O estrangeiro

O estrangeiro Albert Camus




Resenhas - O Estrangeiro


1635 encontrados | exibindo 271 a 286
19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 |


Luiz444 01/12/2023

Estrangeiro em um mundo absurdo
Esse é um livro fora da curva e estranho. A escrita dele narra coisas cotidianas e pesadas desde a primeira página, mas o autor as narra de uma maneira tão crua, distante e indiferente que a sensação que passa em primeira lida é desconforto, além disso o desenrolar mais lento da história com acontecimentos tão mundanos me fizeram sentir a trama parecer arrastada no começo, mas quanto mais tempo passei com esse livro, mais interessante ele ficava, e no fim tudo ganhou uma razão de ser do jeito que é.
Mersault é o protagonista incomum dessa história, um homem indiferente diante de uma realidade indiferente, é pelo olhar dele que vemos a história se passar e é por conta disso, que a narrativa parece tão distante e crua. Mersault é um homem que apenas vive e enxerga as coisas da maneira mais simples como elas se apresentam, um homem sem fé, sem propósito, que classifica quase tudo apenas como confortável ou desconfortável. O livro leva isso ao extremo, já que sem nenhum senso de moralidade ele assassina um homem simplesmente por estar incomodado pelo sol e nem sente nada além disso. Apesar de tudo isso, Mersault nunca se narra como um homem infeliz.

É através dessa visão extrema que o livro confronta a gente com a reflexão do absurdo do mundo e da existência, Mersault é um retrato disso, um homem absurdo em uma existência absurda, onde não tem sentido buscar um sentido, numa realidade que parece inerentemente sem sentido. Mas a ausência de um sentido não faz com que as coisas que te façam bem te façam menos bem e vice versa, não fazem as coisas bonitas menos bonitas ou a dor menos dolorosa, tudo é o que é, e não precisa ser mais do que isso. Talvez sofremos tanto justamente por buscar um sentido para tudo, para transformar as coisas em algo a mais do que é, por querer ser mais, talvez sejamos escravos de um sentido da vida, e ao se libertar disso, somos realmente livres para se criar e moldar nossa vida. Mersault viveu, e é isso que importa. Talvez é só isso que podemos fazer nesse sopro de experiências, sensações e sentimentos que é a vida.

Um livro curto, bem escrito e poderoso em sua reflexão entregue de forma simples. Lerei mais de Camus com certeza!
comentários(0)comente



Zé Vinicius 01/12/2023

Sem palavras
Não sei como fazer essa resenha, sem parecer uma carta para meu eu do futuro, mas farei mesmo assim: Querido José, você vai reler esse livro!! Sim, a leitura parece maçante no início mas isso o torna bom quando chega no fim e você capta a mensagem... Esse livro já te ensinou duas coisas simples e intensas: VALORIZE sua liberdade José, o poder sair na hora que quiser e se sentir livre em suas decisões. Como também: TOME suas próprias decisões, faça suas próprias escolhas e arque com as consequências. É isso...

Vamos pra resenha agora:

o livro fala de um homem que empurrado pela vida e o cotidiano vive no automático sem quereres ou prazeres genuinos, vivendo ou melhor sobrevivendo porque é o jeito, em um certo momento do livro acontece uma reviravolta, que interfere na rotina do homem e seu comportamento do passado acaba lascando ele no presente. Acaba sendo ofendido e atacado por seu comportamento apático e sem brilho para sua vida. O livro é grandioso, e sinceramente me lembra muito o Kafka. Espero que leia
yaxmiins 11/12/2023minha estante
Coitado do Kafka


Zé Vinicius 11/12/2023minha estante
Kkkkkkkkkkkkkkk




Steffany44 30/11/2023

É maravilhoso como toda a construção da obra é regida pelo distanciamento e insensibilidade do protagonista
Achei interessante como no livro o nome do protagonista só é citado uma vez, e também como nunca descobrimos a identidade do árabe morto. Assim sentimos que estamos acompanhando os pensamentos de um homem que não se importar de entrega um discurso de defesa preparado, mas de estar dentro de sua cabeça e ler os seus pensamentos enquanto ele relembra fatores os que levaram aquele momento.
comentários(0)comente



Sofia688 30/11/2023

Que leitura enigmática!
Foi o primeiro contato que tive com as obras do Camus e com certeza irei ler outros livros do autor! Estou encantada! O livro é tão diferente,a indiferença do personagem com os acontecimentos me deixou muito intrigada!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



iarasiper 26/11/2023

Num sei nem o que falar, mas?
Recentemente, participei de um minicurso em um evento da minha universidade, e o minicurso abordava justamente essa obra. queria ter gravado todas as palavras do palestrante, mas guardo no meu coração (e mente) com grande sentimento. esse livro vai além de todas as camadas visíveis nele.
comentários(0)comente



Thamiris.Treigher 26/11/2023

A vida é um absurdo?
Esse foi um livro que, ao terminar a leitura, fiquei sem entender se tinha gostado ou não, porque achei muito doido. Precisava de um tempo para processar. Mas entendi que a questão principal não é gostar ou não do livro, e que essa leitura vai muito além disso.

Ela vai além do que a gente espera, do que as expectativas humanas nutrem, do que a razão parece mostrar como o "certo" e o "esperado".

Em "O Estrangeiro", de Albert Camus, somos apresentados a Mersault, um homem que é diferente de qualquer expectativa e totalmente fora da caixinha. Ele é indiferente a tudo que acontece em sua vida, na vida das pessoas e no mundo, dos pequenos detalhes às grandes coisas. Para ele, tudo é "tanto faz" e nada parece ter um sentido maior. Ele não sofre com a morte da mãe, para ele tanto faz casar ou não com a mulher que se envolve e não sabe se prefere uma coisa ou outra, pois ele está apenas sendo "levado" pelo absurdo que é a vida (essência do pensamento camusiano).

Ele não tem objetivo de vida, fé em alguma crença, planos, remorsos, gostos, sonhos, paixões, ideologias, consolo, relações profundas... Nada parece fazer sentido ou ter uma explicação.

Até que um dia, ele comete um crime, simplesmente também por cometer, sem nenhuma grande motivação ou sentido por trás, exatamente nesse mesmo movimento em que ele leva a vida.

Durante o processo de prisão e julgamento, diversas reflexões que giram em torno do absurdismo são apresentadas. Será que, por ser assim, Mersault é um homem livre, já que não precisa de sentido nem explicação pra nada? Absurdo e liberdade são faces da mesma moeda? É possível ter paz vivendo assim?

Uma leitura curta, mas que revira, mexe com nossas expectativas e que tem alto teor filosófico (amo), provocando ainda mais questionamentos sobre esse grande mistério que é a vida.

Camus é genial, isso é inquestionável!
Fabio 28/11/2023minha estante
Adorei a resenha, Thamiris!


Thamiris.Treigher 28/11/2023minha estante
Muito obrigada, Fábio! ?




Kess 25/11/2023

Estrangeiro de si mesmo.
Mersault é indiferente e absorto em relação às interações humanas, sem ser capaz de ver sentido nas coisas, porém ao assassinar um homem e ser sentenciado, percebe o significado de sua existência ao aceitar a filosofia absurda da vida!

Achei tudo muito "incomum", que personagem mais difícil de se criar uma simpatia, aquela sensação de que ele estava vivendo por viver, e ao mesmo tempo incompreendido pela sociedade e pressionado a seguir padrões.

Que livro absurdo!

Acredito que a leitura seja necessária ao ponto de reavaliarmos a nossa postura em relação a vida, aos projetos, aos sonhos, ao que te motiva e faz seu sangue pulsar, pois como o próprio trecho final nos fala..."Nem sequer tinha certeza de estar vivo, já que vivia como um morto!"

"Como se esta grande cólera me tivesse purificado do mal, esvaziado de esperança, diante desta noite carregada de sinais e de estrelas eu me abria pela primeira vez à terna indiferença do mundo. Por senti-lo tão parecido comigo, tão fraternal, enfim, senti que tinha sido feliz e que ainda o era. Para que tudo se consumasse, para que me sentisse menos só, faltava-me desejar que houvesse muitos espectadores no dia da minha execução e que me recebessem com gritos de ódio."
Fabio 27/11/2023minha estante
Adorei a resenha, Kess!


Kess 29/11/2023minha estante
Esse livro é muito bom. Vale muito apena.




mari1855 25/11/2023

Resenha - O Estrangeiro
Foi um dos primeiros livros neste estilo que eu li, gostei bastante da escrita de Camus e foi uma leitura bem rápida.
Mas acho que a leitura ter fluído tanto não foi um ponto positivo, pois o livro não me gerou reflexões ou grandes emoções. Vai ser lembrado apenas como mais um livro que eu já li, que não me atingiu de nenhuma forma.
Por esse motivo dou 2.5 estrelas.
A história em si é boa e gostei dos personagens também.
comentários(0)comente



Priscila 24/11/2023

Primeira leitura de Albert Camus
Gostei bastante da leitura. Não foi muito oque eu esperava mas foi uma leitura boa e satisfatória. Lerei outros livros do autor.
comentários(0)comente



Cristiane.Brasil 23/11/2023

O Estrangeiro
?? Hoje, mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: ?Sua mãe faleceu. Enterro amanhã. Sentidos pêsames.? Isto não esclarece nada. Talvez tenha sido ontem.?

?Estas linhas de abertura do clássico atemporal do autor, jornalista e filósofo francês, Albert Camus, ?O Estrangeiro ?, resumem a essência do romance e preparam o cenário para uma exploração instigante do absurdo da existência. Narrado em primeira pessoa por Sr. Meursault, um homem preso por atirar em um árabe na praia, o livro nos leva a uma jornada que desafia as normas sociais, mergulha nas profundezas da natureza humana e nos força a questionar o sentido da vida em si.

??O Estrangeiro? é uma leitura rápida que consegue transmitir uma profunda sensação de desconforto. Camus cria com maestria uma história perturbadora. Meursault é um personagem que desafia as expectativas convencionais. Ao contrário dos protagonistas típicos, Mersault navega pela vida com uma indiferença que é ao mesmo tempo desconcertante e fascinante.

?O comportamento aparentemente inexplicável de Mersault perturba a necessidade social de explicações lógicas, tornando-o um estranho para aqueles que o rodeiam. Camus sugere que os humanos têm um desejo inerente de encontrar significado mesmo onde não existe, revelando em última análise a falibilidade da nossa própria condição.

?Outro aspecto marcante de ?O Estranho? é a maneira imparcial de Mersault observar o mundo. Ele exibe um interesse maior no reino físico do que nos aspectos sociais e emocionais da vida. No funeral de sua mãe, a preocupação de Mersault não é com o falecimento dela, mas com o calor opressivo. Da mesma forma, o seu fatídico ato de matar o árabe é motivado pelo seu aborrecimento com o sol escaldante.

?Esse distanciamento ressalta os temas existenciais do romance, enfatizando a indiferença do universo para com a existência humana. O distanciamento de Mersault reflete o absurdo de um mundo onde o significado não é inerente, mas antes atribuído por indivíduos que procuram impor ordem a uma realidade caótica.

?Numa conversa particularmente perturbadora, Mersault relata um encontro com um amigo que espancou a namorada:

??? quis jogar uma partida de bilhar, e perdi por pouco. A seguir, queria ir ao bordel, mas eu disse que não, porque não gosto disso. Então voltamos lentamente, e ele me dizia quanto se sentia contente por ter conseguido castigar a amante. Achei-o muito simpático comigo e pensei que aquele era um momento agradável.?

?Este trecho mostra a moralidade distorcida que permeia o romance. A atitude indiferente de Mersault em relação ao comportamento violento do seu amigo e a sua incapacidade de discernir as implicações éticas da situação acentuam ainda mais a natureza perturbadora da história.

??O Estrangeiro? é uma obra-prima literária que desafia os leitores a confrontar o absurdo inerente à existência. Através da perspectiva imparcial de Meursault, o romance explora temas de julgamento social, distanciamento existencial e busca de significado em um mundo indiferente.

?Inicialmente ficamos tentados a identificar certos paralelos com Kafka, sobretudo na suspeita de que grandes complexidades se escondem sob o estilo seco da narrativa e a atmosfera onírica que ela produz. Mas não há nada surreal no mundo de Mersault; pelo contrário, tudo é absolutamente prosaico. Sem nenhum controle sobre esse mundo, e incapaz de encontrar sentido nele, Mersault se afasta dos outros e de si mesmo. Para Camus, o absurdo reside justamente na constatação dessa ausência de sentido na vida, tema que ele retomará em obras posteriores.
comentários(0)comente



Natalia 23/11/2023

Tanto faz
Mersault é o personagem principal desse livro de Camus, publicado em 1942.

Livro rápido de ser lido, pela própria natureza da escrita - rápida, sem aprofundamentos e sem detalhes.

A vida do personagem parece uma sucessão de acasos, ele é indiferente a tudo e a todos, desde a morte da mãe até o pedido de casamento da namorada, o crime que cometeu é uma obra desse arrastar de acontecimentos ao acaso, Mersault não luta nem pela própria liberdade, parece alheio aos sentimentos, só questões físicas o incomodam, como o sol no rosto na praia ou o cansaço na noite do velório da mãe.

Um livro que acaba impactando por essa estranheza, essa indiferença tão marcante do personagem, que responde com um "tanto faz" a tudo que lhe acontece, um tanto faz verdadeiro, sem dizer algo esperando outro, pra ele, não há diferença.
Marina 23/11/2023minha estante
A escrita te faz sentir como um estrangeiro


Natalia 24/11/2023minha estante
Bem isso mesmo... parece que ele não pertence aquele lugar




I7bela 21/11/2023

A vida e seu significado.

Tanto faz. A indiferença é assustadora.
A estética do absurdo no livro O estrangeiro de Albert Camus é apresentada sutilmente ao leitor e você percebe que tem algo errado. A morte se torna elemento banal. O confronto de encontrar um significado na vida e a necessidade de torná-la significante, a sensação de estranheza. O desejo do homem em ver sentido na vida, parece não haver necessidade.

O Estrangeiro traz um homem comum que sem qualquer resquício de pensamentos mata um homem em uma praia, sem qualquer necessidade. Não há arrependimento em Meursault. Não há, para ele, motivos para se arrepender. Ele simplesmente matou. Nesse ponto pensei em Raskolnikov do livro Crime e Castigo, quando o protagonista também mata alguém e se corrói durante todo o livro, se auto perdoa, se apedreja, se culpa, revira em páginas e mais páginas a atrocidade de seu ato e tenta se perdoar.

Aqui Meursault não se arrepende. Não pensa sobre isso. Não acha errado e não compreende sua sentença. Se vê perdido em meio a pessoas que perguntam e perguntam Por qual motivo? Por que quatro tiros? Quando um só bastava? Isso me lembrou Clarice na única entrevista que deu.

Meursault é um estrangeiro no mundo. Na sociedade.
comentários(0)comente



Josiastds 21/11/2023

Surpreendeu
É uma leitura densa com todo o foco no real, o floreamento que o Camus usa pra deixar tudo mais filosófico é maravilhoso, as pautas e os pensamentos complicados chegando a ter que reler algumas passagens, gostei muito da estória que foi contada, tudo leva ao ato final o personagem é confuso e suas vivências são intensas, mas o dias são monótonos. Vemos calma e lentamente a descrição da praia, relacionamento e a prisão tão tensa e curiosa.
comentários(0)comente



1635 encontrados | exibindo 271 a 286
19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR