O corcunda de Notre Dame

O corcunda de Notre Dame Victor Hugo




Resenhas - O Corcunda de Notre-Dame


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maysamfr 27/04/2022minha estante
adorei sua resenha, meu caro, achei sua sensibilidade ao criticar o livo bem tocante, por favor, continue escrevendo, acredito que sou capaz de ler qualquer coisa que venha de você até a sua lista de compras se assim desejar compartilhar,pois já admiro, e muito, a sua escrita.

Continue sendo essa pessoa sensível e genial que eu tanto admiro, sendo esses uns dos muitos motivos que fazem eu me apaixonar cada dia mais com você, eu quero e preciso de você assim ao meu lado, me contando suas leituras com brilho nos olhos. Te amo, meu amor.

(tentei bancar a desconhecida, mas não consigo te elogiar sem dizer o quanto eu te amo)


Luah4 07/01/2023minha estante
Este livro é um dos que eu estou mais receosa para ler, confesso que tenho ambos os Tomos em mãos a meses e até agora não tive coragem suficiente para lê-los, sinto que irei me frustrar enquanto leio.




Victoria.Marin 11/08/2022

Uma obra que surpreende! ??
O início do livro traz o carnaval na cidade de Paris e vários personagens são apresentados, tornando a narrativa cansativa e confusa.

No entanto, após a introdução do Quasímodo na narrativa, a leitura tornasse agradável e uma angústia e ?saber mais sobre? acompanha o leitor até a última página.

O Corcunda é um personagem complexo, durante o decorrer da história, entende-se a sua revolta, tristeza e ao mesmo tempo observa-se seu grande coração.

Quanto a Esmeralda, preparem-se pra sentir profunda irritação com a maneira que é tratada durante toda a trajetória.

Claude Frollo, o mais repugnante personagem. Já Phoebus, nada agradável, deveras ridículo e nojento.

Literalmente uma tragédia, na qual os personagens realmente sofrem. Por ser um livro de Victor Hugo, me surpreendi com a quantidade de digressões, as quais não são tão longas e nem aparecem tanto.

Ler O Corcunda de Notre-Dame foi uma experiência incrível e surpreendente, não esperava que o livro fosse tão bom quanto é.
Victor Hugo, além de envolver o leitor, utiliza os personagens e a cidade Paris para trazer inúmeras discussões de questões sociais.

LEIAM!!!
Elo :) 11/08/2022minha estante
Já queria ler porq acho a animação muito boa, agr com sua resenha me convenci mais ainda, preciso ler mt ?


Victoria.Marin 11/08/2022minha estante
Leiaaaa, é incrível! Só não desanima no começo, JURO que depois do capítulo V melhora e fica tudo perfeito KKKK




Erika Alcantara @literandofotos 06/08/2018

Eu não sei se começo minha resenha falando das emoções que senti, das frustrações ou da decepação. Até agora buscava um rumo para aceitar o final desse livro, simplesmente estou arrasada!
Notre Dame é uma das maiores catedral de Paris, a história se passa em uma Paris sombria do século XV. Como todos os livro do Victor Hugo, ele relata os problemas sociais e em O Corcunda de Notre Dame ele nos trás o relato de um membro da igreja ser apaixonado por uma mulher, um arquidiácono que se dobra aos desejos de um homem, e não correspondido transforma a vida de Esmeralda, uma cigana que dança nas ruas de Paris, um inferno, faz com que ela seja presa e julgada.
Apesar de o livro carregar o título de o governo corcunda de Notre Dame, Quasímodo, o corcunda, mal aparece na trama para minha decepção ( se alguém descobriu quem é o personagem principal por favor me fala) pois todos os personagens Victor Hugo trama de uma forma tão descritiva e minuciosa que realmente fiquei perdida. Senti tanta emoção lendo esse livro, não sei como Victor Hugo consegue tocar meu coração dessa forma, eu consegui sentir na pele os confrontos de Quasímodo para com sua realidade, suas deformidades e seu coração incrível. Se eu lesse essa obra e não tivesse denúncia ao preconceito ( no caso com os ciganos) ao amor entre pais e filhos com certeza não teria sido escrito por o mestre das críticas sócias.
Emmerson 16/08/2018minha estante
Na verdade, o título original do livro é Notre-Dame de Paris. As diversas adaptações popularizam a história como o corcunda de Notre Dame, o que fez que a maior parte das editoras optasse por esse título. Mas ao ler o livro fica claro que o personagem principal não é Quasímodo. Mas a Catedral em si.


Erika Alcantara @literandofotos 18/08/2018minha estante
Sim, quando ler fica claro, os filmes também engana, eles deveriam deixar o título anterior em destaque.




Diego Rodrigues 05/09/2021

Uma viagem a Paris da Idade Média
Romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta e ativista pelos direitos humanos, Victor-Maire Hugo nasceu em 1802, na comuna francesa de Bensançon. Ainda jovem se dedicou a poesia e aos quinze anos foi premiado em um concurso de poesia da Academia Francesa. Em 1822, integrou-se ao romancismo e tornou-se um porta-voz do movimento. Suas convicções monarquistas e ultraconservadoras foram abaladas pela Revolução de 1830, que alterou profundamente sua percepção política. O segundo abalo veio com o Golpe de Estado dado por Napoleão III, em 1851, a quem Victor Hugo chegou a apoiar. Muito ativo politicamente, defensor da democracia liberal e humanitária, e então opositor de Napoleão III, teve que conviver com a censura e o exílio. O período em que passou exilado na ilha de Guernesey foi o mais prolífico de sua carreira literária, dele saíram obras como "Os Miseráveis" (1862) e "Os Trabalhadores do Mar" (1866). Após a queda do Império de Napoleão III, em 1870, Victor Hugo retornou a França, onde foi ovacionado, e retomou então sua carreira política. Mas os problemas estavam longe de acabar, conflitos causados pela Comuna Francesa geraram desgaste com o novo governo, o que acabou resultando em um novo exílio, dessa vez em Luxemburgo. Victor Hugo se recusava a fechar os olhos para as injustiças sociais que o cercavam e se manteve politicamente ativo até o fim de seus dias. Até mesmo em sua derradeira hora recusou honrarias, deixou sua herança para os mais necessitados e foi levado ao cemitério pelo carro mortuário dos indigentes, como era sua vontade.

Mas onde se encaixa "O Corcunda de Notre Dame" nesse quebra-cabeça? Com apenas 28 anos, Victor Hugo já gozava de certo prestígio no meio literário francês. O autor de "Odes e Baladas" (1822), "Cromwell" (1827), "As Orientais" (1829), "O Último Dia de um Condenado à Morte" (1829) e "Hernani" (1830) tinha sua casa como ponto de encontro de artistas e não só exercia influência como já liderava um grupo de escritores. Chegou até a receber o título de Cavaleiro da Legião da Honra, mas isso não o deixou imune às pressões do seu editor, para quem Victor Hugo havia vendido um romance e precisava entregá-lo em um curto período de tempo. "Notre Dame de Paris, 1482" começou a ser escrito em 1830, mas foi interrompido pela revolução que aconteceu naquele mesmo ano. Correndo contra o relógio, o jovem Victor Hugo conseguiu retomar a escrita e concluir o romance, que foi publicado pela primeira vez em 1831. Mas foi na tradução inglesa que o "Corcunda" apareceu no título pela primeira vez, estratégia essa que se mostrou acertada e passaria então a ser adotada em todo o mundo em edições posteriores.

Marco do romantismo francês, "O Corcunda de Notre Dame" é bem mais que história de amor não correspondido. Defensor assíduo dos monumentos históricos, Victor Hugo queria fazer do romance mais que uma simples homenagem a Catedral de Notre-Dame. Incorporando elementos góticos e históricos (por exemplo, com o próprio rei Luis XI assumindo o papel de personagem) o autor construiu aqui uma intensa trama com personagens inesquecíveis, na qual o passado é explorado de forma a se fundir com a ficção. Victor Hugo nos leva em uma viagem pela Paris da Idade Média, mais precisamente para o século XV, onde, na companhia de personagens memoráveis como o corcunda Quasímodo, o arquidiácono Claude, o poeta Gringoire, o capitão Phoebus, a reclusa Gudule, a cigana Esmeralda e sua cabra Djali, somos inseridos em meio a um microcosmo da sociedade francesa de outrora. Sendo um romance de Victor Hugo, claro, as críticas sociais marcam presença. Estamos falando de uma época em que não existia força policial, o poder estava nas mãos da Igreja, pessoas eram torturadas e enforcadas à luz do dia, a injustiça e o preconceito tomavam conta das ruas, horrores com os quais entramos em contato ao longo dessa leitura.

Quem já leu Victor Hugo sabe, as digressões são intrínsecas a sua escrita e aqui não é diferente. As primeiras páginas do romance são quase que totalmente dedicadas à história e à arquitetura de Paris. O ideal é intercalar essa parte inicial com alguma outra leitura mais leve para não sofrer tanto. Porém, conforme a narrativa avança somos tragados pela trama e, quando nos damos conta, já não conseguimos mais largar o livro, envolvidos como uma mosca que tenta inutilmente se livrar das teias de uma aranha. Todas as digressões onde Victor Hugo debate a história, a arquitetura e a sociedade parisienses (algumas delas chegaram a ser suprimidas nas primeiras edições do romance) se mostram muito mais que meras divagações e compõem um importante pano de fundo que só enriquece a leitura. No final, assim como acontece em "Os Miseráveis", saímos com a sensação de ter visitado um importante capítulo da história da França e levando consigo personagens imortais à altura de Jean Valjean, Cosette, Fantine, Gavroche e Javert.

"O Corcunda de Notre Dame" catapultou a carreira de Victor Hugo e se tornou um clássico não só da literatura francesa como também mundial. O romance transcendeu as páginas e ganhou adaptações no mundo do cinema, da ópera e do teatro, a mais famosa delas, talvez, a animação da Disney, de 1996. Se mais do que homenagear Victor Hugo queria chamar a atenção da sociedade para a preservação dos monumentos históricos, ele conseguiu. Apesar das críticas a época de sua publicação, o impacto do romance foi tamanho que influenciou a restauração da própria Catedral, que teve início em 1845, na qual o arquiteto Viollet-le-Duc se inspirou no romance de Victor Hugo para fazer seus desenhos. Um livro que, literalmente, cumpriu seu papel, mas que nem por isso deixa de dialogar com a sociedade e o tempo atuais.
kaloskagathos 05/09/2021minha estante
Vc vai ler as resenhas do Disco Livro pra ver se o livro é bom e ganha uma biografia e uma aula de história de brinde kk. Já quis ler esse livro como pontapé inicial para os livros do autor, mas acho que vou de Os trabalhadores do mar (tem resenha?).


Diego Rodrigues 05/09/2021minha estante
Hahaha obrigado pelas palavras, amigo!
Esse é o meu autor favorito e eu estava devendo uma resenha mais completa dele aqui. "Os Trabalhadores do Mar" é muito bom também (não resenhei pq já faz um tempinho que li).




soutatyrs 22/03/2022

Chocada
Gente chocada com esse final!!!

Primeiro Vitor Hugo que leio? o livro começa meio devagar com muitassss descrições, mas valeu a pena persistir? pq a escrita é mto boa.

O narrador é um personagem a parte? com seu humor felino? Norte Dame e Quasímodo são uma coisa só, um é o corpo o outro a alma?

O livro a princípio era pra ser chamado pyre Dame de Paris, 1482, que seria um melhor título mesmo!!

As imprecassões eram um espetáculo à parte como: ?Cruz de Deus? ?chifre de Deus? ?estudante do anticristo? ? chifre de Baco? ?Páscoa de Deus??.

Um clássico maravilhoso!!! Um melodrama trágico!! #vitorhugo #corcundadenotredame #classicosdaliteratura #lerédahora #leiaumlivrohoje
Rinaldo 22/03/2022minha estante
Quase um spoiler.


Spoiler_ 22/03/2022minha estante
Vamos fazer um grupo para falarmos sobre literatura? Me segue.
t.me/LeituraDinamica2022




Fabiana.Amorim 20/01/2021

As dores e as delícias dos clássicos
Victor Hugo do Corcunda é uma verdadeira montanha russa literária. Ora você percorre as páginas com a incrível velocidade de montanha à baixo, ora você lê como se estivesse empurrando , na maior lerdeza, o carro montanha à cima.

VH não se permite apenas contar uma história, ele escreve sobre tudo. No Corcunda, fala sobre arquitetura, história e geografia parisienses. E nós, pobres mortais, não podemos perder nada pelo medo de deixar passar, por displicência, pensamentos brilhantes que o homem têm.

Quando descreve os personagens, seus mais vis pensamentos e suas ações é de pedir à benção e entender porque tem que se respeitar os clássicos.

Sem dúvida é um desafio concluir a obra. Não se escreve mais assim, talvez porque ninguém possua mais uma cultura tão ampla que quando o momento da escrita do livro se apresenta, o escritor dê vazão. Somos muito imediatistas, queremos ir direto ao ponto. Talvez, por isto, a literatura clássica afugente alguns.

Não se pode ler VH esperando apenas contação de histórias. Uma obra dele é rica demais.

Esse livro me fez rir, me empolgou, me deu preguiça e por fim me deu um pouco de raiva. Enfim, o objetivo da arte se cumpriu: mexer com as nossas emoções.

Veni vidi vici.

Os Miseráveis continua sendo o meu preferido. Mas Quasímodo e Esmeralda ficarão guardados no meu coração. Metade raiva, metade amor.
Thamara 20/01/2021minha estante
É um livro muito bom.


Fabiana.Amorim 20/01/2021minha estante
Sem dúvida




Natali Pacheco 23/11/2021

Gente o que foi o final desse livro? Completamente abismada.
Eu amei essa leitura, me proporcionou um misto de sentimentos que fica difícil explicar. Amo amo amo, será que vem aí o meu autor favorito? (Calma nátali foi só o primeiro livro do Victor Hugo)
Fiz 33 marcações, a minha dica é: não desistam dos longos capítulos descritivos, no final a história vale muito a pena.
Letícia 27/11/2021minha estante
Se puder recomendar, leia ?O último dia de um condenado? também de Victor Hugo!
Não irá se arrepender


Natali Pacheco 27/11/2021minha estante
Muito obrigada!!!




Lili 28/08/2017

O Corcunda de Notre Dame
Nunca tinha lido nada de Victor Hugo e amei sua escrita.

O livro é contado em 1830, mas os fatos ocorreram em 1482. É interessante ver os paralelos que o autor traça entre a Idade Média e sua própria época; e igualmente interessante acrescentarmos nossa própria época às análises e comparações.

O autor usa e abusa de ironia para criticar a religião, a monarquia, o caráter dos seres humanos em geral. Dois "defeitinhos" me impedem de dar a nota máxima: ele exagera nas descrições em alguns momentos (e eu adoro descrições!), e ele pesou a mão na tragédia.

Ainda assim adorei a experiência. Recomendo muito!
Cy 30/08/2017minha estante
Demais essa leitura! Vitinho levou ao pé da letra a dona Angelina: não há dois sem três. HAHAHAHAHAHAHAHA
Miséria pouca é bobagem. rsss
Partiu miserentos!


Lili 30/08/2017minha estante
HAHAHAHAHAHA
Murri com "partiu miserentos"!!!




Kuririn 14/05/2011

Política, filosofia e uma visão prática do amor
Um prato cheio para se empanturrar e repetir a dose nas mãos dos amantes da descrição esmiuçada, como eu. Victor Hugo mostra-se excepcional em detalhar os aspectos dos cenários e dos personagens, especialmente nas alterações de humor que estes sofrem a cada situação. Simplesmente dá um show ao utilizar um capítulo inteiro para descrever a catedral e outro – quanta ousadia! – para descrever a cidade inteira. Faz isso com uma naturalidade impressionante, como se estivesse desenhando a palma de sua própria mão enquanto olha diretamente para ela. A impressão que se tem é, sem exageros, exatamente esta; a de que ele está parado sobre a França do século XV numa aeronave de última geração, munido das mais modernas câmeras, tomando nota de cada mancha na calçada. Se Paris e Notre-Dame eram realmente assim, eu não sei e creio que nem mesmo ele poderia ter sabido com tanta exatidão. Mas a descrição dele cumpre sua função: faz o leitor acreditar que era dessa forma e visualizar perfeitamente cada detalhe conforme a leitura flui; um tapa na cara de quem ainda acha que imagens esclarecem mais do que palavras.

Além do detalhamento descritivo, há de se ressaltar também a preocupação que Victor Hugo tem em transmitir as noções filosóficas de cada ocorrência da trama, muitas delas totalmente alheias à compreensão de qualquer personagem; apenas aspectos da história que ele julgou importante destacar, como se quisesse justificar o motivo de escrever isto ou aquilo em determinado trecho. Utiliza-se bastante desse recurso também para explicar posições políticas da época do romance, chegando a compará-las com algumas de sua própria época. Sabendo de sua vida atrelada à política do início ao fim, temi que ele utilizasse o romance para exaltar a causa napoleônica que ele tanto defendia, mas ele, inacreditavelmente, manteve-se neutro em cada um de seus comentários. Essas análises filosóficas somadas aos costumes da época narrados no romance concedem ao livro um incomensurável valor histórico. Quando se juntam esses aspectos à descrição já antes comentada, o leitor se sente numa verdadeira viagem no tempo. O comentário paralelo de Victor Hugo que merece maior destaque é, sem sombra de dúvida, o capítulo em que discorre sobre a arquitetura. Ele clareou a minha visão a respeito disso e certamente abrirá os olhos de qualquer leitor que folheie O Corcunda com a opinião formada de que a arquitetura é apenas uma arte. Ele não apenas classifica a arquitetura como forma de expressão – uma das mais importantes da humanidade; ele argumenta e exemplifica de tal forma que transforma sua opinião em algo quase inquestionável.

Deixando de lado os aspectos técnicos e entrando na coisa-em-si, vemos uma história diferenciada, na qual Victor Hugo procura relacionar o amor a diversos tipos de preconceito do início ao fim. Nosso doce Quasímodo, com seus inúmeros defeitos que não fazia questão de esconder, era odiado e desprezado pela multidão sem que nenhum dos dois lados fosse capaz de compreender o real motivo dessa relação. Quasímodo, como toda pessoa fortemente discriminada, apegou-se às duas únicas criaturas que lhe trataram como um ser humano de verdade, amando-as a níveis exagerados – como ficaria provado no final. Os pobres da época não eram diferentes dos pobres atuais, aprendendo a contornar a discriminação e dando seu jeito de não morrer de fome. E temos, por fim, Sachetti. Ela sofre o pior tipo de preconceito: todos têm pena dela; todos passam em frente à sua cela, atirando-lhe pães e gastando um minuto ou dois para lamentar a perda de sua filha, voltando no instante seguinte às suas vidas alegres e despreocupadas.

A principal preocupação de Victor Hugo com relação ao emaranhado psicológico que se forma entre os personagens é deixar claro que o amor torna as pessoas inconseqüentes. Todos os personagens que amam em excesso terminam por cometer deliberadamente uma série de erros, com plena consciência de que aquilo que fazem é errado, mas acreditando que o bem que causarem ao ser amado está acima de qualquer mal sofrido por quaisquer outros. Todas as formas de amor doentio da trama estão diretamente relacionadas com Esmeralda. A simpatia que ela desperta em Quasímodo, que faz com que ele vá a extremos para protegê-la e vê-la feliz; a paixão possessiva do arquidiácono, que faz com que ele prefira vê-la morta a vê-la longe de suas mãos; o amor materno de Sachetti, despertado já no final da história, que faz com que ela gaste seus últimos suspiros de vida enfrentando um exército e contrariando as ordens do rei para tentar salvar a vida de sua filha. O mais impressionante indício, porém, de que Victor Hugo tinha essa preocupação em deixar clara a posição doentia sob a qual o amor se manifesta justamente no amor que residia no coração de Esmeralda. As paixões que os outros personagens sentiam por ela fizeram com que eles atropelassem diversas regras de maneira inconseqüente, mas a paixão dela pelo cavaleiro Phoebus fez com que ela atropelasse não só regras como as próprias paixões direcionadas a ela. Ela mesma quebrou a redoma de amor que a protegia e, por isso, por causa do amor, terminou por cavar a própria cova.

Para encerrar, vale ressaltar que Victor Hugo manteve a originalidade até a última página do romance. Ao invés do final feliz que se esperaria de uma história de amor cercada de preconceitos e superações, Victor Hugo traz uma dose de realidade ao leitor; contos de fada não existem, nem mesmo nos (bons) livros.
Roberta Barbosa 01/06/2012minha estante
Gostei bastante da sua resenha, muito bem escrita. Só espero que eu li no 4º parágrafo não tenham sido muitos spoilers, rs


thefrnc 20/05/2015minha estante
Eu denunciaria como spoiler caso não tivesse sido tão bem escrita.




Annie 19/12/2010

Resenha de "O Corcunda de Notre-Dame", por Ana Nonato.
Introdução
História que gira em torno do corcunda Quasímodo e da cigana Esmeralda.

Estrutura
O livro é muito bem escrito, não tendo nada de cansativo. É uma narrativa que flui naturalmente, sem precisar ser cronologicamente ordenada (há momentos em que os fatos se sucedem no passado). Um livro agradável.


Conteúdo
A história começa na celebração do Dia de Reis, em que há a encenação de um mistério no palácio da justiça. A peça já começa com atraso sem a presença de Sua Eminência, o cardeal; quando o mesmo chega, a peça para de ser o foco da atenção do público de vez. O burguês Jacques Coppenole sugere que para eleição do Papa dos Loucos (uma tradição da época) se fizesse como em sua terra: cada candidato mostrava sua cabeça através de um buraco e fazia uma careta para os outros; o que fizesse a careta mais feia seria eleito. O público concorda, deixando Gringoire (diretor da peça) indignado. Com efeito, o Papa dos Loucos eleito é Quasímodo, o sineiro da Catedral de Notre-Dame, que ganhou apenas por mostrar seu rosto ao público (suas feições eram verdadeiramente horrendas). Colocaram-no em uma cadeira carregada por doze oficiais e foram desfilar pela cidade. Gringoire sai pela noite, indignado e com fome, até chegar na Praça da Greve, onde uma multidão se encolhia em volta da fogueira. Ao centro, uma jovem moça dançava, e Gringoire constatou que era uma cigana. Entre os rostos que admiravam a cigana, estava o de um homem careca, chamando a atenção por seu modo tão compenetrado e sinistro de observá-la. Uma velha começou a insultar a jovem cigana e Gringoire aproveitou para fugir da vista. Neste momento, a procissão do Papa passou pela fogueira, sendo parada pelo homem sinistro, estranhamente obedecido por Quasímodo, que desceu da cadeira, retirou suas vestes “papais”, e foram embora. Gringoire nota que o homem era o Arcebispo Cláudio Frollo. Gringoire decide seguir a cigana. Mais a frente ela é atacada por Quasímodo, e o diretor entra no caminho para defendê-la, abatido facilmente pelo corcunda. Capitão Febo, dos arqueiros da ordem do rei, a resgata. Como a cigana fugira, Gringoire continua a vagar atrás de alimento até que é atacado por uma multidão de mendigos no Pátio dos Milagres. Mesmo tentando passar em um tipo de teste, o diretor seria enforcado, até que Esmeralda aparece e se casa com ele.
O livro então passa a contar a história do corcunda, que fora depositado dezesseis anos antes na Igreja, e fora adotado por dom Cláudio (explicando o fato de tamanha obediência). Como se formara sineiro muito cedo, o barulho dos sinos o deixara surdo, e ele e o arcebispo daquele momento em diante se comunicavam por sinais. O arcebispo também criara seu irmão mais novo, Jean, mas este o decepcionara ao se tornar um vagabundo e só pedir dinheiro emprestado. E também é notável o desprezo e temor do religioso em relação aos ciganos.
Quasímodo fora preso na noite anterior e foi a julgamento. Senhor Florian,que também era surdo, começou o interrogatório que Quasímodo não respondia, até que finalmente fora condenado a duas horas de surra no pelourinho da Praça da Greve. Enquanto isto, três senhoras conversavam e levavam um bolo à reclusa da Tour-Roland, contando a história da mesma. Há dezesseis anos daquela data, a reclusa, jovem, tivera uma filha a quem amara muito. Um dia, uma cigana leu a mão da menina e dissera que ela seria uma rainha. Orgulhosa com a notícia, a mãe fora contar à vizinha sobre a premonição, e quando voltou a filha não estava mais lá. Deduzindo que a menina fora roubada pela cigana, a mãe a procurou exaustivamente, e ouvindo um choro de criança suas esperanças voltaram. Porém, o bebê era um menino de aproximadamente quatro anos, horroroso em suas feições (obviamente, Quasímodo), que fora enviado para Notre-Dame.
Enquanto isto, o castigo de Quasímodo começara. Ele implorava por água, mas a multidão não o atendia, até que a cigana Esmeralda apareceu e lhe deu atendeu, fazendo rolar uma lágrima dos olhos do "monstro". O castigo terminara e tudo voltara ao normal. Jean foi procurar dinheiro com Don Claudio, que tinha um plano arquitetado em mente. O irmão do Arcebispo Frollo se encontrou com o Capitão Febo e foram beber. Depois saíram bêbados da taverna, acompanhados de perto pelo religioso. Jean ficou pelo caminho, e Febo seguiu, acompanhado pelo arcebispo. Os dois trocaram algumas palavras, e se encaminharam até um quartinho, onde Dom Claudio ficou escondido observando o encontro entre o Capitão e a cigana. Se aproveitando de um momento de distração, o arcebispo cravou uma lâmina nas costas do oficial, fazendo este e a moça desmaiarem. Ao acordar, Esmeralda foi presa e acusada do assassinato do capitão, e ficou meses definhando ao esperar pelo julgamento. Quando o mesmo aconteceu, Gregoire a viu e a cabritinha querida também. A moça fora coagida a confessar o crime através de tortura, e condenada à forca.
No dia da execução, Dom Claudio fez as honras, mas Quasímodo fugiu com a moça para dentro da Catedral, alegando asilo (impedindo assim que os oficiais pudessem prendê-la novamente). Meses se passaram assim, a bela moça sempre acompanhada de perto pelo mostrengo cada vez mais apaixonado. Dom Claudio não gostava nada disso, e tramou com Gringoire um ataque à catedral para apanhar a moça com o auxílio dos mendigos do Pátio dos Milagres. O ataque começara na noite anterior em que a justiça parisiense iria tomar a catedral. Bravamente, Quasímodo impedia qualquer aproximação ao jogar toras, pedras, metal derretido nos agitadores. Eles quase conseguiram invadir a catedral, mas os oficiais do rei chegaram e colocaram ordem à balbúrdia. Feliz, Quasímodo foi ver como estava Esmeralda, e encontrou o esconderijo vazio.
Dom Claudio e Gringoire, se aproveitando da confusão, fugiram com Esmeralda através de um barco, atracando perto da Praça da Greve. O diretor fugira com a cabra, e esta fora obrigada a ficar junto de Dom Claudio, que causava intensa repulsa na moça. O homem deu o últimato:
— Está vendo? Eles ainda a perseguem, mas posso salvá-la. Tenho tudo preparado. Você só precisa querer.
Puxando-a apressadamente, ele dirigiu-se para a forca e a apontou com o dedo:
— Escolha entre nós dois — disse friamente.
(trecho adaptado).

A moça, por fim, escolhera a forca. O Arcebispo a deixou aos cuidados da reclusa da Tour-Roland. A mulher começa a blasfemar e a ofender a cigana, que fica humilhada e entristecida. A mulher praticamente esfrega o sapatinho da filha, a única coisa que lhe restara, no rosto da jovem. Emocionada, Esmeralda busca o amuleto que também carrega consigo: o outro pé do mesmo sapatinho. Mãe e filha haviam se reencontrado. Desesperada, a reclusa tenta esconder Esmeralda, mas os homens do reino a retomaam. A mãe não sobreviveu, morrendo de um ataque do coração, e Esmeralda foi efetivamente enforcada. Dom Claudio foi atirado por Quasímodo, que descobriu que fora ele quem entregara Esmeralda aos soldados, do alto da catedral. O corcunda sumiu da cidade, sendo encontrado seu corpo dois anos depois junto ao de Esmeralda.

Quando quiseram separá-lo do esqueleto que abraçava, desfez-se em poeira.
(trecho adaptado).

Análise
Um livro agradabilíssimo de ler. Nem a morte da cigana ou qualquer acontecimento trágico ao longo da trama conseguem tirar esse clima "tranquilo" da leitura. O fato da moça ser filha da reclusa é adiado com maestria pelo autor, a fim de não parecer tão óbvio, e evitando o "milagre" que seria se o amuleto da moça só aparecesse no encontro final com a reclusa. O amor de Quasímodo por Esmeralda é algo que suaviza a impressão do homem horrendo, que faz a justiça com as próprias mãos. Não me admira este livro ser um dos melhores de sua época.

Recomendações
Recomendo a todos os leitores. É um livro fantástico, sem ser muito fora da realidade da época (a história se passa 1482). Uma ótima oportunidade também de conhecer melhor o trabalho do autor Victor Hugo.

Disponível em: http://odesafiodecadadia.blogspot.com/2010/12/resenha-livro-o-corcunda-de-notre-dame.html
Matheus Cassano 31/05/2012minha estante
Por que você contou na sua resenha que a cigana morre? O livro tem 600 paginas eu estou na 100, venho aqui da uma olhada nas resenhas e me deparo com esse SPOILER gigante. Se é para estragar a leitura dos outros era melhor não ter escrito essa mediocridade.


Vans 19/02/2013minha estante
Querida, tem que marcar a resenha com spoiler, tem gente lendo o livro ou ainda vai ler.




Eliza.Beth 19/12/2020

Maravilhoso!
Um retrato da França de muitoooooss anos atrás onde tudo era resolvido na forca como forma de espetáculo.
Alguns personagens repugnantes, outros com excesso de inocência. Um contraste belo.
Quem sou eu para falar de VH mas o que me impede de dar 5 estrelas é o fato de alguns capítulos serem extremamente cansativos, do tipo que faz você querer largar o livro por um tempo.
Um livro desafiador, de leitura difícil. Não na linguagem mas sim aos nossos sentimentos.
ALERTA: não tem nada a ver com a adaptação da Disney. Não se engane. Final triste.
Aryana 19/12/2020minha estante
Tá na lista do ano que vem ??


Eliza.Beth 19/12/2020minha estante
Eu gostei demais. O começo é bem desafiador, não desista. Depois melhora absurdamente. Espero que goste tbm ?




Marcus 29/07/2021

Às vezes repetitivo demais, mas um ótimo livro
Nunca vi a adaptação da Disney dessa história, então não tenho ideia de o que mudaram para que crianças pudessem ver e se divertir; provavelmente, as duas obras são bem diferentes, já que o livro é, muitas vezes, extremamente sombrio e trágico. Terminei a leitura há mais de uma hora e continuo chocado com o final.

Apesar de possuir um tom muito diferente do que eu esperava, gostei muito de cada aspecto do livro. Os personagens são muito cativantes e ao mesmo tempo cheio de falhas morais, o que fez com o que eu pudesse amar e odiar cada um deles durante a leitura. Os conflitos que cada um possui e a forma que Victor Hugo constrói a narrativa e a ambientação em uma Paris medieval (mais de 300 anos antes da escrita deste livro) são muito bem construídos; cada cenário e personagem ficou muito claro a todo momento, principalmente por conta dá escrita linda do autor, com seus parágrafos e descrições gigantes e separados por muitas vírgulas.

A única crítica que tenho a fazer é também meu maior elogio: as descrições dos edifícios, principalmente da protagonista, Notre-Dame (o título original do livro é Notre-Dame de Paris). Durante a escrita dessa obra, diversos edifícios antigos de Paris estavam sendo demolidos e, como forma de protesto, o autor decidiu escrever este romance, também como uma homenagem à catedral, tratando a arquitetura como uma arte tão válida quanto a própria literatura, carregando nas paredes de cada prédio as marcas dos povos que ali viveram e de suas transformações, da mesma forma que os livros já faziam em sua época. Para isso, cada cenário é escrito em detalhes, e o autor sobrevoa a cidade de uma ponta à outra, enquanto reflete sobre e homenageia o passado marcado naquelas paredes. A forma que isso é executado é brilhante. Contudo, em alguns momentos o autor retoma as mesmas descrições dos mesmos lugares de forma reduzida, o que fez com que a leitura ficasse repetitiva e um pouco cansativa, como se eu estivesse lendo sempre a mesma coisa outra vez.

Tirando esses momentos mais densos e repetitivos, O Corcunda de Notre-Dame é um livro incrível! Agora, fico ainda mais ansioso para, em breve, ler o mais aclamado livro do autor: Os Miseráveis.
Duana Rocha 30/07/2021minha estante
Tô lendo e o o tempo todo paro e penso: Meu deus como a Disney conseguiu fazer uma animação de tanta desgraça rs


Marcus 31/07/2021minha estante
Dá até medo de assistir, deve ser completamente diferente kkkkkk




Aline Teodosio @leituras.da.aline 04/12/2018

Do famigerado corcunda monstruoso todos já ouviram falar. O que muitos não sabem é que o enredo desta obra gira muito mais em torno da catedral Notre Dame do que do próprio corcunda.

Não a toa o título original se chama Notre Dame de Paris, a famosa abadia que é palco de diversos acontecimentos secundários, mas não menos importantes para a construção desta história.

O autor tece longas descrições do dito presbitério, do seu entorno e de Paris. Cada detalhe da arquitetura é esmiuçado durante a narrativa, mostrando que a personagem principal é justamente a catedral e não Quasímodo, como sugere o título da edição brasileira.

O tempo inteiro o autor abre parênteses na história para divagar sobre pontos que julga pertinentes: a arquitetura, a sociedade da época, a imprensa, a igreja. Confesso que achei essas partes extremamente cansativas. O leitor desavisado (como eu) mergulha ávido nessas páginas em busca da história da pobre criatura rejeitada e acaba enveredando por descrições intermináveis e, por vezes, enfadonhas.

Por outro lado, quando nos deparamos com os conhecidos personagens a história se agiganta, ganha brilho e emoção. Muito diferente do desenho da Disney, temos um Quasímodo surdo, sombrio, taciturno, medonho. Inicialmente, um ser influenciado pelo meio, com sentimentos moldados por tudo o que recebeu na vida: ódio, desprezo, maldade, rejeição, preconceitos. Mas apesar disso, também há bondade e amor, que ele prova ao tentar de todas as formas salvar Esmeralda. Essa, por sua vez, me deu asco, de tão bobinha e romantizada que é aqui descrita.

O Corcunda de Notre Dame é, portanto, o retrato de uma época em que uma forte religiosidade era imposta pelo medo latente. A Idade Média, literalmente a idade das trevas. Uma época em que a sociedade, imbuída em misticismos exagerados, totalmente influenciada pela igreja, propagava ódio e preconceitos por tudo o que era diferente. Uma tragédia anunciada do início ao fim. E que fim... Ainda estou arrepiada.
Flávia 09/05/2019minha estante
eu ja te mandei inbox, comentei no feed, agora tô aqui, relendo a resenha. concordei com qse td, menos com as digressões q ñ me maçaram, pq esperava q fosse pior. com ctz é um livro que vou ler mais vezes.


Flávia 09/05/2019minha estante
mentira, me maçaram um pouco sim, mas ñ ao ponto de diminuir uma estrela na avaliação, q imagino ter sido por isso, sim?




João 24/07/2021

Espetacular!
Fui enganado pela adaptação da Disney de 1990 e antigamente kkk o enredo e personagens são simplesmente sensacionais. VIctor Hugo destrincha Paris de maneira bastante detalhada, além de retratar e criticar de forma bem sarcástica a sociedade da época (clero, aristocracia, ?judiciário?, monarquia, plebe, etc). O foco principal está em Notre Dame e seu entorno, e não meramente nos personagens ?principais?. Este foi o primeiro livro que li de VH e confesso que a barreira inicial que tive contra o autor logo se rompeu. Com certeza lerei outras de suas obras!
Lerinha80 25/07/2021minha estante
Legal, também só assisti o desenho da Disney ??, mas tenho muita vontade de ler esse livro. Do Victor Hugo também só li até agora um livro, o último dia de um condenado, que eu gostei bastante e recomendo. Pretendo ler no próximo ano, os miseráveis.??


Carolina.Gomes 29/07/2021minha estante
Eu avisei, João kkkk
Tomei um tombo atras do outro com esse livro.




Ryan Colossal 08/01/2020

Cruelmente Real
O Corcunda de Notre Dame é um livro intenso, que mostra o pior de maneira cotidiana, é chocante como os erros de séculos aparecem no nosso hoje, seja de modo repetitivo ou uma nova forma de mostrar a pior face do ser humano. Romance cruel, faz repensar. Livro sem piedade e com metáforas que cutucam as feridas. Eu ainda estou plerplexo com tudo que aconteceu, leiam e sintam o desprazer mais prazeroso.
Pâm 15/02/2020minha estante
ótimo ??


Pâm 15/02/2020minha estante
gostei ??




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