MATADOURO CINCO

MATADOURO CINCO Kurt Vonnegut




Resenhas - Matadouro 5


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Julio.Cesar 22/07/2023

É assim mesmo
?Deus, me conceda a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que posso, e sabedoria para sempre reconhecer a diferença?

E é assim mesmo. Se na década de 40 Benjamin já alertava que os mortos não estariam seguros caso o inimigo vencesse, hoje mais que nunca, nos encontramos numa constante resistência contra a recaída da sociedade numa barbárie. Barbárie esta, documentada em toda e qualquer obra que temos em nossas estantes, e barbárie esta, incrustada no cerne da civilização.

E é dessa rememoração das perdas, do mapeamento dos destroços, que nasce o exercício imaginativo de Vonnegut. A fim de não se conformar com o esquecimento das vidas jogadas fora em nome de conflitos bélicos que atestam alguns dos abismos mais horrendos da desumanização, o autor usa da fissura espaço-temporal da literatura de ficção científica para explicitar os crimes de guerra realizados pela governo americano (especificamente o Bombardeio de Dresden) durante a Segunda Guerra Mundial.

Carregado por um caráter visceralmente metalinguístico, Vonnegut usa do seu romance para estabelecer conexões com os episódios reais que marcaram sua história. Assim como o protagonista Billy Pilgrim, jogado na guerra quando jovem e desnorteado em meio àquele conflito entre os Aliados americanos e os nazistas, o autor fora sobrevivente do mesmo bombardeio de Dresden, presenciou a morte de aliados e inimigos, e ao voltar ao território americano se viu diante de uma sociedade completamente cínica aos massacres que ocorriam naquele tempo, com cidadãos suburbanos vivendo entorpecidos pelo capitalismo estadunidense enquanto vidas eram ceifadas diariamente no Vitnã pelos mesmos ?heróis? americanos.

Com doses descabidas de humor negro, uma escrita alucinógena e diálogos e personagens tão erradios quanto o cenário caótico que os circunda, Vonnegut narra a aventura onipresente de Billy Pilgrim da forma mais desarmônica possível, a fim de expressar em algum grau o sentimento que muitos jovens e crianças viveram frente aos massacres.

Conectando os conceitos de viagem temporal com os exercícios de alteridade entre a raça humana e os alienígenas Tralfamadorianos, o autor estende uma percepção temporal que abarca os acontecimentos humanos do passado, presente e futura numa leitura simultânea, potencializando assim o papel do protagonista de expectador da guerra e testemunha de sua própria vida, alguém completamente dissociado da veracidade de livre arbítrio, que sabendo tudo que já aconteceu e vai acontecer em sua existência, nos presenteia com um conformismo agoniante que não escapa muito das inúmeras analogias possíveis à ?evoluída? sociedade estadunidense vigente e contemporânea.
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FlaviosParanhos 20/07/2023

É assim mesmo...
MATADOURO CINCO. 


Eu já tinha comprado esse livro a alguns anos, não lembro qual impulso gerou a compra, se foi recomendado por alguém ou por algum canal literário que sigo, mas ele estava aqui, ainda no plástico, ainda bem embalado e guardado, eu vinha de alguns leituras de fantasia e ficção científica, pensei em algo novo. Bem, esse livro também é de ficção científica mas com um detalhe-especial, é misturado com acontecimentos reais da segunda guerra mundial, onde o autor foi prisioneiro de guerra do exército alemão. 


E aqui falo da história em si, o livro tem uma linguagem simples, apesar de envolver viagem no tempo, crises exigências e um personagem preso em algo que pode ser real ou imaginário, temos uma salada de confusão, então o livro é ruim? Para mim está longe disso! Primeiro o autor joga a atenção no bombardeio de Dresden, cidade alemã onde a quantidade de mortos foi superior a da bomba-atômica, e mesmo assim pouco se sabe do caso, ele foi ocultado, pouco se falou e se espalhou sobre o acontecido pelo mundo e, quem sabe finge não saber. A cidade foi literalmente obliterada, e depois refeita na Alemanha oriental, pós guerra. Billy Pilgrim é o nome do protagonista e apesar de muitas vezes se confundir com o autor, não é ele, eles chegam até a interagir na guerra. Mas o personagem tem a capacidade não controlada de viajar no tempo, sua percepção de tempo muda ao ser capturado por uma raça alienígena, ele entende que não existe começo nem fim e, que estamos todos presos no fluxo de acontecimento do tempo. É assim mesmo? frase essa repetida à exaustão no livro. Eu recomendo a leitura, não tem nada muito pesado apesar dos pesares, e a linguagem é extremamente simples. Se o leitor se esforçar logo se vê envolvido na leitura. 
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Day 19/07/2023

Fiz a releitura do livro depois de 2 anos e continuei achando essa uma história incrível e tocante. É muito interessante ver como o autor colocou suas experiências nessa ficção científica, e é possível fazer várias analogias sobre a viagem no tempo e as memórias de guerra, que vêm em momentos aleatórios, assim como no livro.
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Hirlan 18/07/2023

Os horrores da guerra e o matadouro cinco
Billy Pilgrim se tornou um veterano de guerra, Vivência um dos piores atentados contra a humanidade, o bombardeio a uma cidade que deixou dezenas de milhares de vítimas, mas poucas pessoas conhecem essa história. A história da cidade de Dresden, cidade alemã que foi bombardeada pelo americanos durante a segunda Guerra mundial que deixou marcas eternas na vida de todos que a viram em chamas.

A partir dessa ideia o livro foi escrito, no entanto, não é só nisso que ele se baseia. Por se tratar de um livro de Kurt Vonnegut podemos esperar as coisas mais aleatórias, e é isso que ele entrega. O livro tem uma narração que não obedece uma linha de tempo certa, em saltos acompanhamos momentos aleatórios na vida de Billy, podendo ser durante a Guerra ou mais a frente de sua vida. E assim seguem todos os capítulos, em que, de forma não linear conhecemos grande parte da vida do nosso herói.

O autor teve ideias extremamente imaginativas para o decorrer da trama, um exemplo foi um acontecimento que marcou a vida de Billy após o casamento de sua filha, ele foi abduzido por uma raça alienígena conhecida como tralfamadore que enxerga o mundo na quarta dimensão, onde o passado, o presente e o futuro não têm grande diferença. Após a abdução, Billy se torna atração atração um zoológico que expõem criaturas dos mias variados planetas e, depois de um tempo, recebe a companhia de uma ex atora porno, Montana Wildhack, com a qual tem um filho.

Outra ideia bem interessante foi abordada com o personagem Kilgore Trout, um autor de ficção científica pouco conhecido que escreve livros bem estranhos. Na minha opinião, ele é uma metáfora para a forma com que o Kurt Vonnegut se enxergava, onde o personagem do Kilgore não se considera um escritor e vive vendendo assinaturas de jornais.

O livro é incrivelmente divertido e criativo, me deixou com vontade de ler mais livros desse autor.
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mands 17/07/2023

Não sei
Eu não sei dizer o pq de esse livro tão doido ter me prendido até o final, mas prendeu. É essencialmente ruim, mas acho que a curiosidade venceu e eu precisava saber o resto da história.
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Déa 17/07/2023

Ler clássicos não é tão fácil, esperava conseguir fazer uma leitura melhor, foi a segunda tentativa e nem assim consegui gostar muito da história, achei um pouco confusa e foi bem arrastada.
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Djenifer 12/07/2023

Eu sou péssima para clássicos, não consegui entender nada do início ao fim, por mais que tenha sido uma leiteira muito rápida, foi ao mesmo tempo muito confusa.
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Alvv 01/07/2023

Até agora eu tô sem entender se ele realmente participou da segunda guerra mundial ou só foi um surto da sua cabeça?
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Marcio.Caldas 27/06/2023

Inimaginável
Sempre ouvi falar dele como um pequeno clássico da ficção científica e como é bom descobrir este livro. Estar certo e errado ao mesmo tempo. Uma obra q me impactou e influenciou.
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Marcelo Martins 24/06/2023

É assim mesmo
Super interessante.

Primeiro contato com Vonnegut. Gostei da escrita. Simples e objetiva. A escrita facilita a leitura. Porém, o desenvolvimento da narrativa é meio arrastado. Demorou até engrenar de verdade. Do meio para o final do livro li em três dias o que passei trinta para ler na primeira metade. Achei o começo meio enfadonho, lento e chato. Mas quando as coisas começam a "deslinearizar" de verdade, a trama fica curiosa e envolve mais o leitor. Desperta a curiosidade.

No geral, gostei do livro. Na minha leitura, a provocação mais determinante é em relação ao livre arbítrio. Nós realmente temos escolhas? O mundo é determinista ou voluntarista? Será que se soubéssemos o que vai acontecer no futuro teríamos como fazer algo para mudar? Realmente temos escolhas? Ou será que "está tudo escrito" e determinado a acontecer? Bastante reflexivo e filosófico. Além desse ponto, há outros questionamentos em relação à saúde mental, violência e outros aspectos humanos, tudo envolvido em um manto de ficção científica.

Uma boa leitura.

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"Deus, me conceda a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que posso e sabedoria para sempre reconhecer a diferença."
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iara 24/06/2023

No meu entender, o livro é sobre um veterano de guerra que passou por muita coisa e, pra fugir dos seus traumas, começa a acreditar que tudo o que ele leu nos livros de um escritor decadente aconteceu de verdade; principalmente o lance da quarta dimensão, extraterrestres e viagens temporais. de começo parece confuso, mas embora a história não seja temporalmente linear, ainda é possível compreender bem os acontecimentos.
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Mikani 22/06/2023

Definitivamente um dos livros já escritos
Não sei como descrever a experiência do livro. É louco e interessante ao mesmo tempo, achei o estilo narrativo intrigante, talvez virasse um bom filme.
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denis.caldas 16/06/2023

É assim mesmo...
Faz tempo que eu não participava de um Livro-Viajante, daí tive a sorte de ver esse livro à disposição para empréstimo e pude matar a minha curiosidade; obrigado Karla Beatriz!

Bem, vamos lá... No primeiro terço, me deparei com o pior livro que enfrentei nos últimos dois anos, mas depois a coisa começou a fluir e achei interessante o método de contar sobre um terrível momento específico da história em forma de parábola de ficção científica e aquele negócio de viagem no tempo. O autor tem boas sacadas, filosofou sobre coisas que nunca pensei e me arrancou uma ou outra risada. Pensei que seria uma estrelinha solitária, mas ponderei o esforço e ganha o meu aperto de mão. É assim mesmo...
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Patcha 12/06/2023

Daria um ótimo filme do Tarantino
Um grupo de soldados durante a Segunda Guerra se vê preso em uma fenda temporal, e passam a viver diversos momentos da história ao mesmo tempo. Ora estão num passado longínquo, ora em um futuro pós apocalíptico. Não tem como essa premissa dar errado. E realmente não deu.
O livro é envolvente e te deixa preso até o fim. A linguagem se mantém atual e fácil de se assimilar. Recomendo a leitura.
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Cassiana.Perez 09/06/2023

Matadouro cinco
Baseado em experiência real do autor, traz um personagem por meio do qual é possível sentir todo o trauma, todo o desajuste, toda a falta de sentido de uma guerra.
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