O Céu Está em Todo Lugar

O Céu Está em Todo Lugar Jandy Nelson




Resenhas - O Céu Está em Todo Lugar


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Rose 30/04/2014

Gente, nem sei como vou falar deste livro para vocês, realmente, me faltam palavras para descrevê-lo. Esperei muito tempo para ler, na verdade, me apaixonei por ele desde a primeira vez que vi a capa dele. Então vocês podem imaginar a alegria quando o consegui através de uma troca feito pelo Skoob. A expectativa era enorme, e mesmo já tendo lido várias resenhas sobre ele, não estava preparada para a beleza da história.
Bailey e Lennie são duas irmãs que foram abandonadas pela mãe ainda quando pequenas. Elas foram criadas pela avó e pelo tio. Juntas dividiam o quarto e a vida, até o dia em que Bailey morreu aos 19 anos e Lennie teve que aprender a seguir sua vida sozinha, sem sua adorada irmã.
Perdida em seu sofrimento, ela tenta encontrar seu caminho, pois apesar da morte da irmã, a vida a sua volta continua. Aliás, é engraçado isso, amamos tanto uma pessoa e sem mais nem menos ou algum tipo de aviso prévio ela vai embora para nunca mais voltar, e nós ficamos com uma vida a ser vivida quando na verdade o que mais queremos é que o tempo pare.
Com Lennie não foi diferente, ela não aceitou a morte da irmã (mas quem aceita?), ela nem aceita mexer nas coisas da irmã, deixando o quarto que ambas dividiam do mesmo jeito que estava quando Bailey morreu.
Para ter um pouco de sua irmã, ela começa a espalhar pela cidade inúmeros bilhetes, em copos descartáveis, guardanapos, folhas de caderno, árvores... onde desse para escrever ela escrevia. Tudo para que de alguma forma Bailey estivesse de volta, ou então uma forma de extravassar o que sentia.
E então sem precerber ela se vê apaixonada. Mas será que ela tem o direito de se apaixonar e ser feliz diante da morte da irmã? E o que é pior, será que mesmo apaixonada por um, ela pode se sentir atraída por outro? Será que sua irmã lhe perdoaria?
Eram tantas as perguntas, tantos medos e incertezas que Lennie vivia, e o que era pior, ela tinha que enfrentar tudo sozinha, sem sua irmã. Afinal, uma coisa é certa, quem morreu foi a Bailey, e Lennie está viva e tem que seguir em frente.
É uma história linda, que merece ser lida. Todo o livro é encantador, desde a capa, passando pelas letras azuis (o livro não é feito com letras pretas), até a divisão dos capítulos ou as imagens dos bilhetes escritos pela Lennie e jogados ao vento que depois foram recolhidos pelo Joe. Mas quem é Joe, bem, isso eu não conto, vocês vão ter que ler para saber, e tenho certeza que ao lerem gostaram.

site: http://www.fabricadosconvites.blogspot.com.br/p/minhas-resenhas.html
Clarice.Castanhola 27/06/2015minha estante
Amei a maneira que vc usou para se expressar, me fez se interessar pelo livro....um livro arrebatador :D




Marina516 23/10/2011

Já faz uns quarenta dias que li esse livro (comprei-o na Fnac do BH Shopping), bem antes de inaugurar o blog, e acabei me esquecendo de escrever a resenha dele. Mas hoje, navegando pelo Skoob, minha memória voltou. Então, aqui estou eu, escrevendo o post de um dos livros que mais amei ler em 2011.

O céu está em todo lugar é maravilhoso, a começar pela diagramação da obra, que ficou per-fei-ta. A letra é azul-marinho, impressa em folhas amareladas, o que resultou num contraste bem bacana. Cada capítulo começa com textos da personagem principal, escritos nos mais inusitados lugares: copos descartáveis, partituras, versos de provas da escola, papéis de bala... E a capa então! É toda granulada e fosca. Uma fofura mesmo.

Bem, em relação à história, também só tenho elogios. Ela começa com a morte da irmã mais velha de Lennie Walker, do nada. Como ninguém esperava por isso, o choque da família foi imenso. Detalhe: por família entende-se Lennie, sua avó e o tio Big. A dor deles parece não ter tamanho, mas é Lennie quem demonstra mais. Odeia os olhares de pena que os colegas da escola passaram a lançar sobre e ela e já não tem ânimo nem para tocar clarinete, sua grande paixão.

Lennie só se sente melhor quando divide a tristeza com o ex-namorado da irmã, Toby, que começa a querer da ex-cunhada muito mais do que conforto. É, a relação dos dois fica estranha, do tipo "beijos e abraços", e embora se sinta muuuuuiiiiito culpada, Lennie não consegue resistir a ele.

Por outro lado, na escola, ela conhece um gatinho muito alto-astral e atencioso: o Joe. Desde o princípio ele dá a entender que está interessado em algo mais do que amizade e vive insistindo com Lennie para que ela volte a tocar em público.

O Joe é um fofo e me conquistou de cara. Ele é atencioso, maduro e muito, muito charmoso. É por ele que Lennie se sente mais atraída, mas (que ódio!) é só o Toby aparecer que ela cede. Aliás, isso dá uma raiva danada. Como a garota pode ser tão volúvel assim?

Mas, enfim, a caminhada de Lennie é de descobertas e crescimento e percebe-se que tudo foi necessário para que ela conseguisse chegar ao ponto de aceitar melhor a morte da irmã.

Eu realmente adorei o livro. Esse foi um que me deixou de DPL (depressão pós-leitura), pois queria poder apagar minha memória e ler a história outra vez, como se ainda fosse inédita.

Sem nem pestanejar: CINCO ESTRELINHAS!
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Douglas Brandão 06/11/2011

Se você gosta dos livros da Clarice Lispector, irá gostar desse emocinante livro.
Com uma narrativa bastante parecida com a dela, Jandy Nelson nos convida para uma cativante e maravilhosa história da vida de Lennie Walker, como quando se depara com problemas emocionais, e acaba se apaixonando sem nem mesmo querer ou perceber.
Lennie é obcecada por seu clarinete, e passa a maior parte do tempo escrevendo poemas, seja em papel, plástico de bomboms à galhos de árvores e até mesmo no chão. Escreve para desabafar, para se sentir aliviada e depois enterra os papéis. Ela escreve apenas para si, mas no intuito de ser pra irmã, Bailey, que até então pouco tempo falecera enquanto se aprontava para representar Julieta numa peça teatral.
Bailey, sua tão apegada irmã, namorava com Tobby, um garoto que se consola em Lennie, e Lennie se apoia nele cada um lamentando a morte da tão querida e amada pelos dois. Lennie absorve os sentimentos dele e... Ufa, quase lá ia Spoiler.
Na banda onde Lennie toca, chega uma garoto novo do qual se chama Joe, um trompetista de primeira e que faz o coração de Lennie sentir um sentimento que até então ela não conhecia.
Se encante com Lennie, sua Avó, Big, e a família Fontaine, e se envolva com os problemas emocionais que Lennie enfrenta, e junto com ela, tente achar uma melhor solução.
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Pâm Ferreira 18/10/2011

Uma história que simplesmente me tocou profundamente. Devorei o livro em dois dias. Fiquei totalmente comovida com a Lennie, a mistura de confusão de sentimento, incerteza sobre a vida e angustia que a dor da perda traz consigo, e a mistura do desconhecido, da felicidade e ansiedade que o amor traz. Uma história que traduz o impacto da morte e o despertar para a vida de uma jovem peculiar que expressa seus sentimentos através de poemas espalhados pelo caminho. A morte traz segredos reveladores, e o amor simplesmete ilumina a vida!
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Luana Feres 09/11/2011

É o tipo de livro no qual a leitura flui e cada capitulo termina de modo que você não aguenta não passar a página, fazendo a frase “só mais um capitulo” ser inválida.

Capa “dura” e diferente, letras azuis, fotos e ilustrações, tudo isso contribuiu para a melhor diagramação que já vi! O céu está em todo lugar é tão bonito, tão único que faz com que nos aproximamos da narradora, como se ela estivesse compartilhando os bilhetes e copos e outras coisas nas quais ela desabafa. E essa diagramação bem trabalhada poderia ser só um mecanismo de distrair o leitor de uma obra medíocre, mas não. O céu está em todo lugar não tem nada de medíocre.

Lennie e Bailey eram irmãs super próximas, que tem aquela conexão de sentimentos e pensamentos. Quando Bailey morre, Lennie se vê entrando num furacão de emoções tristes e nostálgicas, ela está sozinha. O furacão ganha proporções catastróficas quando ela passa a se aproximar de Toby, o ex namorado de sua irmã e percebe que começa sentimentos estão nascendo. Não ajuda o fato de que um novato mega bonitinho, Joe Fontaine entre na sua vida em busca do carinho de Lennie.

É o tipo de livro que mexe com tuas emoções. Daqueles que te faz rir alto ou sorrir de uma ação bonitinha. Daqueles que te fazem odiar uma personagem e depois entender todos os motivos dela e aceitar. Te faz apaixonar por Joe, mas ter uma ligação muito forte com Toby, assim como Lennie tinha.

Fiquei um pouco chocada e magoada com Lennie, por Bailey. Como ela pôde fazer aquilo com a irmã dela? Ela não era a pessoa mais importante da vida de Lennie? As respostas vão sendo respondidas ao longo do livro com sentimentos, reflexões tão vividos que conectam o leitor. O único ponto negativo do livro foi a morte de Bailey não ter sido muito explicada, fiquei confusa e curiosa durante toda a leitura, mas nada que comprometesse. Talvez eles escolheram não relatar porque, apesar do livro falar sobre uma temática triste, ele não se trata disso. É uma lição.

Consegue ser doce, triste, feliz, divertido e tocante ao mesmo tempo.

Leia mais resenhas em
www.mulhergostadefalar.blogspot.com
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Laura 19/11/2011

Muito bom! Você precisa apenas se acustumar com o modo da narradora de falar as coisas. E ir juntando os quebra-cabeças. Embora você sinta falta de uma explicação melhor em relação a mãe dela, a historia toda é muito bem desenvolvida e todos os personagens tem sua importância. Bom para um alivio quando se está lendo há muito tempo só historia sobrenaturais ou romances agua com açucar.


Bia Oliveira 28/08/2017

Resenha do livro O Céu está em todo lugar
Para Lennie Walker foi o maior choque da sua vida a repentina morte de sua irmã mais velha. Bailey era um exemplo para ela, era seu porto seguro, ela admirava a irmã. As irmãs cresceram juntas sendo criadas pela avó, a mãe um dia foi embora para nunca mais voltar, mas a avó sempre manteve acesa a esperança de que a mãe voltaria. Lennie vivia á sombra da irmã. No quarto em que dividia com Bailey, ela não suporta a solidão, é difícil olhar para a cama ao lado da sua ou pensar nas coisas da irmã. É tão injusto que ela esteja viva e sua irmã não.

” Nas fotografias em que estamos juntas, ela está sempre olhando para a câmera e eu estou sempre olhando para ela.”

“Anos atrás, estava deitada no jardim da vovó e Big perguntou o que estava fazendo. Disse-lhe que olhava para o céu. Ele respondeu – Essa é uma concepção errada, Lennie, o céu está em todo lugar, começa aqui aos nossos pés.”

Lennie não percebe a dor da sua família, pois cada pessoa sofre de uma maneira diferente. Além da avó que é apaixonada por flores e acredita que as plantas têm poderes mágicos também mora na casa o tio Big, viciado em maconha e separado de cinco casamentos. De luto, perdida e sem saber como agir, Lennie começa a se aproximar de Toby, o namorado da irmã. O sofrimento os une, eles compartilham a mesma tristeza, quando estão juntos é como se pudessem trazer Bailey de volta, mas Lennie fica confusa com relação ao que sente por Toby, os sentimentos se misturam e ela passa a sentir culpa por estar com ele. Ao mesmo tempo Lennie conhece Joe Fontaine, um garoto super bem humorado, simpático e com um sorriso enorme. Ele consegue fazer com que Lennie sorria, um sorriso do tamanho dos Estados Unidos. Ela se apaixona, mas como pensar em garotos quando o corpo de sua irmã acaba de ser enterrado.

Essa é uma linda história de amor e superação. Olhando assim a primeira vista, parece que Lennie é uma personagem sonsa e sem sal. Mas não se enganem. O livro é tão bem escrito que a leitura flui de maneira natural. A descrição do sofrimento de Lennie é intensa, sua dor é quase palpável. Conforme ela vai aceitando a morte da irmã, vai se apaixonando, mas se sente culpada. Ela precisará tomar uma decisão, um dos garotos faz Lennie se sentir apaixonada, feliz como nunca se sentiu antes, o outro a conecta com sua irmã, mesmo ela achando que isso é errado. Esse livro vai te fazer sofrer, chorar, rir e torcer para que Lennie termine bem.

site: https://livrosqueapaixonam.blog/2017/06/10/o-ceu-esta-em-todo-lugar/
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Karla Samira @pacoteliterario 05/06/2019

Linda história!
Apesar do volume de páginas, é um livro muito fácil de ler, devido à sua diagramação e à escrita da autora.

É lindo em todos os aspectos: tanto a história quanto a edição são de encher os olhos e, a partir de agora, vou contar um pouquinho para vocês sobre ele.

O livro vem nos contar a história de Lennie, que acabou de perder a sua irmã, Bailey. Mora com sua avó e seu tio, não tem contato com sua mãe e sua irmã era sua melhor amiga, praticamente sua outra metade.

Muito abalada com a morte da irmã, ela sofre o luto de uma maneira muito profunda e complexa, confunde sentimentos e não consegue conviver e realizar suas atividades como antes.

Toby, o ex-namorado de sua irmã, aparece em sua casa em busca de conforto. Ele quer conviver com a sua família para amenizar a dor da perda da namorada. Essa convivência irá confundir a cabeça de ambos e muitas coisas acontecem devido a isso.

Muitos segredos de Bailey são revelados a Lennie, fatos que ela jamais esperava, pois achava que a irmã dividia tudo com ela.

Como se não bastasse, um jovem da família mais cobiçada da cidade parece estar interessado em Lennie, o que causa toda a confusão do livro. Ela mete os pés pelas mãos, toma decisões das quais se arrepende no futuro e, sem conseguir domar as sensações a que seu corpo reage, a personagem passa por maus bocados tentando se reencontrar.

É muito gostosa a relação familiar na casa de Lennie, com seu tio e sua avó. Adorei a parte em que aparece a avó, seus ensinamentos, suas flores e teorias que as relacionam à saúde da neta.

A questão da música, sempre presente no livro ( a personagem é trompetista), também me agradou bastante, tendo em vista que adoro música e ela cria um cenário de fácil imaginação na mente do leitor.

Também gostei bastante do fato de a personagem escrever sempre os seus sentimentos e ao final do livro, vamos descobrir que alguém os coleciona. São cartas, bilhetes e outros escritos aparecem de forma entre "original" no livro, o que torna a diagramação muito bonita.

As páginas são coloridas e dá uma impressão de ter tirado foto dos bilhetes e recados da personagem. Além disso, toda a história é contada com letras azuis e com fonte que nunca havia visto antes em nenhum livro, simplesmente linda!

A escrita da autora é bastante fluida e a narrativa em primeira pessoa me fez me sentir próxima à personagem! Parecia que eu vivia a história junto de Lennie, o que achei bem agradável.

Este é o primeiro livro que leio da autora e gostei muito, Recomendo a todos os que curtem um bom romance, leve e descontraído.


site: http://www.pacoteliterario.com.br/2019/03/resenha-o-ceu-esta-em-todo-lugar.html
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Lara 17/01/2017

sensível e delicado
A escrita de Jandy Nelson faz com que qualquer um se apaixone por seus livros, e apesar de romance não ser um de meus gêneros literários favoritos, essa narrativa me tocou muito. É um livro lindo que fala de uma forma nua e crua sobre perda, amor e luto e mesmo assim não perde a sensibilidade. Fora que me vejo obrigada a citar a beleza estética do livro em si, que tem páginas com letras em azul escuro e poemas que Lennie escreve retratados como se fosse uma foto de cada um deles. A única crítica que venho a fazer desse livro são ideiais machistas que a autora coloca. Achei totalmente desnecessário frases como "eu sou uma vadia-traidora etc e tal", principalmente por ser um livro que tem como foco principal adolescentes meninas. Esse tipo de gênero é responsável pela formação de opinião, portanto é preciso ter muito cuidado. Apesar disso, tirei frases incríveis dele que levarei sempre comigo.
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 03/12/2015

"Sou loucamente triste e, em algum lugar lá no fundo, tudo o que quero é voar."
"E acabei de perceber que posso ser a autora da minha própria história, mas todo mundo também é dono da sua própria história e, às vezes, como agora, as histórias não se sobrepõem." (página 314)

Num livro que ganhei, veio um folheto com um trecho de O céu está em todo lugar. Normalmente não presto muita atenção nesses folhetos, mas esse eu li, e fiquei com muita vontade de ler o livro, mas muita vontade mesmo! Coloquei na minha lista de desejados. Consegui emprestado e gostei tanto da história quanto suspeitei que gostaria ao ler o folheto. O céu está em todo lugar se tornou um dos meus favoritos! E preparem-se para uma resenha cheia de quotes!

Lennie Walker, a protagonista, tem 17 anos, é clarinetista, já leu O morro dos ventos uivantes mais de 20 vezes e gosta de escrever bilhetes e escondê-los em qualquer canto. Ela tem uma família pouco convencional, mora com sua avó e com Big, seu tio com voz de trovão. A avó e o tio tem uma aparência marcante, são altos se comparados as outras pessoas. Bailey. A irmã mais velha de Lennie, também morava com eles, até seu coração parar de bater e ela morrer de forma inesperada.

"Mas então, de repente, começo a perder o fôlego, afundando-me no cimento duro e frio que é a minha vida agora, pois me lembro de que não posso correr para casa depois da escola para contar a Bails sobre o novo garoto da banda." (página 21)

Com a morte de Bailey, a vida de Lennie virou de pernas pro ar. Lennie sempre se sentiu confortável na sombra da irmã. Desde que a mãe das duas sumiu no mundo, quando elas ainda eram bem pequenas, uma se apoiava na outra. Lennie está em uma fase muito difícil, nem sua avó, nem seu tio, nem Sarah, sua melhor amiga, parecem ser capazes de entender a dimensão de seu sofrimento. Toby, o cowboy skatista namorado de Bailey, e Lennie se aproximam, um parece encontrar algum conforto na presença do outro, já que ambos amavam Bailey profundamente. Mas dessa aproximação, começam a surgir sentimentos inesperados, uma atração louca.

"A última gaveta está cheia de cadernos da escola, anos de trabalho agora inúteis. Pego um deles, deslizo meus dedos pela capa, seguro-o contra meu peito e então o coloco na caixa. Todo o seu conhecimento não vale mais nada. Tudo o que ela aprendeu a vida toda e ouviu e viu. A sua forma específica de ver Hamlet ou as margaridas, ou a sua ideia sobre o amor, todos os seus complexos pensamentos escondidos e as consequentes reflexões secretas - tudo isso se foi também. Um dia ouvi esta máxima: 'Toda vez que alguém morre, uma biblioteca se incendeia'. Estou vendo uma ser queimada diante de mim." (página 234)

A vida amorosa de Lennie era extremamente parada até então, mas além de Toby, surge Joe, um garoto novo na escola, excelente tocador de violão. Joe traz uma lufada de ar fresco para vida da família Walker, ele começa a frequentar a casa deles, é como se nos momentos em que ele está presente, Big, a vovó e até Lennie conseguissem voltar a viver.

Lennie, com sua paixão pelos livros, pela música e por escrever, precisa aprender a viver sem a confortável proteção de sua irmã, precisa aprender a suportar a dor da perda e enxergar e compreender as pessoas ao seu redor. Tenho dificuldade para identificar se um personagem evoluiu ou não durante um livro ou uma série, mas a evolução de Lennie é evidente.

"Como foi que, de aficionada por livros e nerd de banda passei a ser a levada-com-dois-caras-no-mesmo-dia?
A vovó sorri, sem saber da bile súbita que vem à minha garganta, do meu estômago que se contorce. Afaga meu cabelo novamente.
- No meio dessa tragédia toda, você está crescendo, e isso é uma coisa maravilhosa.
Suspiro." (página 210)

Narrado por Lennie, O céu está em todo lugar fala sobre a morte, sobre as descobertas da adolescência, sobre o amor e sobre famílias. A história é intensa, emocionante, reflexiva e também divertida. Minha vontade era ler e ler sem parar! Era como se eu estivesse ao lado de Lennie o tempo todo, no Refúgio (como ela chamava seu quarto), no rio (onde ela ia passear), em todos os lugares onde as cenas aconteciam. Todos os personagens são marcantes e bem construídos, estão longe de serem perfeitos, mas nos cativam. Preciso falar mais sobre o Joe, talvez seja o garoto mais encantador que já conheci nos livros, impossível não se sentir vivo perto dele.

"Ele praticamente pula em cima de mim. Seu quociente de felicidade me deixa impressionada. Na fábrica de humanos, alguém deve ter se enganado e colocado uma dose a mais nele do que no resto de nós. - Pensei em um dueto que podíamos fazer. Só preciso alterar alguns arranjos..." (página 195)

"Mais tarde, enquanto toca sem cessar, toda a névoa desaparece. Ele tem razão. É exatamente isso, sou loucamente triste e, em algum lugar lá no fundo, tudo o que quero é voar." (página 112)

Talvez eu me identifique demais e goste muito de personagens assim, loucamente tristes e com vontade de voar, talvez eu seja assim, mas nem todas as pessoas gostam. Acho que há pessoas que entendem e há pessoas que não entendem e nem querem entender o que os outros sentem, o grupo dos que não entendem talvez não goste de um livro tão intenso assim.

Um ponto que achei interessante foi sobre o fato de a mãe de Lennie ter deixado a garota com a avó, no livro é questionado se fosse o pai que tivesse abandonado a filha, se essa situação causaria tanto espanto.

"- Toda família tem suas coisas, certo? E essa tendência, seja lá o que for, por alguma razão, é típica da nossa família. Seria pior, se sofrêssemos de depressão ou alcoolismo ou amargura. Nossos familiares aflitos apenas caem na estrada..." (página 284)

Gostei da capa, é bonita e relacionada com a história. A revisão está boa, as páginas são amareladas, com bom tamanho de letras, espaçamento e margens, e as letras são azuis, e não pretas, como na maioria dos livros. Ele é dividido em capítulos, e tem reproduções dos bilhetes que a Lennie escrevia, essas reproduções parecem tão reais que cheguei ao ponto de passar a mão em uma página, tentando desamassar as bordas de um bilhete em um pedaço de papel! Foi um trabalho admirável da Editora Novo Conceito!

"Estou anotando um poema na sola do sapato quando eles voltam.
- Acabou o papel? - Joe pergunta.
Abaixo o pé. Argh. Qual a sua especialidade, Lennie? Ah, é: idiotologia.
Joe senta-se com todos os seus membros em graciosos movimentos, um perfeito polvo.
Estamos olhando para ele novamente, ainda incertos sobre o que fazer com o estranho no meio de nós. Contudo, o estranho parece estar bem confortável conosco." (página 107)

Tomei essa frase para mim:
"... pergunto-me como um imenso amor por alguém pode caber dentro do meu corpo franzino." (página 372)

Detalhes: 424 páginas, ISBN: 9788563219374, Skoob (média de notas: 4,2/5). Onde comprar online: Americanas, Submarino.

Enfim, acho que deu para notar pelo tamanho da resenha e pelo tanto de citações que coloquei, que eu amei O céu está em todo lugar, tanto que dei 5 estrelas na minha classificação no Skoob e coloquei na minha lista de favoritos, algo que acontece com poucos livros que leio (mas eu adoraria que acontecesse com mais frequência, que todo livro que eu lê-se me encantasse tanto que se tornasse meu favorito).

Em 2015, foi lançado no Brasil, um outro livro da autora, com o título de "Eu te darei o Sol" (que estou com muita vontade de ler; e o que dizer dos títulos poéticos dos livros dessa autora?), e vi muitos elogios à autora nas resenhas que li sobre ele. Então, recomendo para os leitores de "Eu te darei o Sol", que também leiam O céu está em todo lugar. E recomendo também para todos os leitores, para que possam conhecer e serem tocados pela história da Lennie.

"Sempre me senti parte de uma narrativa, mas não como autora dela, ou como se tivesse algo a contar sobre ela, qualquer que fosse.
Você pode contar a sua história da maldita maneira que quiser.
É o seu solo." (página 287)

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2015/12/resenha-livro-o-ceu-esta-em-todo-lugar.html
Cinthia 03/12/2015minha estante
Leia Maria, você vai amar. O livro é muito lindo, muito!


Cinthia 03/12/2015minha estante
Ambos os livros citados por você são lindos. Amei os dois, mas ainda prefiro O Céu está em todo lugar.




Agatha | @pa.pi.ro 01/09/2020

@pa.pi.ro
Resenha completa e sem spoilers feita no instagram @pa.pi.ro !
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Leitora Viciada 02/04/2012

Um livro apaixonante. Do tipo que se fechá-lo para um intervalo, as personagens irão lhe acompanhar impacientemente até retornar a leitura.
Um livro que emociona. Quem já perdeu um ente querido muito próximo corre o risco de chorar ao perceber que muitos pensamentos ou frases da protagonista são seus também. Mesmo quem não tenha passado por essa dura provação da vida irá se sensibilizar com o sofrimento de Lennie.

No começo estranhei a narrativa da autora, ou a tradução, não sei bem. Algumas comparações, expressões ou referências pareciam não se encaixar nas primeiras páginas. Porém, como que num passo de mágica, mergulhei totalmente no mundo de O Céu Está Em Todo Lugar e o livro é que parecia estar em todo lugar. Principalmente em meu coração pois perdi minha mãe e depois meu pai quando adolescente.
A narrativa é em primeira pessoa e contada por Lennie, uma moça de dezessete anos que perdeu a irmã há um mês e está perdida na tristeza, depressão e dificuldade de seguir a vida.

Lennie sempre foi extremamente dependente da irmã mais velha, Bailey. Uma o oposto da outra. Bailey nunca teve vergonha de se soltar e ser quem gostaria de ser, sempre modificando o ar com a sua presença. Soltava os cachos selvagens enquanto Lennie sempre os escondeu num rabo de cavalo - e nessa comparação simples podemos resumir as diferenças entre as irmãs Walker. Bailey a empolgada, apaixonada e extrovertida, enquanto Lennie sempre foi a discreta e reservada.

As melhores amigas do mundo.
Além do quarto cor de laranja, elas dividiam confidências, sonhos e receios. A união forte das duas em parte se dá pela falta da mãe, que as abandonou ainda bebês e sumiu completamente.
A vovó, que se perde em tintas e telas com mulheres pintadas de verde ou rosas e jardins floridos não fala muito sobre a filha, na verdade nada. Então as irmãs criam um mundo próprio de fantasia, imaginando noite após noite as aventuras que a mãe exploradora estaria vivendo ao redor do mundo.

Lennie toca clarinete, Bailey é atriz de teatro. E de repente morre num ensaio do papel para Julieta, com um problema no coração. E a história começa. O drama de uma família, o drama de uma adolescente que sofre em vários aspectos. Tudo descrito com muito sensibilidade, doçura e um toque de bom humor.

Triste: como uma pessoa que se ama tanto pode simplesmente sumir de sua vida? Sua irmã, sorridente, animada, feliz, jovem... como de uma hora Lennie não vê mais a irmã deitada na cama lendo, atravessando o jardim sorrindo, brincando com o namorado, boiando no rio com o rosto pro sol, ensaiando para o teatro em frente ao espelho? A dor não sai do peito de Lennie, que entra em depressão abraçando e vestindo as roupas da irmã falecida.


Perdida: Lennie não sofre apenas pela perda da irmã e amiga. Perde sua referência, pois sua irmã era seu espelho. Embora fosse um reflexo bem diferente do seu, Lennie dependia dele para poder sustentar sua própria imagem. Precisava dos conselhos, das conversas e palavras de estímulo da irmã para fazer qualquer coisa. Mas agora, não existe mais nada além das lembranças e das coisas que ela não consegue guardar nas malditas caixas que a avó trouxe para o quarto.
Ela está perdida, e observei que a perda da irmã gerou a "descoberta" do abandono que sofreram pela mãe. Bailey morreu e nem conheceu a mãe. Uma mãe que nem imagina e nem se importa que uma das filhas se foi e que a outra está sofrendo. Finalmente Lennie despenca num poço de realidade e o mundo de aventuras da mãe inventada desmorona juntamente com o falecimento da irmã, co-criadora dessa fantasia.


Confusa: sentir necessidade de estar com o namorado da irmã é normal? Alguém que compreende sua dor e que quer compartilhá-la com você. Toby sabe e sente. Porém Lennie não deveria beijá-lo, deveria? Toby, uma mistura de cowboy e skatista caladão não para de ir atrás dela. Lennie não deveria sentir dependência psicológica, os dois não deveriam ser arrebatados por uma atração física e desenfreada. Toby, o namorado de Bailey, sua irmã - pensa em vão a todo instante.

Culpada: se agarrar o Toby, quem deveria ser seu cunhado já traz culpa suficiente para Lennie, coisa pior acontece. Joe, o músico metade francês e completamente charmoso começa a se mostrar muito apaixonado por ela. E ela por ele. Deveria ser natural, mas não é. Lennie está de luto, Joe nunca conheceu sua irmã e não sente a mesma dor. Simplesmente Lennie acha que não pode, não deve, de forma alguma se apaixonar e ser feliz. Não quando Bailey acabou de falecer. Não parece certo, é egoísta. E a idiota da Rachel, sua rival, começa a dar em cima de Joe. O que fazer? Deixar seu clarinete tocar tranquilamente um dueto com o violão de Joe?

Lennie não sabe mais quem é nem o que faz. A única coisa que ela sabe é que a dor da perda não diminui. Ela afasta a amiga Sarah, e não consegue mais se abrir com a avó.
Sentindo-se triste, perdida, confusa e culpada, Lennie começa a desabafar em poemas e textos escritos em qualquer papel, embalagem, madeira, parede... deixados em todo lugar. O livro possui dezenas de belas páginas com esses pensamentos e lembranças escritos por Lennie. Eles surgem em qualquer momento, vem do fundo do coração. Essas páginas nos emocionam e deixam o livro com um visual único e lindo.

Mesmo sofrendo, Lennie se apaixona e surge um romance incomum. Ela precisa aceitar seu sofrimento e perceber que a irmã morreu, mas ela está viva; que a mãe foi embora, mas ela tem uma avó e tio carinhosos; e que a dor e culpa devem dar espaço para o amor e a paixão, ainda mais com um rapaz como Joe estando ao seu lado, ajudando-a a vencer a si mesma. Se conseguir colocar as coisas no lugar, incluindo Toby e todos os pertences que a irmã deixou.


Uma história sobre perda, amor, companheirismo e superação.


Trechos:
"As coisas estão confusas: o garoto que devia me beijar age como um irmão, e o garoto que devia agir como um irmão não para de me beijar."

"O irmão dele se aproxima, apoia a mão descuidadamente no ombro de Joe e instantaneamente o transforma em um irmão mais novo. O corte em meu coração é afiado e repentino. Não sou mais a irmã mais nova. Não sou mais irmã."

"Uma vez ouvi esta máxima: 'Toda vez que alguém morre, uma biblioteca se incendeia'. Estou vendo uma ser queimada diante de mim."

"Minha irmã vai morrer todos os dias, pelo resto da minha vida. A dor dura para sempre. Não desaparece nunca; torna-se parte de nós, a cada passo, a cada suspiro."
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Julianaaires 12/02/2021

Maravilhoso
Já tinha lido o outro livro dela publicado aqui no Brasil, e tava com medo desse não superar o outro (já que é um dos meus livros preferidos da vida) e me surpreendi positivamente. Por mais que ainda prefira Eu Te Darei o Sol, essa história tem a mesma sensibilidade e delicadeza, que são as coisas que mais admiro na escrita da Jandy. Ela consegue colocar em palavras sentimentos de uma forma inigualável, poética e principalmente pura. Uma obra que com certeza lerei outras vezes
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ranylson.carvalho 24/01/2021

Então...
Eu decidi abandonar a leitura. Achei tudo tão arrastado... Cheguei na metade do livro e nada de relevante aconteceu. A protagonista num luto eterno. Ela respirava a irmã morta! Não sei se a história vai mudar muito ainda, mas, por hora, decidi deixar de lado. Só pretendo, um dia, terminar a leitura, porque o livro não foi tão baratinho jhahahahah
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@esempresobreamor 16/08/2020

"Não consigo tirar a escuridão do meu caminho"
Amo esse livro.

Amei quando li lá em 2011 pela primeira vez e amo agora com a mesma intensidade.

Sinto a dor da Lennie como se fosse minha, pela perda da irmã, pela busca por si mesma, e definitivamente dá pra sentir o cheiro das flores do jardim da vovó como se eu estivesse lá, repousando nele e me deixando seduzir por seu "sonífero natural".

Esse livro é incrível!

Se tiver a oportunidade, coloque-o na sua lista, na sua estante, na sua bagagem de romances!
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