spoiler visualizarMorgana 05/09/2012
Agora a história parece focar mais na luta entre os Distritos e a Capital, no papel importante que Katniss tem que protagonizar do lado dos rebeldes, abusando de sua imagem para atiçar a guerra. Porém, com Peeta nas mãos da Capital, Katniss não consegue decidri se quer cooperar ou não. No fim das contas, ela descobre que o rapaz está vivo e bem tratado, então aceita cooperar com os rebeldes.
Neste livro, se Gale já me parecia um personagem sem sal e idiota como Katniss, só que sem os vínculos certos para torna-lo tão especial quanto ela, agora ele é um completo patife. O Che Guevera dos rebeldes, disposto a dar a vida pela revolução. Eu particularmente detestei os rebeldes, para mim é o verdadeiro comunismo descrito por Collins. Todo mundo come igual, usa as mesmas roupas e tem um horário de trabalho friamente calculado, sem feriados, com a maior produtividade possível e o menor desperdício também. Mas o livro segue a mesma linha do romance, Katniss ama Peeta, ama Gale, não ama os dois. A cada página, uma versão diferente. E eu trincava os dentes com ódio de Collins, afinal, para mim era óbvio que Katniss e Peeta são o casal perfeito de um romance, e eu adoro romances!
No fim das contas, Katniss não consegue seguir em frente vendo Peeta ser torturado na Capital, por causa de seus atos. Então os rebeldes decidem recuperar o garoto, para voltar a ter uma imagem funcional para vender para o público, a imagem da guerrilheira Katniss. Isso me deu mais ódio ainda dos rebeldes, e olha que não precisava, porque depois de tê-los associado com o comunismo, era suficiente para meu ódio inflamar. Então o Peeta volta, mas volta telessequestrado. Isso quer dizer que seu cérebro foi reprogramado para odiar Katniss. Isso partiu o coração da garota, e suponho que o de todo mundo que leia o livro. Eu fiquei revoltada com a situação, afinal, se Katniss não conseguia admitir que amava o garoto, agora que ele quer vê-la morta, o romance dos dois fica impossível. E por algumas linhas eu cheguei a acreditar que Collins faria o casal Katniss e Gael dar certo. Mas ela não me decepcionou, eles brigaram o livro inteiro, e isso me deixou muito satisfeita!
Enfim o rapaz passa por tratamento e tem melhoras, Katniss se esforça para ajuda-lo, após um período de frieza e ódio, em que ela luta para se colocar no lugar de Peeta e entender o que se passa com ele. Mas a escritora dá a impressão de que nunca mais haverá aquele romance de antes. E ela realmente corta todo o romance do livro. Para mim, pessoalmente, foi broxante esse último livro. Achei que o 1º e o 2º tinham uma desculpa em cada canto de página para beijos e amassos. Foram livros em que elevaram o possível romance dos dois personagens até uma tensão insuportável, mesclando-o com a guerra, o horror, as estratégias para vencer e a luta pela sobrevivência. Mas no 3º livro só existe guerra, ódio, loucura, terror, repressão, depressão e desilusão. Todos os personagens parecem passar por esse clima o livro inteiro. Foi uma das coisas mais depressivas que já li. E para piorar a situação, no final da história, quando eu achava que Collins iria recompensar toda essa tragédia e frieza com alguma cena romântica e acalentadora, ela mata a irmãzinha mais nova de Katniss, afunda a garota numa profunda depressão e dá uns filhinhos para ela e Peeta no epílogo, só para dizer que ela escolheu com quem ficar. Sinceramente, eu esperava mais do livro 3. Interpretei erroneamente a Collins quando senti que o livro 1 e 2 eram imensamente românticos, porque o 3 é um caos, e não alimentou nem um pouquinho minha sede por mais beijos e palavras de afeto entre os personagens. O que me incomoda, e eu me pergunto direto é por que Collins faria cenas tão românticas e belas nos dois primeiros livros, para depois ser tão fria e cruel no último. Será que ela perdeu a inspiração para o amor? Aposto que quem leu o último também não se sentiu feliz com o final.