Esdras 08/08/2017“Pode ser algo que morre ou pode ser algo que nasce. Depende do ângulo que se escolhe.”Aqui conhecemos o Sam. Um garoto de 11 anos que tem Leucemia. Já faz um tempo que ele lida com a doença e o livro trata do seu dia a dia na luta contra a mesma.
Sam já não frequenta a escola. Tem aulas particulares em casa junto com seu amigo Felix.
A amizade dos dois é muito legal de acompanhar e proporciona momentos engraçados, mesmo em meio a esse clima de ‘tem algo muito errado por aqui’.
Sam resolve escrever um livro sobre sua vida. E nele inclui várias listas sobre coisas pra fazer antes de morrer, recordes a quebrar, pensamentos e melhores coisas que fez na vida. (O livro dispõe de pesquisas também, com fatos verídicos.)
Interessante analisar o que se passa na cabeça dele. Ele tem consciência da doença e sua gravidade, mas ao mesmo tempo não se sente como alguém incapaz. De modo que se questiona, junto ao amigo, o porquê de crianças portarem doenças desse tipo ou qualquer outra doença. Por que crianças? É Deus quem lhes dá doenças? Com qual propósito?
Contamos ainda com suas reflexões sobre morte, pra onde vamos, se a gente sente quando morre e coisas do tipo.
“ – É a minha vida. Não quero passar o resto dela tomando drogas horríveis...”
Essa leitura encanta e emociona por sua simplicidade e inocência. Sobretudo pela esperança que os personagens se negam a abandonar. Todos lutam, bravamente, da maneira que conseguem suportar.
É uma narrativa pesada no quesito sentimental.
A rotina do Sam torna-se mais e mais desgastante ao longo do desenvolvimento e isso ultrapassa o papel e atinge a gente em cheio e nos faz compartilhar tudo o que ele sente. É exaustivo. É triste.
“ – Pensei que seria amedrontador. Mas não era. Era apenas silencioso e vazio.”
A escrita da autora é muito envolvente. E excelente ao mesclar a seriedade da doença com a leveza e a magia do olhar de uma criança.
Sem dúvida, muito marcante. Amei.