Cartas para a minha mãe

Cartas para a minha mãe Teresa Cárdenas




Resenhas - Cartas para a Minha Mãe


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amarxhi 29/02/2024

Cartas para minha mãe.
?Mamãe, não sei por que me deixou tão sozinha. Sem seus beijos, sem seus abraços, sem aquele cheiro de margaridas que sempre a acompanhava. Nunca contei a ninguém quanta falta sinto de você. E não aguento mais tanto silêncio.?

Cartas para minha mãe apesar de ser um livro curto aborda temas como racismo, assédio, estupro, abandono parental, entre outros. De leitura fácil, você irá se emocionar com os relatos da protagonista que perdeu a mãe e passou a ser criada pela avó e tia que não gostam dela nem um pouco.

?Não gosto que digam que os negros têm nariz achatado e beição. Se Deus existe, com certeza está furioso por ouvir tanta gente criticando sua obra.?
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Ari.Spichencoff 02/12/2020

Uma delicadeza
Um livro que trata assuntos como racismo, colorismo, abuso de forma delicada e sem pesar a mão!
Acompanhamos cartas de uma menina que não tem seu nome revelado, para a mãe que faleceu.

Eu adorei o livro!
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Janaina Edwiges 05/06/2021

"O céu de verdade não se vê, se sente"
Primeiro livro escrito pela escritora cubana Teresa Cárdenas e publicado em 1997, Cartas para a minha mãe conta a história de uma menina que escreve cartas repletas de afeto para a mãe falecida, transformando em palavras os seus sentimentos, alegrias, tristezas, dores e descobertas. Através do olhar inocente de uma criança, a história aborda temas delicados, como discriminação racial, violência infantil e contra a mulher, lares desfeitos, nos quais prevalece a figura das mães solteiras e ausências paternas, além de ser uma narrativa permeada pela religiosidade de origem africana.

A protagonista da história não tem nome, o que propicia um caráter de universalidade à obra, uma generalização representativa. Aquela criança pode ser qualquer criança que se identifique com as vivências apresentadas. Uma característica da personagem principal que me marcou bastante foi o "gostar de si mesma". Apesar de todas as agressões físicas e discriminação que sofre da própria família, das pessoas que deveriam amá-la, ela consegue desenvolver um orgulho e sentimento de admiração pelas próprias características físicas. Ela é capaz de enxergar toda a beleza dos seus olhos, boca, nariz, cabelo e de sua pele preta, que são constantemente ridicularizados pelos outros.

É interessante destacar que o título original da obra é Cartas ao céu, mas foi alterado quando da publicação nos Estados Unidos, devido à concepções religiosas. Essa modificação me incomodou um pouco e, ao meu ver, demonstra uma falta de sensibilidade e compreensão da escolha da própria autora.
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Ailson 18/04/2021

Arrasador
Potente e arrasador, das leituras que te deixam reflexivo. De leitura rápida, porem não recomendo que leia tão ligeiro, tem dor nessas cartas, tem amor, confissões, tristezas e saudades, foi uma leitura linda.
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Ma 19/03/2023

? E nós nos veremos algum dia, mãezinha.?
A história é sobre uma menina que escreve cartas para sua mãe morta. A maneira como a protagonista descreve a vivência dela com a tia e avó, como leitor você consegue sentir o que ela passa. Teve partes que foram bem pesadas e que são escritos com uma naturalidade. Mas no geral eu gostei da história e dá pra ler facilmente em uma hora, já que os capítulos são bem curtos.
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Patrick 24/04/2021

Escrever como forma de não esquecer...
Texto de fácil leitura, onde uma filha se comunica com a mãe, que já partiu, através de breves cartas. É uma espécie de diário onde a menina transborda seus sentimentos: saudades, tristezas, sonhos, esperanças. A filha, ao escrever, se conecta com sua mãe, que se não está mais presente fisicamente, viva está em cada palavra amorosa filial.
Poético...sensível.
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Maira139 19/02/2024

Cartas para uma mãe
Lindo, triste e cheio de verdades.
A história traz aquela sensação de que se fosse eu no lugar da personagem e foi aí que vi como ela é corajosa.

No começo parecia uma simples criança escrevendo para sua mãe que havia morrido, no meio ela parou de ser alguém que não falava nada e decidiu ser corajosa, no final se mostrou uma linda adolescente que cuidava de suas primas (irmãs), sozinha e de sua avó que já estava bem mal de saúde.
Por mais que o mundo seja rude e desrespeitoso, nada importa se você for forte.

Frase marcante:
É triste ver pessoas que não sabem ser negras.
(Não me lembro muito bem como estava escrito, mas era +ou- assim)
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Debora 13/11/2021

Livro infanto-juvenil
A personagem, que perdeu a mãe e vai viver com um tia, escreve cartas para a mãe para aguentar as dores que sofre, de violências na família e na escola e para falar de suas descobertas.
São 44 cartas muito curtas, bonitas, em que temas pesados como racismo, violência e abandono são tratados de forma lírica, principalmente quando a menina vai crescendo e descobrindo amigos fora da família, mas dentro dela TB.
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Dida 01/05/2022

A dor do luto pelos olhos de uma criança
Um livro belo, delicado, que retrata o luto através do olhar e palavras de uma criança. Teresa Cárdenas é uma autora cubana, e aqui trata de muitos temas pesados de seu país, mas que são muito similares ao Brasil, de forma direta e estranhamente "leve".
Racismo, abandono parental, intrigas familiares, colorismo, abuso, violência infantil, suicídio, religiosidade... tudo isso a partir da visão de uma menina negra retinta que escreve cartas para a mãe que já morreu, para lidar melhor com a dor de perdê-la. A inocência da personagem ao retratar o que sofre - tanto o luto quanto os abusos por parte da sua família, que ao invés de cuidar dela, a despreza - é o que torna o livro tristemente belo.
"A velhinha das flores me explicou que o Deus dos negros se chama Olofi, mas é o mesmo Deus dos brancos, só que cada um coloca nele a cor e o nome que tiver vontade. E disse que Deus fez os homens de todas as cores porque ele é como as crianças, que não gostam de coisas iguais, que as deixam entediadas. Imagino que muitos brancos não conhecem essa história. Eles não gostariam de adorar um Deus preto retinto e beiçudo, por mais misericordioso que fosse. Não iam achar bonito."
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Andy 02/02/2023

Impactante
"Cartas para a minha mãe" de Teresa Cárdenas é uma obra em formato de diário escrita pela filha de uma falecida mãe, que na sua vivência relata as observações do dia a dia, sendo eles racismo, violência e uma dura criação. A obra mostra as maneiras de viver com o luto e a incerteza de de pertencer à algum lugar.
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Roseane 14/03/2020

Cartas para a minha mãe
Ledo engano quem pega o livro e diz: é só mais um romance.

Toda a minha subjetividade de mulher negra foi sacolejada.

A história é situada em Cuba e é uma coleção de cartas que uma menina preta escreve para sua mãe que está no Orum.

A diáspora negra é algo que mexe comigo, podemos estar com um oceano de distância, mas os nossos atravessamentos são muito semelhantes.

A construção do imaginário do que é ser negro dentro da concepção racista e colonizadora é tão bem sedimentada que ultrapassa fronteiras. O racismo e as suas sequelas não nos dão paz em nenhum lugar do mundo.
É um “manual” muito bem escrito e disseminado. Está na televisão, filmes, nos livros, na professora, no casamento, no melhor “amigo”, no patrão... todo mundo sabe qual é o “lugar de preto” e unem força pra que não saiamos de lá.

Mas Teresa de Cardenas na sua inquietude por não ver personagens negros como protagonista, usa as palavras como ferramenta de liberdade. Não é um livro amargo, é um livro verdadeiro, são palavras e sentimentos que tinham que ser expressados por uma mulher negra. No meio de tanta dor, há muito amor. Amor é a essência preta.

Protagonismo totalmente feminino, o amor de mãe, amor da vizinha, a descoberta do amor pela prima e pela avó, a admiração pela professora... tudo vai se construindo.

O livro começa com um sonho, o sonhar com a mãe é um misto de alegria e tristeza.

A minha mãe foi para o Orum quando eu tinha 16 anos, levei muito tempo pra sonhar com ela, eu acho que eu não conseguia por causa ansiedade, eu já dormia desejando e acordava chorando e frustrada porque não acontecia. Um belo dia rolou, foi lindo, mas foi triste porque acabou.

O colorismo é fruto do racismo. Em um universo onde tudo que é negro é demonizado, ser “menos negro” pode ser uma “benção” e também um meio de oprimir quem não teve a mesma “sorte” (aumentem as aspas, aumentem muito, pesei as palavras, mas acho que vocês vão entender).

Brasil foi colonizado por Portugueses e Cuba por Espanhóis. Lá deve ter ocorrido o mesmo que aqui, uma miscigenação a base de estupro das indígenas e das Africanas traficadas para serem escravizadas. É neste misto de cores resultantes, que o racismo cega. Muitos, só na idade adulta reconhece sua identidade negra. Tornar-se Negro de Neusa Santos Souza é pra mim, o escrito sagrado da descoberta da negritude enquanto identidade, o branqueamento é uma das estratégias racistas para hierarquizar as pessoas.

A personagem lamenta por ser a mais preta e fala de uma amiga de pele clara que tem vergonha do pai retinto. Foi em Cuba, mas acontece em qualquer esquina daqui.

A chance de ter filhos frutos de um relacionamento inter-racial é uma das soluções pensada pela avó retinta, ela quer o melhor para os seus e o melhor é não gerar filhos tão negros assim. A avó sabe o peso da melanina que ela carrega. Vai lá em Neusa Santos, ela fala muito bem sobre isso.

É na infância que começam os apelidos. O primeiro que impactou a personagem foi o de beiçuda.
Lembro que em toda a minha infância meus traços negróides eram usados contra mim. O tamanho da minha bunda, meus lábios carnudos, a largura do meu nariz, meu cabelo crespo, o meu tom de pele, meu tom de voz, tudo que me compunha aos olhos do Outro estava errado. E a personagem que passa isso faz uma reflexão que um dia também já foi minha: Se Deus existe, com certeza esta furioso de ouvir tanta gente criticando sua obra”

Uma família só de mulheres, sem a presença de maridos e pais.

Os saberes tradicionais de matriz Africana através de uma mulher sacerdote, convocada no momento de doença. Ritual sagrado com ervas, flores, matança, transe, charutos... tudo o que for necessário para ajudar Lilita e agradar Obaluaê. O santo foi feito.

O preterimento e violência a mulher negra também é pautado. O abuso sexual a menina preta. A personagem principal encontra um jeito de proteger a sua prima que é criança e acamada por um problema de coluna.

A avó está contaminada por uma amargura que parecia sem fim, mas teve fim.
As constantes agressões a essa neta, a transferência de todo seu ódio a uma criança. bell hooks já falou sobre essa questão, a violência que os pais submetem as crianças. A violência como forma de controle social doméstico e a aceitação da comunidade. Nós crescemos em famílias que naturalizaram a ideia de que a violência é resposta apropriada para lidar com crises.

Então eu refleti, quem nunca ouviu falar de pais que espancaram seus filhos para o seu bem, para que ele estude, pra que não saia de casa, para que não engravide, para ajudar nas tarefas de casa... No contexto histórico racial a criança preta não foi poupada pelo branco escravizador. N
o Congo por exemplo se decapitava mãos e pés de crianças como forma de castigo, o estupro a menina negra, o espancamento do menino negro eram estratégias de sadismo e controle.

Livro forte, impactante, verdadeiro.
Uma história de amor no meio de muita dor. Porque sim, o amor é essência Africana.

Teresa Cárdenas Angulo é uma escritora, roteirista, atriz, bailarina e ativista social cubana. Sua motivação para tornar-se escritora veio ainda na infância, quando começou a ler e ficou frustrada com a ausência de personagens negras nos livros infantis.
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juliarfs 01/03/2022

uma história sensível, escrita de forma sensível
amei conhecer essa autora cubana, esse livro é muito bom, a gente vê o amadurecimento da protagonista através das cartas e das percepções dela de mundo, da vida, da família

na narrativa não é revelado nem o nome da protagonista, mas eu me apeguei muito a ela e achei uma fofa, ela lidou com o luto escrevendo, e isso é lindo
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Ri :) 23/02/2020

O amor não tem nada a ver com cor.
"Pecado é uma coisa que Deus não gosta que as peassoas façam, mas mesmo assim continuam a fazer porque gostam."
Uma das coisas mais lindas que li ultimamente... A doçura de uma criança que não se abate diante da falta de educação e violência familiar, desabafando suas tristezas e sonhos com a mãe morta. Uma lindeza!
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romulorocha 07/02/2022

Cartas para a minha mãe, de Teresa Cárdenas - 10/10
Neste romance arrebatador e super sensível, acompanhamos a história de uma criança cubana que lida com a perda de sua mãe escrevendo cartas para ela. Cada uma destas cartas envolve o leitor no cenário das lutas que a garota enfrenta, tais como o racismo no colégio, o afastamento da avó, os questionamentos em torno da morte da mãe e o paradeiro do pai.

Trechos do livro:
?Parece que vovó nasceu velha e amarga, com pouco carinho.
Às vezes tenho vontade de tirar o lenço de sua cabeça e fazer carinho em
seus cabelos brancos, suas mãos, seu coração. Mas tenho medo. Ela não quer
que ninguém lhe dê carinho. Diz que não adianta nada, se não serve para
comer.?

?Roberto não acredita que as pessoas vão para o céu. Diz que elas
simplesmente morrem e pronto. Já tentei explicar várias vezes, mas ele não
entende.
O céu de verdade, não se vê, se sente. É uma coisa tão bonita e serena que
não dá nem para imaginar. E, quando a gente tenta, cada um vê uma coisa
diferente. Para cada um existe um céu diferente.?

#resenhasdoromulo #literaturacubana #cartasparaaminhamae #terezacardenas
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isa.dantas 10/11/2020

Um livro aparentemente ingênuo, mas que levanta umas questões importantes, como Cuba, racismo e religião. Não esperava por isso.
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