O som e a fúria

O som e a fúria William Faulkner




Resenhas - O Som e a Fúria


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Marquim 26/09/2023

#15 - O som e a fúria
Que livro, meus amigos!

Eu creio que esta foi uma das leituras mais difíceis que eu fiz em toda a minha vida. Um livro muito desafiador, profundo, tenso, complexo, mas que realmente vale muito a pena.

Este foi o meu primeiro contato com Faulkner. Comprei este livro por indicação de minha professora de literatura da faculdade, a Lívila. Não me arrependi mesmo! O autor escreve a obra em "fluxo de consciência", o que fica bastante explícito mesmo principalmente nos dois primeiros capítulos que constituem a obra. Nós nos tornamos, por assim dizer, nas próprias personagens que vão aparecendo, uma vez que estamos, a todo o tempo, "vendo" o que acontece em seus pensamentos no decorrer da narrativa. Se se consegue concluir o primeiro capítulo, o restante da obra é "fichinha" (estou sendo bastante otimista aqui para motivá-los...).

A compreensão mesmo do que acontece na obra somente se dará no último capítulo, no qual a narrativa fica mais "normal", e com o auxílio do Apêndice que compõe esta edição que eu li. Aqui o que acompanhamos é a degradação da família Compson e suas complexas relações constitutivas. Que família complexa! Jason e sua mãe, Caroline, são as duas personagens que eu mais detestei: como são soberbos e arrogantes! Apesar disso, vale muito a leitura, pessoal.

Vamos ler, galera!
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Tauan4 12/09/2023

Realmente é como todos falam, o primeiro e o segundo capítulos quase te fazem desistir, mas os outros dois compensam demais a leitura. O conselho de sempre, siga em frente que tudo melhora.
Outra dica, releia o primeiro capítulo após terminar o livro, pois aí sim você irá entendê-lo... mais ou menos. Se os três dias do ano de 1928 estivessem em ordem cronológica seria bem mais fácil de entender, mas acho que o Faulkner quis sacanear mesmo.
É um livro que com toda certeza irei reler.
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Eric 21/08/2023

O Homem é o somatório de todas as desgraças
Situado no final da década de 1920, no sul dos EUA, "O Som e a Fúria" narra a decadência da família Compson, uma grande família aristocrática que, após a guerra civil e as crises econômicas subsequentes, faliu tanto financeira quanto moralmente. Acompanhamos a decadência dessa família através das perspectivas dos irmãos Benjy, um deficiente intelectual, Quentin, um perturbado mental, e Jason, um homem brutal responsável por garantir a sobrevivência da família. Além disso, temos a visão do narrador focada em Dilsey, a empregada chefe da casa, que testemunhou os tempos de dor e glória dos Compson.

O epicentro dessa decadência é Caddie, a irmã de personalidade livre, porém, para a família conservadora, uma pessoa com uma promiscuidade marcante. Desde cedo, ela tinha vários relacionamentos, o que feria a honra dos Compson. O casamento da irmã gerou crises para cada irmão. Para Benjy, houve a saudade da única pessoa que cuidava dele, além de Dilsey. Já para Quentin, um ciúme doentio, pois nutria um amor incestuoso por Caddie. E, por fim, a dor da frustração e revolta para Jason, devido a promessas não cumpridas.

Apesar de um enredo aparentemente simples, a genialidade de "O Som e a Fúria" está na construção ousada de seu texto. Faulkner fragmenta o tempo cronológico e lança os pedaços no tempo psicológico de cada personagem. Benjy, por ser deficiente, não consegue diferenciar o tempo presente do passado, suas lembranças se misturam com o momento atual. Quentin, perturbado mentalmente, narra seu passado e presente em um fluxo de consciência visceral, onde o autor brinca com a ausência de acentuações e com pensamentos que começam e não se concluem, além da quebra repentina do tempo. Nos dois últimos capítulos, o autor já trabalha de forma mais linear, esclarecendo grande parte do que não entendemos com Benjy e Quentin.

Diante dessa estrutura inovadora, é necessário ter perseverança. A narrativa não é fácil, mas também não é impossível. A recompensa é ótima no final. Se concluir a leitura já traz um sentimento de missão cumprida, é na releitura que sentimos toda a potência do texto. A releitura é sugerida até mesmo pelo autor e funciona como uma luz em meio ao obscurantismo. É genial ver como as peças vão se encaixando, detalhes inicialmente banais ganham proporções gigantescas e conseguimos mergulhar profundamente nos sentimentos dos personagens.

É uma experiência inigualável. Há muito tempo não encontrava tanta solidez nos personagens como encontrei acompanhando os Compson. Faulkner realiza um trabalho primoroso de construção psicológica. Como leitor, me vi esmiuçando cada palavra para entender as perspectivas, principalmente com Quentin, o capítulo mais desafiador, denso e tenso.

Caddie é a personagem mais fascinante, mesmo sem ter voz alguma. Tudo que conhecemos dela é através dos olhares dos irmãos. Ela é o símbolo de toda transgressão e também representa um olhar machista do homem ao atribuir a culpa da decadência familiar sempre às mulheres.

Além disso, as marcas de um passado escravagista estão bem presentes na narrativa. O racismo e o servilismo são duas engrenagens que ainda sustentam o pouco de mordomia que resta dos aristocráticos. Isso é muito bem representado no capítulo de Jason, onde ele "trabalha muito" para manter seus empregados, tratando-os como se fossem animais.

Tudo é tão vivido, intenso e cheio de som e muita fúria. É ensurdecedor o grito de desespero de Benjy, é um surto explorar a perturbação de Quentin e revoltante acompanhar a ira inescrupulosa de Jason. Todos os Compson são brutais à sua maneira. Aqui, não há um final feliz, apenas um somatório de todas as desgraças, as mudanças nunca acontecerão. O único destino possível para essa família é continuar colhendo as frutas que plantaram, as quais, por sinal, são bem podres.

"O Som e a Fúria" é uma experiência que todos deveriam vivenciar. Recomendo muito essa leitura
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Jorlaíne 20/08/2023

O enredo retrata a decadência dos Compson, família aristocrática do sul dos Estados Unidos. Como acontece na década de 20, o autor também faz questão de representar o racismo e a xenofobia que acontecem em meio a uma crise financeira mundial.
O livro é narrado por quatro vozes, e isso é difícil de ser identificado (por sorte me avisaram). E vi que o autor sofreu forte influência de James Joyce com seu livro Ulysses, por isso, muitas vezes, nos deparamos com frases sem pontuação e com neologismos. Além do famigerado fluxo de consciência, recurso muito utilizado por Faulkner.
Não é uma leitura difícil pela escrita do autor, mas sim pelo cansativo enredo.
Até o momento, para mim, quem melhor utiliza o fluxo de consciência é a Clarice.
Rayza.Figueiredo 20/08/2023minha estante
e a Virginia Woolf tbm ?




Thathithas 12/08/2023

Só se arrisque se você tiver paciência
Se você se perde facilmente com o GPS, vai entender como é ler o som e a fúria.

Pois, é exatamente como se você estivesse na estrada sem saber nada e de repente errasse a próxima entrada. E aí é necessário recalcular o retorno.

Por diversas vezes tive que parar e pensar se eu realmente estava entendendo para qual rumo estava indo. E ao mesmo tempo uma vontade de continuar pra saber a fofoca toda.
Tinha horas que a indignação batia de: "não não pode ser que aconteceu isso com ele, mas como? porquê?".

E mesmo assim seguia buscando migalhas nas entrelinhas.

E o que posso dizer? uau, foi um exercício de quebra cabeça, que com certeza entra na lista de releituras necessárias no futuro nessa vida. Mas, não desse momento não é o favorito da vida...
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Gustavo Guedes 11/08/2023

Pequenas ou únicas impressões
É uma mentira demasiadamente usual - e inegavelmente ridícula - que a literatura exista para ensinar, preparar ou antecipar qualquer coisa de grandiosa. O mais das vezes, tudo o que um livro nos proporciona é riso, atordoamento ou raiva.

A despeito das vontades (e veleidades) do leitor, muito pouco do que é produzido escapa da seguinte conclusão: a reação natural, quase maquinal, que se tem sobre a palavra escrita é limitada a poucas aprovações, algumas inquietações e inúmeras censuras.

As críticas direcionadas a determinado texto são resultado da impressão mais subjetiva - e biológica - que porventura se tenha dele, e por isso elas jamais se encontram livres de uma carga emotiva subjacente. É impossível distanciar-se completamente da obra, sem que também se esqueça dela.

Dito isso, O Som e a Fúria me provocaram, além de som e além de fúria, conforme se segue: confusão, comiseração, dó, carinho, simpatia, assombro, fascínio, repulsa, desprezo, apego, indulgência, euforia, graça, surpresa, saudade.
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Ana Sá 07/08/2023

EXISTE SPOILER DE CLÁSSICO? Uma reflexão sobre formas de encarar certos livros
Me contaram aqui no Skoob que um dia perguntaram pro Faulkner o que ele sugeria pra quem diz que não entende o que ele escreve mesmo depois de ler duas ou três vezes as mesmas passagens ou obras. A resposta foi algo do tipo "Que leiam quatro!". Pois bem, esta é a história de como eu tornei menos árdua a minha leitura de "O som e a fúria" (1929), tendo bastado ler cerca de duas vezes determinadas páginas, ao invés das quatro vezes indicadas pelo autor. E por falar em spoiler: acabei completamente apaixonada!

O enredo (e só o enredo) é simples: neste clássico do escritor estadunidense laureado com o Nobel de literatura em 1949, nos é apresentado o declínio de uma família aristocrata do sul dos Estados Unidos, sendo que cada capítulo é narrado por uma personagem, com exceção do último que é desenvolvido em terceira pessoa. Parece mesmo uma história sem complicações, já que ela é inclusive focada, de modo geral, em eventos cotidianos dos Compsons... Sim, uma narrativa simples até que a gente lê duas ou três páginas e se pergunta "WTF TÁ ACONTECENO? COMO EU VIM PARAR AQUI?".

Agora eu entendo muitos comentários com os quais cruzei. "Faulkner é muito difícil", "eu desisti deste livro no primeiro capítulo", "não dá para entender nada". Mas menos do que me desanimarem, essas impressões negativas me levaram a refletir sobre o tipo de relacionamento literário que eu queria estabelecer com este romance. Sobretudo porque eu acredito que diante de clássicos desse porte o que acaba importando mais é o "como é contado" do que "o que é contado". Ou seja, percebi que tudo bem se eu não fosse surpreendida pelos eventos-chave ou pelo final, pois o meu foco ali era conseguir me sentir à vontade para começar, continuar e terminar esse desafio. E assim eu colei todos os spoilers possíveis nas lentes dos meus óculos. Ou, em outras palavras, sabendo da fama do Faulkner, eu optei por ser cautelosa no início, e só ao ganhar confiança eu me entreguei totalmente à nossa relação. Comecei armada e terminei rendida.

Basicamente, antes de abrir o livro, eu pesquisei quem era o narrador de cada capítulo (e a questão dos nomes das personagens em si já é uma informação muito importante!) e qual era o seu respectivo lugar na família e, por consequência, na trama. E por isso eu não tive vontade de desistir, mas ao contrário. É óbvio que nada te prepara para Faulkner e que se perder faz parte da proposta, mas como foi bom me perder sem deixar de me encontrar de vez em quando (ou de vez em muito, a depender do capítulo)!

No caso do primeiro narrador, por exemplo, o Benjy, eu sabia previamente qual era a condição que determinava e explicava sua forma de narrar, então não me desgastei tendo que fazer as vezes de Sherlock Holmes, nem tive que pedir perseverança à Nossa Senhora das Leitoras Perdidas... Abraçada aos meus (quase) leves spoilers, entender o que Benjy dizia passou a me interessar menos do que a observação de como Faulkner vai construindo essa personagem através de seu modo muito particular de ver o mundo e de expressar aquilo que vê. Aliás, para mim, a composição do Benjy é das coisas mais bonitas que a literatura mundial já nos deu, um primor... pura poesia!

Minha experiência (tardia) com essa obra foi avassaladora! Estou até agora impressionada! Faulkner se revelou pra mim como um malabarista de vozes literárias que nunca deixa nada ir ao chão. Três capítulos em primeira pessoa bastante distintos entre si, com direito a um capítulo final em terceira pessoa pra não deixar qualquer dúvida sobre o que ele é capaz de fazer. Uma família brilhantemente retratada no todo e na especificidade. E não menos interessante é o fato de Faulkner não se esquivar de abordar os conflitos raciais sob diferentes prismas, sem precisar recorrer a caricaturas nem a dicotomias simplistas, respeitando a complexidade histórica que essa questão tinha no contexto a que o livro se refere. Não tem spoiler que possa arrancar nossa surpresa diante de um projeto tão bem executado! Um bom clássico sempre vai encontrar um atalho para nos marcar.

Posso não ter sido a leitora-modelo do Faulkner, já que me neguei a me lançar desprevenida ao acaso das quatro leituras de uma mesma página. Posso não ter sido a leitora-modelo do Faulkner, mas agora, quer ele me aceite ou não, estou certa de que sou (e continuarei a ser) uma leitora de Faulkner.

Obs.: Se alguém quiser saber quais spoilers me ajudaram a aproveitar melhor o livro, me manda uma mensagem privada que eu conto... "Olha o spoiler aí, quem quer spoiler... spoiler fresquinho, baratinho, só um real... olha o spoiler... leva três paga dois...!".
Ana Sá 07/08/2023minha estante
E, claro, não posso deixar de agradecer aos fãs de Faulkner que me motivaram com seus históricos mais do que positivos aqui no Skoob, em especial à Flávia, que definitivamente me contagiou e me fez repensar a minha meta de leitura deste ano! rs ??


Gleidson 07/08/2023minha estante
Muito boa sua resenha, Ana! O Faulkner impõe sim uma certa dificuldade, mas o prazer que sentimos quando conseguimos entender e assimilar o conteúdo, não tem preço! Eu até exagero um pouco quando falo dele, mas... "Se há um deus na literatura, seu nome é William Faulkner!" ?


aline203 07/08/2023minha estante
Adorei sua resenha! é exatamente isso! eu pretendo ler o livro novamente para tentar azeitar tudo que tinha pensado da narrativa da primeira vez que li rsrs...


Flávia Menezes 07/08/2023minha estante
Ana, amigaaaaaaa!!! Como eu esperei por essa preciosidade!!! Que resenha linda, e que faz um carinho na alma de quem ama essa leitura e esse autor. Eu fico muito feliz de ver que você gostou, e eu acho que uma experiência como essa de primeira sobre o Faulkner é perfeita demais!
Parabéns pela resenha, e obrigada pelo voto de confiança e por nossas trocas durante essa leitura. Foi muito gostoso ver todas as suas descobertas desse universo dele. ??
Obs.: e sobre isso da leitura ser difícil?eu li na biografia dele, sobre uma conversa com a mãe de um amigo? que dizia que ele escrevia difícil demais, e que ele deveria escrever romances para mulheres. Sabe o que ele falava? Que ele nunca disse que escrevia fácil, e que ele também tinha achado o livro dele difícil?então? que estavam empatados! ??


Jacy.Antunes 07/08/2023minha estante
Como é bom ler uma boa resenha, como essa que você fez. Você também acha que o Lúcio Cardoso leu Faulkner?


Regis 07/08/2023minha estante
Ótima resenha, AnaSah! ? ??


Ana Sá 09/08/2023minha estante
Gleidson e Aline, os históricos de vcs passaram a me chamar mais atenção justamente por causa do Faulkner! Fico feliz que tenham gostado da resenha, pois agora quero fazer parte do fã clube! ?


Ana Sá 09/08/2023minha estante
Flávia, essa nossa troca foi muito especial!! Pensei em vc a resenha toda!! ?


Ana Sá 09/08/2023minha estante
Obrigada, Regis! ???


Flávia Menezes 09/08/2023minha estante
Amiga, fiquei lisonjeada agora! ???


Ana Sá 09/08/2023minha estante
Obrigada, Jacy! ?? E siiim! Acabei lendo Lúcio Cardoso ao mesmo tempo e pensei que há ali qualquer coisa de "O som e a fúria"... O Cardoso, a meu ver, não consegue diferenciar muito bem as vozes narrativas, por isso a escolha por mudar também o gênero textual, dependendo de quem era o narrador, me parece ter sido um bom caminho pra contornar um pouco isso! Aqui todos da família falam da Caddy... Em "A crônica...", todos falam da Nina, vejo paralelos!


livroselabirintos 09/08/2023minha estante
Ana, por causa da sua resenha, vou ler ?O som e a fúria? uma terceira vez ?


JurúMontalvao 10/08/2023minha estante
só respondendo ao título da resenha, Ana: pra mim tem spoiler de clássico siiiiiiiim?


DIRCE 10/08/2023minha estante
Que alento saber que você também achou difícil. No primeiro e segundo capítulo , eu me reportei ao banco escolar, quando o professor ensinava trigonometria, os demais fluíram melhor . Já fiz releitura a consegui apreender muito que ficou para trás na primeira leitura. Sua resenha ,como sempre , não me surpreendeu nem um pouco: PRIMOROSA.


Ana Sá 10/08/2023minha estante
Juliana, foi em respeito a pessoas como você que decidi não dar spoiler na minha resenha que fala sobre spoilers! hahaha ?

Tânia, foi mto bom ter conversado sobre o livro com vc! ??


Ana Sá 10/08/2023minha estante
Dirce, sempre tão gentil! ?Pra mim, definitivamente, este é um livro pra releituras! É difícil sim, mas entrega de volta tudo que nos exige, né?


Pablo Paz 16/08/2023minha estante
Caracas, um dia vou escrever resenhas no seu nível ???


Ana Sá 17/08/2023minha estante
Pablo, vc tem uma % bem alta no meu "quero ler" justamente por causa das suas resenhas!! Estamos quites então! rs
Fico feliz que gostou! ?


Vania.Cristina 21/08/2023minha estante
Adoreei sua resenha! Parabéns! O livro está nas minhas metas do ano mas ainda não tive coragem de pegá-lo. Você me animou. Obrigada ?


Ana Sá 22/08/2023minha estante
Eu que agradeço pelo comentário, Vania! Vai ser muito legal acompanhar as suas impressões de leitura! ?


Stella F.. 27/03/2024minha estante
O início da sua resenha e a da Flávia Menezes me ajudaram a continuar depois de não entender quase nada do primeiro capítulo. Achei a escrita completamente diferente e instigante, e no fim, como falam, é só deixar levar, que os fatos vão se esclarecendo. O Quentin, a Quentin, Benjy/Maury, Jonas pai e filho, quem é filho de quem, quem é quem na história. Como salta de 1928 para 1910, quando antes pensava que todos tinham a mesma idade. E já fui relendo alguns trechos do primeiro capítulo, durante a leitura, e ao final de tudo reli de novo, e anotações que havia feito já mudaram nessa releitura.
Adorei conhecer Faulkner!


Ana Sá 15/04/2024minha estante
Stella, o Skoob nunca me envia notificação de comentários em resenhas antigas, adorei cruzar com o seu relato de leitura agora!! Vc descreveu bem o vai-e-vem que eu vivi com este livro tb!! Fico muito feliz em ter ajudado de alguma forma!! ??


Stella F.. 15/04/2024minha estante
?




Cesar Garcia 04/08/2023

Virtuoso mas...
Um livro escrito de forma virtuosa e inovadora mas...
Não gostei da história, achei simples e sem carisma, os personagens não tem alma, e não consigo ver toda a genialidade que falam dessa obra.
Pra mim não funcionou.
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13marcioricardo 30/07/2023

Dá trabalho..
Bem, se prepare. Se quiser ler este livro tem que saber de antemão que vai precisar pegar o touro pelos cornos...

Eu estava lendo o Desassossego do Fernando Pessoa e, na minha inocência, pensei que ia começar e terminar como qualquer outro, mas não aguentei e tive que intercalar com outro. Vai daí e peguei este kkk

Tipo, não tem nada a ver um livro com outro, mas ambos são difíceis. Pra ter uma noção, não dá pra entender nada nos dois primeiros terços da obra.

E, pela primeira vez, sinto necessidade de reler, pra entender bem. Com muitos e bons livros pra ler, tenho para mim que não farei releituras, pelo menos nos próximos anos, por isso vou procurar o filme.
Roberta 04/08/2023minha estante
Muito difícil




Marcus303 23/07/2023

O ininteligível se fazendo entender
Primeiramente gostaria de dizer, e não é pra me gabar, pois isso não interessa muito, mas eu tenho uma paixão por clássicos e faz muito tempo que não leio um livro que não seja um clássico. Como sabem os clássicos são um pouco mais difíceis de serem lidos, mas nunca eu tinha me deparado com um clássico tão difícil de ler como O Som e a Fúria, eu nem sabia que era possível um livro de literatura ser complicado de ler.
As 70 primeiras páginas foram extremamente desconfortáveis de se ler, só a partir do terceiro capitulos, la pra casa das 100 paginas começa a ter uma pequena melhora, mas uma leitura normal mesmo você só terá depois da metade do livro.
As primeiras 70 páginas são narradas por um doente mental, não existe tempo, não existe ordem, não sabemos o que esta de fato acontecendo, não há uma coerência nos nomes, os nomes se misturam, há nomes iguais, nomes errados, troca de nomes.
É um completo caos, estamos dentro da mente de um doente mental de 33 anos, que tem a idade mental de uma criança de 5.
É inteiro narrado por fluxo de consciência, os primeiros capítulos.
Mas passando essa fase caótica você fica mais interessado ainda em saber o que acontecerá.
O livro trata de o declínio de uma família no Sul dos Estado Unidos, ainda na época da discriminação racial pesadissima que existia lá. O tempo é o tema do livro, é fundamental entender que quando tiramos a ordem do tempo, sua cronologia em passado, presente e futuro, tudo fica confuso, e o autor queria isso, queria vencer o tempo, derrota-lo, mostrar que o tempo é inimigo do homem.

Com certeza é um livro que vou reler daqui um tempo, pois com uma leitura é impossível absorver tudo o que essa obra realmente representa.
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NickMiyo 23/07/2023

Simples mas não.
Tudo que eu via e ouvia sobre Faulkner era a respeito de sua audácia narrativa e complexidade, e isso se confirma.
Os dois primeiros capítulos são propositalmente caóticos, palavras e acontecimentos jogados mas que com o tempo vão se juntando e fazem sentido.
E para a minha surpresa eu me diverti bastante lendo, digo de ficar engajado porque essa história é muito densa e triste e de fato com muita fúria.
Num escopo generalizado é só uma familia quebrada, mas a narrativa é tão engenhosa e esperta que conta uma história simples com um jeito magistral.
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Maria16577 21/07/2023

Uma introdução misteriosa e intrigante, um desenvolvimento que demonstra a complexidade de tópicos e personagens, e uma conclusão completamente eletrizante. Só que a introdução é o meio (e o fim, e o começo, e o interno e externo) o meio é o começo, e o fim é o fim mesmo, só que igual à introdução.
Enfim, um livro por vezes complexo ao ponto do incompreensível, mas extremamente profundo. Existe tanto, mas tanto por trás do sofrimento intenso que corre nessa família completamente disfuncional, que sinto que até os membros mais odiosos e cruéis (você mesmo, Jason) poderiam ser um pouquinho mais compreendidos, considerando o peso de tudo. Provavelmente precisaria de mais umas dezenas de leituras para conseguir, de fato, entender completamente esse livro, mas por hora só posso dizer que fiquei completamente fascinada.
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Roberto 09/07/2023

"O importante é que senti"
Acompanhamos o relacionamento conturbado entre os membros da família Compson, nos dando uma história recheada de muito som e muita fúria
O fluxo de consciência utilizado na história dá uma profundidade ainda maior na história, que segue um tema já usado até a exaustão na literatura, que é o conflito familiar, transformando a obra em uma experiência imersiva, sentindo na pele os conflitos, perrengues e raras alegrias pelas quais os personagens passam, bem como notar as certas "tendências" de cada um num mesmo relato
Sentimos a confusão e alienamento em que o Benjy vive, sentimos os diversos conflitos da mente turbulenta do jovem Quentin, e toda a raiva e amargor do Jason, somada à escrita belíssima do Faulkner, que captura toda a beleza e melancólica do sul
É uma leitura bastante intensa, e para tal aconselho os leitores a serem pacientes e anotarem ou grifarem as certas partes confusas, e prestar atenção no que vier depois, pq cedo ou tarde as perguntas serão respondidas
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Cafeína 06/06/2023

Um turbilhão sobre tragédia e resistência
Um livro complicadíssimo, sem dúvidas, mas, em parte, quem sabe, justamente por isso, um livro muitíssimo especial, para mim, acima de tudo, pelo poder aqui empregado pela escrita, afinal, muitos reduziram a trama disso meramente a simplicidade do declínio de uma família aristocrática do sul dos EUA no início do século, alí por volta dos anos 20, o que por si só já renderia uma história e tanto, ao meu ver, mas o carro chefe aqui mesmo é a maneira como essa história é contada. Começando de uma vez justamente pelo fator que implica a grande dificuldade em lê-lo, a escolha de deixar mais de metade da história nas mãos de um neurodivergente e outro no mínimo perturbado, o que tornou essa parte quase que ininteligível, pela maneira como o tempo flui sem aviso, as vezes mais de uma vez no mesmo parágrafo, sem contar nos fluxos de consciência, dos quais se abusa até a exaustão. O que há por trás dessa leitura maçante, ao menos o que eu encontrei, foi uma das mais expressivas representações das angústias humanas. Afinal, angústia por quê? O Falkner parece interessado em representar de todas as formas a tragédias inerentes às nossas vidas, quer seja pela marcha incessante do tempo, esmagando qualquer tentativa que atribuir significado às coisa, bem como pelo vazio de propósito no qual nos afundamos incansavelmente; isso tudo enquanto somos bombardeados incessantemente pela inevitabilidade das mudanças, de uma sociedade que escraviza a um estrato, de uma família decadente se agarrando a desesperada a uma sombra do que já foi, ou de valores inflexíveis, que o asfixia. É quase como se tudo na história girasse em torno da ideia de declínio, desde a inteligibilidade do texto, por assim dizer, indo do turbilhão do mais caótico turbilhão de sensações e pensamentos a um texto mais limpo partido de uma terceira pessoa, mas onde mais se percebe essa natureza decadente, facilmente, é na história dessa família. Eu não tenho propriedade para ver a relação histórica, mas mais do que um paralelo para qualquer uma das poderosas ex-escravocratas do sul, o declínio e queda dos Compson é uma representação de todo um estilo de vida, de um conjunto de ideias, já moribundos no início do século e que se vai tardiamente.
Depois de toda essa tragédia e sofrimento, o som e a fúria é uma história sobre esperança, mais precisamente sobre encontrar uma esperança no caos. Eu resumiria tudo às últimas palavras do autor; depois do fim da família protagonista, temos um breve relato sobre os seus servos, e então, o autor se vira a eles e declara ?eles resistem?.
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@quixotandocomadani 06/06/2023

"estilhaçou o tempo e embaralhou os pedaços"
O mais interessante de tudo foi realmente a narrativa, só por isso, valeu a experiência! É muito legal a forma como os fatos vão se encaixando no decorrer do livro e o recurso utilizado para isso. A partir do terceiro capítulo a leitura fica mais fluída e começamos a encaixar as peças.  O apêndice, é a moldura do quebra-cabeça, fecha os detalhes. 

Não pude deixar de fazer uma analogia da experiência de ler esse livro com a vida...a primeira metade é super confusa, a linguagem, diálogos passados misturados com o presente, com os pensamentos do narrador, sem pontuação... Mas continua, só vai... observa... presta atenção nos detalhes... Que aos poucos as coisas vão fazendo sentido. Conforme vamos ganhando mais experiência, mais informações... ao olharmos para trás, conseguimos enxergar os fatos com mais clareza e com um novo olhar. E perceber isso lendo o livro é o que faz a experiência da leitura ser única. Por isso, dica!! Depois que acabar a leitura, releia pelo menos o primeiro capítulo. Fazer isso mudou totalmente a minha opinião sobre a obra. 

E no final, a recompensa pelo esforço, por insistir é o aprendizado e experiência que são só seus! 





site: https://www.instagram.com/quixotandocomadani/
Diego Rodrigues 06/06/2023minha estante
Tenho esse aqui, mas estou sempre adiando a leitura para um momento mais calmo (que nunca chega haha). Gosto da proposta de uma leitura mais desafiante, no final é sempre recompensador!


@quixotandocomadani 06/06/2023minha estante
kkkk momentos calmos é o gente mais busca rsrs é verdade, às vezes dá vontade mesmo de encarar um desafio. Mas tem o momento certo ne! Boa leitura qdo vc for encarar esse!




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