Thaisa 26/04/2023
O mal está em todos os lugares - inclusive sob o sol...
O detetive belga Hercule Poirot está passando férias em um resort nas praias de Devon!
Durante o feriado, ele observa e interage com os mais diversos hóspedes do hotel: a belíssima Arlena Marshall, atriz que acabou de deixar os palcos, seu sério marido Kenneth e a filha dele, Linda; Rosamund Darnley, antiga colega de Kenneth que é apaixonada por ele; Christine Redfern, ex-professora, e seu esposo Patrick, que começou a ter um caso com Arlena; Carrie e Odell Gardener, um casal de norte-americanos; Horace Blatt, um senhor que procura fazer amizades, mas é sempre rejeitado; o major Barry, um policial aposentado que fala incessantemente sobre a Índia; a solitária e atlética senhorita Emily Brewster; e o reverendo Stephen Lane, que condena as mulheres, suas atitudes e a exposição de seus corpos, principalmente quando o assunto é Arlena.
Cada um dos hóspedes do Jolly Roger está aproveitando uma linda manhã de sol - Arlena, logo cedo, consegue colocar um pedalinho na água com a ajuda de Poirot, mas pede que ele não comente o ocorrido com ninguém... Horas depois, Emily Brewster e Patrick Redfern estão remando pela costa e encontram um corpo caído em uma enseada próxima: Arlena Marshall foi estrangulada até a morte.
Junto com o coronel Weston e o inspetor Colgate, Hercule Poirot conduzirá uma série de interrogatórios, analisará álibis e, com suas células cinzentas, descobrirá quem assassinou a bela mulher.
Como boa parte das obras da Agatha, essa também possui uma narrativa fluida, um enredo instigante e muitos suspeitos (o que, é verdade, vez ou outra deixa o leitor desnorteado com tantos nomes!). Aqui, juntos de Poirot, vamos encontrando as mais diversas pistas e, como um quebra-cabeças, nós, como detetives, temos de encaixar as peças no lugar correto...
É fato que um ou outro elemento da trama só apareceu depois de certo tempo, mas a maior parte das evidências, que parecem aleatórias, mas se complementam, estão lá desde o princípio, mostrando os traços geniais da autora na hora de criar esse mistério.
A resolução não é incrivemente surpreendente, mas a maneira que Poirot conseguiu unir as pistas de forma que fizessem sentido é algo sensacional.
Confesso que uma ou outra decisão narrativa me incomodou, mas a história realmente me prendeu e eu me vi tentando achar o culpado, o que não era difícil - difícil era entender a motivação.
No fim, eu me diverti bastante com mais uma história em que nosso divertido e brilhante protagonista tenta aproveitar sua aposentadoria, mas acaba se deparando com o mal sob o sol...
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