Alexsander.Rosa 22/04/2023
Ninguém anda à procura de tristezas
"Vim a Comala porque me disseram que aqui vivia meu pai, um tal de Pedro Páramo". E, assim, começa um dos livros mais peculiares que já li.
Nesse livro, que possui diversas vozes, acompanhamos a jornada de Juan Preciado em busca de seu pai, Pedro Páramo, porém, essa viagem aparentemente tranquila transforma-se em uma aventura medonha e peculiar pelo caminho de uma cidade aparentemente abandonada, mas cujos mortos parecem não deixá-la. E, ao longo da narrativa, vamos acompanhando o passado daquela cidade, no caso, a vida de Pedro Páramo, dono daquelas terras.
Esse livro possui diversas vozes e, diversas vezes, é fácil se perder sobre os acontecimentos da história e, sim, o livro vai exigir uma releitura, pois após acabar a leitura e perceber o que aconteceu com aquela cidade e seus habitantes, a releitura é fundamental para compreender a genialidade deste livro tão curto, mas tão rico e complexo.
"Você irá sentir mais perto a voz de minhas lembranças do que a da minha morte, se é que algum dia a morte teve alguma voz."
"Ninguém veio vê-la. Foi melhor assim. A morte não se reparte como se fosse um bem. Ninguém anda à procura de tristezas."