Eloisa 16/07/2021
A narrativa de Tristão e Isolda tem origem nos povos celtas e os primeiros registros escritos datam do século XII. Esse encontro da tradição oral de um povo pagão e a subsistência do conto na Europa cristã traz uma mistura interessante de elementos que é muito nostálgica. Afinal, crescemos assistindo, ouvindo e lendo estórias de cavaleiros aventureiros que enfrentam dragões, feiticeiros e vilões, para conquistar o amor de uma bela dama, tudo isso envolvendo outros elementos mágicos.
Portanto, o que temos é um dos mais emblemáticos romances de cavalaria ?traduzido? para o leitor moderno. O professor Joséph Bédier buscou todos os registros que chegaram até nós sobre esse conto e o transformou em prosa fazendo ?bem bolado? com esses textos, já que ele preencheu algumas lacunas e organizou de uma forma agradável para os leitores do seu tempo (séc. XIX). Contudo, os principais elementos e valores desses escritos permanecem sem distorções e anacronismos o que faz do livro um ótimo acesso à cosmovisão da Europa medieval.
Mas, afinal, a narrativa:
Acompanhamos o nobre Tristão, muito amado por todos e dotado de qualidades quase transcendentes, e Isolda, uma astuta e bela princesa com grandes conhecimentos de ervas e plantas medicinais. Apesar de Tristão ser órfão, é muito amado pelo seu tio, o Rei Marc, e por fidelidade a ele, Tristão investe em um grande feito para conseguir a mão de Isolda para seu tio. Porém, durante a viagem de retorno, ambos bebem uma bebida mágica, acreditando ser vinho, que faz com que se apaixonem de maneira imediata. Esse amor, apesar de inocente (sem culpa), é impossível e, consequentemente, trágico. A partir disso, seguimos o casal tentando viver esse amor irresistível entre barões, cavaleiros, feiticeiros, e monges.
Além de ser essencial para entendermos muitos aspectos da nossa cultura ocidental, a prosa de Bédier em sua adaptação é cativante e divertida agradando todo tipo de leitor.