As vinhas da ira

As vinhas da ira John Steinbeck




Resenhas - As Vinhas da Ira


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Fabio.Nunes 03/02/2023

Todo mundo tem de ler isso
AS VINHAS DA IRA ? JOHN STEINBECK

Quanto melhor um livro, mais difícil fazer a resenha. Este aqui não é um bom livro apenas, é um monumento!
Nele conta-se a estória de uma família de meeiros de Oklahoma expulsa do campo com o advento da mecanização agrícola. Forçada pela miséria e pela promessa de trabalho na Califórnia, emigra com tudo o que possui ? o que é bem pouco ? e se vê diante de muitas dificuldades, de dilemas e de muita dor. Em apertada síntese, é isso.
Só que esse livro tem mais; muito mais. Primeiro por que foi uma leitura muito prazerosa em todas as 572 páginas; do início ao fim. Além disso, a obra é cheia de camadas, as personagens são críveis a ponto de você quase tocá-las e as descrições do autor são perfeitas para criar todo um ambiente imersivo.
Mas acima de tudo, esse livro é uma crítica. Steinbeck denuncia a concentração de rendas que gera a miséria; critica o direito de propriedade que expulsa do campo quem com ele tem uma relação direta, sentimental até (mas sem pieguice); censura um sistema produtivo que gera tanta prosperidade alimentar enquanto a maioria flerta com a fome; reprova a exploração da força de trabalho pelas leis de mercados, que transformam seres humanos em números.
E para dizer que não estou sozinho, essa obra ganhou um prêmio Pulitzer e o autor foi laureado com um prêmio Nobel.
Uma das melhores leituras da vida.
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@adriana_ lerlivros 29/11/2023

?Um manifesto socialista?

As Vinhas da Ira, descreve as desventuras e a jornada da família Joad, desde a sua expulsão de seu lar em Oklahoma até o tão sonhado mundo novo que Califórnia passou a significar para eles durante toda a estrada.

(Essa história me fez lembrar os hebreus no deserto, sonhando com a terra prometida e até mesmo o narrador em um dado momento passa a chamar essas pessoas de "um povo em êxodo")

Mas durante toda a jornada suas expectativas em relação a Califórnia é colocada em cheque, pois aqueles que voltavam de lá, não tinham boas notícias. A família Joad, não era a única família desamparada em busca de trabalho na Califórnia.

Esta história fala sobre o período da "grande depressão" vivida na década de 1930 nos Estados Unidos, onde meeiros foram destituídos das terras onde trabalhavam, onde cultivaram e residiam há gerações.
A família Joad é jogada no mundo sem expectativas ou garantias de sobrevivência. Eles apenas vão por que não tem onde ficar, carregando consigo a esperança ou a ilusão de encontrar o mínimo para sua subsistência. Eles vão para um lugar que nunca conheceram, cheios de sonhos, de tristeza, de medo e de fome, carregando seus poucos pertences, o dinheiro minguado, um carro muito velho e um panfleto sobre a Califórnia com promessas de trabalhos que diz apenas meia verdade.

Jonh Steinbeck nos presenteia com sua escrita poética, crítica e com um final que nos deixa perplexos.
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AleixoItalo 06/11/2023

Um manifesto pela posse da terra e pela igualdade social!
"de que maneira um homem que nada possui, pode compreender as preocupações dos que possuem alguma coisa?"

As Vinhas da Ira é um monumento literário, abalou o meio quando foi lançado, faturou o Pulitzer e foi um dos fatores preponderantes para John Steinbeck faturar o Nobel. A obra repercutiu nacionalmente e dividiu opiniões, foi rejeitada, proibida, queimada e aclamada pelos leitores. Hoje figura nas principais listas de livros mais importantes do século e é um livro de referência para o momento histórico retratado.

O principal foco da obra do autor são aqueles que foram "traídos" pelo sonho americano, personagens que foram "abandonados" pelo destino e precisam lutar para manter a dignidade que lhes resta. Antes de me aventurar pelas vinhas da ira, eu já tinha lido os formidáveis, Ratos e Homens e O Inverno da Nossa Desesperança, onde Steinbeck consegue tecer uma crítica social, sem criar grandes dramas e nem se utilizar de vilões, o grande objetivo é a luta dos personagens contra o penoso dia a dia, e onde os conflitos são ponderados pelas razões opostas dos envolvidos — Steinbeck é uma máquina de produzir diálogos memoráveis — fazendo um retrato multifacetado da sociedade.

Aqui porém, essa abordagem parece dar lugar para uma narrativa mais agressiva e panfletária, que apela para a empatia — ou a falta dela — do leitor. As Vinhas da Ira são um declarado manifesto, em meio as notas do autor referentes ao livro
estavam:

“Eu quero pôr um letreiro de vergonha nos bastardos gananciosos que são responsáveis por esta Grande Depressão e pelos seus efeitos." (...) “fiz o mais que pude para esfarrapar os nervos do leitor.”

Para entender o livro é preciso entender o momento pelo qual os EUA estava passando. A Grande Depressão de 1929 foi um período de recessão econômica tão intenso, que afetou diversos países no planeta, derrubando o PIB global e sendo até hoje considerada uma das piores crises que o Capitalismo já enfrentou. Uma retração no consumo interno e a queda nas exportações, estagnou a massiva superprodução norte americana. Sem ter para quem vender, os preços das mercadorias despencaram, desencadeando um efeito cascata que culminou, na queda de ações (o crash da Bolsa), em fortunas perdidas e milhares de empresas e bancos falidos. Como uma das estratégias econômicas dos EUA, era liberar créditos para os fazendeiros, a crise obrigou os bancos a cobrarem essas dívidas, resultando num amplo confisco de terras. Além disso, um outro efeito de causas ambientais também estava em ação, o chamado Dust Bowl, um evento de seca severa que assolou as Grandes Planícies Americanas, causado principalmente pela ação dos ventos e potencializado por práticas agrícolas agressivas que suprimiam a vegetação nativa.

A seca severa que assolou certas regiões do país por quase uma década, a tomada das terras por parte dos bancos e o uso do maquinário agrícola, que diminuía a oferta de empregos para uma população que vivia do trabalho braçal, desencadeou uma das maiores crises humanitárias que os EUA já enfrentaram, onde famílias inteiras precisaram deixar o lugar em que viviam em busca de emprego. Essa migração em massa, principalmente em direção ao oeste, desalojou milhares de pessoas que passaram a vagar a deriva procurando serviço, porém a altíssima procura dificultava a obtenção de trabalho além de baixar drasticamente os salários. Os sobreviventes dessa miséria, se espalharam pelas estradas ou se conglomeravam nos subúrbios das cidades, vivendo em Hoovervilles (favelas) e logo o ódio e o preconceito dos cidadãos locais recaiam sobre eles, por quem eram tratados como vagabundos.

É no meio dessa crise ambiental, econômica e humanitária que John Steinbeck nos apresenta aos Joad, uma família que perdeu sua terra e agora precisam reunir os poucos bens que lhes restam num velho caminhão e empreender a jornada ao oeste, para a longínqua Califórnia, onde há promessas de fartura e emprego. A jornada dos Joad é um verdadeiro épico nacional, atravessando estradas e paisagens icônicas eles precisam encarar a miséria e a injustiça, mas mesmo com a família se desmantelando pelo caminho, os Joad ainda mantém a cabeça a erguida na esperança de que uma hora as coisas irão se ajeitar. A travessia é quase uma decida ao inferno, cada vez mais próximos do destino, mais as condições de vida se tornam miseráveis, eles precisam habitar favelas, são perseguidos pelos "nativos", e precisam lutar para manter o sustento mínimo do dia a dia, e é nesse ambiente, que toda a verve de Steinbeck sobre as péssimas condições de trabalho, o preconceito, a exploração dos miseráveis e acima de tudo, a falta de união das pessoas é posta em prática.

Se nos outros livros que li do autor, ele ressalta os problemas sociais através de uma abordagem mais intimista das personagens, aqui é evidente seu objetivo em escancarar um problema específico que os norte-americanos pareciam querer ignorar. Por conta disso, As Vinhas da Ira tem um caráter inevitavelmente maniqueísta, a construção dos personagens principais se dá com a maestria habitual de Steinbeck, mas aqui são dotados de uma virtude santificada, ao contrário dos "vilões", uma vez que o autor opta por distanciamento destes, conferindo um caráter desumano não só ao sistema e à mentalidade capitalista, mas também aos fazendeiros, aos habitantes mais abastados e a polícia. Para John Steinbeck, a obra foi uma tentativa de expor o máximo do problema aos olhos dos cidadãos norte-americanos, fazer uma crítica aos seus principais causadores, um apelo à consciência de classe e à união dos prejudicados, pois essa seria a única maneira de se impor ao sistema — não é de se espantar que a obra causou rebuliço nos setores conservadores da sociedade, uma vez que Steinbeck apelava para a união dos trabalhadores, greves, sindicatos e revoltas.

Esse contraponto entre a população miserável e um sistema desprovido de humanidade, confere a As Vinhas da Ira nuances religiosas: os Joad fazem as vezes de um Jó bíblico, sofrendo sempre de cabeça erguida e esperando a justiça divina, enquanto o próprio discurso revoltoso de Jhon Steinbeck, convocando os trabalhadores a se revoltar contra seus "senhores", remete à vingança de Deus contra os ímpios. Além de diversas citações, o próprio título da obra faz menção à uma música religiosa baseada numa passagem do Apocalipse, The Battle Hymn of the Republic, um hino da Guerra Civil Americana — que possui uma versão bem popular aqui no Brasil.

Por essas e por outras, é inevitável que As Vinhas da Ira tenha esse aspecto maniqueísta, Steinbeck é ciente das nuances do sistema, mas optou por fazer dessa obra um manifesto sobre a desigualdade de classes e esfregar na cara da população sua revolta com o sistema: é impossível não se compadecer de pessoas passando fome e querendo trabalhar, enquanto os donos das terras — aqui sempre entidades invisíveis — queimam as produções simplesmente porque não existe para quem vender.

O mais interessante sobre Steinbeck é que suas obras geralmente não são tristes, o autor não gosta de trabalhar com vilões, nem com a maldade inata do ser humano. Em seus livros, personagens de classes diversas, empreendem confabulações memoráveis, gerando diálogos que enriquecem sua obra. Mas As Vinhas da Ira clamavam por uma abordagem diferente, era preciso narrar o drama dos migrantes escancarando o cerne do problema e é uma família, composta pelos principais arquétipos dos afetados pela Grande Depressão, o símbolo escolhido para a mensagem que Steinbeck decide passar!
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Tami Silveira 31/08/2023

As vinhas da ira
O que a miséria pode fazer com o ser humano?
Nesta história acompanhamos o êxodo rural nos Estados Unidos. Onde a família Joad sai de Oklahoma em busca de uma vida melhor na Califórnia. A história é uma crítica contra os grandes produtores, indústrias e bancos. Que utilizavam de artimanhas para ganhar mais dinheiro e usurpar dos trabalhadores. Só por isso achei o livro bem interessante, mas a gente acaba acompanhando a família e acaba se apegando aos personagens, mesmo com todo sofrimento eles iam em frente e se mantiveram pessoas boas e generosas. A gente percebe também o quanto isso afetou as crianças, pois elas cresceram em meio a tudo aquilo e se tornaram mais "selvagens".
Minha única crítica é não saber sobre o que aconteceu com o Tom depois que ele foi embora. Achava ele o personagem principal da história e ele acabou não tendo um desfecho.
O final achei bem perturbador... mas depois de um tempo refletindo creio que o autor quis mostrar o nível de miséria e que os parâmetros não são os mesmos que a nossa realidade. Na realidade deles os princípios, valores e leis mudam e tudo o que importa é sobreviver.
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Padfoots 20/07/2020

Bom e só
Acho que comecei esse livro com as expectativas altas demais.

Não é um livro exatamente ruim e retrata uma realidade dura de uma maneira bastante crível e bem feita, mas para mim foi só isso mesmo; um bom livro e só.
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suellen 20/04/2021

A crítica social do livro é incrível. A trajetória sofrida da família Joad nos mostra um retrato social que ainda é corriqueiro, não teve uma página que não senti tristeza pelo relato. Pois ainda vemos inúmeras pessoas batalhando pelo pão de cada dia.

Voltando, apesar de tudo fiquei bastante encantada com a mãe. Ela não deixava a peteca cair, uma típica mãe, guerreira, que estava sempre ali pelos seus. Fica também impossível não gostar do Tom, e aí acabei ficando com curiosidade de saber o que aconteceria com ele ao decorrer de sua nova jornada, mas isso ficará apenas em meus pensamentos.
Marcelo Marques 02/05/2021minha estante
A mãe é sem dúvida a personagem que mais marca nessa história, uma força descomunal que tenta manter a família Joad em pé, mesmo com toda triste trajetória.




Israel145 30/03/2016

A grande depressão de 1929 foi um marco na história americana e suas consequências se espalharam pelas entranhas do país acometendo os Estados Unidos de uma estagnação econômica, social e moral. A miséria que assolou o país surgiu em diversas facetas e uma delas foi a migração das famílias do leste e meio-oeste americano para a Califórnia, a terra dos sonhos para muitos na época. A Califórnia, por ser um estado altamente industrializado criou uma ilusão de segurança e bem estar social, atraindo milhares e milhares de caravanas de caipiras famintos e sedentos por uma oportunidade de trabalho, atraindo assim mais miséria num desastroso círculo vicioso.
Essa história é narrada com maestria por John Steinbeck quando apresenta a saga da família Joad, que tem sua fazendinha tomada por grandes proprietários quando o banco executa a hipoteca e esses se veem incapazes de competir com a agricultura mecanizada. Partem então numa sufocante jornada pelo coração do país em busca de trabalho rumo à uma nova conquista do oeste em direção à Califórnia.
Steinbeck narra as condições humilhantes e desumanas como eram tratados os trabalhadores, a exploração desconcertante, a luta pela comida e pelo centavo de dólar para comprar um pouco de gasolina e continuar a jornada rumo ao desconhecido.
A linguagem simples dos personagens coloca o leitor dentro do cerne da família. Impossível não se afeiçoar imediatamente ao jovem Tom Joad, recém saído da prisão depois de cumprir pena por assassinato e ao regressar, encontra a família se preparando para a arribada, expulsos da terra onde nasceram, rumo a um destino incerto.
O autor se consagrou com As vinhas da ira e Ao leste do éden, mas o linguajar simples, a situação do caipira e a crueza da vida também são exploradas no clássico Ratos e homens, seu livro mais conhecido. Na saga dos Joad é inegável a simpatia descarada que Steinbeck nutre pelo comunismo, colocando várias vezes os Joad em acampamentos de trabalhadores autogestionários. Uma luz num túnel de desespero e uma opção ao capitalismo que então sofrera seu grande primeiro baque. Ele vê com simpatia a alternativa comunista para um mundo mais justo.
Ao expor o lado reverso do sonho americano, John Steinbeck conferiu ao mundo um clássico da literatura, onde mostra o peso da exploração do homem pelo homem, da natureza inclemente e de um sistema às vias da falência por meio da condição nômade dos Joad. Clássico absoluto.
Lô Becco 05/04/2016minha estante
Quero muito ler esse livro!




Filino 05/05/2023

Uma obra-prima - e um soco no estômago
A exploração dos trabalhadores é mostrada de modo nu e cru - verdadeiro, em suma. Para além da "liberdade" dos contratos, o que se vê é como os necessitados são impelidos a aceitar o que se lhes apresenta; a alternativa seria morrer de fome (ou de males a ela relacionados, o que não é nada raro de acontecer). Sim, esse livro é o retrato da busca pela sobrevivência num meio em que impera a ganância e a exploração do semelhante. E além de serem praticamente espoliados, ainda são tratados de modo pior que animais - afinal, os cavalos são alimentados ainda quando seus serviços não são exigidos; então os homens são considerados inferiores a esses animais, é o que conclui um dos personagens.

A saga da família Joad e de seus agregados; o modo como esse núcleo vai se desfazendo no decorrer da trama; as tentativas de revolta; o outro lado do "sonho americano"... isso tudo compõe uma história que, não sem merecimento, foi premiada com um Pulitzer e o seu autor, posteriormente, fez jus a um Nobel. Uma justa coroação a uma verdadeira obra-prima.
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Beto | @beto_anderson 11/05/2020

Dilacerante
Confesso que algumas partes do livro são meio enfadonhas, especialmente os capítulos entre os que narram a vida dos Joad. Alguns personagens bem chatos, como Al e Rosachar. E é muito sofrimento. Apesar da cena final ser maravilhosa, não ter um desfecho mais redondo, o que é bem justificável, me deixou meio decepcionado. Tom e a mãe já estão entre os meus personagens favoritos da vida. É um livro que me fez refletir sobre como nós não sabemos dar valor ao que nós temos, e sobre a difícil vida de quem não tem um lar, ainda nos dias de hoje. Recomendo a leitura.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/
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Flávia 28/04/2020

Não foi escrito para divertir
Este é um livro difícil, pesado. Embora não tenha me tirado lágrimas, me causou sensações que variavam entre desconforto, indignação e raiva. De forma inexplicável, em alguns momentos, também me encheu de uma sensação boa de afeto, como se eu também pudesse ser acolhida pelos personagens, caso cruzasse com eles.
A história narra uma odisseia protagonizada por uma família que é expulsa de suas terras e se vê obrigada a procurar outro lugar e outras formas para sobreviver. Os Joad são inicialmente compostos por mais de 10 pessoas, incluindo idosos, crianças, adultos em diferentes fases e uma mulher grávida, que viajam por centenas de quilômetros em busca simplesmente de um trabalho que os alimente e, que talvez um dia, permita que tenham um teto. Teto que, vale dizer, eles já possuíam e que foram tomados nesse mesmo período da crise de 1929.
A riqueza com que cada personagem é construído torna a narração ainda mais visceral e pesada e, pela variedade de perfis, permite ao leitor o conhecimento de várias perspectivas.
O livro traz diversas situações da viagem nas quais se expuseram essas pessoas com pouquíssimo dinheiro e tantos sonhos. A todas essas situações, novas soluções eram dadas, em sua maioria, pela matriarca.
Eu particularmente tenho um carinho a mais por histórias que mostram mulheres como a mãe dos Joad, com papeis além do que é comumente esperado. Durante toda a narração ela, embora não seja a protagonista, ao meu ver, foi a principal. Foi ela quem demonstrou forte senso estratégico, uma esperança sólida, sonhos e planos ambiciosos, um carinho enorme por cada membro de sua familia, solidariedade pelos que encontravam pelo caminho e compreensão em todas as ações realizadas por qualquer Joad. Ninguém era julgado, já que todos ali faziam sempre o melhor que estava ao seu alcance.
A mãe esteve presente a todos em todos os momentos e, no típico papel feminino de uma família, esteve sempre disposta a servir, mas não só isso (embora já seja uma grande tarefa): ela também se tornou o forte pilar que os sustentou.
Depois de finalizada a leitura, diferente do que eu imaginei, não consegui agradecer por viver em uma situação diferente. Ainda ficou a sensação claustrofóbica, um carinho enorme por cada personagem da família e a compreensão real de quando ouvi que esse livro mudaria significativamente minha cabeça.
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Amanda.Alvarenga 01/05/2020

QUE LIVRO!!!
E o tanto que eu não chorei lendo esse livro... Meus Deus!
Não é uma história bonita! Mas é uma história necessária. Leiam, vale muito a pena!

"Não existe pecado nem virtude. Só existe aquilo que a gente quer fazer. Tudo faz parte da mesma coisa." pag 30
"O que tem valor é aquilo que você diz a si mesmo." pag 72
"...de que maneira um homem que nada possui pode compreender as preocupações dos que possuem alguma coisa?" pag 358
"E o dinheiro que podia ter sido empregado em melhores salários era gasto em bombas de gás, em carbinas, em agentes e espiões, e em listas negras e em exércitos armados." pag 359
"O povo em exôdo, correndo atrás do trabalho, procurando a vida às apalpadelas, esse povo também buscava o prazer, estava à cata de prazeres, fabricava prazeres e sentia a fome de prazeres." pag 414
"Nos olhos dos homens reflete-se o fracasso. Nos olhos dos esfaimados cresce a ira. Na alma do povo, as vinhas da ira diluem-se e espraiam-se com ímpeto, amadurecem com ímpeto para a vindima." pag 446
"Um sujeito tem uma parelha de cavalos; lavra com eles e cultiva a terra e ceifa com eles. E nunca deixaria que morressem de fome quando não trabalham.
É que são cavalos, e nós somos homens." pag 558
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Camila 16/07/2023

Escrito há tanto tempo e tão atual... com certeza um dos melhores livros que já li! É daqueles livros que te marca pra sempre! Um final tão simples, mas ao mesmo tempo inesperado e muuuito simbólico que vai te deixar dias pensando sobre a temática. Quem tem senso de coletividade vai sofrer ainda mais! Recomendo fortemente a leitura!
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Olivia 23/07/2021

Angustiante
As vinhas da ira fala de uma família de meeiros, que durante a depressão dos anos 1930 saem em busca de uma nova terra, já que o trator chegou lá na terra em que eles viviam, e a mão de obra deles não é mais necessária.....

" Mas esta é nossa Terra. A gente cultivou, fez ela produzir. Nascemos aqui, demos nossa vida por ela e queremos morrer aqui. Mesmo que não preste, ela é nossa. É isso que faz com que a terra seja nossa: a gente nasce nela, trabalha nela, morre nela. É isso o que dá direito de propriedade, e não monte de papel cheio de números."

O autor vivenciou esse momento, ele viajou junto com os meeiros e daí a propriedade que ele teve pra escrever esse livro.
Ele oscila em capítulos falando dessa família, do que eles estão passando para capítulos mostrando uma visão mais ampla do que está acontecendo com todas essas pessoas que saíram de tudo o que era conhecido para elas em busca apenas de sobrevivência, de alimentar os filhos, eles não olhavam muito além disso. O triste é que na realidade eles não conseguiam atingir nem essa necessidade mais básica.

" Não mais havia sitiantes, fazendeiros; havia era homens que emigravam. E os pensamentos, os planos, os prolongados silenciosa que, até então, recaiam sobre o campo, mudavam-se agora pras estradas, para a distância, para o Oeste. O homem que antes pensava em hectares, pensava agora em quilômetros. E seus pensamentos e suas preocupações não mais se limitavam a chuva, a poeira e a sua fé no resultado das colheitas...."

" ? É é duro quando alguém tem que fazer como nós. Nós tinha nossa fazendinha própria. Não andava por aí com uma mão na frente e outra atrás. Esses diabo desses trator acabaram com tudo."

"Ontem passaram aqui 42 carros, cheios de gente como vocês. De onde eles vêm? E aonde vão?
Bem, a Califórnia é um estado muito grande.
Mas também não é tão grande assim. Os Estados Unidos juntos não são tão grandes assim. Não é lugar bastante para você e para mim, para sua e para minha gente, para ricos e pobres, todos não só país, ladrões e gente honesta. Para os famintos e para os associados. Por que não voltam para o lugar de onde vieram?"

Enfim, eu posso sim dizer que esse livro mudou meu jeito de ver as coisas. Muito do que foi dito aqui ainda acontece até os dias de hoje.

O autor aborda o conceito de família, de religião, de propriedade. Busca compreender a fonte dos males do mundo. Fala de pecado. Fala de fé. De solidariedade. De sobrevivência.

" (...) O que é que um pregador pode lhes dar? Fé e esperança no céu, com a vida que vêm levando na terra? O espírito santo, se o espírito deles está vencido e triste? Mas eles precisam de ajuda. Tem que viver, antes que tenha o direito de morrer."

" Eu então comecei a ver com clareza. É a miséria que provoca todos os males."
Natalia 23/07/2021minha estante
Que resenha???




Thauane.Gonzaga 17/12/2020

Melhor livro que li em 2020!
Talvez na vida... história profunda e marcante sobre uma família enfrentando todos tipos de percalços em busca de uma vida melhor. Tem analogias fantásticas e uma personagem em especial que é incrível. Recomendo a leitura!
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