Nina Vinhas 24/04/2018
Um casal. Uma herança. Uma bela jovem
Elinor recebe uma carta anônima avisando que alguém está se aproveitando de sua tia doente vítima de um derrame, Laura Welman, talvez com interesse na herança que seria sua e de seu noivo, Roddy, sobrinho do falecido marido da Sra. Welman.
Eles viajam imediatamente para a casa onde a Sra. Welman vive no campo e reencontram a jovem filha de um dos empregados da casa, Mary Gerrard, que Roddy não vê desde que ela era apenas uma criança. Diante da bela mulher que a menina se tornou, ele se apaixona irremediavelmente, abalando seu noivado com Elinor e a deixando doente de raiva.
Logo, a Sra. Welman tem um segundo derrame e morre durante a noite. Mas, antes de falecer, conseguiu, com dificuldade por causa das sequelas, pedir a Elinor que chamasse seu advogado porque queria deixar uma quantia em dinheiro para Mary, por quem tinha uma grande afeição. Ela promete que seu desejo será realizado no dia seguinte e, quando sua tia morre, resolve fazer sua vontade e garante a garota que lhe dará 2 mil libras.
Mas Mary é assassinada antes disso acontecer e Elinor é presa pelo crime, pois todas as provas apontam para ela. Desesperado, o médico da Sra. Welman pede a Hercule Poirot que encontre alguma prova da inocência da mulher por quem se apaixonou. Após relutar um pouco, o famoso detetive belga aceita e mergulha em uma investigação repleta de mentiras e segredos e, quando finalmente descobre a verdade, a revelação do verdadeiro assassino é chocante e inesperada.
Agatha é uma de minhas autoras favoritas (entre homens e mulheres), senão a favorita. Tentei ler "A Maldição do Espelho" quando era criança porque sempre ouvi falar que ela era uma grande escritora e esse exemplar estava na estante da minha casa. Odiei e não saí do início do livro. Anos depois, já adolescente, voltei a ler essa mesma obra e me apaixonei. Então não parei mais de ler Agatha Christie. Mas foi quando conheci Monsieur Poirot (em qual livro não me lembro) que encontrei meu personagem favorito da Dama do Crime. Desde então li poucos livros com Mrs. Marple e menos ainda com outros detetives. Hercule Poirot tem um lugarzinho especial em meu coração, maior até do que o do seu rival, Sherlock Holmes. Mas fazia uns 2 anos que não lia nada de Agatha, sendo que passei todo o ano passado sem ler nada. Há 2 dias resolvi voltar a ela e a meu amado Hercule e não me arrependi.
Cipreste Triste é surpreendente. O início é meio lento, mas depois te prende completamente e você fica ansioso para chegar no final e descobrir quem é o assassino.E quando descobre, fica extremamente chocado. É realmente inesperado. Eu recomendo muito a leitura dessa obra maravilhosa, onde Poirot mostra todo seu jogo de cintura para extrair a verdade das pessoas, como também o episódio da série "Agatha Christie'S Poirot" que a adaptou com o brilhante David Suchet na pele de Hercule Poirot. E tenho que dizer que já vi vários atores diferentes interpretarem Poirot, mas nenhum o fez com a maestria de Suchet. Ele com certeza é o melhor Hercule Poirot que já existiu e inclusive os descendentes de Agatha pensam assim. E é ele que imagino quando leio um livro protagonizado pelo pequeno belga desde que assisti ao 1º episódio dessa série maravilhosa.
Além de tudo que já disse, tenho mais 2 coisas a destacar sobre esse livro.
A 1ª é uma frase genial que Poirot fala durante a história que eu jamais esquecerei e que diz muito sobre a vida: "As mentiras revelam tanto quanto as verdades para quem escuta. Às vezes revela até mais"
A 2ª é que a capa dessa edição é um spoiler gigante. Quem teve a ideia de fazer essa capa simplesmente não pensou direito. É lamentável! Mas, de qualquer forma, não vai estragar a leitura de ninguém e nem tirar o brilho do livro.
Agatha Christie e seu pequeno detetive belga da cabeça de ovo mais uma vez se superaram!