iamvalentina 11/03/2024Uma Aprendizagem, com toda certeza...Passei todas as páginas dessa obra me sentindo uma amiga íntima de Lóri, por isso, não consigo escrever para ninguém ou sobre nada mais além dela.
Querida Lóri,
Fazem algumas horas que me despedi de seus devaneios, não vim antes escrever tal carta pois, assim como Clarisse, "Este livro se pediu uma liberdade maior que tive medo de dar.", tenho medo Lóri, que sem sua companhia, eu me perca nas perguntas que surgiram e se implantaram em meu coração, me perca em saudade, me perca em idéias e esqueça de viver e, principalmente, que eu me perca em mim.
Você me trouxe muitos questionamentos, mas assim como Ulisses me vi encantada por sua existência, de forma familiar me vi em você, Lóri, e o que não reconheci para mim acredito que ecoará em uma eu mais velha e madura, mas em meio à mesma crise que você.
Trago comigo tudo o que você escreveu em meio a sua auto descoberta, aliás estive pensando em você estes dias, como uma lembrança distante de uma inspiração, algo que, acredito eu, você se espantaria ao ouvir, já que sempre se diminuiu em relação ao mundo, assim como Ulisses disse uma vez a beira da piscina, "Veja aquela moça ali, por exemplo, a de maiô vermelho. Veja como anda com um orgulho natural de quem tem um corpo. Você, além de esconder o que se chama alma, tem vergonha de ter um corpo."
Lembro de vê-la pela primeira vez em um pequeno teatro em Niterói, fui junto a minha vó e minha tia, e vi facetas suas aquela noite, e então li tudo aquilo que antes fui apresentada. Com orgulho, vi sua evolução, e seus dias corridos, aprendi tanto contigo, "Aprendo contigo mas você pensa que eu aprendi com tuas lições, pois não foi, aprendi o que você nem sonhava em me ensinar", mas entendo que nunca entenderei tudo.
"Aprendi a viver com o que não se entende."
Li um amor genuíno, que foi construído, construído Lóri, olha que lindo efeito deu sua longa caminhada, e quando falo desse amor, falo do seu, do dele, do de nós, estou apaixonada pelo teu eu e quero todos os dias me apaixonar pelo meu eu também.
Vou seguir seus conselhos mas no fim:
"Um dia será o mundo com sua impersonalidade soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa mas seremos um só."
E é nessas pequenas, quase minúsculas, brechas de poesia, que minha vida e existência tem encontrado consolo, consolo do cansativo fardo de ser.
Com amor,
Eu.
Até uma próxima resenha!!