ser, ser este selvagem.
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Yasmin O. 30/12/2023

Ele estava só.
Estava abandonado,
feliz, perto do selvagem
coração da vida." James Joyce - epígrafe do livro

Perto do coração selvagem foi minhas última leitura finalizada em 2023. Joana, personagem memorável, um animal não domesticado e necessitado de desfrutar da própria companhia, com lapsos de memória, fragmentada como a escrita da própria Clarice nesse livro. A personagem constata algo que sempre desconfiou, que o essencial e o transcendente se encontra no sentir, nas palavras que ainda não existem, no pensar consigo mesma, no perto do coração selvagem, e não no exterior, no casamento e demais pessoas e convenções sociais, sendo repleta de vida, tanto que a liberdade não era suficiente para ela. Uma personagem amoral, que em mais de um trecho repete que a bondade lhe dá ânsias de vomitar, considerada uma pequena víbora pelos que a rodeiam sem compreendê-la, até mesmo porque emana esse incômodo de ser que sente tão fortemente nos demais.

"A culpa era dele, pensou friamente, à espreita de nova onda de raiva. (...) Sua presença, e mais que sua presença: saber que ele existia, deixavam-na sem liberdade. Só raras vezes agora, numa rápida fugida, conseguia sentir. (...) Ele roubava-lhe tudo, tudo. (...) Agora tinha todo o seu tempo entregue a ele e os minutos que eram seus ela os sentia concedido, partidos em pequenos cubos de gelo que devia engolir rapidamente, antes que derretessem. E fustigando-se para andar à galope: olhe, que esse tempo é liberdade! olhe, pense depressa, olhe, encontre-se depressa, olhe...acabou-se! (...) Depois ele vinha. E ela repousava enfim, com um suspiro, pesadamente. - Mas não queria repousar! - O sangue corria-lhe mais vagarosamente, o ritmo domesticado, como um bicho que adestrou suas passadas para caber dentro da jaula."

"(...) eu não trago paz a ninguém, dou aos outros sempre a mesma taça, faço com que digam: eu estive cego, não era paz o que eu tinha, agora é que a desejo".

"(...) sentia que essa estranha liberdade que fora sua maldição, que nunca a ligara nem a si própria, essa liberdade era o que iluminava sua matéria".

Algo que muito me tocou foi a relação da personagem com o mar, para onde ela sempre tem a necessidade de retornar, há trechos belíssimos relacionados à água, bem como encantei-me com aqueles relacionados à infância, quando Joana já percebia a sua situação de deslocamento em relação aos demais. Clarice me conduziu de volta à infância, para o pátio do recreio, a sala de aula silenciosa, com seus cheiros e sua brisa fresca no prédio de pedras (meu colégio Nossa Senhora da Misericórdia, o mais marcante para mim) , o cheiro da casa à beira-mar, da terra do quintal, a presença-ausência dos meus avós, tudo é muito familiar. Traz a sensação de que o perto do coração selvagem da infância torna-se cada vez mais opaco, e que devemos fazer o possível para retornar a ele.

"(...) Mas eu nunca sei o que fazer das pessoas ou das coisas de que eu gosto, elas chegam a me pesar, desde pequena".

As últimas páginas do livro são particularmente maravilhosas e viscerais, uma ode à liberdade, inclusive à liberdade de seguir não compreendendo, um trecho para ficar lendo e relendo. Meu livro está todo grifado, escrito, marcado. Encerrei meu ano literário muito bem.
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Sabrina.Rodrigues 29/12/2023

Bom.. gostei !
Houve quem encontrasse no livro a influência de Virginia Woolf, ao passo que outros apostavam em Joyce, seguindo a falsa pista da epígrafe da qual Clarice pinçou seu título: "Ele estava só. Estava abandonado, feliz, perto do coração selvagem da vida." Ambos os grupos estavam errados, apesar do uso do fluxo de consciência pela escritora estreante a justificar tais correlações. Ocorre, no entanto, que esse havia sido um achado natural e espontâneo para Clarice Lispector, que admitiu como única influência neste caso O lobo da estepe, de Hermann Hesse. Não em termos estilísticos tampouco por se identificar com o caráter do protagonista, mas sim por compartilhar com ele e, sobretudo, com Hesse, o desejo imperioso de romper todas as barreiras e ultrapassar todos os limites na busca da própria verdade interior. Anseio personificado pela personagem central, Joana, com uma expressão que se tornou célebre: "Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome."
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Vanessa.Benko 29/12/2023

O que importa afinal: viver ou saber que está vivendo?
É uma jornada filosófica e emocional que desafia as fronteiras da narrativa convencional. Lispector nos conduz por um labirinto de pensamentos e sentimentos, onde a complexidade da vida se desdobra em cada página.
A utilização magistral do monólogo interior é uma das grandes forças deste romance. A protagonista, Joana, é como uma caixa de Pandora de reflexões íntimas, suas palavras sendo uma correnteza de pensamentos profundos que nos arrastam para as profundezas da sua psique. A narrativa em monólogo interior permite uma proximidade única com a mente da personagem, criando uma experiência íntima e desafiadora.
A estrutura não linear da história é um convite para a desconstrução da linearidade temporal. A autora brinca com o tempo, mesclando passado, presente e futuro de maneira intrincada. Isso exige um leitor atento, disposto a se perder nos meandros temporais da narrativa. Essa abordagem não convencional pode ser desafiadora, mas é uma parte essencial da riqueza do livro, proporcionando uma experiência literária única.
Os sentimentos são descritos de maneira diferenciada, mergulhando nas nuances do amor, solidão e existência. A escrita de Lispector transcende as palavras, capturando emoções complexas de forma poética. Cada página é um convite para explorar a profundidade dos sentimentos humanos, desafiando as convenções da linguagem e expressão emocional.
Os personagens principais, especialmente Joana, são intrinsecamente complexos. A protagonista é uma alma inquieta, questionando a vida e sua própria existência. A jornada dela é um convite para a reflexão sobre a natureza da identidade e da busca pela autenticidade.
É uma experiência literária que exige comprometimento, mas as recompensas são vastas para aqueles dispostos a mergulhar na mente selvagem da autora.
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Ryan.Grancieri 28/12/2023

Densidade?
É um livro como qualquer outro da rainha Clarice, denso, difícil de colocar para dentro, porém muito reflexivo.
Que experiência maravilhosa é ler livros assim, ter que digerir cada palavra com muita dificuldade é assustadoramente de outro mundo. As personagens criando espaço nas páginas e gratificante e a imersão na mente delas também.
Duas falas que dariam muito um monólogo fácil, ou qualquer parte deste livro incrível.
E ao decorrer do livro você pensa que vai ficar mais tranquilo, mas a gata vai e escreve um capítulo chamado "A viagem" que simplesmente fecha com chave de ouro. QUE LIVROOO!! NÃO esperava menos de Clarice, rainha da minha vida.
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Giovanna 27/12/2023

Uma viagem pelas misteriosas sensações da existência
Mais uma vez, volto a relação de amor e ódio com um livro da Clarice. Amo a identificação que tenho com o que ela escreve, amo a forma como ela consegue expressar o que não se consegue explicar. Odeio como fico cansada quando imersa nos turbilhões existenciais de sensações, complexidades e perplexidades.

É um bom livro. Percorre a alma ? diria eu ? ansiosa de Joana, uma mulher única. Uma mulher forte, mas ao mesmo tempo fragmentariamente frágil, falando de dentro pra fora. Nada é insípido, quando se trata de Joana. Há sempre a solidão, o ardor, a feminilidade... É uma personagem que, se vista de fora, seria igualmente cativante; porque é incrível como em diversas passagens ela é mais ousada e ? me arrisco dizer ? livre do que consigo imaginar uma mulher padrão da década de 1940, quando o livro foi escrito e publicado, sendo. Mesmo ela frequentemente estando na posição de "vítima" (abandonada), ela não é uma vítima; ao final, ela vai, ela assume as rédeas de si e, em vez de ficar, ela toma para si o "ir".

A escrita de Clarice sempre revolve por dentro, causando náusea. Aliás, falando em náusea, pensei no Existencialismo durante toda a leitura. O livro é mais existencialista que o existencialismo, dizendo de uma forma mais galhofeira. Fala muito em liberdade, ser, existir, morte... Viaja-se por uma vida, a vida de uma mulher da infância à idade adulta, percorrendo seus conflitos, suas percepções, suas sensações da vida, suas reflexões... Nunca se termina o choque, a complexidade do existir, seja para si, seja em relação ao outro.

A leitura exige um pedaço de seu ser, mas vale o quinhão, vale o leve cansaço.
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Mel;5 26/12/2023

Depende!
Foi uma leitura bem complicada. Nunca tinha lido nada da Clarice antes e decide começar por esse aqui.
Fiquei tão perdida, por causa do fluxo de consciência, uma hora a gente está no passado da Joana, depois no presente, aí do nada muda o narrador.
Chegou em um momento que eu só desisti e fui. Tipo de fato não se entende Clarice Lispector, se sente.
É isso, fiquei curiosa e resolvi dar uma chance, no geral eu não acho que eu tenha me arrependido, só não leria de novo.
Enfim depende de pessoa para pessoa.
Fabio 27/12/2023minha estante
Clarice, sempre nos deixa com essa sensação de que "desceu quadrado" kkk




Giovanna1242 26/12/2023

Dos livros que li da Clarice até hoje, achei esse o mais difícil. Em alguns momentos fiquei muito presa pela leitura, já em outros me perdia facilmente e precisava reler pra tentar entender o que ela queria realmente passar ali.
Não sei se de fato compreendi o livro por completo, mas pra mim, pelo menos, trouxe muitos questionamentos sobre existencialismo, autoconhecimento e uma visão das diferenças entre o que se é e o que se deveria ser.
O ponto alto do livro, como sempre, é a escrita belíssima da Clarice, vale a pena!
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maria22510 24/12/2023

Só sei que nada sei
Acho que meu raciocínio é disperso demais pra entender livros com fluxo de consciência, mas é um livro bom.
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Pedro Matias 24/12/2023

A força é a fraqueza de um caráter
Neste primeiro livro, que Clarice escreveu entre os 19 e 20 anos, embora muitas vezes diga-se que ela escreveu aos 17, ela já revela muito do que seria sua obra. Acompanhamos a vida da protagonista Joana, cuja individualidade converte-se em algo fascinante e difícil de lidar para ela e para os outros.
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Mariana.Evangelist 23/12/2023

Viver a mesma coisa em situações diversas
Mais uma vez Clarice entrega sentimento e profundidade em seus escritos. É uma leitura complexa, eu particularmente demorei a focar e entender a leitura. Mas, consegui compreender, apesar que pouco, Joana. Uma mulher dura em seus pensamentos, isso veio de sua vivência. Ela sentia muito, e tinha vontade de viver, pois já tinha vivido mais do mesmo. Via todo mundo ir embora de sua vida e ela continuava ali, já não crendo que alguém viria pra ficar enfim... e no final, ela decidiu não fugir, mas ir.
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