Heresia

Heresia S. J. Parris




Resenhas - Heresia


67 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Jaqueline 13/08/2011

“Heresia – Um Suspense Histórico”, livro lançado pela editora Arqueiro, é um daqueles livros que nos envolvem do começo ao fim. Com muitos mistérios e crimes macabros, acompanhamos a história do monge italiano desde os seus dias de reclusão religiosa até sua transformação em uma espécie de Sherlock Holmes da era Moderna.
Banido da Igreja por sua paixão por leituras heréticas, Giordano se torna um acadêmico que teoriza sobre a organização do cosmos segundo o pensamento de Copérnico, onde a Terra gravita em torno do Sol. Como bem aprendemos em nossas aulas de História Moderna no colégio, este pensamento era o suficiente para condenar alguém à forca nos idos de 1583, ano em que a trama do livro acontece. A antiga rixa entre ciência e religião, que atingiu seu ápice com a Inquisição, é o ponto de partida da obra, uma vez que Giordano Bruno acredita em uma outra compreensão da mente divina e do seu propósito para com a humanidade. Partindo em busca de um antigo livro de autoria de Hermes Trimegisto, um sacerdote do antigo Egito que dizia ter desvendado os mistérios da razão de Deus, nosso protagonista segue caminho até a Universidade de Oxford, em Londres, onde faz amigos e inimigos entre o corpo docente.
Nesta primeira etapa, a narrativa do livro se mostra um pouco arrastada. No entanto, com a chegada de Giordano a Oxford, tudo muda: o livro ganha um ritmo vertiginoso, com descrições envolventes dos grandes teólogos e doutores que lecionam no lugar. Narrado em primeira pessoa pelo protagonista, "Heresia" nos joga em um sedutor caldeirão intelectual e teológico. Em meio a tantos personagens de personalidade duvidosa, como o professor James Coverdale, o pomposo estudante Gabriel Norris e o professor Slythurst, a filha do diretor da Universidade, Sophia, acaba se destacando. Destemida e muito inteligente, Sophia desafia sua família ao rejeitar se comportar como uma boa jovem de sua época e prefere os livros poeirentos da biblioteca da Universidade aos bordados que seus pais esperam que ela faça. A atração intelectual não demora a acontecer entre ela e Giordano Bruno, mas o macabro assassinato do professor Roger Mercer nos jardins do campus mantém o nível de romance da obra no mínimo necessário, abrindo caminho para uma série de investigações eletrizantes sobre quem poderia planejar um ato tão macabro quanto soltar um cão de caça faminto em um jardim com todos os portões trancados a chave e depois revirar o antigo quarto do professor enquanto seu cadáver mal havia esfriado.
Não espere delicadeza: as mortes apresentadas na obra chamam a atenção pela sua sanguinolência, uma vez que o cadáver de cada uma das vítimas imita o martírio de um dos santos da Igreja, como São Sebastião. Suspeitos não faltam, uma vez que o diretor Underhill narra as sofridas biografias dos santos durante os sermões que faz na igrejam da Universidade. Essas histórias são extraídas da obra de Foxe, um antigo estudioso de Teologia cujos livros Underhill estuda. E é justamente um recorte de um desses livros a principal pista de Giordano para desvendar os crimes que estão assolando Oxford.
Alunos, professores e funcionários: todos são suspeitos. A missão de Giordano, que de algum modo sempre acaba sendo um dos primeiros a se deparar com os cadáveres, é encontrar a pessoa que teria interesse em difundir tanto medo entre os homens que ainda se relacionam com a Igreja Católica em Londres, berço da Reforma Protestante. A ligação entre a política e a religião é o segundo ponto forte do livro, e nesse sentido a obra ganha muitos pontos por apresentar ao leitor de forma bastante simples a tensão política que marcou a Europa durante séculos:
"Hoje a fé a política são uma coisa só - disse ele. - Talvez sempre tenha sido assim, mas é algo que parece haver atingido novos extremos em nosso século conturbado, não acha? A religião de um homem me diz onde está sua lealdade política, muito mais do que sua terra natal ou sua língua". (pág. 28)
Em alguns sentidos, “Heresia” pode lembrar um pouco o livro “Anjos e Demônios”, de Dan Brown, mas no contexto geral o livro foge das artimanhas carismáticas usadas pelo autor norte-americano. A autora S. J. Parris não tem a intenção de criar polêmicas baratas com a Igreja, mas sim apresentar personagens de caráter contundente e relatar como a perseguição aos rebeldes católicos se deu na Inglaterra elizabetana segundo o ponto de vista de pessoas de diversas classes sociais: condes, professores, livreiros, estalajadeiros ou visitantes estrangeiros. Um livro de narrativa primorosa e eletrizante, "Heresia" é uma indicação para todos aqueles que gostam de História e doses cavalares de suspense.


>> Resenha publicada no site www.up-brasil.com
comentários(0)comente



Laissantos 18/04/2013

Bom.
Um suspense bem legal.
comentários(0)comente



Caroline Nishi 19/10/2011

Heresia
Heresia | s. f.
(latim haeresis, -is, opinião, sistema, doutrina, heresia + -ia)
1. f.
2. Divergência em ponto de fé ou doutrina religiosa.
3. [Por extensão] Blasfémia.
4. [Figurado] Opinião ou doutrina diferente às ideias recebidas.
5. [Informal] Disparate; abuso; contra-senso.

Muitas pessoas do século XXI não sabem o significado da palavra heresia e confesso minha ignorância, eu, Caroline Nishi, também não sabia. Mas quem viveu na Europa do século XVI sabia muito bem o significado e a temia da mesma maneira que teme o diabo. Vocês já ouviram falar da Inquisição?

É neste contexto histórico que o blog Elamundo apresenta o livro Heresia, de S. J. Parris. Nesta história, as disputas são essencialmente entre os católicos romanos e os católicos anglicanos. A intolerância religiosa era tão intensa que os sábios que tinham “outras idéias”, eram obrigados a fugir de seu país para não serem sentenciados à morte ou outras barbáries.

Nosso protagonista, Giordano Bruno, ou simplesmente Bruno de Nola ou Phillipo (seu nome verdadeiro) é um personagem real e alguns fatos da história também são reais como ele ter fugido da Itália para se livrar da Inquisição sob a condenação de ser um herege; de ter se instalado por um tempo em Londres; e de ter realmente conhecido Sir Philip Sidney.

Mas tudo o que falarei a seguir é referente ao livro e sua história e não tem qualquer ligação com o que de fato aconteceu na época em que viveu em Londres. Portanto, essa história é baseada em personagens reais com fatos possivelmente fictícios, qualquer semelhança com nomes, lugares e situações pode ser mera coincidência.

As aventuras de Giordano Bruno começam quando ele foge do mosteiro que viveu quase a vida toda em Nápoles, Itália, para salvar a própria pele da Inquisição.

Ele sai da Itália e passa por diversos países da Europa até que decidi ir para Londres buscar um livro que há muito procura. Lá, além de re-encontrar seu velho amigo Sir Philip Sidney, ele recebe o convite de se reunir com Sir Francis Walsingham, ministro de estado da Rainha Elizabeth.

Sir Walsingham sabe dos planos de Bruno de visitar a universidade de Oxford e lhe pede um favor; pede para que auxilie-o na identificação dos traidores da coroa presentes entre os docentes da universidade e, se assim for, ser recompesando por sua lealdade à rainha. Não havendo outra alternativa, Bruno aceita ajuda-lo, afinal, o que poderia acontecer dentro dos muros da universidade de Oxford?

É, poderia acontecer muitas coisas e acontece a pior de todas. Em sua primeira noite na universidade, Bruno de Nola é testemunha ocular de um crime macabro, um professor é assassinado por um cão, que, aparentemente, surgiu do nada. Todos querem encobrir o assassinato, a reputação de uma das universidades mais respeitadas da Europa está em jogo, mas a alma inquieta e intuitiva de Bruno lhe diz que aquilo pode não ter sido um acidente e começa a sua investigação. E sua perspicácia toca a ferida de alguns, ele passa a ser persona non grata para a maior parte do corpo docente. Até que acontece o segundo assassinato, mais macabro ainda, e Bruno começa a enxergar um padrão e possíveis suspeitos.

A partir daí, Bruno não pode confiar em ninguém, nem mesmo na própria sombra. Sua vida corre risco, todos levantam suspeitas, ora por suas atividades ilícitas ora por suas omissões, e Bruno tem apenas seu fiel amigo Sir Sidney para lhe ajudar a solucionar o caso. Numa caçada de gato e rato, Bruno coloca sua vida em risco diversas vezes e cai em diversas emboscadas, mas consegue achar o culpado e todo o lixo por debaixo do tapete, se sairá vivo desta aventura só lendo o livro. Aventure-se no século XVI e descubra como é viver e morrer por um ideal.

Vocês já pararam para pensar que tudo o que temos hoje, a liberdade de ir e vir, a mulher ser tratada como igual, a liberdade de expressão, a tolerância religiosa e muito mais é graças à luta de pessoas como Bruno e tantas outras dentro e fora desta história que deram a vida e o sangue por um ideal?

E você, qual será a sua herança para as próximas gerações?

Resenha publicada no blog Ela Mundo: http://elamundo.wordpress.com/2011/08/01/dica-de-leitura-heresia-um-suspense-historico/
comentários(0)comente



Yas 05/03/2013

Vale à pena ser lido.
Resenha publicada no blog Labirinto Imaginário em 12 de janeiro de 2013

Encontrei essa obra ao acaso, na promoção de um dos sites que eu costumo comprar livros. Li a sinopse e gostei, ainda mais porque suspense histórico é um dos meus gêneros literários preferidos. Não pensei duas vezes antes de colocar no carrinho.

Na resenha de hoje não irei fazer uma descrição sobre o que se trata a história do livro, até porque a sinopse já faz esse papel muito bem (se eu escrevesse um pouco mais sobre o enredo poderia acabar entregando detalhes importantes da trama e acabando com o suspense). O que adianto é que essa resenha será uma mistura de fatos históricos, reflexões e curiosidades. E acredito que devido a isso, ela será um tanto extensa (já pedindo desculpas antecipadamente por isso, sei que para alguns pode se tornar algo cansativo).

Primeiramente, falando sobre o conjunto da obra, o livro é escrito em 1ª pessoa (no caso, pelo Giordano Bruno). Esse livro foi uma faca de dois gumes para mim. E já explico o porquê: Uma parte de mim, a parte que aprova esse misto de literatura com fatos históricos e que se rende a um bom suspense, gostou muito desse livro. Por outro lado, nunca demorei tanto para ler um livro com pouco mais de trezentas páginas. Até um pouco mais da metade da trama a história se arrastava, e em muitas vezes o suspense se dissipava. Isso tornou a leitura um tanto cansativa até esse ponto, mas o desfecho felizmente acabou compensando esse detalhe.

Voltando um pouco ao que eu disse anteriormente, o gênero do livro é suspense histórico, e não só porque trata de questões políticas e religiosas. Para quem não sabe, o monge Giordano Bruno realmente existiu (embora a obra em si seja fictícia). A autora descreve um pouco sobre a vida, ideais e legado de Giordano, mas foi algo bem sucinto, o que acabou despertando minha curiosidade e levou-me a pesquisar um pouco mais sobre a história do mesmo. Encontrei uma referência que resume bem a biografia do personagem principal do livro:


"Giordano Bruno (1548-1600), monge dominicano e filósofo, astrônomo e matemático italiano, natural de Nola, perto de Nápoles, que afirmava, entre outras "heresias", que sendo Deus infinito o universo criado por ele também o seria, abrigando uma infinidade de mundos semelhantes ao nosso. Filho de um soldado, adotou o nome de Giordano ao ingressar, aos 17 anos, no convento de San Domenico Maggiore em Nápoles, para prosseguir os estudos que iniciara com o averroísta G. V. de Colle, onde adquiriu profundos conhecimentos sobre Aristóteles, Tomás de Aquino e Platão, mas também se iniciou nos exoterismo, cabalismo e astronomia. Ordenou-se, embora alimentasse dúvidas teológicas e se interessasse por livros proibidos, como os de Erasmo (...)." Mais em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/GiordanB.html

Bom, o que se observa a partir disso era que Giordano Bruno era uma rapaz à frente de seu tempo e com uma imensa sede de conhecimento. Isso, naquela época, era considerado algo perigoso. E quem já leu ou irá ler o livro, irá perceber que muitas coisas aí descritas batem com as informações dadas pela autora a respeito do filósofo.

Retornando ao livro, o que eu achei interessante no mesmo é que ele também levanta um assunto que a mim chama muita atenção, que é a intolerância religiosa.
A Igreja Anglicana (no caso, os protestantes) data de 1533. Muitos devem saber da história do rei Henrique VIII, que era casado com Catarina de Aragão e com ela teve 6 filhos, mas dentre estes apenas uma menina sobreviveu. Naquela época não era nada comum uma mulher assumir o trono. Devido a isso, Henrique deixou-se encantar por Ana Bolena, o que fez com que o rei pedisse o divórcio de sua esposa para então casar-se com Ana, na esperança de garantir o legado do trono. O papa Clemente VII negou o pedido e recusou-se a abençoar a união. A partir daí, o rei cortou relações com Roma e se declarou o líder de uma nova Igreja.

Continue lendo essa resenha em: http://labirintoimaginario.blogspot.com.br/2013/01/resenha-014-heresia-livro-1.html
comentários(0)comente



Paulinha 09/02/2013

Heresia, livro de S. J. Parris (editora Arqueiro, 360 páginas, R$ 29,90 na Saraiva), é o primeiro livro de um suspense histórico baseado em fatos reais da vida de Giordano Bruno.

Filippo Bruno, ou Giordano Bruno, após o seu ingresso na Ordem Dominicana aos 15 anos de idade, nascido em 1548, em Nola, Reino de Nápoles foi teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano. Condenado à morte na fogueira pela Inquisição romana por heresia. Pouco depois, abandonou o hábito e deixou da Itália.

Culto e dotado de grande sagacidade, Giordano Bruno desenvolveu ideias inovadoras e muito avançadas para sua época. Defendia o infinito cósmico e uma nova visão do homem. Criticou veementemente a tradição. É considerado um precursor da filosofia moderna, tendo influenciado decisivamente Espinoza e Leibniz.

Foi, então, quando deixou a Itália, que começa a história de Parris. Com forte influência na corte francesa, Bruno consegue ir para a universidade de Oxford, procurar um livro que desvendaria os segredos divinos e colocaria em xeque o cristianismo.

Porém, em uma trama envolvente, assassinatos começam a acontecer. E eu, que estava com medo de começar a ler e para como fiz com A Conspiração Franciscana, achando que era um livro parado e histórico demais, me vi presa a inteligencia e sagacidade de Bruno.

Quem, afinal, estava sendo honesto? Quem era amigo ali? Em quem podia confiar? Quem era o assassino?

Um livro de idas e vindas, com certeza. A cada página virada, me via mais confusa em relação aos possíeis amigos e assassinos. E o final, sim, bem inimaginável.

Leitura apreciada e recomendada!
comentários(0)comente



ANA 02/01/2012

PARA QUEM GOSTA DE SUSPENSE HISTÓRICO, POSSO DIZER QUE ESSE É UM DOS MELHORES QUE JÁ LI. VC SE SENTE NO COLÉGIO DE OXFORD DE TÃO REAL QUE A ESCRITA É, SEM SER ENFADONHA. A RESOLUÇÃO DO SUSPENSE NÃO DESAPONTA; PELO CONTRÁRIO, É MUITO BEM FINALIZADA, COM CONTEÚDO LÓGICO DO MOMENTO HISTÓRICO DO ENREDO. SIMPLESMENTE MARAVILHOSO!
comentários(0)comente



Rita Nunes 12/10/2012

Um bom livro. Parecia que iria seguir um caminho mas seguiu outro. Gostei porque coisas que pareciam óbvias não aconteceram, e o final manteve algumas dúvidas. Nem sempre dá pra descobrir tudo. E a pessoa de quem eu suspeitava não estava mesmo envolvida, hehe!
comentários(0)comente



Bruno 31/07/2012

O livro se inicia no ano de 1576 quando o padre Giordano Bruno é pego com lendo um livro no banheiro que é proibido pela igreja, e para não ir para fogueira sendo acusado de heresia, acaba fugindo do monastério.

Depois de alguns anos fugindo, ele encontra com um amigo do passado chamado Philip Sidney em Londres. Giordano Bruno acredita que na universidade que fica em Oxford poderá encontrar o livro perdido do Sábio Egípcio Hermes Trimegisto e conseguir explicar que o sol é o centro do sistema solar através da teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico.

Quando Giordano chega e se instala na universidade, ele é convidado para um jantar pelo diretor da escola, Willian Bernad - um homem muito misterioso e controlador - que terá que debater no dia seguinte para mostrar suas teorias. Willian possui uma filha, Sophia, que chama a atenção de Giordano devido sua inteligência e interesse por assuntos políticos.

No dia seguinte de sua chegada, vários assassinatos começam a ocorrer com pessoas de grande influência em Oxford. E o mais estranho é que essas pessoas foram mortas inspiradas em mortes de figuras bíblicas de uma forma cruel e sangrenta.

Agora Giordano terá que entrar em um mundo de muitos perigos e mistérios para descobrir o motivo que cidadãos foram mortos e por quem antes que seja o próximos e as pessoas em que mais confia, podem revelar um outro lado desconhecido.

O livro ao todo é sobre mistério. Porém se prestar bastante atenção, você mata quem é o assassino pelo meio da estória. Acho que deveria ter dado uma reviravolta pelo fim. Mas achei bem diferente esse livro. Ainda mais por está relacionado com assuntos da igreja e que só por isso já causa um pouco de intriga. Fazendo essa resenha, descobri que serão 3 livros, o primeiro volume é esse, o segundo se chama Profecia e o terceiro se chama Sacrilégio que ainda não foram lançados aqui no Brasil.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Jossi 02/06/2012

Um suspense sobre um passado de trevas, mas com muitas lições para o presente...
O QUE ACHEI:
Uma ótima trama de suspense, uma história detetivesca ambientada na Inglaterra elizabetana. Aliás, deu certo de eu assistir o filme "Elizabeth, Era Dourada", que conta a história de Elizabeth Tudor, a rainha, justamente enquanto lia o livro "Heresia". Um complementa o outro, pois deu para entender um pouco mais da sombria "era das guerras santas" (santas???) que envolveram a Europa por volta de 1580.

Giordano Bruno, personagem real, foi perseguido pelos católicos apenas por acreditar na teoria heliocêntrica (teoria do astrônomo Copérnico, que afirmava ser o Sol o centro, e a Terra girar em torno dele). Fugindo para a Inglaterra governada pela enérgica Elizabeth, ele encontra um bom amigo inglês, que o recomenda a outro figurão da "equipe anti-católicos" da rainha. Enviam-no para Oxford e é lá, entre professores e alunos cheios de mistérios, repressões e medo, que ele enfrenta uma conspiração horrível, que vai envolver assassínios com requintes da mais abominável crueldade.

Conhece a bela e inteligente Sophia Underhill, filha do diretor, o elegante e bonito aluno Norris, um jovem rico com ares esnobes, o enigmático e soturno Jenkes, livreiro acusado de heresia e bruxaria, e outros tantos personagens inesquecíveis.

Bruno, porém, passará por maus pedaços. Será sempre visto com maus olhos por todos, menos pela bela Sophia e acabará caindo nas redes de uma armadilha perigosíssima, acusado tanto por papistas quanto por protestantes.

Gostei, embora tenha me decepcionado com alguns desfechos - com o de Sophia, que julguei ser mais prudente e esperta, e no final mostrou-se ser crédula, leviana e "fácil" (no sentido moral). As cenas de torturas e punições por heresia tão dantescas, se você tiver estômago fraco, nem tente ler... E finalmente, o último "ato", quando o principal suspeito é punido.

Um livro perigosíssimo para quem tem restrições em termos religiosos, pois a gente acaba achando que, afinal, religião não é nada. Deus é tudo, mas as religiões só existem para confundir a cabeça do mais sóbrio e sensato dos homens. Ou pelo menos, naquela época, foi.
Até Elizabeth, a rainha, teve de se curvar às leis criadas por homens ditos "santos" e mandar matar a própria prima, Mary Stuart, embora tal ato fosse-lhe abominável.

Um livro que nos faz repensar nossos valores e os valores religiosos da humanidade, e lembrar que Deus não está numa denominação religiosa, mas dentro de nossos corações - se nós o merecermos.
comentários(0)comente



Silvia M. B. 03/01/2012

Quando Confiar em alguém?
Este livro fala muito sobre as pessoas não serem o que parecem, então ficam com o pé atrás e não contam nada sobre coisa alguma, com medo desta dedurar, ou falar falsamente de alguém. E até prova em contrário, na época da Rainha Elisabeth I (1583) a pessoa já tinha ido à forca ou à fogueira por muito menos. Na verdade é uma conspiração. Na época existiu o monge Giordano Bruno, e tudo gira em torno dele. E como ele sai da situação é brilhante! Amei!A história é ótima! Nao dá vontade de desgrudar os olhos do livro nunca mais!
comentários(0)comente



Vanessa Vieira 23/10/2012

Heresia - S. J. Parris
O livro Heresia, de S. J. Parris, se passa na Inglaterra de 1583 e nos conta a história do monge italiano Giordano Bruno. Devido a sua sede pelo conhecimento, sobretudo sua crença pelas teorias que relatam um Universo heliocêntrico, ele é acusado pela Igreja Católica de heresia e foge da Inquisição, se refugiando em Londres. Na terra da rainha, ele é recrutado pelo serviço de espionagem real e enviado a Oxford, para colher detalhes sobre um suposto plano que visa derrubar a rainha Elizabeth, protestante convicta.

Ele é infiltrado em Oxford como participante de um debate sobre as teorias de Copérnico, mas secretamente, deve se infiltrar em um grupo oculto de católicos e descobrir o complô que planejam. Porém, seu objetivo inicial muda de rumo quando um membro do alto escalão de Oxford é brutalmente assassinado, com requintes de crueldade que imitam um suposto martírio. Enquanto Bruno passa a investigar o assassinato, mais vítimas surgem e dá-se início a uma implacável perseguição, que indica estar sendo desencadeada devido a religião.

No encalço do assassino, Bruno vai parar em locais bem exóticos - desde a famosa e abastecida biblioteca de Oxford, como, até mesmo, livrarias e tabernas ocultas, que jamais julgou existirem. Tudo leva a crer que a estabilidade da Inglaterra está por um fio e cada dia mais ameaçada.

Em um emaranhado de intrigas e traições, Bruno percebe que muitos atos são julgados como heresia por pura falta de conhecimento daqueles que se intitulam os donos da verdade. E, que, para provar suas teorias e embasamentos religiosos, muitos vão longe demais, se dispondo até mesmo a escolher quem deve viver...quem deve morrer...

Heresia é um suspense mirabolante, que tem como pano de fundo a religião e suas vertentes. Narrado em primeira pessoa por Giordano Bruno, é um livro eletrizante, que causa profundo impacto no leitor. Baseado em fatos reais da vida do próprio monge italiano salientado na história, nos traz uma narrativa rica e épica, abordado de forma magistral e ímpar.

Bruno não engole tudo o que a Igreja diz ou alega. Sua fome pelo conhecimento, por entender o que se passa em um universo expandido, fora das quatros paredes que cercam uma igreja, é avassaladora. Como todos sabem, para controlar uma nação é necessário que ela seja alienada - que não pense por si própria, e que muito menos, se rebele contra os moldes predefinidos da sociedade. E quando você tem ânsia pelo saber, se torna um perigo nato para as autoridades. Bruno é acusado de heresia, tendo sido o seu pecado folhear um livro de Erasmo, considerado puro sacrilégio. No auge de sua sabedoria, ele consegue fugir da punição e se estabelecer, com alto custo, na Inglaterra.

Mas, chegando na terra da rainha, descobre que não mudou de cenário, apenas de nomenclatura para muita coisa que acontece na Itália. Na Inglaterra, a religião vigente é o protestantismo, exercido pela própria Rainha Elizabeth, porém, nem todos os súditos estão satisfeitos com esse regime, e fica claro que uma revolta está por vir. Religião se torna motivo para vingança, para sangue ser derramado sem piedade alguma. Algo que deveria elevar o ser humano e deixá-lo perto de Deus, se torna motivo de dor, de retaliação, de humilhação e deturpação. Como explicar tais motivos? Seria esse Deus um ser grandioso que se alimenta de matanças e vidas inocentes, tudo para sua honra e glória? Ou o homem, em sua mais alta escala de egocentrismo e ambição, intitulado leis e regras, em conveniência com o seu bel-prazer, e erigido com seu podre e cego poder, para ter apenas uma forma de pensamento sobre a massa?

São essas as respostas que encontramos no romance de S. J. Parris, que aborda de forma concisa e clara um cenário religioso, vitimado por injustiças, carnificinas e torturas, tudo em nome de Deus. Fica nítido que a a autora mergulhou fundo no tema e fez um trabalho de pesquisa brilhante para compor a obra. Um livro instigante, com uma temática deveras interessante e que irá deixar o leitor vidrado, e até mesmo indignado, perante a tantas barbáries que assolaram a nossa sociedade. Recomendo, com certeza!

http://www.newsnessa.com/2012/09/resenha-heresia-s-j-parris.html
comentários(0)comente



Guilherme F. 11/08/2011

O Simbolista, http://www.osimbolista.blogspot.com
“Mas pouco me interessam essas distinções... Ainda me atrevo a esperar pelo dia em que as pessoas serão julgadas por seu caráter e suas realizações, não por seu sobrenome paterno.”

A estória que se passa em pleno século XVI, se inicia com o monge italiano Giordano Bruno, o narrador do suspense, em um banheiro (ou uma “buraco” como era no tempo) lendo um livro que na época era proibido em Roma, ele, um monge católico foi pego por superiores e levado a prisão por heresia, aí que começa o enredo, ele consegue fugir da cela e vai a outros países para fugir da Inquisição.
Em Oxford (Londres), é tido como um sábio filósofo e estudioso, mas está como um espião a serviço de ingleses para descobrir na universidade papista, e em busca de um material que deseja: o 15º livro de Hermes Trimegisto, um sumo sacerdote do antigo Egito que alegava ter compreendido a mente divina; o manuscrito supostamente revelaria segredos poderosos a ponto de levar a Igreja Católica à ruína; pois na época, a religião da maioria era o catolicismo romano e Londres protestante, se opondo a eles. Logo no início de sua estadia, uma morte, e agora não bastasse investigar os que ainda eram adeptos a Roma, também o assassinato...
Um livro com muitos detalhes e bom conteúdo histórico, é ótimo para quem gosta de um bom suspense, em algumas partes você tem quase certeza de quem é, e depois com tantas pistas e novas descobertas e acontecimentos você perde totalmente a noção, e o final me surpreendeu com as descobertas.
Uma das coisas com que Giordano luta é para provar a teoria do Heliocentrismo (Sol no centro da Terra) de Copérnico na qual é a verdade de como o universo é hoje; uma das coisas mais idiotas, ignorantes e ridículas da sociedade daquele tempo e ainda de hoje, é o que se pode dizer pelo preconceito, medo e aversão as ideias novas, como Galileu Galilei e outros foram mortos por pensar num futuro com ideias totalmente revolucionárias, e se não tivessem tido como hereges, bruxos e coisas do tipo e depois mortos, o mundo estaria bem mais avançado, Heresia foi uma das coisas mais ridículas que fizeram (condenar alguém por estar em busca do saber), sei que tudo envolvia política e o poder sobre o povo, mas faça-me o favor né?
Portanto, Heresia, de S. J. Parris (pseudônimo de Stephanie Merritt) é uma excelente fusão de história, mistério, suspense e esperança,passado por volta de 1583 na Europa, o trabalho de pesquisa da autora em cima da vida do monge ex-comungado e de toda a situação da época é demais, não deixem de ler e se aventurar...

Guilherme Franco - O Simbolista
comentários(0)comente



Jung Angel 29/06/2012

Minha Opinião sobre:'Heresia'
Teorias conspiratórias, Copérnico, ciência, mistério e disputas religiosas...

O ano é de 1583, e a Inglaterra sofre um caos, devida as conspirações contra a rainha Elisabeth, que é protestante. Há uma boa parte dos súditos descontentes. Eles desejam vê-la fora do trono, para que o país possa ter a religião católica de volta ao poder. Enquanto isso, o monge Giordano Bruno, foge de seu país natal – Itália – por ter sido acusado de heresia devido a suas ideias e crenças um tanto avançadas. E ao chegar em Londres, ele é convocado por um membro de espionagem da realeza, para se infiltrar em Oxford com o intuito em descobrir as pessoas que estão por trás dos planos para derrubar a rainha.

"— O que você diria, Philip, se eu lhe dissesse que o Universo é infinito? ...
— Bem, é nisso que acredito ... – Copérnico só contou metade da verdade. A imagem que Aristóteles criou do cosmos, com as estrelas fixas e os seis planetas orbitando a Terra é pura mentira. Copérnico substituiu a Terra pelo Sol como centro do Universo, porém eu vou mais longe: digo que existem muitos sóis, muitos centros, tantos quantas são as estrelas no céu. O Universo é infinito e, sendo assim, por que não seria povoado por outras Terras, outros mundos e seres como nós? Decidi que o trabalho da minha vida será provar essa teoria."(Pag 16)


O objetivo de Bruno acaba sendo desviado quando ocorre um assassinato de um dos membros mais importantes de Oxford. A maioria não dá muita importância ao caso, alegando que foi um acidente, mas ao contrário, Bruno se preocupa e se dispõe em tentar descobrir os mistérios desse crime. Só que para piorar as coisas, outro homem é encontrado morto, e o monge acaba se vendo num labirinto sem volta, envolvido até o pescoço com esses acontecimentos, e a partir daí ele entra numa busca incansável atrás de pistas.

“Hoje a fé e a política são uma coisa só … A religião de um homem me diz onde está sua lealdade política, muito mais do que sua terra natal ou sua língua”. (Pág. 28)

P.S: Esse foi o tipo de livro, que me encantou pela sua capa, ela é tão misteriosa quanto à história do livro. Desde que lançou fiquei com muita vontade de lê-lo. No começo do livro achei que a historia se basearia na busca de Giordano por um antigo e poderoso livro que mais parecia ser lenda, mas me deparei com uma trama bem mais elaborada e assustadora... O livro é minuciosamente detalhado. De longe, percebe-se o quanto à autora se dedicou para buscar fontes históricas e evidências do comportamento das pessoas daquela época.

Apesar de a história do livro ser ótima, algumas partes são meio cansativas e faz com que essas partes sejam lidas de modo mais devagar por não prender a atenção, mas não dá para se enganar por elas, pois logo em seguida vem alguma coisa que nos deixa pasmos.

A capa está linda de mais e tem tudo haver com a história do livro. A Diagramação está ótima, folhas amarelinhas as letras não são muito grandes mas não atrapalha a leitura.

Heresia, sem dúvida alguma, é mais do que recomendado, principalmente para os que gostam de um suspense histórico, com estilo policial investigativo; para os fãs de Agatha Crhistie...Mas se você prefere uma história mais rápida, com poucas descrições, talvez seja melhor ler outra coisa. Heresia é um livro para se ler aos poucos, sem pressa, a não ser nas ultimas páginas por que ai é impossível largar.

Acompanhe as resenhas/críticas completas no blog "Lendo com a Angel". Se puder siga e comente que ficarei muito feliz por sua companhia!


site: https://lendocomaangel.blogspot.com/
comentários(0)comente



67 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR