Brino 22/07/2015
Recomendo!
Elinor Carlisle costumava passar muito tempo na casa de sua tia, Laura Welman, quando criança. Lá, ela convivia com Roderick(sobrinho do marido de Laura) e Mary, a filha do guarda da mansão.
Agora na faixa dos vinte anos de idade, Elinor e Roderick estão noivos, Laura está muito idosa e doente, vivendo sozinha e Mary voltou a morar nas dependências da mansão com o pai após anos no exterior. Com as visitas de Elinor e Roderick ficando cada vez mais escassas, Laura e Mary tornam-se mais próximas. E alguém parece temer as consequências disso. Elinor, há dois meses sem visitar a tia, recebe uma carta anônima, a alertando de que a sua herança pode estar ameaçada por outra garota. Elinor supõe que a garota citada na carta seja Mary, e comenta o assunto com Roderick, que sugere que os dois se dirijam a Hunterbury para averiguar se o conteúdo da carta tem algo de real, e para ver Laura, cuja saúde está muito debilitada.
Lá chegando, Roderick vê-se diante de uma situação complicada: ele fica fascinado por Mary e já não sabe se quer casar com a "prima". Elinor, que o conhece bem demais, não demora a perceber o que está acontecendo e sofre calada, determinada a não demonstrar o quanto realmente o ama e não quer perdê-lo.
Como se isso não fosse o bastante, Laura, à beira da morte, manifesta informalmente o seu desejo de deixar uma doação em dinheiro significativa para Mary e pede a Elinor que contate o advogado da família imediadatamente. Mas ela falece horas depois, antes de deixar um testamento por escrito, involuntariamente deixando toda a fortuna para Elinor, sua parente mais próxima.
Elinor decide vender a mansão, Roderick faz uma viagem para refletir sobre o que sente e Mary vai trabalhar em Londres. Tudo parece ficar razoavelmente bem, até que Mary é envenenada e todos os indícios sugerem que Elinor é a responsável pelo crime, sendo a única que tinha motivos, intenção e oportunidade. Elinor é presa e o médico da família, Peter Lord, contata o detetive Hercule Poirot para ajudar o advogado de defesa a provar a inocência dela.
Adorei o livro. Gosto muito quando a Agatha constrói de forma mais gradual o terreno para o acontecimento do crime e o início da investigação. Também aprovei a forma como ela apresentou e desenvolveu cada um dos personagens principais, todos com seu devido espaço na trama. A participação do Poirot nesse livro foi na medida certa, nem intrusiva demais, nem apagada.
A única ressalva que eu tenho quanto ao livro é o final, fiquei sentindo que não era bem aquilo e que ia ter alguma reviravolta a mais, mas não teve. Achei estranho também, que de todos os livros com o Poirot que eu li até agora, este foi o único em que a identidade do assassino não foi revelada por ele. Ele explicou tudo, mas na altura em que ele fez isso, o leitor já sabia. Ficou meio anticlimático por causa disso. No mais, gostei demais do livro e recomendo, achei um dos melhores da autora.