Lelê 10/04/2014ResenhaQuando um livro começa assim, com uma lista dessa, já me ganha pela emoção. Já sei que vou chorar, mas sei que não vou me arrepender.
Sam tem onze anos e está tratando de uma leucemia pela terceira vez.
Na clínica onde ele recebe os tratamentos necessários, os médicos são super bacanas, assim como as enfermeiras, enfim, todos conhecem Sam. Mas tem um garoto pra lá de especial que irá deixar os dias de Sam melhores. Seu nome é Felix.
Sam faz uma lista das coisas que quer fazer antes de morrer, e Feliz sem demora começa a realizar os sonhos malucos do amigo. Ri muito com isso!! Vocês não tem noção!!!
"Pensei que você quisesse ver a terra do
espaço. Isso você ainda não fez, né?
Pag. 192
Sam decide escrever um livro contando sua história, sua vida, seus sonhos e sua doença. A história de um doente corajoso, um doente com um humor gigantesco.
A Sra. Willis é sua professora, e irá ajudá-lo nessa tarefa.
"Desejei não ter começado a escrever este
livro bobo sobre estar doente. Agora
não parece mais tão divertido."
Pag. 114
Basicamente a história é essa. Narrado em primeira pessoa, vamos acompanhando a vida de Sam como um diário escrito e vivido por ele, intercalando com suas listas, suas perguntas que ninguém responde e alguns desenhos.
Parece simples, mas não é. Uma história riquíssima, cheia de emoção, carregada de beleza.
A mãe de Sam é daquelas mãe que raramente deixam a peteca cair, adorei conhecê-la. O pai é daqueles que escondem o medo, não por fraqueza, mas por ter medo de demonstrar o medo; um pai incrível. Bella, ah! Querida Bella, a irmã de Sam é de uma doçura admirável. Felix me deu motivos para enxergar minha vida com outros olhos. Me deu vontade de correr e fazer tudo que ainda falta fazer. A Sra. Willis me mostrou o quanto é bom ensinar; e que ao ensinar sempre se aprende.
E Sam me mostrou o quanto é lindo viver! O quanto é maravilhoso acordar todos os dias e ser 'vivo'!
"Morrer é a coisa mais boba de todas.
Ninguém lhe conta nada. Você faz
perguntas e eles tossem e mudam de assunto."
Pag. 19
Quero deixar claro que este livro não fala de morte. Ele fala da vida de Sam, e automaticamente nos vemos nele. De alguma maneira louca a autora faz com que o leitor se veja pelos olhos de Sam.
É como se ele dissesse: "E aí, já realizou mais um sonho hoje?"
Nem preciso dizer que a narrativa de Sally é incrível. Sem drama nenhum, mas sim com muita alegria. Esse é o jeito Sally de escrever. Não abusa de detalhes, usa somente o necessário para descrever uma cena, um momento, um local ou uma pessoa, o suficiente para fazer com que possamos imaginar o que ela quer. O resto fica por nossa conta.
É impossível não se emocionar, mas ao mesmo tempo não há tristeza. Nao é o tipo de livro que te derruba, e sim te levanta!!
Não é fácil descrever todos os sentimentos que tive durante a leitura... não é nada fácil falar sobre "Como Viver Eternamente" sem que os olhos se encham de lágrimas novamente, mas é muito fácil saber que este será meu querido eternamente.
Este livro está indicado para adolescentes, porém acredito que todos devam ler, independente da idade. Principalmente aquelas pessoas mais velhas que adoram reclamar da vida e chorar de barriga cheia. Ser feliz é bom, viu?!
A diagramação é perfeita, linda mesmo. O meu livro é este da capa acima, ou seja, a capa antiga. A Geração Editorial lançou recentemente a nova edição de "Como Viver Eternamente" com a nova capa, que por sinal é linda. Até pensei em adquirir o livro com a nova capa, mas me apaixonei tanto pelo meu Sam, que não irei trocá-lo, quero o meu mesmo.
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http://topensandoemler.blogspot.com.br/