Bruno Leandro 13/07/2011
Pode um cadáver ouvir música?
Um sanfoneiro apelidado de “Boa-Vida” é encontrado morto em uma obra onde dormia, com o rádio ligado. Pessoa sem inimigos, mas também sem muitos amigos, ninguém se interessa por sua morte. A não ser, é claro, o mais famoso trio de detetives de Bela Vista: Léo, Gino e Ângela. À medida que se aprofundam no mistério, os garotos passam por situações cada vez mais arriscadas e vão descobrindo que as aparências enganam. Muitas máscaras caem durante este livro.
O que me apaixona nos livros de Marcos Rey é que os seus personagens têm vida. Eles são do tipo que, mesmo sem que ele coloque quem disse a frase, automaticamente você consiga adivinhar, de tão reais que são. Todos têm voz própria e é impossível não se cativar com o jeito de ser de cada um. Posso dizer que aprendi muitas lições importantes acompanhando a jornada desse trio, suas paixões e suas maneiras de pensar, além da grande amizade que os unia. “Um cadáver ouve rádio” não é um livro complicado, está longe de ser, mas o que o torna tão interessante é que a narrativa flui fácil e ele se torna gostoso de ler.