luanastefanie 12/11/2021
ÁGATHA GENIAL
Ah, as ce?lulas cinzentas do Mr. Hercule Poirot e suas aventuras com seu amigo Hastings. Me senti assistindo episo?dios de Ementary, com uma versa?o de Charles Chaplin no personagem principal. Foram 14 contos em que o detetive belga coloca em pra?tica toda a sua astu?cia e elega?ncia na resoluc?a?o de cada caso. Dois sa?o memo?rias que sequer o Hastings aparece, e esses dois sa?o o que mostra toda a sagacidade das ce?lulas cinzentas.
Um o?timo livro para uma tarde ou noite. Leituras leves com capi?tulos ra?pidos. Com contratempos, mas ate? que faz sentido pelo ano em que foi escrito.
A?gatha na?o deixa de surpreender. Ela era realmente genial!
OS CASOS
O primeiro ?A aventura do Estrela Ocidente?, além de tratar da chantagem emocional, da romantização do chifre (kkk) e de um pouco de machismo na fala do personagem principal (o que é até bizarro considerando que foi escrito por uma mulher revolucionária, enfim...), é um conto em que fiquei parecendo o Hastings, sem entender como Poirot tinha chegado àquelas conclusões com tão pouca informação. Mas fazia sentido, como sempre faz quando se trata de Poirot.
O segundo conto, ?A tragédia de Mardson Manor?, poderia ser facilmente confundido com algum caso de ?Assassinatos em Família? do Investigação Discovery. Por amor ao dinheiro, homicídios são cometidos... mas Poirot surpreende na conclusão, foi ?quase? o Crime Perfeito.
O terceiro conto, ?A aventura do apartamento barato? foi um tanto quanto estranho, pois não entendi nada a não ser que tinha algo com o serviço secreto americano envolvido. Um conto um tanto quanto realmente estranho.
O ?mistério de Hunter?s Lodge? foi um conto inesperado. Bem o que espero de Ágatha... Me surpreendi com a trama desenvolvida para desvendar o assassinato de um senhor de idade. Um dos melhores até o momento.
O quinto conto ?O roubo de um milhão de dólares em obrigações do Tesouro? foi óbvio até para mim. Se só três sabiam da valise, obviamente um deles seria o culpado.
?A aventura da tumba egípcia?, me mostrou um lado supersticioso de Poirot, que foi intrigante, mas foi também um caso óbvio.
O sétimo conto ?O roubo das joias no Grand Metropolitan? foi um conto estilo Vegas. Primoroso, eu diria. Desconfiei de cara do marido que estava quase falido, mas me surpreendi com o desfecho até trivial quando se trata dos contos de Ágatha. Ela tem isso de nos confundir. Foi um conto interessante, que li rapidamente.
No oitavo conto ?O primeiro ministro sequestrado?, temos um Poirot totalmente astucioso e atento a todos os detalhes. É incrível como a cabeça deste homenzinho funciona a partir da lógica que ninguém mais percebe.
No conto ?O desaparecimento do Sr. Davenhein?, Poirot é desafiado pelo detetive Japp a desvendar um mistério sem sair de casa. Por incrível que pareça, junto com as perguntas de Poirot eu também ia desvendando o caso, mas me surpreendi apenas com o Billy. Ele realmente não esperava, hahaha
Em ?A aventura do nobre italiano? eu já me sinto quase expert em pensar como Hercule Poirot. Já são 10 contos né, rs. Poirot questiona o que ninguém sequer questionaria e são essas perguntas que levam o leitor a se colocar no lugar dele. Foi ?fácil?, mas se não fosse o pequeno homenzinho seria o crime perfeito.
Em ?O caso do testamento desaparecido?, Poirot demonstra-se extremamente prepotente, e embora tenha sido um conto leve e a resolução tenha sido interessante, o ?machismo? de Poirot fica evidente, como se uma mulher não fosse capaz de resolver o problema. Mas sequer consigo fazer juízo de valor, pois foi a própria senhorita Marsh quem o contratou.
?A dama de véu? foi um dos meus contos preferidos. A complacência de Hastings e Poirot pela ?Lady Millicent? fez de Poirot alguém que quebra regras para ir a favor das regras. Quem entende este baixinho, né?!
E aí, como não amar?