Lisandra Sousa 17/02/2021
O Mundo Perdido de Arthur Conan Doyle
A história do livro é concentrada pelo excêntrico cientista George Edward Challenger que afirma ter encontrado vida pré-histórica em algum lugar da Floresta Amazônica. Sendo desacreditado, propõe um comitê para investigar o lugar sob sua liderança e para corroborar suas afirmações. Nesse grupo há o professor e cientista Summerlee, o caçador lorde John Roxton e o jornalista Edward Malone. Este último narra os acontecimentos do livro. Nos primeiros capítulos introdutórios, ele narra como se sucedeu seu envolvimento na história e após esse esclarecimento, ele narra em forma de carta-diário destinada a contar as aventuras para o seu editor no jornal.
A história narrada se trata de uma grande aventura. Alguns capítulos são iniciados com textos introdutórios, prendendo e instigando o leitor a saber o que aconteceu.
Na viagem dos personagens ao Brasil há diversas descrições de lugares e transportes usados, cheguei a pensar que o autor tivesse vindo ao país. Só que não. Segundo artigo de Ivan Finotti, pela Folha de São Paulo em agosto de 2018, descobri que Doyle nunca veio ao Brasil e que pediu ajuda a amigos que viajaram ao país. Ele cultivava amizade com o coronel Fawcett, que buscava a cidade Z na Amazônia através de excursões exploratórias.
Voltando a narrativa do livro, o ponto alto é o envolvimento dos povos indígenas e a tribo de homens-macacos. A troca de farpas entre os professores, a personalidade marcante do Challenger e a forma de narração em certas circunstâncias é de arrancar algumas risadas. Algo que atacou um pouco meu senso crítico são os esteriótipos abordados, a inferiorização do povo sul-americano. Mas há de se levar em conta que o livro é do ano de 1912.
Em suma, meu primeiro contato com as obras do Sir Arthur Conan Doyle foi satisfatória.
Nota 4/5
Observação: O que sempre me causou confusão é que o título do livro de Doyle foi reutilizado por Michael Crichton em seu romance The Lost World, uma sequência de Jurassic Park. Daí eu achava que ambos eram um livro só, e que aquela série O Mundo Perdido (1999-2002) fosse baseada no mesmo livro do famoso filme de Steven Spilberg. Por falar na série, que acompanhava quando criança pela Record/Band, realmente é baseada porque há muita coisa diferente. A série era ótima mesmo assim, uma pena não ter sido finalizada como deveria.