Olívia Saldanha 17/11/2020
Ótima introdução a mitologia greco-romana.
Chega a ser impressionante o fato de sua primeira publicação ter sido em 1855, ou seja há 165 anos atrás, pois a leveza de sua narrativa transparece ter sido escrita em tempos mais próximos. Thomas Bulfinch tinha como seu principal escopo a popularização e maior acessibilidade aos contos mitológicos, para que qualquer pessoa, ainda que não fosse um estudioso do gênero, pudesse se aventurar nas histórias que outrora foram consideradas a gênesis da humanidade, e posso garantir obteve completo êxito em tais pretensões.
A obra subdivide-se da seguinte maneira: os 2/3 iniciais são dedicados exclusivamente aos mitos helênicos e romanos, e o terço e final concentrado em explicar quais foram as fontes utilizadas para pesquisa, os poetas que inspiraram as narrativas, e, por fim, breves noções dos mitos egípcios, nórdicos, hindus e celtas.
Por ter se proposto a abranger tantas histórias diversas o livro não se aprofunda nestas, por exemplo ele cita apenas de forma superficial os doze trabalhos de Hércules, ou a história de Teseu, apesar de que dá grande destaque a Ilíada e a Odisséia.
O livro traz um panorama geral sobre diversos mitos contados pela humanidade, então, se você está inciando no mundo da mitologia esse livro é uma boa introdução, mas caso você já saiba muito sobre os mitos talvez se decepcione um pouco com a superficialidade das histórias.
Pessoalmente, achei a experiência muito gratificante, e confesso que fiquei surpresa com o potencial criativo de nossos ancestrais, existia mito para tudo, do porquê existem amoras vermelhas, como nasceu o Eco (ou a Eco já que esta era uma nifa tagarela), qual a origem das aranhas, e de diversas espécies de aves. Uma frase que me marcou muito foi a seguinte:
“Às vezes, em nossos momentos de poesia, sentimo-nos inclinados a lamentar a mudança ocorrida e achar que, com a substituição, o coração perdeu tanto quanto o cérebro ganhou”.