A sangue frio

A sangue frio Truman Capote




Resenhas - A Sangue Frio


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bibi 21/05/2018minha estante
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Carol 08/07/2009

Frio na medida certa
Quando soube que o livro tratava de uma história real,minha atenção desviou-se da história em si para o autor que a escreveu.Como ele poderia escrever uma história sobre um assassinato de uma família inteira sem julgar os assassinos ou santificar a família?Truman Capote conseguiu.

A descrição do crime não se prende ao fato em si.As personalidades dos assassinos são descritas,analisadas,dissecadas!O mesmo é feito com os integrantes da família morta.No momento em que o crime ocorre,o leitor sabe bem quem são as pessoas envolvidas.Criminoso e vítima não se conheciam,mas nós os conhecemos.É como se pela primeira vez uma notícia daquelas que lemos no jornal sem dar muita importância mostrasse o que realmente significam as palavras que a compõem.Crime significa que alguém o cometeu.Assassino é alguém que teve uma motivação qualquer que o levou a tirar a vida de outrem.Assassinado é um ser que teve planos e sonhos desfeitos por alguém que não deu importância a nada disso.Em "A Sangue Frio",todas essas palavras ganham a dimensão que realmente possuem,e isto é assustador.

A sangue frio não foi só cometido o crime,também foi como o livro foi escrito.Genial.
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Claire Scorzi 26/09/2009minha estante
Uma curta, mas boa análise.




Débora 15/08/2010

Realidade e ficção – esse tal de jornalismo literário
Minha percepção do livro está no blog Imagem Paginada, Letra Sustenida:
http://migre.me/14USu
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Tio Fil 17/05/2009

O Início do Romance Jornalístico (Não-Ficção)
Este livro, que é o marco inicial do gênero de romance não-ficcional, é uma aula de estilo literário e entrega jornalística. A contemporização dos diálogos, a reconstrução das cenas, a partir dos depoimentos dos acusados e dos dados levantados pela perícia, permite que o leitor acompanhe os detalhes do caso como se estivesse presente no momento em que ocorreram.
Vale lembrar que esta obra foi publicada pela primeira vez no jornal americano "The New Yorker" em diversas edições. A edição primorosa do genial William Shawn contribui de maneira substancial para transformar este livro em uma obra-prima. É importante ter em mente, ao ler o livro, que ele é, antes de mais nada, uma reportagem jornalística romanceada e não um romance com viés jornalístico. Essa experiência literária só se tornou possível pelo pioneirismo da "The New Yorker" e do seu editor William Shawn. Outros filhos literários deste jornal são "O Segredo de Joe Gould" de Joseph Mitchell, "Portrait of Hemingway" de Lillian Ross, duas outras obras-primas.
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Fulana de Tal 16/06/2009

o diferencial é que é uma historia real, misturada, querendo ou nao, com a ficção...mas nem é tudo isso.
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Isabellacnc 05/01/2010

"Escrito a sangue frio"
Sobre uma nota de apenas duas linhas no jornal “The new york times”, o jornalista Truman Capote escreveu uma obra-prima do jornalismo literário. Leu sobre uma família que havia sido assassinada brutalmente no interior do Kansas. A partir disso, achou que daria uma boa “matéria” e seguiu com suas malas até a cidade, em companhia da talentosa escritora Harper Lee (autora do livro “O sol é para todos”). Ao chegar ao local do crime, conversou com vizinhos, conhecidos e familiares, e percebeu que aquela história daria bem mais que uma reportagem e começou uma apuração profunda.
O livro registra a história dos 4 membros da família Clutter, o Sr. E Sra. Clutter e seus dois filhos, Kenyon e Nancy. Paralelamente, apresenta os dois assassinos, Perry Smith (com quem Capote se envolveu) e Dick Hickcock. Capote reproduz fielmente as cenas e traz detalhes minuciosos que comprovam a grande pesquisa feita pelo escritor. Desde uma descrição (muito) detalhada da cidade e da população, até dos próprios “personagens” envolvidos, revelando informações íntimas, que dificilmente se conseguiria sem uma consulta a própria pessoa.
“A sangue frio” seria um livro, segundo o próprio Capote, inovador e completamente diferente de “Hiroshima”, de John Hersey. Ele não acreditava em comparações entre esses dois (célebres) livros, visto sua modéstia elevada. Aliás, dentre tantos escritores que fizeram gêneros parecidos, poucos escaparam de sua crítica maldosa, como Lilian Ross em “Picture”. Capote era tão frio em seus julgamentos que chegou a um ponto drástico sobre “On the Road” de Jack Kerouac. “Isso não é escrever. Isso é bater à máquina”, revelou o escritor. Na realidade, ninguém poderia ser mais escritor do que ele, ou melhor, Truman Capote já se considerava o melhor, independente de qualquer outro.
Em 6 anos de apuração, Capote reuniu tantos dados, que poderia ter escrito um livro de até 2 mil páginas. Se julgava genial por ter escrito essa obra e, com razão, fez de seus “exageros”, uma realidade. Sempre foi muito polêmico e fez uma grande história no jornalismo (assim como hoje o lembramos). Ele poderia se gabar muitas vezes por ser um verdadeiro talento, pois afinal, ele era mesmo.
Seu livro seria adotado por ele como “non-fiction novel”, ou simplesmente “romance sem ficção”. Entre muitos outros que surgiram anteriormente, esse certamente causou bastante alarde sobre a população, sendo campeão de crítica e venda quando lançado em 1966. Capote iniciou o que hoje se chama de "new journalism", introduziu o jornalismo a literatura e trouxe um estilo novo de romance não-ficcional. O jornalismo literário devolveu o sentimento romântico que muitos jornalistas perderam com o passar do tempo, fez lembrar um sentimento esquecido, aquele que luta pela justiça e o bem comum. Trouxe, com o romance, aquela velha ilusão que temos com a literatura. O de nunca ser real, mas no jornalismo literário, um pouco de realidade é permitido para lembrarmos mais dos nossos fins como jornalistas.
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amandanogueira 28/09/2010

Balada dos enforcados
Quatro integrantes de uma família são mortos brutalmente, sem nenhum motivo aparente, em Holcomb, uma pequena cidade no interior do Kansas (EUA), no final dos anos 50. O crime poderia ter sido apenas fruto da imaginação de um escritor, mas, longe disso, foi detalhadamente calculado por dois assassinos. Em A Sangue Frio (original: In Cold Blood), a história se desenlaça sobre uma corda bamba que tende ora para a literatura, ora para o jornalismo, no que ficou conhecido como romance de não-ficção, classificação do próprio autor, Truman Capote, para a obra.

A abertura fica por conta de um trecho de “Balada dos Enforcados” (Ballade des pendus), de François Villon. O poema pede pena aos “pobres”, para assim, conseguirem o merecimento de Deus. Logo em seguida, o primeiro capítulo dá início à caracterização profunda das vítimas e de seus amigos próximos, as últimas pessoas a vê-las. Uma longa descrição psicológica e física da família Clutter, em especial da menina Nancy, torna os leitores íntimos a eles, e ainda, familiarizados com a monotonia da vida na pequena cidade. Esse efeito é produzido mediante as descrições sucessivas; as construções de diálogos – provavelmente obtidos por meio de entrevistas com amigos da família –; a seleção e arranjos escolhidos minuciosamente para uma coerência interna e proximidade com a realidade, o que concede credibilidade ao que conta o jornalista. Porém, o retrato subjetivo e emocional, concebido também pela alternância de foco narrativo e pelo fluxo de consciência – que lhes confere profundidade psicológica –, põe em xeque o rigor dos fatos.

Essas mesmas práticas, misturas da literatura e do jornalismo, permanecem presentes a todo tempo durante a narrativa. Ainda nas primeiras páginas, mais dois rapazes são apresentados à parte do que acontecia em Holcomb. Esses dois núcleos de personagens (a família e os rapazes) intercalam a história por meio de cenas curtas separadas por cortes tipicamente cinematográficos. Autor da consagrada noveleta Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s), Capote sabia utilizar bem esse artifício, fazendo com que a leitura se passasse como um filme de duas histórias simultâneas até a identificação de Perry e Dick como os assassinos.

A partir desse ponto, divisor de águas, a história foca nos autores do crime, em suas personalidades e características físicas, assim como em seu relacionamento um com o outro. Porém, é notável um maior destaque a Perry Smith, que teve uma vida sofrida e intolerante. Após introdução dos detetives, os capítulos se dedicam às dificuldades para provar a participação dos suspeitos; às perturbações mais íntimas dos envolvidos, principalmente do responsável pela investigação, Alvin Dewey; assim como ao medo de Richard Hicock e de Perry Smith durante a fuga direção ao México. Com a prisão da dupla, são sutilmente apresentadas possíveis justificativas para o assassinato, ou melhor, existe uma grande tentativa de humanização dos prisioneiros e uma luta para anulação da pena de morte, que, por fim, chega em uma noite de inverno, seis anos depois daquela outra noite sem medidas.

A cena final da vida de Perry Smith dá o último tiro em direção a uma condição digna, mas não passa de mais um artifício que Capote utiliza para escrever a história como gostaria que ela tivesse sido. Após a leitura completa é que voltamos à epigrafe e percebemos que, mais do que um relato de um crime hediondo, a obra pode ser considerada um julgamento, no qual os autores do crime são absolvidos pelo autor do livro.
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Diogo Madeira 12/12/2009

A importância de jornalismo literário
É incrível que o jornalismo literário seja desprezível pelos muitos jornalistas em funções da inexistência factual. A grande obra prima do Truman Capote é mais do que excelente, pois conseguia minha atenção do início ao fim. Sempre gostei dos textos do próprio Capote (o estilo dele me agrada). Bem, vamos ao título que eu havia mencionado, sempre que considero importante o jornalismo literário porque acho muito interessante a mescla de romance e não-ficção para que o leitor viaje na maionese, inclusive penetre em cuja leitura.
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Zé Accioly 31/12/2009

Ensaio sobre o que deveria ser o jornalismo
É claro e até lógico. Não dá pra qualquer jornalista se debruçar sobre uma história interessante, apurar a fundo as várias versões sobre o mesmo caso, dissecar o perfil psicológico de cada personagem e ainda escrever para sair na edição do dia seguinte. Isso é humanamente impossível e irreal. Mas não para Truman Capote. Ele, dono de outros títulos de sucesso, a exemplo de "Bonequinha de Luxo", fez um verdadeiro retrato sobre o assassinato dos quatro integrantes da família Clutter - pessoas da que poderia ser considerada alta-sociedade em Holcomb, no Kansas, EUA. Vítimas de Dick Hickock e, sobretudo, Perry Smith, esses quatro personagens perderam a vida de forma brutal: com um tiro de espingarda calibre 12 na cabeça. Um único tiro, e fatal. Tudo bem como o título do livro sugere, a sangue frio.

O relato se mistura com o desenrolar de um roteiro de cinema. Cada parte do título foi escrito como se fosse para ser adaptado para a telona. Talvez pelo talento do escritor, que fez trabalhos para o cinema e teatro. A paixão por Perry Smith, um dos acusados, é evidente no livro, mas nada que atrapalhe o andamento da leitura. A obra é o sonho de qualquer jornalista, a procura da história perfeita.

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fefe222 17/06/2024

Recomendo muito
Acho que é um dos favoritos do ano, amei demais. Recomendo muito para todos que gostam desse gênero, com certeza lerei mais livros de não ficção depois desse (inclusive aceito recomendações).
Truman realmente mostrou o nível de crueldade que o ser humano pode chegar, mostrando o lado humano dos assassinos, seus sonhos, traumas, desejos e relações, sem passar pano para seus crimes, realmente uma tomada interessante para o livro.
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Danylo Martins 26/09/2010

Um crime narrado com arte
Dia 15 de novembro de 1959. A pequena comunidade de Holcomb, no Kansas, acordou com a notícia da morte de uma família conhecida na região. Herbert Clutter, sua esposa Bonnie e seus dois filhos, Nancy e Kenyon, foram encontrados em casa mortos cruelmente com tiros de espingarda na cabeça.

Considerado uma das obras-primas do New Journalism (Novo Jornalismo), o romance de não-ficção A Sangue Frio, de Truman Capote (1924-1984), conta a história do assassinato dos quatro membros da família Clutter, desde alguns dias anteriores às mortes até o momento de execução dos dois assassinos, Richard “Dick” Hitchcock e Perry Edward Smith, quase seis anos depois.

Para transmitir a narrativa aos leitores, Capote utilizou-se ao mesmo tempo de recursos jornalísticos, como extensa pesquisa de documentos e realização de entrevistas, e efeitos literários, ao aplicar no enredo suposições de fatos ou até mesmo ao buscar penetrar em pensamentos e ações das personagens.

No começo do livro, o autor constroi cenas curtas e fragmentadas, em estilo cinematográfico, que geram suspense e tensão no leitor até o momento em que os criminosos são identificados. A partir desse ponto, o enfoque, mais lento e moderado, fica por conta do julgamento, da prisão e das mortes de Dick e Perry, processo que durou cerca de cinco anos.

Com base em foco narrativo múltiplo, Capote desenha a narrativa a partir da sobreposição de várias vozes. Isso ocorre mais no início, quando o autor deixa que várias personagens “falem” por si mesmas. Após o começo das investigações em busca dos assassinos, a figura central do livro passa a ser um dos criminosos, Perry Smith. O provável motivo para esse enfoque principal em Perry talvez tenha sido sua trajetória conturbada, marcada por uma família problemática e por dificuldades na juventude.

Capote provavelmente encontrou obstáculos ao investigar a vida do parceiro de Perry. Isso pode ter ocorrido pelo fato de Dick contar com uma família sólida, de pais trabalhadores, e também por ele ter se casado. Esses aspectos se contrapõem à vida que Perry levou, sem grandes relacionamentos amorosos e marcada por turbulências na família.

A exploração das características peculiares de cada um dos criminosos foi o grande mérito do autor. Com uso do jornalismo combinado à literatura, Capote mostrou a complexidade da mente dos assassinos ao investigar atos, desejos refreados (como a tendência pedófila de Dick), impulsos contidos e defeitos de ambos.

O relato não é fiel em sua totalidade, já que Capote usou e abusou de diálogos, que conferiam mais emoção e dose literária à história, e fatos que foram desmentidos posteriormente. A inexistência das fontes utilizadas na pesquisa é outro elemento que torna a obra mais distante do padrão jornalístico. Contudo, o livro mostra a genialidade do autor, capaz de transcrever longas conversas e apurar detalhes do real e transformá-lo em uma narrativa de não-ficção, repleta de emoção e doses de bom jornalismo.
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BIU VII 27/05/2011

A banalização da morte
Excelente livro. Devorei de "cabo a rabo" em dois dias. Truman Capote é inigualável ao escrever a história com um distanciamento e uma imparcilalidade ìmpar, esta maneira de escrever é a mesma que separa o gênio do escritor comum.
Na narração da história é como se ele estivesse dizendo o tempo todo: Eles morreram (a família Clutter), eles (os criminosos) vão morrer e nós também morreremos um dia, ninguém escapa.
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Bibs | @queriaestarlendo 05/03/2011

Um dos primeiros livros que li e não eram de autoria de Agatha Christie, a rainha do mistério. O que mais me chamou atenção no livro era o fato dele ser baseado em uma história real; comecei a lê-lo como uma brincadeira, apenas para fazer comentários com minha irmã - que tinha de ler o livro devido a faculdade - e acabei completamente fissura e apaixonada pela escrita de Capote. A riqueza na descrição dos detalhes me transportaram para a horripilante noite do assassinato da família Clutter e me fez sentir conhecida dos moradores da pequena cidade de Holcomb - foi como fazer uma viagem macabra sem sair de casa.
Me senti enraivada quando li sobre o crime, mas no final do livro quase senti pena de Dick e Perry, dois ladrões muito, na falta de uma palavara melhor, burros.
Aparentemente Capote esgotou toda sua criatividade e excelente escrita em seu livro de maior sucesso, mas ainda sim não deixa de merecer todos os elogios que recebeu com a obra. "A sangue frio" é o melhor livro não-ficticio que já li (embora alguamas pessoas insistam em dizer que parte da história foi invenatada por Capote) e um dos melhores livros que já li em toda minha vida, no apanhado geral. Merece de longe as cinco estrelas que tem.
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Fabio Shiva 14/02/2011

Assistir ao excelente filme “Capote” me fez lembrar dessa leitura tão marcante, que fiz há anos atrás.
“A Sangue Frio”, dizem os críticos, é a obra inaugural do chamado “romance de não-ficção”, gênero que se tornou bastante popular desde a sua publicação em 1966.

Penso que, mais importante que isso, “A Sangue Frio” estabeleceu os padrões que a indústria cultural americana iria seguir daí por diante ao tratar de um de seus temas prediletos: o assassino.

Penso que esse padrão segue duas vertentes principais: em primeiro lugar, a tentativa de humanizar, psicologizar, entender as motivações do assassino. Em segundo lugar, a fome insaciável por detalhes macabros e horripilantes, a sede de beber até a última gota de sangue, a necessidade de recriar e reviver nos mínimos detalhes cada assassinato.

“A Sangue Frio”, a meu ver, inaugura a idolatria americana ao serial killer.

O livro é intenso, envolvente, muito bem escrito. Obra do gênio que dizem que era Truman Capote.

Quanto ao filme, revelou com brilhantismo o outro lado da moeda: o altíssimo preço pago por Capote para escrever a sua obra-prima.

Uma frase do filme marcou: “Cuidado com o que você faz para conseguir o que você quer.”

Esse sábio conselho, obviamente, Truman Capote não escutou.

(199...)

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Lays Rodrigues 22/01/2012

Livro muito bem construído. Simplesmente uma lição de jornalismo!
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