Antônia 12/11/2022
esse livro não é sobre poesia, ele vai além...
Pra quem é meu amigo, ou pra quem me pede indicações de leituras, com certeza já me ouviu falar desse livro.
Rilke, era um poeta tcheco que nasceu no finalzinho do século XIX e que escreveu muito no começo do século XX.
Até hoje ele é considerado um dos grandes poetas da língua alemã. Rilke, era um poeta europeu que foi muito influente e que até hoje tem uma sensibilidade contida na sua escrita.
Embora Rilke fosse um baita poeta, esse livro em questão não é de poesia, nem sobre a sua poesia.
📖 No começo do século XX, por meados de 1903, Rilke já era um poeta [foda] conhecido, já era um poeta influente. E, um belo dia, um jovem [aspirante] poeta chamado Franz Xaver Kappus, sendo fã de Rilke, o envia uma carta dizendo: “...sou muito seu fã, sou poeta também…” acrescentou alguns de seus poemas, e por fim, pediu a opinião do velho Rilke.
📖 Era visto que o jovem Kappus queria ver se os seus escritos eram de certa qualidade, e caso contrário, por onde ele poderia começar a melhorar.
📖 Com toda a sua genialidade, humildade e sensibilidade, Rilke respondeu esse jovem poeta com uma carta incrível sobre o quão Kappus não deveria se preocupar com a opinião dos outros. Sobre não ser o papel dele [Rilke] dizer o que acha bom ou ruim, porque a opinião dele não importa.
A partir daí Rilke começa a discorrer sobre o que ele considera ser arte, a real arte.
📖Então ele explica, que a arte é a expressão da nossa essência, é a nossa conexão com aquilo que tomamos como verdade, unindo com a nossa experiência pessoal. Arte é expressar isso tudo da forma mais genuína e autêntica possível.
Essa primeira carta, na minha opinião, é muito inspiradora.
É super sensível sobre não buscar validação externa, sobre acreditar em si, sobre se conectar contigo mesmo. Sobre criar partindo de um lugar de autenticidade e não de uma validação por status.
E a partir dessa primeira carta, eles começaram a trocar uma correspondência, que durou por volta de uns 5 anos, em que o Rilke acaba dando vários conselhos de vida para o jovem Kappus.
Foram ao todo sete cartas, cada uma falando de assuntos diferentes mas de uma grande relevância.
A primeira foi sobre acreditar em si, buscar sempre a autenticidade. Outra foi sobre o amor, sobre relacionamentos, sobre a solidão. Em seguida, ele comenta sobre o homem e a mulher, abordando questões de gênero (o que me chamou demais a atenção, por ser um dos meus objetos de estudo/pesquisa).
Rilke, era um baita vanguardista. A visão de mundo dele, em 1903, chega a ser mais à frente do que a nossa atual.
Por exemplo, quando ele fala sobre relacionamentos. Relacionamentos são formas da pessoa evoluir como ela mesma, manter a sua autenticidade, não criar co-dependência. Então, ele faz uma análise de como os relacionamentos, normalmente, são fugas das pessoas delas mesmas, criando assim as co-dependências, a fim de não precisar lidar consigo mesmo, logo, se afastando de si.
Cartas a Um Jovem Poeta é um livro que eu gostaria de ter lido antes dos meus 18 anos, mas que agora com 22 ainda faz sentido [arrisco dizer que sempre fará].
É um livro que tem uns “macetes” da vida que quanto mais cedo tu entenderes, mais cedo tu vai ir atrás do que importa de verdade. Além de refletir sobre o que tu queres, do jeito que tu queres que seja a tua vida.