A Holdford 01/01/2015Arthur para os jovens (o pai do Sherlock escrevendo uma literatura infanto juvenil)Autor e edição:
Conheci a escrita de Arthur Conan Doyle por seus contos (curtos e longos) de Sherlock Holmes e John Watson, e confesso que gostei bastante da forma com que ela flui e o como os desenrolares dos fatos vão se mostrando a cada novo instante de forma intrigante, mas ao mesmo tempo tornando o enredo mais interessante. Mesmo quando tudo pode parecer corriqueiro, o autor consegue deixar pistas que serão aproveitadas no decorrer e isso é genial.
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A leitura dos clássicos envolvendo o detetive e seu fiel companheiro, me fez querer conhecer as outras obras de Arthur, já que muitas e muitas vezes sempre se ouve/lê dizerem que as histórias de Sherlock eram apenas uma pequena parte do que ele escreveu (e o que ele menos gostava até).
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Foi essa curiosidade quem e levou a ler "O Gato Do Brasil" (um ótimo e curto livro de contos de terror que você lê em um dia tranquilo - mas não aconselho em uma noite, viu? eheheh) e a caçar muito mais.
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"O Mundo Perdido" eu havia achado em PDF há um tempo, mas quando a Zaha lançou "A Terra da Bruma" (com uma capa espetacular) corri comprar apenas para me chatear com a introdução que resumia os dois livros anteriores ("O Mundo Perdido" e "Nuvem da Morte" - que eu nem sabia serem anteriores a ele)... Com um grande spoiler de cara, me bastou cessar aquela leitura (depois de saber no tal resumo até quase que o final daquele livro) e começar esse aqui.
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Nunca me chateei muito com spoilers, mas acho que a Zahar poderia ter lançado os dois livros anteriores a "A Terra da Bruma" (já que as edições lançadas no Brasil datam de anos luz atrás e não se acha para comprar em lugar nenhum, aí é necessário recorrer a PDFs gratuitos na net)...
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O Mundo Perdido:
Descobri pelos sites de vendas que essa história foi até mesmo transformada em conto infantil (acho que com algumas modificações pontuais que quem continuar lendo também vai achar o mesmo) aqui no Brasil em um tipo de HQ, além de fazer parte de uma coleção de "Clássicos Nacionais" (o que me deixou totalmente perplexa já que o autor não é nacional e me fez pensar que o critério adotado foi puramente o fato da história se passar na Amazônia...).
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A história começa quando o reporte Malone, encantado pelos dotes joviais de uma bela dama, Gladys (que você vai aprender a odiar, garanto-lhes) é incentivado a correr atrás de um grande feito, que o torne famoso e renomado, antes de poder pedi-la em casamento.
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Isso leva Malone a conversar com colegas de profissão e descobrir que o professor Challenger (um acadêmico não muito amável) voltou de uma excursão mas recusa-se a dar detalhes de suas descobertas e maltrata os jornalistas. Ele dá um jeitinho de falar com o cara e depois de uns desentendimentos iniciais eles acabam conversando e ele aceita dizer o que viu, desde que o jornalista guarde segredo.
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Sem saída, Malone aceita, e isso faz com que Challenger contar que em uma viagem ao Brasil, no coração da floresta Amazônica, existem animais pré históricos e ele quer provar isso ao mundo.
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Mas, em um congresso, onde expõe sua descoberta, ele é desacreditado e obrigado a provar o que viu. Como só possuía desenhos de um artista desaparecido no local, ele aceita integrar uma equipe para provar sua descoberta.
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O maior concorrende de Challeger, professor Sumeerle é o primeiro a se prontificar a ir, seguido por Lorde Roxton e Malone (claro, o jornalista não quer perder a chance de provar a Gladys que é a coragem em vida).
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Esse deve ser o livro mais fantasioso que eu já li de Arthur. Diferente de Sherlock ou "O Gato", ele não possui muito embasamento no real, prendendo-se em muitos detalhes hipotético e vagos de uma "descoberta". Não fica claro em muitos sentidos o como esse tal mundo realmente estava ali intocado ou como os animais voadores (pterodacteros, para citar um dos ditos no texto) não deixam a tal reserva para planar por aí...
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Mas...enfim, como uma leitura infanto juvenil e despretensiosa ele é bom sim... Sei que o terceiro livro tem um tema mais adulto,mas vamos ver como será o segundo, não? Afinal Arthur sempre é uma boa surpresa.... (Obs: Embora os desenhos dessa edição tenham ficado terríveis....)